Interlúdio escrita por Ju Dantas


Capítulo 19
Capítulo 19




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Bella esperou acordada até altas horas. Queria olhar bem na cara de Edward quando ele voltasse e dizer que nunca mais ele poria as mãos nela.
Mas, cansada tanto física quanto emocionalmente, adormeceu. Quando acordou o sol já ia alto e ela estava sozinha.
Será que Edward já tinha saído? Ou nem tinha voltado? Pensou, não sem um certo ciúme.
Não conseguia acreditar que fora capaz de fazer amor com ela e depois pular na cama da bruxa loira.
Mas, provavelmente era isto mesmo que tinha acontecido. Ela não deveria se importar com isto. Porém não consegui evitar de sofrer. Edward a odiava. Fechou os olhos com força para conter as lágrimas. Não iria chorar. Não podia mudar o passado. Tinha tomado a decisão de deixar Edward e isto fora o melhor a fazer.
Será que fora mesmo?
Que alternativa ela tinha a não ser fazê-lo odiá-la? Conhecia Edward bem demais e não havia outra maneira dele deixá-la ir. Mas agora ele a desprezava. E queria se vingar por algo que ela não fizera. Pensava que ela o usara e depois o traíra. E não estava mais longe da verdade
E se contasse tudo? Ele acreditaria? Ou acharia que estava mentindo?
Não, não deveria falar nada. O que estava feito, estava feito. Estava ali apenas por Angie. O que houvera entre ela e Edward não existia mais. A única coisa que restava era o desejo de vingança de Edward. Depois, ficaria apenas as cinzas.
Ela passou o dia sozinha. Ligara para o hospital, tentando saber de Angie, mas as ordens de Edward não mudaram. Então exigiu falar com ele, apenas para responderem que ele saíra com a doutora Tânia. Bella batera o telefone com ódio.
Em que estava pensando quando concordara com aquilo? Como iria se manter sã até que tudo acabasse?
Jantou sozinha e nada de Edward. Achou um livro pra ler, mas as palavras se embaralhavam em sua cabeça; desistiu da leitura e foi tentar dormir. Onde será que Edward estava? Provavelmente transando com a Tânia. Bella fechou os olhos, tentando mandar estes pensamentos sombrios para o fundo da memória e adormeceu.

Ela sonhava, e no sonho Edward a beijava e acariciava sua pele lentamente; Suspirou, sorrindo, aconchegando-se ao corpo quente. E despertou totalmente para constatar que aquilo não era sonho. Edward estava ali, em carne e osso. Os olhos dele brilhavam perigosamente e numa rápida olhada Bella viu que ele estava nu. Ignorando o arrepio de desejo que subiu por sua espinha, ela fechou a cara
-Saia já daqui – disse com mal contida fúria.
Ele riu
Exasperada, Bella tentou se afastar, mas ele a segurou firmemente pelo braço
-Não vai a lugar algum, Bella! - ele falou com voz rouca.
-Me solta, seu cretino! – gritou se debatendo. Mas ele era mais forte e a subjugou facilmente. A obrigando a deitar-se na cama e cobrindo seu corpo com o dele, segurando suas mãos acima da cabeça. Bella arfou, sem mais saber se era de raiva ou desejo e os olhos dele acompanharam o movimento de seus seios por baixo da camisola.
-Não adianta lutar, Bella.
-Não quero que me toque – Bella respondeu, mas até para ela mesma, a sua voz parecia sem convicção.
Ele sorriu, um riso perigoso, que não chegava aos olhos e abaixou a cabeça até seus lábios quase se tocarem.
-Não me interessa o que você quer. Não esta em condição de ditar ordens.
Ela se enfureceu com estas palavras irônicas e tentou se soltar de novo, mas os movimentos que fazia, apenas os deixavam ainda mais próximos e ela pode sentir a ereção exigente dele.
-Me solta! - pediu desesperada com o desejo insano que começava a toldar seu juízo.
-Não. Você esta exatamente aonde eu quero que esteja!- então ele a beijou. E Bella esqueceu tudo o mais a não ser a satisfação dos sentidos

Quando acordou estava sozinha. Olhou o dia cinzento pela janela e sentiu-se tão só como nunca. Por que deixara Edward fazer o que quisesse com ela novamente? Estava se metendo numa situação impossível, e sabia que sairia disto muito machucada depois. Edward queria apenas usá-la. Puni-la.
Mas ela não era capaz de resistir. Era simples assim.

Nos dias que se seguiram estabeleceu-se a mesma rotina. Edward chegava de madrugada e a acordava para um sexo pagão, intenso e satisfatório. Mas a deixava sozinha em seguida e Bella acordava sempre se sentindo cada vez mais horrível.
O pior era que ela começara a ansiar e a desejar estes momentos roubados de loucura, onde ela podia tê-lo junto a si e fingir que tudo era como antes. Que ele não a odiava e que eles poderiam ficar juntos. Mas isto era uma ilusão. Então ela sofria.
E sofria ainda mais por não ter noticias de Angie. Só não fora até o hospital saber dela porque confiava em Edward. Ele podia odiá-la, mas gostava de verdade de Angie e jamais faria algo para maltratá-la. E intuía que se ele não falava nada era por que Angie estava bem. Pelo menos ela rezava que sim.
Mas um dia ela decidiu agir. Levantou-se bem cedo, o dia mal amanhecera e desta vez Edward não lhe escaparia. Iria confrontá-lo sobre Angie. Precisava saber de sua filha e ele não podia negar-lhe este direito.
Pegou uma caneca de café e sentou-se na varanda, perto da porta, olhando as ondas arrebentarem no mar. Até que ouviu a porta se abrindo e virou-se tensa
-Olá, Edward - falou ressabiada, porém de cabeça erguida.
Ele a encarou surpreso, mas depois vestiu a máscara de frieza habitual
-O que faz aqui?
Bella colocou a caneca de lado e levantou-se
-Quero saber como esta Angie. - Ele desviou o olhar e Bella se irritou - droga Edward! Eu aceito que me odeie, aceito de me puna, aceito que me use pra satisfazer não só seu corpo, mas seu desejo absurdo de vingança. Mas não vou aceitar que me negue saber sobre Angie. Ela é “minha” filha!
Bella esperou Edward responder, depois de sua explosão frustrada. Mas ele apenas sacudiu a cabeça negativamente quando voltou a fitá-la
-Angie esta bem – respondeu por fim e Bella sentiu um peso sendo tirado de suas costas.
-Você tem certeza?- perguntou num fio de voz. Sofrendo pelo pequeno ser que gerara e fora tirado dela brutalmente.

