O Cruzeiro escrita por AArK


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Eu curti essa one-shot e foi uma ideia "diferente" minha... Acho que estou inspirada, ultimamente!



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Um cruzeiro de alta classe. A temperatura estava ótima, ótima pra Srta. Nicedream ir viajar. Ela pretendia fazer  um tour assim que a viagem acabasse. Mas até então, estava curtindo uma folga. Dias e mais dias de trabalhos  duros, filmagens de séries, comerciais, aparecer em programas de auditório ou fazendo shows cantando suas  músicas. Ser uma "idol" era difícil.

Mas não era isso que Judith pensava. Judith achava aquela tal Niz Nicedream uma idiota. Ela ficava lá, toda pomposa,  sentada em sua cadeira, ao redor, seus fotógrafos e agentes, e toda aquela parafernália de fãs, e maquiagem e o  que quer que fosse, e aquilo lhe irritava.

Ela não conseguia relevar quem ganhava dinheiro fácil na vida, enquanto ela tinha todo aquele trabalho de: Servir os  clientes do Cruzeiro, anotar seus pedidos, às vezes, ajudar na cozinha, às vezes, ajudar na serventia... Ou seja,  fazer todo o trabalho sujo, pra não ganhar nem 1/3 do que aquela atriz-cantora-aquelazinhametida ali ganhava.  Suspirou.

- Judith! - Disse um amigo de trabalho, usando uniforme como ela. - A Srta. Nicedream pediu pra que levasse  pra ela alguns petiscos! Será que você pode fazer isso!?

- Por que logo eu!? - Judith disse, reclamando. Mas o cara ficou incrédulo.

- COMO ASSIM, JUDI!? É A SRTA. NICEDREAM NO NOSSO CRUZEIRO!!! COMO VOCÊ PODE NÃO  ACHAR ISSO O MÁXIMO!?!? - Ele disse, pelo visto, era um dos fãs dela também.

- Ora bolas, ela não passa de uma idiota metida... Mas ok, ok, eu vou lá levar os "petisquinhos" pra "madame"! -  Disse Judi, totalmente incomodada. O amigo nem acreditou no que ela disse.

Judith foi lá e entregou os petiscos, Niz olhou pra ela com um sorriso na face (que Judi enxergou como algo  "metido") e disse:

- Muito obrigada! - E então, Judi fez "tsc!" e se retirou. Os agentes da Nicedream comentaram:

- Mas essa criadagem é mesmo muito sem noção, não? Ela fez "tsc" pra você mesmo?  - Perguntou um deles. E  então, Niz riu-se.

- Báh! Você não pode superestimar o humor de quem está trabalhando o dia todo em um Cruzeiro maravilhoso  como esse, enquanto os outros estão se divertindo em seu lugar! Eu não a culpo! - Disse ela, e os outros fizeram  "não" com a cabeça como se dissessem o quão gentil ela era por ser e pensar assim.

Só que o pior aconteceria, e eles mal sabiam disso...

Sem que ninguém percebesse inicialmente, o tempo começou a mudar drasticamente em poucos segundos, e logo,  uma forte tempestade assolou o Cruzeiro. Desesperados o comandante entre os outros ajudantes de bordo dele  tentavam controlar a situação. Mas era complicado... Um desastre aconteceria, inevitavelmente!

Era uma das piores tempestades dos últimos anos... E eles não tinham escolha senão... Dar o alerta geral para o  navio, para que todos os tripulantes pudessem partir em botes salva-vidas!

Todos começaram a correr, inclusive empregados, todos tentando uma "luz ao Sol", mas, infelizmente, por uma  falha técnica - e de atenção - haviam mais pessoas do que a capacidade de salvamento do Cruzeiro. O que  ocasionou mais desespero e pânico.

Não houve jeito. O navio virou fortemente, na quebrada de ondas gigantescas, entre outros desastres...

Então, tudo ficou preto.

Pelo menos... Pra Srta. Nicedream.

...

Niz acordou e quando olhou ao redor... Estava em uma ilha. Aparentemente deserta. Seu corpo todo doía, suas  roupas enxarcadas e todas amarrotadas, seus cabelos também, todos desgrenhados.

Reparou que havia algo na areia, próxima a si, e quando se aproximou que notou... Era um PEDAÇO DO  CRUZEIRO! Exatamente do salão, onde se encontrava... Ficou um tempo observando aquilo, assustada e com  medo. Será que... Será que todos tinham morrido?

Não. Alguns devem ter conseguido escapar nos botes. Mas e... E pessoas como ela que não conseguiram!? E os  empregados!? Ah! Aqueles organizadores eram mesmo uns irresponsáveis, não se certificaram de que haveria  "segurança" pra todos! Que absurdo! Ela pôs as mãos no rosto... Foi então, que... Pressentiu algo.

Se virou e viu que, logo atrás do pedaço enorme que estava parado na areia, havia uma pessoa. Uma mulher caída e  desacordada no chão, assim como ela estava.

Correu até a pessoa e então, a reconheceu. Era a mulher garçonete que havia lhe servido dentro do Cruzeiro.  Rapidamente, foi verificar se ela ainda respirava, se tinha pulso... E descobriu que... Ela tinha sobrevivido também!  Porque, a outra começou a tossir a água que havia entrado em seus pulmões pra fora, e então, abriu os olhos lhe  encarando... Tomara um susto!

