Interlúdio escrita por Ju Dantas


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá

Espero que gostem da fic e comentem sempre!

Se tiverem alguma duvida podem me add no twitter

@jurobsten

bs!!



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Edward estava sentado na sua mesa, contemplando o horizonte que se delineava através das janelas panorâmicas do seu consultório. O pensamento bem longe da dali, da agitação do Hospital Geral de Chicago em plena manhã de outono. Olhava fixamente as formas dos prédios vizinhos, mas na verdade ele nada via. Estava pensando na sua vida, em tudo o que construíra em sua carreira na medicina. Sorriu para si mesmo, voltando a contemplar o luxuoso consultório. Sim, ele tinha conseguido tudo o que um jovem médico gostaria de ter: status, um ótimo emprego, sucesso. Era um médico brilhante, o sabia, e amava o que fazia. A medicina era sua vida e não a exercia por dinheiro ou status, exercia por paixão. Mas ultimamente estava sentindo um vazio no peito. Faltava algo. Ele só não sabia o que. Passava a maior parte do tempo ali, naquele hospital a voltas com emergências e cirurgias e sobrava pouco tempo para a vida pessoal. Era dono de um luxuoso apartamento nos arredores da cidade, mas quase nunca estava lá. Amigos, tinha poucos, a maioria médicos e funcionários do hospital mesmo, e amores, bem, ele não tinha tempo para isso. É claro que saía com mulheres, muitas vezes bonitas, inteligentes e independentes que acabavam sempre desistindo dele, reclamando que ele gostava mais de medicina do que delas. E ele, sinceramente não se preocupada com isso, por que no fundo, sabia que era verdade. A medicina era sua vida, vivia para isso e estava satisfeito. Porém, de novo aquela sensação de vazio, de solidão. Será que deveria seguir os conselhos de sua mãe e tirar umas férias? Ele não tinha a menor vontade de ir à parte alguma, muito menos viajar e ficar o dia inteiro sem ter nada pra fazer. Isso não era para ele, definitivamente.
Seu momento de introspecção foi interrompido por uma batida na porta. Ele girou a cadeira, a enfermeira chefe estava ali
- Doutor Edward, temos uma emergência

Edward levantou-se e correu para o PS , a mente já focalizando nos pacientes que teria que atender e nestes momentos ele sentia a adrenalina tomando conta de seu corpo e percebia que nada, nada era mais importante do que isso. O resto era bobagens.
Lavou as mãos e seguiu a enfermeira, o pessoal do resgate trazia a maca para a sala
- O que temos? – ele perguntou enquanto vestia o jaleco
- Mulher, aparenta uns 20 anos ou menos, sem identificação, ferimento a bala no abdômen, em cima do epicárdio seguida de uma batida de carro, ela teve duas paradas cardíacas a caminho daqui. – o policial respondeu
-Ok, vamos trabalhar! – Edward mobilizou a equipe e foi até a moça acidentada –virando-se para o residente – mantenha o colar firme – olhou de novo para o resgate – como aconteceu?
- Ela estava fugindo da policia – o moço respondeu ressabiado. Edward olhou de novo para o rosto acidentado da moça. Mesmo por baixo de todo o sangue e arranhões dava para perceber que ela era jovem. E bonita. Por que será que ela estava fugindo da policia? Examinou a ferida, estava feia. Tinha que retirar a bala senão iria infeccionar.
A enfermeira chamou sua atenção para o monitor
- Pressão sanguínea caindo.
Edward olhou o monitor
- temos que entubá-la – ele passou a ordem, mas no final ele mesmo acabou fazendo
- Dr. Sheppard , pressão sanguínea 80 por 60 – a enfermeira chamou de novo
- Ok, preciso de uma seringa grande! – Edward pediu – você, faça pressão
-18 por 68 sem pressão radial
- Eu sei! – Edward respondeu seco
Edward trabalhava rápido, e dava ordens para a sua equipe, voltou-se do novo para o policial
- Ela estava dirigindo? Estava sozinha?
- Sim...
- Pulmões inundando
- Droga! – Edward percebeu que a estava perdendo.
Olhou o monitor e percebeu que o coração parava.

- Desfribilador, agora! – gritou
- 1,2,3 – choque
- Nós a estamos perdendo – A enfermeira dizia, mas ele não desistia.
Olhou para aquele rosto tão jovem e pálido e soube que não poderia perdê-la
- Dr. Edward – o residente o chamava
- Afasta-se - ele pediu e começou o procedimento de massagem cardíaca com as próprias mãos
- Vamos, reaja! – ele batia em seu peito
A equipe tinha parado em volta, fazendo silêncio e se entreolhavam,
Mas ele continuou
- Vamos, viva!- E quando mais ninguém tinha esperança, o monitor voltou a mostrar os batimentos cardíacos.
- pressão sanguínea se estabilizando – alguém falou
Edward respirou aliviado e a equipe voltou a trabalhar. O Doutor Edward Cullen tinha conseguido novamente.
- Preciso retirar a bala, a prepare para a cirurgia! – ele pediu e daí por diante era só trabalho.