Ele a fitou e por alguns momentos Bella viu em seus olhos a mesma angustia e preocupação que existia nos seus.
-Sim, eu tenho certeza – Edward respondeu
-Obrigada - Bella sussurrou agradecida pela pequena informação.
E nem só por isto. Agradecia por ele estar ali por Angelina, cuidando e se preocupando com ela. Fixou o olhar angustiado em seu rosto e teve a impressão que, pela primeira vez em dias, ele a encarava sem a máscara de ódio e frieza. E Bella desejou prender aquele olhar pra sempre. Quis levantar a mão e acariciar seu rosto forte, sentir a aspereza da barba arranhando sua pele. Queria que ele a olhasse com amor.
Mas o momento passou e Edward voltou à habitual frieza e afastou-se em direção ao carro, sem nada dizer. E Bella deixou-se ficar ali, sozinha com seus medos.
Horas depois ela ouviu o barulho do motor de um carro. Olhou o relógio. Ainda não eram 15h. Não podia ser Edward. Então quem seria? Sentiu um medo terrível. E se fosse a polícia?
Ou pior. E se eles a tivessem encontrado?
Assustada, correu até a janela e espiou pela cortina e ficou surpresa ao ver a irmã de Edward, Alice, surgir de dento do carro esporte.
A moça entrou e sorriu para ela
-Oi Bella, como vai?
Bella ficou parada no lugar, sem saber o que dizer.
-Nossa, parece que viu um fantasma! - Alice riu e de repente ficou séria – ou eu a assustei?
Bella sacudiu a cabeça, tentando sorrir
-Me desculpa, eu pensei... deixa pra la. Apenas... Não esperava você aqui
Alice deu de ombros, retirando casaco
-Eu queria vir faz tempo. Não que Edward aprove. Ou saiba... Você não vai contar pra ele vai?
-Talvez ele não acreditasse se eu contasse – Bella comentou irônica
Alice foi indo para a cozinha. Como se fosse dona da casa
Bom, ela era mesmo dona da casa!
-Vou fazer um café! Estou super cansada. Passei a manhã fazendo compras! - ela ria enquanto se movimentava pela cozinha e olhou Bella, a medindo – eu conheço esta roupa
Bella olhou para si mesma e ficou vermelha
-Eu as achei em um armário, são suas?

-São. Mas eu nem as uso mais. Ficaram boas em você. Tem um corpo bonito! - ela deu uma risadinha – mas acho que ficaria melhor com uma cor mais... escura talvez?
Ela continuou a fazer o tal café, enquanto falava, deixando Bella tonta
-Vou fazer umas compras pra você... afinal, eu já fiz isto antes!
-Fez?
-Sim. Edward pediu para comprar roupas para você no ano passado. Quer dizer, ele não disse para quem era... cheio de segredos... - ela mordeu os lábios colocando uma xícara na frente de Bella e se sentando – alias eu estou morta de curiosidade para saber esta história direito!
Bella desviou o olhar
-Não é uma história bonita
-Mesmo assim, eu quero saber. Ele é meu irmão. E... - deu de ombros – eu o vi se fechar como uma ostra numa concha desde que voltou da Europa. Foi difícil ver isto
-Mas ele tem a Tânia – Bella quase mordeu a língua por ter falado da médica, mas não resistiu
-Tânia? - Alice fez cara de nojo – bem que ela tenta. Mas nunca vai conseguir nada. Se eu fosse você não me preocupava com ela. E vocês tem uma filha agora
Bella sentiu um aperto no peito
-As coisas são mais difíceis do que parece
-Então me conta

Bella não sabe porque contou tudo a Alice.
Mas tinha algo na irmã de Edward que a deixava a vontade. Que parecia ser muito confiável
Alice respirou fundo quando terminou o relato.
-Nossa! Porque você fez isto com o Edward? Ele gostava de você! Largou tudo por você
-Ele precisava seguir a vida dele, nunca ia dar certo. Eu tenho sempre que fugir
-Mas agora tem sua filha. Podia contar a verdade a ele.
-Duvido que acredite e... ainda acho que nunca vai dar certo.
-Devia contar
-Não. Se eu contar... se ele acreditar... se ainda... - ela queria dizer “se Edward ainda me amar”, mas ela duvidava que ainda houvesse algum sentimento a não ser rancor depois de tudo. - Eu conheço Edward. Ele se sentiria na obrigação de me ajudar. De... ficar comigo. Por causa de Angie. Eu não quero. Eu não posso ficar com ele. Não com a policia atrás de mim.
-E o que vai acontecer agora?

-Eu preciso convencê-lo de que não posso ficar
-E vai levar Angie? Edward não vai permitir, você sabe não é?
Bella mordeu os lábios com força
Sim, ela sabia
Mas mesmo Angie estando bem, ela seria mais feliz com Edward.
Poderia ter uma vida normal com ele.
-Ela ficara melhor com Edward. Eu só quero... ter mesmo certeza que ela esta bem e saudável
-Ela esta – Alice sorriu – eu sempre vou ao hospital
-Você a viu? - Bella indagou ansiosa
-Sim. Ela esta se recuperando muito bem. Espera! - Alice pegou um celular e mostrou a Bella – eu tiro fotos dela para mostrar a Jasper. Já falei pra ele que quero ter um bebê tão lindo quanto ela.
Bella olhou a foto que Alice lhe mostrava e sentiu uma vontade louca de chorar
Sua filha estava linda. E parecia muito saudável
-Obrigada Alice.
Alice sorriu e olhou o relógio
-Preciso ir. Mas amanhã, eu voltarei! E lhe trarei mais fotos de Angie e... acho que farei compras para você! Isto! E vamos nos divertir amanha!
Sem aviso, ela lhe deu um abraço e partiu.
Bella olhou o carro esporte se afastando e sorriu.
Gostava de Alice.
Seria bom ela voltar. Seria bom ter alguém para conversar. E para saber de Angie.
Estava distraída quando de repente a porta se abriu e Edward entrou.
Era cedo para ele estar ali e Bella estranhou
-O que esta fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa? Angie? - indagou com medo
-Não. Ela esta bem, eu... - ele passou a mão pelos cabelos e parecia por um momento tão perdido quanto ela - apenas... achei que poderíamos conversar.
-Conversar? - Bella cruzou os braços em frente ao peito - agora você quer conversar comigo? Sobre o que? Como esta sendo um idiota me mantendo aqui? Em nunca me dizer como Angie esta
-Eu falei esta manha
-Porque eu quase implorei!
-Bella...
-Estou cansada Edward, eu...
De repente ela reparou que ele estava muito sério olhando para um ponto além dela
-Quem esteve com você?
Bella acompanhou seu olhar e viu as xícaras.
-Nínguem - respondeu rápido

-Tem duas xícaras ali - ele a encarou com desconfiança – quem estava aqui Bella?
Bella franziu o cenho entendendo o que ele queria dizer
-O que esta querendo dizer? Que eu estava com algum homem aqui? - e começou a rir, embora estive com muita raiva desta desconfiança absurda de Edward
-Eu não quis dizer nada. Estou perguntando quem estava com você e não venha me falar que era ninguém
Bella respirou fundo
-Alice.
-Minha irmã este aqui? - indagou surpreso
-Sim, e por favor, não fique bravo com ela.
Edward passou a mão pelos cabelos
-Falei pra ficar longe disto
-Oh... eu sou agora uma espécie de segredinho sujo seu? Mantendo sua família perfeita longe de mim? Bom, acho que foi isto que eu sempre fui não é?
Bella nem sabia porque estava dizendo aquelas coisa, mas não conseguia se conter
-Eu não sei o que você quer me dizendo estas coisas
Bella respirou fundo
-Eu não quero nada. Ou melhor. Eu quero ver minha filha.
-Eu já falei que ela esta bem
-Não pode fazer isto Edward! É minha filha! Sabe o que estou passando desde que eu soube que estava doente? Estou tão cansada, tão...
E de repente o pranto venceu; Estava farta de toda aquela situação.
E sem saber como, ele a estava abraçando.
Depois de muito tempo, Bella se acalmou e o encarou
-Me desculpa – ele disse, passando a mão por seus cabelos e por um momento, pareceu o Edward de antes, o Edward que gostava e confiava nela
E foi fácil, se deixar envolver, imaginar que tudo ainda era perfeito.
E o clima mudou sutilmente, até que Edward começou a se inclinar em sua direção, mas Bella se afastou de repente
-Não, Edward, chega!
-Bella...
-Não – ela cruzou os braços em frente ao peito, como um escudo – não quero mais que ponha as mãos em mim e estou falando sério. E nem venha com suas ameaças. Acabou.
Sim, estava farta daquela situação ridícula; precisava impor um pouco de respeito e ainda se apegar a algum orgulho.
Antes que não lhe restasse nada.
Ele a encarou por um momento e então deu um passo atrás