- O Q-QUÊ!? O-ONDE ESTOU!? ONDE ESTAMOS!? O QUÊ ACONTECEU!? O CRUZEI...! - E quando ela  olhou pro lado, viu o enorme pedaço do salão, atolado na areia. E seus olhos arregalaram. - N-não acredito...!

Ela se levantou, suas roupas também estavam molhadas e amarrotadas como as dela, e ela foi correndo até o  pedaço do salão... E ao olhar aquilo, lágrimas vieram aos seus olhos sem ela conseguir aguentar.

- E-e-e-eu... E-e-eu não acredito! T-t-todo mundo...! Todo mundo morreu!? TODO MUNDO ESTÁ  MORTO!?!? - Judith gritou, horrorizada, com as lágrimas saltando de seus olhos.

Niz suspirou.

- Não sei. Mas... Certamente, muitos saíram feridos. E... Não deve dar pra saber ao certo o que realmente  aconteceu, quando e como, e por fim, nem quem sobreviveu, provavelmente... - Disse ela, apesar de toda a  tristeza e medo em seu interior, se mantinha séria e sensata.

- N-não entendo! C-como você pode se manter tão bem! Tão "feliz"! Sendo que... TODOS MORRERAM E SÓ  NÓS DUAS SOBREVIVEMOS! VOCÊ NÃO SENTE CULPA!?!? - Ela gritou, e correndo, segurou nos ombros  da outra.

- Estou tentando pensar de uma maneira realista. Veja bem, sobrevivemos. Não sabemos quanto tempo demorará  pra uma ajuda chegar pra verificar se há sobreviventes e nos socorrer. Certamente, teremos que tentar  sobreviver nessa ilha... Encontrar comida, água e um local seguro, talvez fazer uma cabana e... - E novamente, a  outra lhe cortou, gritando.

- NÃO ACREDITO QUE VOCÊ PODE PENSAR ASSIM! - E novamente, ela começou a chorar desesperada  por todos que perdeu. - Meus amigos... Meus amigos de trabalho... A t-t-tripulação... E-eu não acredito...!

- Hmpf... - Nicedream suspirou. Judith ainda estava em estado de choque. Forçá-la a tomar decisões racionais  agora seria impossível. Resolveu esperar que ela se sentisse melhor, assim poderia pensar no que fazer, sozinhas  naquela ilha.

Alguns longos minutos se passaram. Niz procurava comida e água, mas sem deixar totalmente a praia, porque não  queria se perder da outra. Encontrou uns coqueiros recheados e isso a animou. Poderiam beber a água dos côcos e  também comê-los. Mas pra isso, precisariam de uma ferramenta... Algumas coisa pra abrí-los.

Enquanto isso, Judith ficava remoendo e chorando. De repente, e finalmente, um pensamento racional passou por  sua cabeça. Havia sobrevivido. Tinha uma nova chance de vida. Precisava lutar por isso! Agora entendia mais ou  menos os dizeres daquela tal "ídolazinha" metida. Talvez... Talvez ela estivesse mesmo certa.

Então, finalmente, Judi se juntou a mulher que antes tinha tido preconceitos com ela.

- E então... O que... O que faremos? Eu vi que... Que há algumas árvores frutíferas aqui... Mas e a água, como  que...? - Então, Niz abriu um sorriso gentil e isso deixou Judith meio incomodada. Como ela conseguia sorrir  depois de tudo?

- Tem um coqueiro aqui. Podemos beber a água dele, enquanto não encontramos um rio ou coisa parecida. Essa  ilha parece bem grande. Talvez haja alguma fonte de água doce, se procurarmos. - Disse ela, muito inteligente.

- Certo... Er... Côcos. - Judith se concentrou na situação e não na mulher. - Mas como abriremos eles?

- Ferramentas! Precisamos encontrar pedras pontiagudas e grandes o suficiente... O que acha? - Disse a mulher,  e então, sem demoras, começou a procurar estas pedras no chão, e logo achou uma com um formato e tamanho  bons o bastante. - Podemos tentar afiá-la melhor com outras pedras...

E ela ficou lá, afiando a tal pedra. Judith ficou apenas a olhar pra ela. Que surpresa uma riquinha metida como ela  saber melhor que si a sobreviver em ambientes assim...

- E-escuta... - Judi disse, enquanto a outra afiava a pedra. - Você... Você não parece tão metida e riquinha  agora... - Não pareceu um elogio, mas basicamente, foi. Niz apenas levantou a sobrancelha olhando pra ela.

- Bom... Do que está falando? Nunca fui metida... E só fiquei rica por causa da fama. Mas antes disso, era uma  pessoa "simples". Entende? - E então, Judith riu-se, tentando arrumar alguma pedra como a dela no chão pra  ajudá-la.

- Pessoa simples... Sei... Como eu? Uhum... É sempre assim a história "desses famosos". Ah, coitados... Um dia  foram gente humilde. Mas hoje em dia, são super astros multimilionários e cagam pra gente como eu... - Disse  ela, implicante como sempre.

- Hm... Você é uma garçonete, mas... É uma garçonete de cruzeiro... - Disse Niz, e então, a outra olhou pra si  como quem pergunta "E daí?", e ela disse, com um sorriso esperto. - Eu era uma garçonete de uma lanchonete.

- O quê!? - Agora Judi foi pega desprevinida, isso era verdade!?

