Ops Desculpe! escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 16
Deveria dizer "obrigado"? - parte 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/139147/chapter/16

Capítulo 13 – Deveria dizer “obrigado”?

Pov’s Autora:

         Ninguém soube realmente quando começou. Era noite, e lá deveria ser o lugar mais escuro de toda a Europa.

         Azkaban era um lugar que ninguém desejaria estar, e Tiago Potter se perguntava até agora por que, entre todos os aurores no Quartel, tinha que ser justo ele a fazer ronda hoje. Claro que existiam, sim, pessoas para isso, mas, desde que a guerra explodira – por assim dizer – mandavam, pelo menos, um auror para lá.

         Os dementadores passavam entre as celas, sugando a felicidade – que Tiago duvidava que esses Comensais nojentos tivessem – dos prisioneiros.

- Rugson – cumprimentou Tiago, um tanto indiferente, admitia.

         Albert Rugson era o que cuidava de Azkaban, deixando as pessoas entrarem e saírem. Tinha uma aparência de alguém constantemente aborrecido, e todo mundo dizia nunca o ter visto sorrir. Ele o cumprimentou com somente um aceno de cabeça.

         Tiago decidiu que não conseguiria mais ficar propriamente dentro daquele buraco que era Azkaban, então, passou pelas enormes portas negras da prisão. A ilha em que ficava situada Azkaban era pedregosa, e para sair da prisão através dos barcos, era necessário descer com cuidado entre as pedras, se não, você ganhava uma passagem para o St. Mungus.

         O moreno Potter já pensava que ia cavar um buraco no chão, de tanto andar para lá e para cá, quando uma espécie de portal vermelho se abriu, de repente.

         Girava numa espiral que parecia não ter fim, misturando as cores vermelho sangue, preto e verde escuro. Era esquisito e atordoante. Enquanto esperava ver o que ia sair dali, foi pegando a varinha presa ao cinto. Algo não lhe cheirava bem ali.

         Então, voltamos ao ponto em que se instaurou o caos. Dementadores flutuavam pelo céu, indo embora, parecendo pouco se importar com os bruxos que fugiam. Os Comensais, aqueles que minutos antes estavam presos, corriam para fora da prisão, atirando-se ao mar para sair de Azkaban, ou – os mais espertos, idiotas – aparatavam, se ainda tivessem forças.

         Tiago há esse ponto, não poderia chamar ninguém do Quartel de Aurores, seria loucura, como levar todos para a morte eminente. Estava com um feitiço da desilusão, que tinha logo tratado de por em si mesmo quando a confusão apareceu, e chegou à conclusão que não ter chamado ninguém foi uma boa idéia – quando viu o que saía daquele portal esquisito.

         Era como uma besta irracional. Tinha pelo menos seis metros de altura – e Tiago não conseguia imaginar como descrever aquilo quando o perguntassem. Tinha quatro patas e era peludo, pêlos cor de vinho e alguns riscos esquisitos pretos. Corria meio curvado, o que não diminuía sua altura imensa. Seus olhos eram imensos, e sua íris parecia assumir um estranho tom florescente de verde. Ele bufava e rosnava, ou algo do tipo.

         As pessoas boas que cuidavam de Azkaban – que eram somente em torno de dez entre vinte e duas –, logo se apavoraram ou souberam que era uma batalha perdida, e aparatava.

         Tiago, ainda desiludido, e, só para garantir, escondido entre rochas, viu que essa confusão era só mais uma entre a nova série de confusões que viria. E ele sabia bem o motivo: os filhos de Comensais e os Comensais iniciantes tinham falado ao seu lorde que Harry Potter havia voltado.

= X =

FUGA EM MASSA EM AZKABAN!

         Foi a primeira coisa que os olhos de Hermione Granger bateram quando pegou o Profeta Diário, que sempre recebia, na segunda de manhã. E ela sabia que, enquanto olhava seus amigos conversando animados na mesa, que nenhum deles tinha visto o jornal ainda.