-Tem razão, acho que devemos manter as coisas como estão. Somente Angie importa
-Sim.
-Eu vou sair. Preciso... - ele não continuou, apenas deu meia volta e entrou no carro.
Bella respirou fundo, se perguntando se tinha feito a coisa certa.
Será que agora ele iria atrás da Tânia?
Edward dirigiu sem rumo por um tempo
O que diabos estava fazendo?
Porque se torturava mantendo Bella ali?
Ela não queria.
Simplesmente não queria estar com ele. E ele a abrigava
Por vingança? Por orgulho?
Por Angie?
Ele nem sabia mais.
O fato era que simplesmente não conseguia deixá-la ir
Mas agora reconhecia que estava tudo errado. Até quando viveriam aquele impasse?
E quando Angie finalmente estivesse curada, o que aconteceria? Será mesmo que Bella teria coragem de ir e deixá-la com ele?
E se quisesse levar Angie? Não, ele não podia permitir.
Cansado e se sentindo perdido, ele se viu em frente a casa do seu pai
Alice estava la com Jasper e sorriu quando o viu. Mas Edward a encarou sério
-O que pensa que esta fazendo indo falar com a Bella?
-Oh, ela é contou é? Que linguaruda
-Eu a fiz contar.
Alice deu de ombros
-E daí, qual o problema?
-Falei para se manter longe disto
Jasper se afastou discretamente, deixando os irmãos sozinhos
-A casa é do papai, eu posso ir lá quando eu quiser! E eu queria conversar com a Bella e...
-E se intrometer onde não é chamada
-Eu quero entender esta história, quero... quero que consigam sair de toda esta confusão! Tem uma criança envolvida agora Edward
-Acha que não sei disto? - exclamou frustrado – eu não sei mais o que fazer.
-Poderia ouvi-la. Conversar com ela e parar de agir feito um idiota
-Alice...
-A Bella me contou que..
-contou o que?
-contou toda a história. E acho que são dois cabeças duras
-então você sabe que ela é uma fugitiva.
-Sei sim
-E acha que isto se resolver assim, simplesmente?
-Então é este o único empecilho para ficarem juntos? - indagou suavemente – ainda gosta dela Edward?
-Ela me traiu
-tem certeza?
-Eu vi
Alice respirou fundo

-Olha, Edward, eu não vou mais me intrometer. Tem razão. Não é da minha conta. Mas por favor. Pense direito no que esta fazendo. Pense no que sente. Pense que se você a ajudou desde o começo, mesmo já sabendo quem ela era, que você a julgou corretamente. Será mesmo que ela é esta pessoa horrível? Acha que faz sentido? E pense em Angie. Pense que ela já sofreu tanto e é tão novinha e precisa de uma mãe e um pai.
Edward respirou fundo
Alice tinha razão
-Vou pensar.
Alice sorriu o abraçando
-Confio que vai fazer a coisa certa. Agora vai jantar com a gente?
Ele riu
-Vou sim.
Quando chegou na casa de praia já era tarde
E se perguntou se iria até o quarto de Bella
Se ela continuaria com aquela história de “não me toque”
Ele sabia que bastaria um pouco de persuasão e ela permitiria
Mas então ele se sentiu um canalha. Do que adiantava? Nada.
Sexo não resolvia nada.
Ele precisava manter a mante limpa e pensar no que ia fazer.

Bella acordou sozinha na manhã seguinte.
Então Edward tinha mesmo desistido dela?
E porque se sentia mal com isto? Não fora ela própria que escolhera assim?
Tentando não se sentir miserável, tentou se distrair lendo um livro e a tarde o telefone tocou e era Alice
-Olá, tudo bem? Olha, sei que prometi ir ai hoje, mas tive alguns compromissos de manhã! Agora a tarde vou as compras, uma pena que não pode ir comigo. E amanha eu estarei ai ok? Logo de manhã. Passaremos dia juntos. Não é legal?
-Alice...
-Sabia que ia gostar! Beijos!
Bella desligou ainda atordoada com Alice e então ouviu o barulho de um carro
E desta vez ela soube que era o carro de Edward.
Mas aquilo era estranho. O que ele viera fazer ali àquela hora? Será que viera dizer que ela podia ir embora? Não sabia se este pensamento a aliviava ou a amedrontava.
Ele parou o carro em frente à casa e saltou. Olhou para cima e a viu. Seu semblante não dizia nada. Então ele deu a volta no carro e abriu a porta do passageiro tirando de lá um pequeno embrulho rosa e branco
-Angelina! - Bella sussurrou colocando a mão na boca e lágrimas nos olhos.
Ele subiu os degraus que os separavam carregando o fardo precioso.
-ela esta bem?- Bella só soube perguntar, preocupada estendendo os braços automaticamente para pegar a menina do colo de Edward. Ele hesitou por alguns instantes antes de passá-la para seu colo e Bella sentiu uma pontada de dor, para logo em seguida a felicidade de ter sua filha nos braços novamente suplantar tudo o mais. Angie estava ali. E estava salva. Era só o que importava. A menina abriu os olhos e a encarou e Bella sentiu seu mundo completo de novo.
-Sim, ela esta bem. Teve alta esta manhã - Edward respondeu e Bella o encarou sorrindo, sem se importar com mais nada.
-Eu nem acredito! - exclamou - Ela esta mesmo curada?
-Sim. Terá que voltar ao médico ainda por algum tempo, mas esta bem.
-Você ouviu Angie? Você vai ficar bem. Eu não prometi que o Edward ia cuidar de você?