Bom, o assunto morreu, mas as duas conseguiram as ferramentas. Com pedras sendo tacadas, colocaram o côco  pra baixo, e então, conseguiram abrí-lo pelas rachaduras da queda, com a pedra, e beberam a água dele, virando-o  na boca.

- Éca... Tem um pouco de areia... - Disse a outra, infeliz. E Niz riu, deixando-a emburrada. Mas por algum  motivo, as duas tinham se dado melhor que inicialmente.

Pois, as duas passavam pelas mesmas necessidades agora.


(Uma semana depois...)

Elas duas tinham conseguido até mesmo construir uma espécie de barraca com folhas de bananeira e outros  materiais. Deu um trabalho homérico, mas conseguiram. Mas com os ventos fortes que sopravam à noite, era  difícil saber se o material resistiria por muito tempo. Fizeram uma "reserva" de comida e água de côco. E  também, por sorte, encontraram um pequeno lago natural, onde se banhavam e bebiam água - quando se cansavam  dos côcos. Tinham feito uma espécie de cama também, dentro da barraca. E tudo corria bem... Razoavelmente  bem. Incluindo o "relacionamento" das duas.

- Bom... Estamos conseguindo, não é? - Disse Niz, já queimada de Sol, trazendo mais frutos pra dentro da  barraca.

- Aham... - Judith olhou pra ela. Estava diferente... Diferente de como lhe viu no navio, cheia de "frufrus" e  "não-me-toques"... Ou será que foi ela própria quem pintou essa imagem dela? Ela parecia uma mulher esforçada  e trabalhadora agora.

E muito bonita por sinal. Fazia sentido ela ser uma "ídola". Cabelos dourados, olhos verdes-claríssimos, um  sorriso branco de dentes certinhos, o bronzeado que agora marcava sua pele contrastando com o cabelo.  Realmente... Impressionantemente bonita.

- Ei... Você está viajando? Eu perguntei que frutos quer comer hoje!? - Perguntou a mulher, estranhando a "cabeça  nas nuvens" da outra.

- Aaa... E-eu não sei. T-t-tanto faz! - Disse a outra. E então, suspirou de chateação. - Na verdade... Sinto falta  de comer carne.

Niz então fez uma cara meio infeliz. E a garota não entendeu.

- Eu sou vegetariana, então... - Mas aí ela concordou com um sorriso. - Mas uns ovos, realmente fazem falta. E  comida salgada... Tipo alface, entre outros também...

- Poderíamos procurar por aí se há mais alguma coisa, não é? - Perguntou Judith, parecendo mais animada que o  normal. Niz reparou, e então, falou, novamente triste.

- Só há uma coisa que não entendo... Faz uma semana que estamos aqui, pelo que contei dos dias e noites. Eles já  deveriam ter nos procurado... E pelo visto, ainda não o fizeram. - Ela disse, muito inteligente.

Judi arregalou os olhos, assustada.

- S-SERÁ QUE NOS CONSIDERARAM MORTAS!?!?!? - E então, ela colocou as mãos na cabeça,  desesperada.- NÃOOOOOO!!! EU NÃO QUERO! NÃO QUERO FICAR PRA SEMPRE CONTIGO AQUI!  AAAAAAAAAAHHH!! - E então, meio nervosa, se corrigiu. - N-n-n-não que ficar contigo seja ruim, m-m- mas é que...

- Sim, eu entendo. - Disse Nicedream sorrindo. - Eu também quero voltar pra casa.

E então, o Sol se pôs e o dia, mais uma vez, escureceu. E as duas foram dormir. Dormiam juntas, dentro da  barraca, uma próxima da outra. E só naquela noite, Judith parou pra notar isso... Encarou o corpo da outra e ela  dormindo. E começou a se achar meio estranha por fazer isso.

Mas fazia sentido...

Elas duas eram as únicas habitantes - aparentemente - daquela ilha. Então... Então fazia sentido se ela  começasse... Er... Bom, ela começou a se dar bem com Niz. E não teria outro jeito mesmo... Mesmo que odiasse  gente riquinha e metida, ela teria de se dar com a outra sobrevivente pra não ficar sozinha. E não só isso...  Realmente começava a gostar de Nicedream agora... Porque ela lhe mostrou que não era aquilo que ela pintava no  começo de tudo.

O começo de tudo... Judi segurou o choro, e o barulho que fez, acordou a outra que olhou pra si com olhos doces  e lhe disse:

- Fique tranquila, Judi... - Sim, ela lhe chamou pelo apelido e também pegou em sua mão. - Eu realmente acho  que não vão desistir da gente... Vamos... Vamos conseguir sair daqui.

E as duas dormiram, de mãos dadas...


(2 semanas, no total...)

O relacionamento das duas estava mais próximo que nunca. Consideravam-se melhores amigas. Conseguiram,  estranhamente, achar uma plantação de alfaces e outros alimentos. Pelo jeito que ela era organizada, cogitaram a  possibilidade de não ser algo "natural", ou seja, feito pela natureza apenas... Mas ainda não haviam visto nenhum  sinal de outros humanos. Um dia, um helicóptero passou a voar por cima delas, mas muito alto, elas gritaram,  tentaram ser vistas, mas foi inútil. Judi deu a ideia das duas colocarem folhas de bananeira no chão da praia e fazer  uma mensagem de socorro "S.O.S." e aguardarem o próximo helicóptero, barco ou avião. Só que... Além da  maré subir e vez ou outra ferrar com a mensagem delas, não parecia chegar mais nenhum meio de transporte  próximo à ilha. Pelo menos, não que elas vissem algum.