**
- Leve-a para a UTI e a mantenha estabilizada - ele pediu e os enfermeiros se preparavam para levá-la quando sem aviso, ela voltou a si
- Doutor Edward – a enfermeira o chamou e ele se voltou. A moça tinha o olhar perdido, que tentava focalizar as pessoas a sua volta.
- Fique calma - ele pediu suavemente ao vê-la agitada – você esta no hospital , estamos cuidando de você
Ele viu incríveis olhos castanhos se deterem nele e sentiu uma estranha emoção, era como se aqueles olhos enxergassem através dele, dentro de seu âmago e não conseguiu desviar o olhar.
-Doutor Edward? –a enfermeira o chamava a sua atenção para ele dizer o que fazer. Com muito custo, desviou o rosto e deu a ordem para levá-la. Ainda se permitiu um último olhar, mas a enfermeira já aplicava o sedativo e ela deslizava para o sono.

**

Bella sentia dor, muita dor. Tentou abrir os olhos, e por um momento não conseguiu e quando finalmente os abriu enxergou só a escuridão. Sentiu o coração batendo forte em pavor, mas pouco a pouco foi focalizando as luzes, que de tão fortes, a fizeram cerrar os olhos novamente. A dor de cabeça era grande, sentia como se tivessem martelando todo o seu crânio. Tentou mexer a mão e os pés e apesar da dor intensa, conseguiu se mexer, bem, pelo menos não estava paralisada. Ousou abrir os olhos novamente e enxergar através da luz difusa, olhou em volta, parecia estar num quarto de hospital, sentia a boca seca e uma leve sensação de enjoou, mexeu a cabeça para os lados e tentou falar mas a voz não saia, então percebeu uma movimentação do seu lado direito e um homem se aproximou da cama
- Não tente se mexer. – ele tinha a voz macia. Bella olhou para ele e o reconheceu. Já o tinha visto antes. Mas aonde? Então lembrou-se: a fuga, o acidente e acordara numa sala de emergência e este mesmo homem a olhara de maneira intensa. Tentou falar de novo, mas a voz não saía.
-Fique calma, você esta num hospital. Sofreu um grave acidente, mas vai ficar tudo bem - Bella podia sentir ele examinando seu corpo e tentou protestar e ele percebeu.
- Eu sou o Doutor Edward Cullen, médico deste hospital – ele falava com ela como se falasse com uma criança, com a voz macia e calma e Bella realmente sentiu-se acalmar e fechou os olhos. Doutor Edward Cullen, ele dissera. Abriu os olhos novamente e desta vez o examinou atentamente. Ele era jovem, foi a primeira coisa que percebeu. Os olhos que a examinavam eram de um verde dourado e transmitiam confiança. As mãos eram fortes e firmes e ele também era alto, tinha os cabelos cor de areia despenteado. Era bonito, pensou distraída e teve vontade de sorrir com este pensamento, mas até isso estava difícil.

- tente descansar – ele parecia ter terminado seu exame minucioso e sorriu para ela, e apesar de toda a dor ela sentiu-se aquecer com aquele sorriso. Ele era verdadeiramente lindo. – Eu volto mais tarde para ver como esta.
Bella teve vontade de pedir para ele ficar, mas percebeu o ridículo deste pensamento. Porém, não teve tempo de analisar mais nada, por que já deslizava para a escuridão do sono.
**
Quando Bella acordou novamente, estava um pouco desorientada, por um segundo não soube dizer onde estava. Mas então lembrou-se. Estava no hospital!
Olhou pra janela e viu que estava escuro, devia ser madrugada. Sabia que tinha sofrido uma cirurgia de emergência, mas não podia ficar ali
Ela não podia se esquecer que estava em fuga.
Levantou-se com todo o cuidado, tirou o soro e foi até a porta. Olhou pelo visor e viu que tinha um policial de plantão na porta. Teria que esperar até que ele saísse de lá.

Não demorou muito, o policial de físico pesado, era do tipo que não ficava sem café. Bella aproveitando-se disso, saiu de fininho pela porta e foi na direção contraria do homem da lei. Precisava de roupas, afinal chamaria muita atenção se fosse vista nos trajes do hospital. De repente ouviu uma confusão, sua fuga tinha sido descoberta, então decidida, pegou o primeiro instrumento cortante que encontrou, um bisturi e seguiu rumo ao estacionamento do hospital.
Se escondendo entre os carros, localizou alguem que aparentemente estava pronto para partir depois de um dia de trabalho. Pé ante pé foi em sua direção e o agarrou com uma chave no pescoço, o homem tentou reagir e ela disse:

- Nem pense nisso! - e encostou o bisturi em seu pescoço - Não quero feri-lo, entre no carro, devagar, isso não vai demorar muito.
Qual sua surpresa quando o homem virou e se deparou com os olhos dourados que a haviam examinado tão profundamente nos seus momentos de lucidez durante a cirurgia.