         É que Hermione sempre recebia o jornal e falava o que acontecia, então, não faria sentido seus amigos também receberem. Mas ela hesitou em contar. Com certeza a notícia já se espalharia antes mesmo do primeiro sinal tocar, mas... Não parecia uma boa idéia contar com Alicia presente.

         Se tinha uma coisa que Hermione era, era ser observadora. E, depois de vários anos observando sua amiga Alicia, chegou a conclusão que ela ainda tinha sede de vingança por Voldemort ter matado Harry, mesmo que ele tenha voltado.

         E, contar que todos os Comensais que estavam presos, fugiram, não parecia uma boa idéia. “Com certeza eles irão matar mais pessoas!” Hermione já podia imaginar sua amiga xingando.

         Suspirando, viu que não tinha mais escapatória quando Rony perguntou:

- E aí? Alguma morte? – o mínimo de tato, nota-se.

         Hermione revirou os olhos: - Que gentileza, Ronald.

- Qx oi? – reclamou Rony, com a boca cheia de ovos mexidos e bacon.

         Mas a morena ignorou isso e falou:

- Houve uma fuga em Azkaban.

         O clima na mesa tornou-se tenso. Alicia sentia seu ser queimar, raiva, seu corpo todo borbulhava num caldeirão de raiva. Respirou fundo, tentando-se acalmar, o suficiente, pelo menos, para perguntar:

- Quem fugiu?

         Hermione engoliu seco, sabia que Alicia entendia que não era culpa dela, mas viu os olhos azuis céu da amiga ficarem um pouco mais escuros, o que era preocupante.

- Bom... Todos os prisioneiros – murmurou quietamente Hermione.

         As jarras de suco de abóbora que todas as mesas possuíam, explodiram juntas, jorrando suco para tudo quanto é lado. Algumas pessoas que seguravam se assustaram. Outras próximas das jarras saíram encharcadas de suco. O grupo de Grifinórios ficou estranhamente seco, mas ninguém percebeu no meio da confusão. Ou pelo menos, quase ninguém.

- Al – tentou chamar Harry, mas a ruiva já saía do Salão Principal pisando duro.

         O moreno suspirou. Seria um longo dia.

Pov’s Alicia:

         No segundo que virei o corredor que não dava mais vista para o Salão, fiz o vôo da fênix, irritada demais para perceber que não tinha me transformado numa fênix antes de fazer isso.

         Sei no instante seguinte estava esparramada em um sofá vermelho no Salão Comunal da Grifinória. Olhei para a lareira, e ela de repente irrompeu em chamas, como aconteceu um dia com Harry.

         Harry.

         Comensais tinham fugido de Azkaban... Fugido. Poderiam matar mais pessoas, poderiam fazer muitas pessoas sentirem o que eu senti. Com a morte de um amigo, de um irmão, pai, mãe, ou o que fosse.

         E tudo era culpa daquele monstro, de Voldemort. Por que esse cara de cobra não aceitou, simplesmente, que tinha morrido? Por que tem que ser tão egoísta a ponto de matar para criar aquelas... Horcruxes idiotas.

         Minha pele queimava só na menção desse nome, eu sabia que parecia tolice para outros, que morrem de medo, mas eu sentia uma enorme vontade de estar frente a frente com aquele cara de cobra. Uma vontade irracional sabia que morreria se isso acontecesse, mas... Não conseguia reprimi-la.

         Senti alguém acariciando meus cabelos e sentei assustada. Meus olhos bateram nos olhos esmeralda de Harry, que me olhava sorrindo.

         Por alguns segundos, sua aparência mudou. Mas a imagem se repetiu na minha mente. Os cabelos revoltos ficaram mais negros do que de costume, os olhos ficaram como ouro derretido, a pele ficou um pouco mais branca – num branco bonito, só pra constar.

- Oi Harry – consegui falar depois de alguns instantes. E fiquei contente que minha voz tenha saído normal, sem aquela raiva que estava acumulada.

         Harry suspirou sua aparência já de volta ao normal, o que significava que eu encarava aqueles olhos verdes que me perseguiram em sonhos freqüentes depois que ele tinha morrido – pelo menos, eu o tinha de volta.