As noites ficavam frias, e pra se aquecer, ficaram um dia inteiro esfregando pedrinhas e pauzinhos, e finalmente,  com MUITA dificuldade, fizeram fogo. O fogo não durou muito... Mas pelo menos, elas conseguiram se aquecer  por alguns minutos. No resto do tempo, tiveram que usar - seus próprios corpos. Pois, o frio chegava a ser  insuportável.

As duas conversavam muito e sempre, agora:

- Então... Você imaginava que ia se tornar uma estrela? - Perguntou Judith, finalmente, sem preconceitos. E Niz  sorriu, meio sem jeito. Como uma "ídolo" podia ter um lado tímido assim?

- Bom... Er... Na verdade, não foi tão "sem querer" assim como as revistas dizem. Eu fazia cursos de teatro, e  por sorte, me dei bem uma peça, consegui contatos, me dei bem com esses contatos, e as coisas foram aos  poucos... No começo, só fazia comerciais meio "fracos", como aqueles de espinhas e remédios para prisão de  ventre! - A outra começou a rir. - Mas depois, a coisa toda foi melhorando... E então, eu consegui pegar um papel  pequeno em uma série, e as coisas foram "subindo"...

- Sim, sim! Que incrível! É que as revistas e a tevê sempre adoram "fantasiar" as coisas! - Disse Judi,  impressionada.

- Ah é... Assim vende mais, né? - Então, as duas riram de novo. - Então, conte-me de novo, como foi que você  veio parar neste cruzeiro?

- Ah... Foi só um trabalho que arrumei de última hora. Já tinha trabalhado em vários outros serviços... Mas no  fundo, no fundo, o que eu queria era ser fotógrafa! Aliás, é um dos meus maiores sonhos! E pode ser qualquer  tipo de fotografia! Publicitária, jornalista, artística...! Qualquer coisa, eu só gostaria de trabalhar com uma câmera! -  Riu a outra, toda empolgada. E então, mostrou um sorriso triste. - Mas até agora, não tive sorte com isso...

- Então, não se preocupe! - Disse Niz, surpreendendo Judith, que não compreendeu até ela dizer. - Quando nós  sairmos daqui... Prometo que eu vou tentar arrumar alguma coisa pra você!

- S-s-sério!? - Disse Judith, animada. Mas por algum motivo... A ideia de "sair daqui" lhe parecia um pouco,  mesmo que ínfimamente, incômoda. Isso porque ela pensava...

"Só somos amigas aqui, porque estamos sozinhas. Mas quando voltarmos a vida real, ela com toda sua fama e  sucesso e dinheiro e poder... Ela nunca vai querer se aproximar de alguém como eu. Por que... Por que, no fundo,  me sinto infeliz com isso? Por que me sinto infeliz de perder a presença e a amizade dela? Será que... Será que  é forte assim mesmo?"

Elas notaram que no lago dava pra ver os peixes da borda, de tão limpa que a água era.

- Ei... - Disse Niz, impressionada. - Que tal se... Se a gente tentasse pescá-los!?

- M-mas como!? - Perguntou a outra. E então, lembrou-se de algum filme de náufrago em que o mesmo pescava  com uma "tora de madeira", fincando-a no meio do peixe, como uma lança. Tentou e... Só conseguiu assustá-los e  fazê-los fugir. - Merda... Por que isso funciona tão bem nos filmes e tão mal na vida real?

- Bom... Acho que você tem que ser mais... - Niz se aproximou, lentamente. E por uma área que não movia  tanto a água perto dos peixes "parados". - Mais... - E então, ela armou o galho pontudo e então... - Furtiva! - Ela  conseguiu pegar um grande e alaranjado.

Judith mal acreditou!!! Foi surreal!!!

Elas tentaram mais algumas vezes, mas não conseguiram mais. Pelo visto, fora sorte mesmo. Mas tudo bem...  Tinham um enorme peixão, pra gastar bastaaaaaaante tempo de novo, tentando criar fogo e assá-lo. E elas  conseguiram, por sorte de novo.

Judith comia toda feliz! Finalmente, comendo carne! Não aguentava mais frutos, verduras, folhas...! Queria apenas  comer algo mais "mastigável"! E então, mastigava alegremente, até sem se importar com as espinhas...

E anteriormente, o que lhe impedia de comer mais peixe eram exatamente elas. Niz olhava, sorrindo, com o  contentamento da outra de comer aquilo. E então, esta lhe estendeu o peixe e disse, toda feliz e de boca-cheia:

- Prova! - E então, Nicedream fez "não" com a cabeça e com uma carinha de nojo. Mas a garçonete insistiu. - Ah,  vai! Estamos fudidas, perdidas e sozinhas numa ilha! Dá pra provar!?

Niz riu-se e concordou. Ela estava certa. Poderiam nunca ser achadas. Ou então, morrerem amanhã por algum  animal selvagem, então...

- Nhac! - Ela deu uma mordida, tirou algumas espinhas da boca e então, sorriu. - É... É gostoso!

- Hehehe! - A outra sorriu, feliz, ainda de boca-cheia. E então, a "ídolo" disse, bem impressionada.

- Incrível, Judi... Você foi a única que me fez comer carne... - E então, a garota ficou vermelha. Niz era mesmo  impressionamente bonita.

E era exatamente o que Niz pensava de Judith...