Ela falou estas palavras sem pensar e quando se deu conta do que estava dizendo, encarou Edward e ele a fitava de uma forma estranha. Mas não queria se preocupar com isto neste momento. Queria apenas curtir sua filha.
-Acho melhor entrarmos, está frio aqui fora. Pode fazer mal a ela - Edward falou e Bella o fitou meio encabulada.
-Você vai ficar?
-Tirei o resto da tarde de folga – ele respondeu simplesmente, abrindo a porta para ela passar. Bella entrou e Edward a seguiu.
-Nem acredito que ela esta realmente aqui! - exclamou, fitando o rostinho de Angie.
-Nem eu - ela levantou a cabeça e o encarou, ao ouvir as palavras aliviadas dele. Podiam ter um relacionamento horrível, mas uma coisa Bella não podia negar. Os dois tinham os mesmos sentimentos por Angie.
-Ela já mamou? - Perguntou a ele
-Sim, mas há duas horas
-Então é melhor preparar uma mamadeira, daqui a pouco ela começa a reclamar... - ela parou ao lembrar-se de que não tinha nada ali para alimentar um bebê – Edward, como vou fazer a mamadeira? Não tem nada aqui!
-Então temos que comprar. Vamos, tem um supermercado perto daqui. Lá a gente pode achar tudo o que ela precisa.
-Ok, então eu vou me trocar.
-Deixa que eu fico com ela – Edward estendeu os braços e Bella passou Angie para seu colo e se afastou.
Fechou a porta e encostou-se nela, fechando os olhos, fazendo uma prece silenciosa por Angie estar ali.
Correu ao guarda roupa e colocou um jeans e uma blusa, passando os dedos pelos cabelos. Eles estavam meio rebeldes. Mas porque ela se preocupava com sua aparência? Provavelmente Edward não olharia duas vezes pra ela mesmo que estivesse de peruca rosa!
Saiu do quarto e ele a encarou com um brilho de admiração no olhar e Bella sentiu-se aquecer por dentro.
-Vamos? - ele perguntou frio e ela fechou a cara. Que idiota ela era!
-Claro!

Eles saíram para a tarde cinzenta e Edward passou Angie para seus braços, acomodando-se no banco do motorista e dando partida.
Bella olhou a paisagem bonita e tranqüila que se delineava através da janela do carro, segurando Angie junto a si, que, como toda criança, ficava quietinha quando andava de carro. Bella suspirou, sentindo um contentamento insano por esta ali com Angie e com Edward.
Olhou para ele de esguelha. Ele tinha o semblante indecifrável e a atenção focada na direção a frente e ela se permitiu admirar o perfil decidido. Soltou um suspiro involuntário ao descer os olhos para as mãos fortes que seguravam o volante. Edward tinha mãos bonitas.
Angie deu um gritinho se agitando e Edward virou a cabeça. Bella corou, pega em flagrante e disfarçou
-é longe este mercado? - perguntou a primeira coisa que lhe veio a cabeça
-Não, já estamos chegando.
-espero que tenha tudo o que precisamos. Você não tem idéia do monte de coisa que estas pessoinhas pequenas consomem!
Ele deu um meio sorriso e Bella sentiu o coração disparar. Um meio sorriso era melhor que nada.
-eu imagino – ele respondeu, virando a esquerda para estacionar o carro no grande estacionamento do supermercado. - deve ter sido difícil pra você. – ele disse de repente
E Bella o encarou
-Difícil o que?
-Estar sozinha. Com Angie.
Bella suspirou. Sim, tinha sido difícil. Mas ela sobrevivera.
-Um pouco - falou evasiva.
Edward nada falou, apenas saltou do carro dando a volta e abrindo a porta pra ela.
Eles entraram no mercado e Edward pegou um carrinho
-Você vai me falando o que preciso comprar, pois não faço a menor idéia
Bella riu
-Homens! Nunca sabem de nada!
E para seu total espanto ele sorriu de volta
-e vocês mulheres sempre reclamam. Espero que Angie não fique assim - ele brincou
-ela será pior. Já que será mimada por você!

Eles riram e Bella sentiu coração dando um salto. A quanto tempo ele não lhe sorria assim, completamente relaxado? Suspirou sem querer e isto pareceu quebrar o encanto e Edward voltou a ficar sério e desviar o olhar
-Quais destas mamadeiras precisa?- ele perguntou apontando para uma prateleira cheia de artigos para bebê.
Bella respondeu e eles seguiram as compras. Mas por dentro, ela lamentava que o momento tivesse passado, pois, ansiava demais que eles voltassem a ser como antes.
Mesmo sabendo que isto era um sonho impossível.
Horas depois, eles voltaram para casa, com várias sacolas de coisas para Angie.
E não demorou muito para ela começar a chorar.
-esta com fome! – Bella exclamou - vou fazer a mamadeira
-Deixa que eu faço -  Edward de dispôs.
-Mas você não sabe fazer! - Bella exclamou incrédula
-mas terei que aprender.
Bella sentiu um aperto no peito. Sim, ele tinha que aprender, já que ficaria sozinho com Angie em breve. Bella sacudiu a cabeça para tentar se livrar da tristeza profunda que a assolou de repente.
-Você tem razão.
Edward se dirigiu a cozinha, parecendo não notar seu momento de desconforto e Bella o seguiu, passando as instruções de como se fazia o leite.
Ele passou a mamadeira pronta pra ela que colocou na boca de Angie que sugou tudo avidamente. Bella sorriu, pensando em como sentira falta de tê-la assim aconchegada junto a si.
Quando levantou a cabeça Edward a encarava e ela ficou séria
-Você não a amamentou no peito?- ele perguntou em tom acusatório
-Claro que sim! Mas meu leite secou. Acho que foi o estresse dos últimos acontecimentos depois que... eu descobri sobre a doença de Angie – Bella falou lembrando-se dos dias difíceis de angustia que passara após descobrir que a filha estava doente. - a voz foi sumindo ao dizer as última palavras e Bella sentiu um nó na garganta ao pensar em como estivera tão próxima de perder Angie.

-Mas ela esta bem agora - Edward falou e Bella constatou a emoção na voz dele. Ele também quase perdera Angie. E talvez pra ele fosse pior, pois não tivera com ela o tempo que Bella tivera.
De repente, Bella sentiu uma culpa terrível por ter deixado Edward fora da vida da filha.
Talvez ela não tivesse mesmo direito de fazer o que fez.
Eles ficaram em silêncio, enquanto a menina sugava o bico da mamadeira avidamente até o fim.
Quando ela terminou de mamar, Bella olhou para Edward.
-Você não quer segurá-la para arrotar?
Edward a pegou do seu colo e Bella reparou que ele já sabia como fazer isto
-Eu costumava ficar com ela lá no hospital - ele explicou ao ver o olhar interrogatório de Bella.
-Fico feliz que você estivesse lá com ela. Seria horrível pensar que estava sozinha, somente com estranhos
Edward a encarou e de repente a surpreendeu com as palavras que disse a seguir.
-Eu deveria tê-la mantido informada sobre Angie. Me desculpe.
Bella arregalou os olhos surpresa por ele ter noção do que tinha feito com ela ao mantê-la sem noticias sobre o estado da filha deles. Mas pedir desculpas não apagava que ele fora muito cruel.
E ela ia dizer exatamente isto a ele, aproveitando a brecha que ele mesmo tinha aberto, e chegou a abrir a boca, porém o telefone celular de Edward tocou, estridente. Angie começou a chorar e Bella apressou-se em pegá-la no colo e acalmá-la enquanto Edward atendia o celular
-Alô?
Ele ficou ouvindo o que a pessoa dizia e Bella perguntou-se quem seria
-Tudo bem. Eu já estou saindo. - ele falou e Bella sentiu-se decepcionada.
Ele desligou e a encarou
-Preciso sair. Tenho que voltar ao hospital para ver um paciente que piorou
-Tudo bem – Bella apressou-se em dizer
Ele pegou as chaves do carro sobre balcão e antes de sair virou-se para ela, sério
-Bella eu espero que...