- Al, sei que não ficou contente – calma, Alicia, calma... Contente? – mas, por favor, não fique assim.

- Como não ficar assim, Pontas? Com raiva? Se sentindo impotente? – perguntei frustrada – Não consigo, simplesmente, não consigo.

- Imaginei que você fosse dizer isso – ele sorriu – Posso estar aqui há pouco tempo, mas observei você tempo suficiente para entender como você se sente.

         Ele me observou? Isso... Isso é bom, não? Quer dizer, ele repara em mim...

- E, como eu me sinto? – perguntei, sentando-me melhor do sofá, dando espaço para ele sentar-se ao meu lado, o que ele fez prontamente.

         Fiquei surpresa quando ele colocou minha cabeça no seu colo, e, enquanto explicava, voltava a acariciar meus cabelos ruivos.

- Os sentimentos são uma coisa engraçada, sabe – ele começou, e eu vi um tom de quem ia dar uma longa explicação – Às vezes, são coisas irracionais, e que quando nos perguntam “por que”, não temos resposta.

         Ele ainda sorria. Tentei concentrar meus olhos nos verdes dele. Ele voltou a ter aquela aparência – cabelos pretos mais escuros, olhos dourados, pele mais branca. Só que dessa vez continuou com ela.

- Eu me pergunto, às vezes, se a raiva não é como o medo. Quando sentimos medo de altura, não sabemos por que, é uma coisa que não entendemos. Só sentimos. E é por isso que me pergunto se a raiva não é parecida. Só sentimos. Ou você poderia me explicar por que sente tanta raiva de Lord Voldemort?

         Me senti frustrada. Ele estava certo – que mania que ele tinha de sempre estar certo.

- Bem... Porque ele te matou... Mata pessoas... Ah... Não sei – resmunguei de qualquer jeito.

         Harry sorriu vitorioso, olhando pela janela, enquanto quebrava o contato com nossos olhos. Sua aparência voltou ao normal.

- Posso te fazer uma pergunta? – indaguei para ele, curiosa sobre um fato.

- Isso já foi uma – um sorriso bonito ainda brincava em seus lábios – mas pode.

- Quando foi que você ficou tão... Pensador? Quero dizer, quando éramos criança você era mais “fazer primeiro, pensar depois”, entende?

         Ele riu – uma risada leve e deliciosa, que me fez sorrir.

- Eu acho que só pode ter sido quando perdi a memória, certo? Afinal, não consigo lembrar-se da minha infância. Mas, você gosta? – ele sorriu galanteador.

         E eu me senti derretendo. Isso era uma cantada, uma indireta, alguma coisa? Pontas fez isso por que quis ou foi inconscientemente? Ah, bom, não importa, eu me derreto todinha – ain, que deus grego! Pensando bem, eu estou com a cabeça no colo desse deus grego, ele está ACARICIANDO meus cabelos, enquanto me canta. Poderia ser melhor? Eu acho que não.

         Agora, sem histeria.

         Antes que eu pudesse responder – que COM CERTEZA seria sim – o retrato da Mulher Gorda se abriu, mostrando Susana (puta merda, ninguém menos malicioso para entrar aqui, não?), Neville, Mione e Rony.

- Sabia que vocês perderam a primeira aula? Que sorte que temos um intervalo agora, se não perderiam mais aulas – Hermione falou isso como se fosse o apocalipse acontecendo. Sempre tããão dramática.

         Lancei um olhar para Susana que dizia claramente: “guarde seus comentários para você” e não sei se foi por pena do mico que eu ia passar, mas ela obedeceu emburrada.

- Perdemos uma aula de História da Magia, grande coisa – revirou os olhos Harry.

         Rony olhou para o amigo, e disse rindo: - Parece, meu caro amigo, que Alicia está te levando para o mau caminho.

         Harry corou, e acho que eu também, mas logo tratei de responder.

- Correção, foi ele que me levou para o mau caminho quando éramos crianças, para você ter noção, nossa primeira conversa foi sobre os Marotos, o Mapa do Maroto e outras cositas mais – falei indignada.

         Todos rimos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ops Desculpe!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.