"Ela tem esses cabelos compridos e super-lisos naturalmente negros, esses olhos castanho-claros quase cor- de-mel, o corpo dela também é bonito e está ficando bronzeado de praia... Ela definitivamente tinha que tentar a  carreira!" E então, ficava sem graça com seus próprios pensamentos "Mas o que diabos..!? Estou reparando no  corpo dela!? Hahaha! Deve ser falta de sexo... Afinal...

Só há nós duas nessa ilha!"


(3 semanas no total...)

Elas tinham feitas novas ferramentas, arrumado novos meios de cozinhar melhor os alimentos, e pegavam mais o  jeito para pescar e fazer fogo. Estavam melhorando como "homens das cavernas" ou "índios", como já dizia Judith,  fazendo piada com suas situações.

E seu relacionamento crescera ainda mais... Muito, muito mais. Incrivelmente mais.

As duas viam o pôr-do-sol, sentadas na areia. Já usavam seus sutiãs e calcinhas como biquínis, pois, o calor era  intenso durante o dia, e também, preferiam se bronzear desse jeito.

- Que lindo, né? Na cidade nunca dá pra ver assim... Parece até coisa de filme! - Disse Judi, impressionada. E  então, a outra concordou com a cabeça, sorrindo. E a morena olhou pra loira, abobalhada. A beleza de Niz, naquele  pôr-do-Sol, parecia mesmo coisa de filme. Bom, ela era uma atriz, afinal...

- Sabe... Acho que estamos mortas pra eles. - Disse a ídolo, séria. A outra fez uma cara de surpresa, mas então,  a surpresa passou. Ela também tinha notado isso. Três semanas... Marcavam cortes em uma das folhas de  bananeira da casa, por dentro, que fora reforçada. Exatamente 21 dias desde o incidente.

- Você... - Judith tomou coragem. - Você realmente se importa de passar o resto da vida aqui comigo...? - E  então, deu um sorriso meio como quem "implora". E a outra riu-se.

- Na verdade... - Niz pegou sua mão novamente. Estava virando algo rotineiro que a outra fazia pra demonstrar  seu apreço. - Eu gosto de estar aqui contigo. Não acho que me sentiria melhor se fosse com outra pessoa. Acho  que... Acho que você "combina" mais comigo do que qualquer outra pessoa... - E então, ela riu, dizendo ainda. -  Para me perder numa ilha deserta!

E as duas riram juntas.

- S-sabe... - Judith ficou meio vermelha em dizer. E olhou sem graça pra outra. - Você fica bonita assim... -  Quis dizer, com os cabelos meio "abarrotados", a pele bronzeada de Sol, as roupas de baixo àmostra... Ou algo  assim.

Niz ficou vermelha também. E então, riu-se, dizendo de volta.

- E você também... Fica linda assim. - As duas, sem jeito, ficaram sileciosas, vendo o pôr-do-Sol.

Até que ouviram um som... Um estalido. E aquilo as surpreendeu!

Elas levantaram, no susto, e começaram a correr pra dentro da mata, tentando saber o que raios era... Quem  era... O que era...!? E então, juraram ter visto vultos, correndo... Mas não sabia o que eram... Talvez... Talvez  fossem animais selvagens!

- M-melhor... Melhor voltarmos pra barraca e ficarmos lá! Podem... Podem ser animais! - Disse Niz para Judi,  no desespero, e as duas concordaram com a cabeça e voltaram pra barraca de folhas de bananeira.

Elas duas dormiram mais um dia, juntas, abraçadas desta vez. E nem frio estava, exatamente... É que elas se  acostumaram a dormir assim.

No fundo, no fundo, as duas pensaram o mesmo: Eram pessoas. Talvez... Finalmente, tiveram encontrado quem  plantou aqueles vegetais ali, mas por algum motivo... As duas fugiram disso. Saberiam que mais cedo ou mais  tarde, seriam encontradas, mas... Preferiam que não fosse agora.

Por um motivo que nenhum de seus corações revelou por palavras. Apenas por gestos.


(4 semanas no total...)

Banho no lago. As duas foram se banhar juntas. Tiraram suas roupas, lavaram e as deixaram secando. E então,  estavam lá, nuas em pêlo, se banhando no lago. Os peixes passavam por suas pernas e faziam cócegas, elas riam.

Judith se pegou olhando para o corpo de Niz. Curvas perfeitas, cintura finíssima, seios médio-grandes de  biquinhos rosados, suas... partes... íntimas... Virou o rosto, vermelha. A outra notou.

- Hehehe... Por que está corada, hein, Srta. Judith? - Perguntou Nicedream, rindo-se da outra.

- N-n-n-nada... M-m-mas... - Ela disse, então, sorrindo. - Estamos meio que... Acostumadas a ver uma a outra  nuas agora, por causa dos banhos, só que... E-e-eu nunca tinha reparado... Er... - Por que disse aquilo? Sentiu-se  ainda mais estranhada. E então, a outra riu de novo.

- Reparado no quê? No meu corpo? - Então, a outra engasgou com a própria saliva, só de nervoso e vergonha.

- S-s-sim... S-s-seu corpo é bonito. Como você é toda... Bonita. - Disse, evitando o contato, olho no olho.

- Nossa... Mas assim você me deixa sem jeito... - Disse Niz, com um sorriso meio safado. E então, revelou,  corada também. - Eu também olho pro seu corpo, enquanto se banha...