Ela sabia o que ele queria dizer
-Eu não vou fugir Edward - respondeu irônica
-Eu espero mesmo. Pois eu te acharia até no fim do mundo.
-Sim, pela Angie, claro
-Claro - ele respondeu simplesmente e antes de sair a encarou novamente
-Vai jantar com a Tânia? - Bella não resistiu e perguntou em desafio
-Sim, eu vou.
Ele bateu a porta e Bella controlou-se para não correr atrás dele e obrigá-lo a escutar umas boas verdades. Sentindo-se péssima ao imaginá-lo com Tânia.
Encarou Angie e sentiu-se acalmar. Tinha que pensar na sua filha somente. Edward que fosse para o inferno.

A tarde caía quando Bella ouviu a campainha tocando e se assustou. Edward não tocaria a campainha. Pé ante pé ela foi até a janela e viu um caminhão parado na porta com o logo de uma famosa loja de móveis. A campainha tocou de novo e ela abriu a porta. Um entregador de roupa cinza com uma prancheta na mão sorriu pra ela
-Entrega para Edward Cullen – ele deu a caneta e Bella assinou enquanto vários homens entravam na casa carregando grandes embrulhos
-Entrega do que?- perguntou confusa
-De uma loja de bebês.
Bella ficou boquiaberta. Então Edward encomendara móveis para Angelina? Isto era uma total novidade que suplantou um pouco a raiva que estava dele por ir se encontrar com Tânia.
E horas depois ela olhou boquiaberta o quarto todo branco e rosa a sua frente. Edward não tinha só comprado móveis. Ele comprara também tudo, mas absolutamente tudo o que um bebê precisava. Desde papel de parede, módulos coloridos e cortinas. Passando por roupinhas, fraldas e até brinquedos que Angie nem saberia o que era!
Bella olhou tudo aquilo, sentindo um misto de alegria e pesar. Estava feliz por tudo aquilo ser pra Angie e estava triste ao pensar que não ficaria ali por muito tempo para ver Angie crescer.

Cansada, jogou para o fundo da mente os pensamentos incômodos e correu para pegar Angie que estava adormecida na cama de casal do quarto principal e a depositou no berço branco. Acariciou seu rostinho e sorriu. Apagando a luz do quarto, ela foi pra cozinha. Preparar um jantar que ela comeria sozinha.
De novo.
Edward, Edward, onde esta você?

Edward pensava em Bella.
Sentado numa mesa afastada de um restaurante chique, ele encarou Tânia, que discorria sobre algum assunto que ele não tinha o menor interesse. A quem estava enganando? Não queria estar ali. Queria estar numa casa a beira da praia. Na campainha de uma moça de que virara sua cabeça desde o momento que pousara seus lindos olhos castanhos nele. E junto a filha que conceberam juntos, num dos momentos de sublime rendição que tanto atormentava suas lembranças dia após dia.
Era um completo idiota. Bella o traíra de maneira mais vil possível. O usara por dinheiro. E para completar, escondera dele que tinha uma filha. Apenas para aparecer meses depois e bagunçar a sua vida novamente.
Então porque estava ali, com Tânia? Para deixar Bella com raiva? Para ela experimentar um pouco do próprio veneno?
Ele estava furioso com ela. Furioso com tudo o que ela o fizera passar. Angie fora apenas uma desculpa para mantê-la perto de si e ele poder usá-la na tentativa vã de exorcizar de vez o que sentia. Mas o feitiço virara contra o feiticeiro. Quanto mais tinha. Mais ele queria.
E o pior. Ele queria vê-la sorrindo amorosa para ele novamente. Queria ouvir sua voz melodiosa dizendo que precisava dele. Como ele precisava dela.

Depois de fazer amor com ela daquele jeito tão brutal quando chegara a casa de praia, ele sentira-se culpado e necessitado de se afastar dela, de sua presença dominadora que despertava o que havia de pior nele. Mas não conseguira ficar longe muito tempo. Simplesmente não conseguia trabalhar. Não conseguia pensar racionalmente. Pensava apenas em se consumir naquele fogo que ardia dentro dele toda vez que a tocava. Queria ouvi-la gritar em êxtase e quem sabe assim, sentir-se inteiro novamente. Então sentia raiva de si mesmo por ser tão fraco e suscetível a ela. E a tratava mal. Não conseguia evitar de agir assim. Ela era a culpada de seu tormento. E chegara até a usar a omissão do estado de Angie para puni-la. E pra que? Sentia-se um lixo depois. O pior e mais canalha dos homens. Quando ele acordara aquela manhã e a encontrara acordada e ela exigira saber de Angie ele sentiu nojo de si mesmo por ser tão egoísta. Ela era a mãe de Angie e Edward podia acusá-la de tudo. Menos de não amar a filha.
E agora Angie estava em casa. E ele sentia que seu lugar não era ali e sim na sua casa com Angie.
E com Bella? Sua consciência indagou
-O que você quer de mim, Edward?- ele voltou ao presente com a voz de Tânia.
A encarou, confuso. Sim, o que queria dela? O que estava fazendo ali com ela, se na verdade mal podia suportar sua presença?
-O que quer dizer? - ele saiu pela tangente
-Estamos aqui. Como nos últimos dias. Jantando. E você fica aí, quieto, com o pensamento longe... Esta distraído Edward. - Tânia chamou sua atenção – aliás, tenho notado você muito estranho nestes últimos dias. Distante.
Ele tomou um gole de sua bebida
-muito trabalho. Apenas isto.
Ela sorriu e tocou sua mão por sobre a mesa
-talvez devesse “relaxar” um pouco. Poderíamos ir para o seu apartamento...
-Não acho uma boa idéia, Tânia.
-Por quê?
-Por causa de Angie
-Mas ela esta no hospital!
-Não mais, teve alta hoje.
Tânia franziu o cenho
-e com quem ela esta?
-Com uma babá – Edward respondeu evasivo

Tânia o fitou com um olhar malicioso
-então se tem uma babá para cuidar dela a gente pode...
-Já falei que não, Tânia
A médica ficou séria
-sabe Edward, você está realmente muito estranho. Qual o problema?
-Não tem problema nenhum. - Edward falou irritado
Ela cruzou os braços em frente do corpo adquirindo uma expressão inquisitiva.
-Então me conte, Edward. Onde você estava ontem à noite?
-Na minha casa.
-Não, não estava. Porque eu fui até lá ontem e você não estava. E o porteiro me disse que você não aparece há dias!
Edward pensou rápido
-estou com problema de vazamento. Por isto estou num hotel.
Tânia levantou a sobrancelha
-estranho, o porteiro não me disse nada!
-por que não te interessa. Você não tem nada a ver com isto Tânia
-mas eu sou sua namorada!
-Não, não é
-porque esta falando isto, Edward? Por que me trata assim?
-é você quem cria ilusões na sua cabeça. Não eu. Sempre fui sincero com você
-Mas eu achei... - ela respirou fundo para se controlar – nós estamos saindo juntos todos estes dias e eu pensei... que tivéssemos nos entendendo.
-Pois se enganou
-eu acho que você esta escondendo algo de mim. Eu acho que você está com alguém.
-Você pode achar o que quiser - Edward respondeu friamente
-agora resta saber quem é a tal.
-não seja dramática, Tânia
-dramática? Você não quer dormir comigo. Desde que...desde aquele episódio em Paris. Eu pensei que...
-chega, Tânia! - ele olhou o relógio - preciso ir
-Mas já?
-Sim.
Tânia se levantou também
-eu vou com você!
-não vai não
-Edward, por favor eu quero te ajudar! Com certeza precisa de ajuda com Angie...
-Não preciso de sua ajuda
-então... nos vemos amanhã?
-Acho melhor não.
-Edward, por favor...
-Tchau, Tânia
Tânia acompanhou Edward saindo do restaurante com o olhar. Tinha alguma coisa muito errada. Ela só não sabia o que.