- Você? - Perguntou assustada - Não quero que pense que sou ingrata! Mas isso é uma emergência. Prometo que se você colaborar, nada de mal irá te acontecer.

- Você não deveria estar fora do hospital. A cirurgia que fez pode se romper, você precisa de cuidados.
-O que eu preciso é fugir daqui! Vamos doutor! Não me enrole e entre no carro.

Edward não acreditava no que estava acontecendo, tinha marcado um encontro, mas agora estava ali, preso num carro com uma fugitiva lunática. Realmente seus planos tinham ido por agua abaixo.

- Para onde você quer ir? - Perguntou, tentando manter a calma.
- Apenas dirija.

Depois de uma hora dirigindo por uma estrada sem movimentação. Edward percebeu que ela não tinha a menor noção de onde ir. Percebeu pelo canto do olho que ela estava com dor, pois toda hora levava a mão sobre o ferimento, olhou mais atentamente e viu que o mesmo estava sangrando. Então parou o carro com brusquidão, o que a assustou.

- O que foi? Continue dirigindo, não quero feri-lo mas o farei se você não me der alternativa.

- Se você não percebeu, seu ferimento se rompeu, você precisa de tratamento agora, se não quiser passar por uma transfusão.

Dizendo isso, pegou sua maleta no banco de trás do carro e disse:

- Tire a blusa.

Bella ficou sem ação diante de tanta determinação.

- Eu sou médico esqueceu? Não vou assediar uma moça com um bisturi na minha garganta.

Sem graça, ela fez o que ele mandou, como estava com a roupa do hospital, ou seja uma camisola, teve que ficar somente de calcinha diante daquele desconhecido. O ferimento era um pouco abaixo do seio direito. Bella cobriu-os com as mãos e se virou pra ele. Percebeu constrangida que ele mal olhava para sua nudez, toda sua atenção estava focada no ferimento. Não sabia dizer por que mas isso a irritou profundamente. Ele não era um aproveitador afinal.

Edward fazia um esforço enorme para se concentrar no ferimento, quando tinha seus seios de pele alva tão próximos a seu rosto. Nunca tinha acontecido isso com ele antes. Sempre fora profissional ao extremo. Não entendia o porquê de aquela moça o perturbar tanto.
Conseguindo estancar o sangramento, Edward ainda se demorou um pouco mais que o profissionalismo permitia, a pele dela era extremamente macia e branca. Não sabia se era o fato da adrenalina de ser refém de uma fugitiva, ainda mais uma bela fugitiva, mas o fato é que estava ficando embaraçado. Olhou para cima e percebeu que ela havia notado que ele estava se demorando mais que o necessário, e isso o deixou extremamente sem graça.

Então se levantou rapidamente e disse:

- Pronto! Pode se vestir!

- Tem certeza doutor? - ela disse com um ar zombeteiro - Talvez queira examinar mais alguma coisa.

- Não! Talvez os pontos infeccionem, vou te dar uma injeção pra dor.

Saindo daquela nevoa estranha que a envolvia, Bella se vestiu rapidamente e disse:

- De jeito nenhum! Preciso ficar lucida!

- Você vai conseguir por no máximo 10 minutos, mas vai desmaiar de dor.

- Então você vai me levar para algum lugar seguro. Dirija!

Assim Edward o fez, mas ficou atento a movimentação da moça, sabia que a qualquer momento ela perderia os sentidos. De repente ouviu um som de dor agoniante. Parou o carro e viu que ela estava sofrendo. Se inclinou até ela que estava se contorcendo de dor e tentou acalmá-la.

- Calma! Calma! Vou cuidar de você!

- Não deixem que me peguem! Por favor! - ela estava extremamente agitada e se debatia em seus braços. - Por favor! Não deixe!

- Não deixarei! - Edward disse para mantê-la calma.

- Prometa!

- Estou dizendo que não deixarei!

- Então prometa!

Diante daquele olhar suplicante, onde Edward viu fragilidade, soube que estava perdido, nunca voltava atrás em uma promessa, e tinha certeza que essa o colocaria em uma enrascada sem fim. Mas não soube o que o levou a dizer, mas se pegou contente por dizer.

- Prometo!

Dizendo isso ela desmaiou em seus braços e ao aconchegá-la em seu peito, sentiu que a enrascada era bem maior do que podia supor.

continua


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