- Ah... - Judi tapou os seios com as mãos.

- Acho que... Acho que estamos muito tempo juntas sozinhas... E por isso... Alguma coisa está acontecendo...  Com a gente, não acha? - Disse Nicedream, dizendo a realidade. E Judith concordou com a cabeça.

Os corpos das duas se desejavam de uma forma intensa, que elas nem mesmo esperavam por isso.

Mas de repente... Outro barulho surgiu, assim como o anterior, e pra surpresa delas... Dois homens apareceram  naquele lugar. Elas rapidamente esconderam suas partes íntimas com as mãos - porque o lago era transparente -  e ficaram sem graça. Os dois sujeitos usavam roupas "a la Indiana Jones" ou algo assim, e então, sem jeito,  viraram as faces, mas falaram com elas.

- Então... Vocês duas são as sumidas que as equipes de resgate estão procurando, é? - O cara disse, meio sem  graça. E as duas pareciam meio incomodadas...

Não pelas suas partes íntimas terem sido vistas por homens desconhecidos. Mas sim... Porque "finalmente",  depois de praticamente um mês... Elas tinham sido encontradas. E logo... Agora?

- S-s-sim... - Disse Niz, com uma cara meio infeliz, o que fez Judi se perguntar se ela sentia/pensava o mesmo  que ela, naquele momento.

- Então... Er... Devemos dizê-las. Finalmente, estão resgatadas... - Disse o outro homem, também olhando pra  trás.

As duas aproveitaram que eles não olhavam e vestiram suas roupas, mesmo meio-molhadas ainda. Os dois  finalmente puderam olhar pra elas, então, o mais novo, arregalou os olhos quando viu Niz Nicedream melhor.

- E-ESPERA! V-VOCÊ É NIZ NICEDREAM, A ÍDOLO!?!?! - O garoto perguntou, todo encantado e com as  bochechas vermelhas.

Niz deu um sorriso meio chateado e disse:

- Bom... Eu pelo menos era. - Disse ela, sem jeito. E então, as duas foram juntas pro caminho que os dois lhes  mostravam.

"Será que são estupradores!? Tarados!? Assassinos!" Judith pensava consigo mesma. E então compreendia...  "Não... Sou só apenas eu, completamente arrasada por eles terem nos achado logo agora. Poxa... Não podia ser um  dia depois ou algo assim!? Eu... Realmente... Queria saber o que ia acontecer... E agora... Vamos voltar a  realidade" Ela olhou pra face da ídolo, que parecia séria e compenetrada, apenas olhando pra frente "Será que sou  só eu que pensa assim? Provavelmente... Mas que... MERDA!" Ficou triste.

Enquanto isso, Niz Nicedream pensava:

"Mas que droga... Por que logo agora!? Tá certo que nem eu e nem ela queríamos viver nessa ilha, comendo  frutos e caçando como índios pra sempre, mas... Estávamos... Nos dando... Bem... Er... Estou sendo egoísta, né?  Ela nem deve estar pensando dessa forma! Deve estar feliz que vai poder voltar para sua vida normal, comer  carne de restaurantes, sem ter trabalho ou passar nenhum aperto... Sem contar que, ela deve estar ansiosa pra  virar uma fotógrafa profissional, e claro que ainda vou ajudar ela... Bom, talvez isso seja um bom motivo pra ela  continuar próxima a mim, hein?"

Sim, as duas pensavam "juntas", mas sem saber o que a outra pensava... Isso que era o interessante delas.

Os dois faziam parte de uma colônia, sim, isso mesmo. Uma colônia de férias, uma espécie de resort que ficava,  EXATAMENTE, do outro lado da ilha. Eles disseram que, se elas não tivessem tido tanto medo de se aventurar  na mata, teriam descoberto que ela não era tão grande assim quanto pensavam, e também, teriam encontrado o  resort, e poderiam ter voltado muito antes à suas vidas normais.

De uma certa forma, elas agradeceram internamente por suas covardias... Só assim puderam ter tempo pra se  conhecer melhor e construir aquele laço que, antes, seria impossível construírem.

Mas então, voltariam a suas rotinas normais... Ou não.

- Escutem, arrumei dois quartos pra vocês tomarem um banho, comerem algo "decente", trocarem de roupas  (pelo menos arrumaremos algumas roupas melhores pra vocês poderem voltar para a vida de vocês) e dormirem.  E logo, suas famílias virão lhes buscar, pois, o salvamento de vocês já foi totalmente anunciado. Então, fiquem  tranquilas que esse pesadelo já está acabado! - Disse o homem, muito gentil. Em compensação, elas não pensavam  bem assim...


(No hotel do resort...)

Judith estava sozinha em seu quarto. Tinha tomado um banho de banheira de hidromassagem com espuma e tudo.  Usava um roupão confortável e estava cheirosinha, com os cabelos mais uma vez sedosos, e não mais ressecados e  quebradiços. Com aquele calor todo, refestelava-se em uma QueenSize com ar condicionado. Tinha jantado e  comido de tudo que era bom, e matado a fome de tanto tempo se alimentando só com "coisas naturais".

Mas mesmo assim, sentia-se vazia... Fazia quase um dia inteiro, depois do resgate que não via Niz.

Então...

A porta de seu quarto abriu, e qual não foi a surpresa quando viu a outra ali. Linda, com os cabelos sedosos  também - assim como ela, de roupão - e com um sorriso na face por vê-la.