Edward estacionou o carro em frente à casa e desligou o motor. As luzes estavam apagadas e o silencio da noite só era quebrado pelos sons das ondas batendo nos rochedos. Respirou fundo. O que era aquilo? Estava com medo de entrar e encarar Bella. Ou tinha medo dos sentimentos conflitantes que o dominavam cada vez que olhava pra ela?
Ao entrar na casa, o silêncio imperava ali também. Já era tarde e Bella deveria já ter se recolhido. Como se uma força invisível o guiasse, ele caminhou até o quarto e abriu a porta lentamente. Como vinha fazendo todos os dias anteriores, ele caminhou até perto da cama. Mas agora a diferença era que aquele sentimento atordoante, misto de desejo selvagem e ressentimento não mais o guiava. Agora sentia algo mais básico, porém mais profundo. Pousou os olhos sobre a figura adormecida e estancou. Bella usava uma de suas camisas, como nos velhos tempos. O que significava aquilo? Ela dormia serenamente, os cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro, a respiração compassada fazia o peito subir e descer num movimento suave por baixo da camisa xadrez. Lembranças de outra vida, de outro tempo, voltaram com força total. Sentiu uma pontada de desejo no peito. E chegou a dar um passo em direção a cama, para saciar aquela fome que tinha dela, sem pensar em mais nada. Mas parou. Não podia mais fazer aquilo. Agora tinha mais alguém em quem pensar. Não podia mais pensar apenas em seus desejos egoístas. Angie vinha em primeiro lugar e era só o que interessava.
E para ser sincero com ele mesmo, não queria mais tê-la daquele jeito. Pensava que seria capaz de possuí-la e depois deixá-la, sem envolver sua emoção. Mas descobrira que não era capaz. Estava se afundando cada vez mais naquele jogo perigoso e sabia que nada sairia de bom daquilo. Manter-se são e longe de Bella era o melhor. Ela iria embora brevemente. Fugiria de novo e voltaria a sua vida de sempre. Provavelmente encontraria outro trouxa para enganar como fizera com ele.

O envolveria numa teia de sedução, o faria pensar que precisava dele e depois o descartaria como mercadoria usada. Como fizera com ele.
Era incrível como ainda doía mesmo depois de todo aquele tempo. Mas olhando para seu rosto sereno no sono, ele soube que não sentia mais ódio dela. Apenas um pesar profundo por não ser a mulher que ele tinha idealizado e amado. Porque no fundo, o que queria era que ela abrisse os olhos e dissesse que não iria embora, que ficaria pra sempre com ele, que tudo seria como antes. Que não haveria outro a não ser ele em sua vida. Edward sorriu tristemente. Lá estava ele sendo tolo de novo. Olhou uma última vez para ela e saiu do quarto, fechando a porta devagar.
Bella abriu os olhos ao perceber que ele tinha ido embora. Não sabendo se ficava feliz por isto ou se sentia tristeza. Estava acabado. Edward não mais faria amor com ela, a estava descartando. Provavelmente o próximo passo seria comunicar-lhe que ela deveria partir o mais rápido possível. Assim, poderia trazer a vaca da Tânia para viver com ele. Bella fechou os olhos com força ao pensar na médica pondo suas garras em Angie. Não, não deixaria isto acontecer. Não queria Tânia perto de sua filha. E falaria isto pra Edward. Ou ele aceitava ou ela era capaz de levar Angie com ela.
Claro que não queria que sua filha vivesse a mesma vida que ela. Mas também não queria que crescesse sobre a influência maléfica de Tânia. Isto ela não permitiria jamais. Lógico que não tinha nada a ver com Edward. Ele que ficasse com quem bem entendesse. Não lhe interessava se ele iria trazer Tânia para aquele quarto. Que se deitasse com ela naquela cama e fizesse amor como fazia com ela. Bella sentiu uma pontada de dor quase física ao formular em sua mente a imagem de Edward e Tânia juntos. Droga! A quem queria enganar? Morria de ciúmes só de pensar nos dois juntos. Mas o que podia fazer? Edward ficaria com quem bem entendesse. Menos com ela. Ele a odiava e achava que ela o traíra.

Se ela tivesse um pouco de juízo que fosse, iria embora dali o mais rápido possível. Partiria deixando Edward e Angie pra trás para o bem deles. Mas como conseguiria deixá-los? Era como ter que cortar uma parte de seu corpo, de seu coração.
Ouviu um choro vindo do quarto ao lado e levantou-se de um pulo, indo para o quarto de Angie. Mas estancou a porta ao ver Edward com a menina nos braços
Por alguns instantes nada fez para denunciar sua presença ali. Ele falava baixinho com Angie, tentando acalmá-la. Até que levantou a cabeça e a viu. Seus olhares se encontraram e se prenderam por alguns momentos como se o mundo parasse de girar a volta deles. Angie chorou mais alto e Bella desviou o olhar para a filha, preocupada.
-Não precisava se preocupar, eu a ouvi chorando e já vim pra cá...
-Como não precisava? Ela é minha filha também, Bella, e tenho tantas responsabilidades quanto você.
-Eu sei, mas é que... acho que fiquei tanto tempo sozinha que me acostumei a contar só comigo para cuidar das necessidades de Angie. - Bella confessou sem querer
Edward a encarou, sentindo um aperto no peito ao imaginá-la sozinha com Angie e sua expressão se suavizou e entregou Angie para ela
-O que ela tem? – perguntou
-Preciso trocá-la – Bella falou colocando a menina no trocador e retirando sua fralda – pode pegar uma fralda limpa pra mim?- pediu e Edward apressou-se em ajudá-la. Bella o fitou e percebeu seu olhar interessado e teve vontade de sorrir – quer fazer isto? – ele fez uma cara chocada – precisa aprender a trocar fralda também, doutor Edward!- Bella falou divertida e afastou-se para deixar ele trocar Angie.
E começou a rir ainda mais com as tentativas desastradas de Edward. Lembrava-se que ela mesma, nos primeiros dias com Angie, sofrera bastante até aprender tudo aquilo, já que nunca tivera contato com bebês.
-Se ela parasse de mexer as pernas... - Edward falou frustrados entanto colocar a fralda em baixo de Angie

