Já haviam se passado duas horas e as perguntas dos fãs não variavam muito, iam de “como tem ideias tão criativas para o show?” a “nunca pensaram em vender produtos do iCarly? Camisetas, bonecas...” de modo que o trio já começava a cogitar a possibilidade de encerrar as idas para o evento todos os anos.

Fã: Eu vi o iCarly no dia que o Gibby se acertou com a Tasha! Freddie...você não pensa em “se acertar” com nenhuma das meninas?

Ouviram-se comentários e risinhos da plateia, Freddie ficou corado por alguns momentos até que Sam pegou o microfone com força e respondeu a pergunta.

Sam: O nerd é bobão demais pra pensar nisso. Ele gosta da Carly desde –

Carly: Sam! Você...

Sam: Ele gosta dela desde a sexta série!  

Há uma agitação geral na plateia e alguns fãs creddies comemoram, outros discutem entre si argumentando que Sam estaria brincando. Até que um fã grita “CREDDIE!” e uma verdadeira briga começa. Atrás do palco, fazem um sinal para Sam, Carly e Freddie declararem um intervalo nas perguntas. As luzes do palco se apagam e os três foram para as cochias.

Freddie: Sam! Porque você tinha que dizer aquilo?

Sam: Até parece que não é verdade, Fredalupe.

Carly: Ah, Sam...

Freddie: E porque você liga pra isso? Você se incomoda demais comigo e com a Carly!

Sam: AH, O QUÊ?! Eu?! Ligar pra o que você pensa? – Sam disse isso enquanto jogou o shake dela no lixo – Bom, esse é o seu papel, não é, senhor-eu-mandei-a-chata-da-Missy-pra-um-cruzeiro!

Freddie cora imediatamente lembrando-se de quando a loira pediu sua ajuda pra se livrar da antiga amiga de Carly. Mas ele não se lembra de ter contado isso pra Sam, então como ela sabia? Ele olha pra Carly fuzilando-a com o olhar.

Carly: ...Eu vou pegar um pouco de ar.

Carly saí usando a porta de trás, Sam e Freddie podem escutar os fãs brigando mas não falam nada. Freddie continua com a cabeça baixa até que Sam suspira e quebra o silêncio.

Sam: Hum...Ta, escuta aqui nerd, se você pensa...

Freddie: Você não sabe o que eu penso Puckett.

O tom sério e a voz profunda dele quando disse isso assustou Sam. Seria possível que a voz dele teria ficado tão grave e ela não teria percebido durante esse tempo?

Freddie: Sabia que me ofereceram uma bolsa naquela escola de riquinhos? Eu podia estar lá e ficar livre de você pra sempre, Sam.

O peito de Sam doeu como se ela tivesse levado uma facada. Inconscientemente, não conseguiu imaginar ficar tanto tempo sem ver o “nerd bobão” sem se sentir muito triste. Para sempre? Era uma eternidade sem insultos, sem brigas infantis, sem sorrisos guardados no peito toda vez que o escutava dizer Samanta. Era só...tempo demais.

Sam: Freddie, nem... –

Freddie: É, eu não vou Puckett. Eu não vou mudar de escola e ficar sem ver a Carly.

Então era isso, certo? Como sempre, Carly: Sempre em um patamar tão mais alto que Sam. Conseguia a atenção de todos os garotos e todos pareciam gostar mais dela do que de Sam.

Freddie: Então Sam, porque você me odeia tanto?

Sam: Eu...não...te odeio...não tanto assim...eu só...

Freddie: Só não quer que eu fique perto de você? Arg, eu já devia saber Samanta! Mas não se preocupe! Eu vou falar com a Carly e me transferi para o Brightwood na segunda! Assim você nunca mais vai precisar ver minha cara, que tal?!

Freddie deu as costas pra Sam e se preparava para voltar para o palco e encerrar a conversa até que sente a mão da loira no seu ombro

Sam: Não vire agora! Não...! Eu não te odeio seu idiota! Eu...Não quero que você saia da escola! – mesmo sem ver seu rosto, ele sabia pela voz dela que Sam estava chorando – Eu só... Eu sempre fui assim! E você...é sempre tão perfeito em tudo! Eu odeio isso em você! Eu também odeio suas listras idiotas e sua tecnologia idiota e...e...

Sam não consegue terminar a frase: As lágrimas caem pelo seu rosto com força enquanto soluça sem intervalos. Freddie se vira e a encara chocado. Nunca a tinha visto chorar ou demonstrar fraqueza, vê-la tão frágil o fazia querer protegê-la. Ele a abraça com força e pressiona a cabeça dela contra sua camisa. Sam chora ainda mais forte.

Sam: Freddie...não...

Freddie: ssssh...ta tudo bem princesa Puckett. Eu não vou pra lugar nenhum...

A camisa de Freddie começa a se encharcar com as lágrimas de Sam, mas ele não liga. Sam nunca havia se sentido tão protegida. O peito dele era tão aconchegante e quente que era como se seu coração se aquecesse. Pouco a pouco as lágrimas foram parando, mas eles continuaram abraçados. Sam permanecia de olhos fechados e Freddie passava a mão pelos seus cachos.

Freddie: ...Eu não te odeio também...Você é tão bonita, Sam.

Sam sente seu rosto ficar muito vermelho com as palavras dele. Se sentia tão completa e não queria deixar os braços dele nunca. Afinal, o tempo era tão supérfluo: Quem se importava com ele quando as mãos de Freddie estavam em sua nuca e outra alisava sua cintura?

Sam: Freddie...desculpa pelo que eu disse.

Freddie: Esquece isso. Mas sabe Sam, mesmo se eu parar de ir ao colégio...sempre teremos a escada de incêndio, lembra?