- N-n-niz!? - Ela questionou, impressionada. Era como transmissão de pensamento! Ela não imaginava isso! E  então, a ídolo disse, meio sem graça.

- Senti... Senti sua falta, então, vim te ver. Tem problema? - Perguntou a loira, e a morena fez não com a  cabeça, sentando-se rapidamente na cama, super animada.

- N-n-na verdade... - Judi corou. - Eu ia vê-la também... Mas você veio primeiro. - As duas riram.

Então, as duas deitaram em sua cama, e ficaram a se olhar.

- Mas... Que coisa, né? Estamos... Estamos à salvo, finalmente. - Disse Nicedream. E a outra concordou com a  cabeça, mas com aquela expressão meio mórbida.

- S-s-sim... Fico... Feliz... Por a gente ter sido salva. - Disse a outra. E então, as duas notaram, nenhuma das  duas realmente parecia feliz com aquilo. Elas riram, e enfim, assumiram.

- Tipo... De uma certa forma, eu sei que eu deveria ter ficado feliz, e coisa e tal... Mas eu realmente achei que  quando isso acontecesse, nós acabaríamos uma longe da outra... Então... Sei que é errado pensar isso, mas... Er...  Nos últimos dias, eu fiquei com MEDO que isso acontecesse. - Disse a ídolo, sendo a primeira assumir. Judith  ficou impressionantemente feliz por ouvir exatamente o que pensava da boca da outra.

- S-s-sim! E-e-eu também me senti assim! D-d-digo... Eu fiquei com medo que ficasse brava se eu te contasse  que... Por... Alguns segundos, nem quis ser resgatada, depois de tudo! - E as duas riram. Niz concordou com o  olhar.

E então, acabou por se aproximar mais, com seu corpo, da outra. Judith sentiu seu perfume e ficou corada. Seu  calor... Emanava. E então, as duas acabaram por se abraçar como faziam pra dormir todas as noites na praia, e  então... Seus lábios se tocaram, finalmente. Um desejo que as duas estavam guardando por tanto... Tanto tempo,  finalmente demonstrado naquele beijo incrível.

Foi um beijo de língua, profundo, cheio de vontade incontida, cheio de paixão... Era isso... As duas realmente,  tinham se aproximado mais, se conhecido melhor e por consequência, se apaixonaram perdidamente uma pela  outra. Por mais que pra elas fosse difícil admitir isso, em suas realidades atuais.

Claro que o fato de terem sido náufragas foi o gatilho pra tudo. Talvez... Nunca tivesse acontecido, se fosse de  outra forma, em outra situação.

As duas sorriram, se entre-olhando. As duas coradas, mas felizes.

- Então... É isso que sinto por você. - Disse Nicedream, certa de que a outra sentia o mesmo por suas atitudes e  seus olhares.

- T-também é o que sinto. E muito! - Disse Judi, rindo. E então, fez uma cara tristonha. - Mas... Agora... V- você vai... Você vai voltar pra sua vida normal de ídolo e eu... - Niz lhe cortou com outro beijo, como se não  quisesse que ela falasse mais nada.

- Eu não vou... Eu não vou deixar você! - Disse ela, decidida, assim que soltou-a do beijo. Judith quase perdeu o  ar, por ser pega tão de surpresa. - Eu já disse... Lembra-se que eu disse que ia te ajudar com a fotografia?

- Ahn? - Judi já tinha até mesmo se esquecido daquilo. Pois é! Seu sonho! Por um segundo, pôs seu sonho de  lado, apenas pra poder viver naquela ilha junto àquela mulher por quem tinha se apaixonado! Que incrível!

- Eu quero que... Eu quero que seja minha fotógrafa pessoal! Sim, você quem vai fazer todos meus portfolios e  tudo o mais! Vai trabalhar só comigo e vai receber muito bem pra isso! - Disse a ídolo, cheia dos planos. Mas Judi  lhe cortou, meio tristonha.

- Mas eu... E-e-eu não tenho material, e nem a técnica... N-nem mesmo experiência! - Disse a garota, toda sem  jeito. Era muita responsabilidade! Nicedream era uma grande ídola, super rica e famosa e querida! E se estragasse  tudo...!? Mas a outra simplesmente sorriu com doçura e lhe disse, segura.

- Se precisar fazer cursos, te ajudo... Fará todos os cursos que precisar, o material, podemos arranjar... De hoje  em diante, não quero que seja só minha fotógrafa! - Disse a outra, muito corajosa. E Judi ficou impressionada.  Ela ia mesmo dizer? - Quero também que fique comigo. Quero que seja minha... Minha namorada, minha  amante, minha parceira... Diga como quiser!

E então, as duas se beijaram novamente, como se selassem este compromisso. E naquela noite... Entregaram  seus corpos àquilo que queriam ter feito antes, naquele lago.