-Tem que segurar com uma mão e colocar a frauda com outra- Bella explicou o ajudando - entendeu?
-Você falando parece simples!
-E é. Você tem apenas que pegar prática! - Bella fechou a frauda e colocou a roupa na menina. - Quando Angie nasceu eu também me assustei por ter que fazer estas coisas!
-eu imagino - Edward falou interessado em saber e Bella continuou
-eu acordava a noite apavorada quando ela chorava. Achava que ela estava doente e corria no médico... era embaraçoso - ela falou com cara de vergonha e Edward riu – e pra dar banho? Ela era tão pequena e molinha eu tinha medo de quebrá-la ao meio! Foi um horror!
-Mas você aprendeu. É uma ótima mãe Bella – ele comentou tão naturalmente que Bella sentiu o coração dando um salto e abaixou a cabeça para fitar Angie e não ter que encará-lo
-Eu fiz o que era preciso- ela deu de ombros - me adaptei ao realidade. Ela era minha filha e só tinha a mim.
-Você podia ter me procurado Bella – ele falou com uma voz ressentida e Bella sentiu de novo a culpa atormentá-la
-Me desculpa. Eu sinto muito por não ter contado a você. Mas... – ela mordeu os lábios não conseguindo continuar
-Eu sei – ele falou. Sabia que ela estava falando da maneira que tinham se separado. Mas não queria falar sobre isto. Não agora que estavam tendo uma conversa civilizada em muito tempo – mas não importa mais Bella. Tudo o que importa agora é o bem estar de Angie.
-Sim - Bella abaixou o olhar para a filha que tinha adormecido de novo – finalmente ela dormiu
Colocou a criança no berço e beijou seu rostinho rosado e ao levantar o corpo, Edward olhava a cena com um sorriso de... carinho?
Bella obrigou-se a manter os pés bem plantados no chão. Mas era bem difícil quando ele agia daquele jeito. Agora ele olhava Angie com tanto amor que Bella sentiu o coração se expandindo.

-ela parece com você - ele falou de repente passando a ponta dos dedos pelo rosto de Angie – o mesmo sorriso, os mesmos olhos, e a mesma determinação pela vida. - ele a encarou  – ela foi uma lutadora, nossa Angie, Bella. Muitas crianças de seu tamanho não sobrevivem a...
-mas ela sobreviveu. Graças a você - Bella falou com a voz embargada. Olhou para Angie e sentiu toda a emoção reprimida nas últimas semanas a ameaçar romper. Quase perdera Angie. E  só de pensar que estivera perto de não procurar Edward... ela sentia uma dor imensa a dominar.
-Obrigada - sussurrou fitando Edward
Ele devolveu o olhar e neste momento uma força invisível os unia, toda dor, todo o ressentimento, toda a historia deles até chegarem até ali.  Bella sentia que iria desabar a qualquer momento e sem mais conseguir se conter, se afastou quase correndo.
Mas Edward a seguiu e no corredor e a chamou
-Bella...
Ela se voltou para encará-lo
-Edward eu... eu pensei em nunca lhe contar sobre Angie, mesmo quando descobri que ela estava doente, eu... - Bella não conseguiu terminar e rompeu num soluço agoniado.
No momento seguinte, Edward se aproximava dela com passos largos e segurava seu ombro
-Bella, olha pra mim- ele pediu e ela o fitou – a culpa não é sua.
-Mas podia ter sido. Você não entende? Eu tinha medo de encará-lo novamente e por isto escondi Angie de você!
-Mas você veio ate aqui e fez a coisa certa. Angie esta fora de perigo
-Se ela tivesse... eu acho que eu morreria... - Bella deixou todo o medo que tinha mascarado romper num choro convulsivo.
Edward trouxe o corpo trêmulo de Bella para junto de si, a abraçando. - eu sinto muito - ela sussurrou com a voz abafada de desespero e dor e Edward sentiu-se atingido diretamente no coração. Segurou o seu rosto e a obrigou a fitá-lo através da lágrimas

-Shi... - ele passou os dedos pelo seu rosto secando suas lagrimas, Sentindo sua dor como se fosse a sua própria. – shi... esta tudo bem, Bella, esta tudo bem...
Ela sacudiu a cabeça atormentada e então Edward tocou seu rosto com os lábios secando suas lagrimas com beijos curtos.
-Edward... - ela sussurrou seu nome do fundo da alma, num misto de emoção e dor e então ele deslizou os lábios até sua boca trêmula e a beijou. Ele tinha intenção apenas de acalmá-la, mas a partir do momento que seus lábios se encontraram o dique que segurava as emoções se rompeu e ele aprofundou o beijo, com um gemido rouco.
Bella deixou-se beijar, as mãos crispadas em sua camiseta, querendo apenas aplacar aquela angustia que tinha dentro dela. E sabia que somente ele poderia fazer isto. Fazê-la esquecer de sua dor, porque sofria não só pelos erros do passado, mas também por que sabia que mais dia menos dia teria que partir e deixar ele e Angelina para trás. E ela não sabia se sobreviveria a isto. Desesperada, subiu os braços para enlaçar sua nuca, beijando-o com urgência. Ele a encostou na parede do corredor, as mãos segurando seu rosto, como se ela fosse de afastar. Como se isto fosse possível...
As bocas se se pararam e ele encostou a testa na sua, a respiração ofegante como a dela e Bella abriu os olhos lentamente o fitando através da névoa de desejo e dor
Naquele momento o que os ligava era tão profundo e ao mesmo tempo tão frágil que ela sentia a tensão quase palpável no ar. Era diferente das outras vezes que ele a tinha beijado nos últimos dias. Naquelas vezes ele a beijava como forma de punição, com o intuito de satisfazê-la e feri-la ao mesmo tempo. Mas agora não havia mais nada entre o desejo cru que os unia.
Edward viu refletido em seu olhar os mesmos sentimentos que havia nos seus.
A desejava. Deus, como a desejava. Sabia que tinha prometido não mais entregar-se ao que sentia por ela. Mas não conseguia evitar. Era como deixar de respirar.

A atmosfera mudou pouco a pouco, uma tensão sexual se instalou como uma bomba relógio entre eles. Bella sentia dificuldade de respirar, o sangue corria mais rápido nas veias e o coração martelava enlouquecido no peito. As mãos dele estavam em seus cabeços como as garras afiadas de um tigre. Sentia a ereção exigente de Edward contra o ventre e ondulou o corpo quase que imperceptivelmente contra o dele, num movimento mais antigo que o tempo. Ele gemeu e pousou o olhar febril sobre ela, a queimando por dentro.
-Não precisa fazer isto - ele disse roucamente. E Bella sentiu-se derreter, pois sabia o que ele estava dizendo. Ele a estava colocando nas mãos dela a escolha de prosseguir ou não. Se fizessem amor agora não seria como antes. Ele não mais queria puni-la. Não existia mais o desejo de vingança. Seria pura paixão.
-mas eu quero - Bella sussurrou perdida e com um gemido rouco, ele a pegou nos braços e a levou para o quarto.
E, como intuíra daquela vez era tudo diferente. Era como tinha sido um dia entre eles. Ele a pousou no meio do quarto a meia luz. As mãos se ocuparam em abrir os botões da camisa que a cobria e só então Bella lembrou-se o que estava vestindo. Tinha feito aquilo sem pensar, quase que instintivamente, para aplacar a falta que sentia dele.
Ele puxou a camisa por sobre os ombros, a desnudando completamente, expondo seu corpo ao olhar ávido.
-Você é a mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida - ele murmurou e Bella sentia como se fosse a primeira vez que ele a estivesse vendo nua, o corpo se aquecendo como uma flor ao sol.
Edward levou a mão à camiseta para tirar as próprias roupas, mas Bella o impediu
-eu quero fazer isto .
Ele não ofereceu resistência e ela puxou a camisa por sobre sua cabeça. Sem se conter, deslizou as mãos por sobre o peito liso, pousando a palma onde batia seu coração e beijou seu ombro, sentindo o gosto salgado de sua pele contra a língua.

-eu quero provar você - sussurrou descendo os lábios sobre o peito forte, passando pela barriga plana, Os músculos se contraindo sob seu toque, as mãos se imiscuíram pela barra da calça e a tirou.
Contemplando aquele corpo masculino perfeito, a ereção pulsante se destacando num nicho de pelos escuros, ela arfou, sentindo um desejo úmido se instalar no meio de suas pernas, onde ela morreria para ele estar mais uma vez. E sem conter-se segurou a carne rija contra os dedos delicados e provou-o, deslizando os lábios sobre sua extensão macia. Ouviu Edward gemer e levantando a cabeça o fitou com desejo, os cabelos despenteados, o rosto vermelho e os olhos flamejantes.
-faça amor comigo Edward – pediu num sussurro.
Ele a levantou e a colocou na cama, cobrindo sue corpo com o dele, as mãos que se movendo ansiosas por sua pele em chamas. Ele cobriu seu pescoço com beijos úmidos, descendo até os seios que se intumesceram apenas com seu olhar. Ele tomou os dois montes com as mãos em conchas levantando-os, enchendo as palmas, para então abaixar a cabeça e lamber o mamilo de devagar e depois sugá-lo avidamente, um após o outro até Bella gritar enlouquecida, arqueando o corpo, querendo que ele não parasse nunca mais.
-eu não vou parar - ele respondeu e ela percebeu que tinha expressado seus pensamentos em voz alta. Mas não se importou. Nada importava a não ser o desejo febril que a percorria de cima a baixo e a emoção sem limites que a fazia querer aconchegar-se a ele e nunca mais soltar. Queria saborear aquele momento com ele, queria guardar na memória seu toque, seu cheiro, seu gosto. Gemendo, o puxou para si, colando seus lábios, a língua invadindo a boca masculina num beijo profundo, querendo transmitir através daquele beijo todo o amor que sentia. Ele levantou a cabeça e a encarou intensamente. Bella sentiu-se engolfada num mar de águas profundas que a puxavam cada vez mais para o infinito. Os corações batiam no mesmo ritmo alucinado.

Os corpos se entendiam e se completavam sem precisar de palavras. Ela fechou os olhos, dominada por uma emoção sem tamanho que ameaçava explodir no peito
-Abra os olhos, Bella – ele pediu gentilmente e ela o atendeu. Ele prendia o olhar no seu, sem jamais parar de fitá-la enquanto se moviam no mesmo ritmo envolvente, numa entrega mútua que os levou a um clímax arrebatador onde Bella segurou-se nele, enterrando as unhas em seus ombros, sentindo o corpo se desintegrar em mil pedaços e as emoções fugindo completamente do controle
-eu te amo! - gritou sem se importar com mais nada.
Depois de um tempo.  Edward rolou para o lado a livrando do peso de seu corpo, mas não a soltou. Não a soltaria nunca mais. Não adiantava esconder dele mesmo que ainda a amava demais. E jamais deixaria de amar. Se depois de tudo o que tinha acontecido este sentimento ainda era imutável, então nada o faria esquecê-la. E na verdade ele não queria esquecer. Queria que Bella ficasse ali, com ele, onde era o seu lugar, para sempre. Não importava mais o que tinha acontecido no passado. Quando faziam amor ela confessara que o amava e Edward acreditava. O que os unia era mais forte do que tudo.
E tinha Angelina. 
Não, ele não deixaria Bella partir desta vez.
Bella sentia-se plena. Sim, tinha sido como nos velhos tempos. Sem nada há os governar, apenas a paixão mutua. Mas no fundo uma voz sussurrava que nem tudo era perfeito. Edward ainda achava que ela o traíra. E ela ainda era quem era. Fechou os olhos com força, para bloquear os pensamentos ruins
-eu sinto muito – sussurrou contra seu peito.
Edward sabia que ela não estava pedindo desculpas por agora e sim por tudo o que tinha ocorrido entre eles.
Ele a abraçou com força e beijou seus cabelos
-Durma, Bella. Amanhã é outro dia.
Embalada por seus braços, Bella se esqueceu de tudo e adormeceu.

Acordou atordoada. O dia estava cinzento e ela sentiu um braço sobre sua cintura. Então se lembrou de tudo o que tinha acontecido. Virou-se e ficou observando Edward dormir.
Adorava observá-lo. Mas foi interrompida por um choro de bebê. Saiu da cama e vestiu-se rapidamente indo ver Angie que parou de chorar assim que a viu
-Bom dia, querida!- ela pegou a menina no colo. Trocou suas fraldas e a amamentou. Angie dormiu.
Voltou para o quarto e Edward ainda estava dormindo. Deitou ao seu lado, mas com o movimento do colchão ele acordou
Bella o fitou meio apreensiva; E agora? O que iria acontecer?
Mas antes que ele falasse qualquer coisa, o celular tocou. Edward pegou o aparelho do lado da cama , escutou o que a pessoa do outro lado falava e então desligou
-Precisa ir não é? - indagou
-Sim, eu preciso – ele saiu da cama e entrou no banheiro
Bella também saiu da cama e vestindo indo para a cozinha
Estava preparando um café quando Edward entrou
Ele apenas a fitou
-Preciso mesmo ir
-Tudo bem
-Bella, precisamos conversar
-Edward...
-Mas não agora... Quero que me prometa... que estará aqui quando eu voltar
Ela o encarou. Sem saber se poderia prometer isto
Mas como ela podia ir? Como deixar Angie?
Como deixar Edward?
-Eu prometo. – se viu respondendo – não vou a lugar algum Edward
E para sua surpresa, ele se inclinou e a beijou, antes de sair pela porta
Bella ouviu o barulho do motor se afastando e logo em seguida um telefone tocando.
Era Alice.
Bella tinha se esquecido completamente da irmã de Edward
-Apenas para avisar que estou indo, ok?
-Alice...
-Estou com o carro cheio de compras. Você vai amar! - ela deu uma risadinha – verdade que Angie esta aí com você?
-Esta sim

Que linda! Estou levando vários presentes para ela também. Será o dia das meninas! Vamos nos divertir muito! Até logo Bella
Bella desligou o aparelho e sorriu.
Em seguida pegou uma caneca de café e foi para a varanda. Precisava de um tempo sozinha para por os pensamentos no lugar. O mar estava agitado e ela sentou-se no banco de madeira. O céu cheio de nuvens enunciava uma tempestade.
-Edward – sussurrou seu nome contra o vento, fechando os olhos, lembrando da noite passada.
Ele era o homem da sua vida, mas ela jogara fora o que tinham com mentiras. Respirou fundo. Era hora de contar a verdade a ele. Não sabia o que seria do futuro. Nem sabia se poderiam ter um futuro. Mas precisava contar tudo a ele. Sorriu, sentindo que um peso era retirado de suas costas com esta decisão e levantou-se e então estacou horrorizada. A caneca de café caiu de suas mãos espatifando no chão
-Olá Bella
Laurent e Victória estavam parados a sua frente.

continua


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