Roupas espalhadas pelo chão. Na verdade, apenas dois roupões e uma calcinha branca. Lençóis amassados e  desarrumados. E dois corpos nús, emanando calor pelo contato um com o outro. O beijo das duas nuas era tão  quente quanto a própria relação sexual em si. Elas trocavam olhares e alguns gemidos... Gemidos quando  finalmente, Judith pôde tocar aqueles seios maravilhosos da ídolo. E o mesmo quando a outra pôde arranhar suas  costas e passar a mão pelas suas nádegas... A boca de Judith viajou pelo pescoço da outra, passando a língua, e  então, abocanhou seus seios, um por um, e sugou-lhe os mamilos duros de tesão. E então, a outra lhe desceu,  viajando por seu corpo também, com sua boca, e foi até entre suas coxas e virilhas. E então, lhe fez marcas ali  também... Chupando-as... Uma a uma, até se aproximar do centro... Onde a tocou com o dedo... E a fez gemer  mais alto. Os vizinhos de hotel começaram a ouvir os ruídos saídos daquele quarto, com curiosidade. E então, Niz a  penetrou com o dedo, sentindo que ela estava encharcada como a si própria. Depois, a outra lhe penetrou com os  dedos também, e tocou seu clitóris que estava enrijecido... E também não pôde se conter, senão abocanhá-la ali,  pra provar de seu suco, que há tempos já gostaria de ter provado. Sim, chupava-a e lhe lambia com uma vontade  absurda... E então, tomava pra si seus suspiros e gemidos de prazer, enquanto acariciava-lhe a cabeça e lhe puxava  mais pra perto e "dentro" de si. Niz, também, sem rodeios, subira em cima de seu corpo, mas de "cabeça-pra- baixo", e as duas começaram chupar, uma a outra, ao mesmo tempo. Elas nem podiam acreditar que estavam  fazendo aquilo com outra mulher... Mas era, com certeza, toda a vontade escondida e contida delas, daqueles  momentos todos que passaram juntas e sozinhas naquela ilha. E então, as duas gozaram, ao mesmo tempo,  sentindo uma o prazer explícito e total da outra.

As duas dormiram juntas, abraçadas e nuas, por debaixo dos lençóis.

Dia seguinte, bateram no quarto. Era o agente de Nicedream. Ele ficou atormentado de ver outra mulher em sua  cama, ainda mais, nua. Sim, só Niz havia acordado, colocado o roupão e ido antendê-lo. Em compensação, ela não  ligou um nada dele ver a outra ali.

- S-s-s-srta. Nicedream! Er... Q-q-q-quem é aquela na sua ca...!? - E antes que ele pudesse falar, com uma  expressão "metida", como a própria Judi dizia, ela respondeu, na cara-lavada.

- É minha namorada. E também, a outra mulher que fora resgatada do incidente do cruzeiro. - Disse ela, nada  sutil. E então, o outro, horrorizado disse.

- M-m-m-mas...! E-e-e-eu não acho que é bom pra Srta.! T-t-ter uma namorada... É m-m-m-muito...! - E  então, a outra lhe cortou com um sorriso malvado.

- Polêmico!? Háh! Quem é você pra falar o que eu devo ou  não fazer da minha vida pessoal!? Vê se não me enche!  E aliás, se voltar a fazer isso, arrumo outro agente também, entendeu!? - Ela disse, e fechou a porta na cara dele.

Então, se arrumou com as roupas que haviam lhe trazido, e deixou algumas mudas pra Judith em cima da cama  escolher. E então, a acordou com um beijo. Judi olhou pra ela, meio confusa. De onde aquelas roupas haviam  saído?

- Meu agente estúpido trouxe pra mim. Quis me fazer um discurso de como seria ruim pra mim me assumir  publicamente lésbica. Mas eu disse a ele que eu estava "andando" pra isso, e que continuaria indo em frente com as  minhas decisões de me assumir sua namorada. - Disse Niz, sorrindo, despreocupada.

Mas Judith ficou preocupada e muito! Era apenas uma "pé-rapada" perto da ídolo! E não gostaria de destruir seu  sucesso, muito menos sua vida!

- E-e-e-e-eu...! Eu não quero! Eu não quero te dar problemas, Niz! Eu não quero destruir sua carreira! - Disse a  garota, chocada. E então, Nicedream fez "não" com a cabeça, achando fofo e até meio engraçado aquela maneira  desesperada da outra agir.

- Fica tranquila, linda... - Disse ela, fazendo carinho no rosto da outra, super calma. - Ele, nem a mídia vai  destruir meu sucesso... E mesmo se o fizessem... - Então, metidamente, ela fechou um olho e deu língua  dizendo. - Eu tenho um bocado de dinheiro guardado pro resto da minha vida!

- O q-...!? - Judi ficou com cara de boba, enquanto a outra lhe passava as mudas de roupa.

- Aqui está! Pode escolher o que usar! Esse vestido vai ficar lindo em você, não acha!? Ah, eu acho! E acho que  devíamos fazer uma sessão de fotos, NÓS DUAS! Isso! Podemos mandar publicar numa revista, o que acha!?  Hehehe! Vai ser incrível, amor! - Judith estava feliz, não conseguia não estar com a animação da outra... Acabou  até por se esquecer do problema que poderia lhe trazer.

Se é que realmente lhe traria...


(Hoje em dia...)

Judith Nicedream é uma fotógrafa famosa que trabalha apenas com uma modelo: A grande ídolo, e também sua  mulher (sim, elas se casaram em outro país, onde o casamento gay é permitido), Niz Nicedream. E que, diga-se de  passagem, com a polêmica, ao invés de perder dinheiro, ganhou mais sucesso, e foi chamada pra fazer até mesmo  filmes que foram sucesso de bilheteria.

E bom, em como toda história feliz... Elas foram felizes pra sempre, FIM.

Ah... E se você não gostou do final feliz...

Então, é só imaginar que as duas morreram no incidente do Cruzeiro.
Ou então, ir pastar alegremente!

FIM!


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