Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

ESCUTE SEU CORAÇÃO

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Capítulo XXIV

Uma semana depois.

Shiryu volta ao hospital para retirar o tampão. O médico faz todos os exames necessários e passa a receita dos óculos. Com o papel em mãos, Shiryu e Shunrei vão até a ótica. Lá, Shiryu escolhe uma armação preta, fina e retangular. No dia seguinte, um motorista da Fundação vai buscar os óculos. (1)

(Shunrei, ansiosa) E então?

(Shiryu, colocando os óculos) Perfeito! Estou vendo muito bem.

(Shunrei, empolgada, abraçando-o) Ah! Que maravilha!

(Shiryu) Sim, meu amor. Escuta, você está bem disposta hoje?

(Shunrei) Muito!

(Shiryu) Quer ir ver o apartamento onde provavelmente vamos morar? Posso chamar o Ikki para ir conosco.

(Shunrei) Hum... quero... mas eu estive pensando numa coisa...

(Shiryu) Sim?

(Shunrei) Liga pro Ikki. Depois eu falo.

Casa de Ikki.

Ele acaba de falar com Shiryu pelo telefone.

(Ikki) Pand, vou lá no apê com Shiryu e Shunrei. Eles querem ver o dito cujo.

(Pandora) Esse apartamento devia ser nosso!

(Ikki) Que nada. Sossega. E vê se bota moral na loira. Não deixa ela mandar aqui, não. Mulher minha tem que ser forte.

(Pandora, com os olhos brilhando) Como é? Você me considera sua mulher?

(Ikki) Se não é minha mulher é o quê então? Você mora comigo. Claro que é minha mulher.

(Pandora, acariciando o rosto dele) Ah, Ikki, um verdadeiro milagre está acontecendo nessa casa! Eu nem acredito!

(Ikki) Pára, Pand. Não tem milagre nenhum...

(Pandora) Claro que tem! Você está virando gente! Isso é um milagre!

(Ikki, saindo) Pand! Eu já sou gente!

Mais tarde, no apartamento que Shiryu e Shunrei pretendem comprar...

(Ikki) Pronto. É isso aqui. Igualzinho o meu e de Shun.

(Shiryu) É muito bom, muito amplo, mas...

(Ikki) Mas o quê, hein?

(Shiryu) É que eu e Shunrei conversamos e decidimos que é melhor comprar uma casa.

(Shunrei) Numa casa vamos poder ter uma pequena horta como a que a gente tem em Rozan.

(Shiryu) Quero ensinar meu filho a mexer com a terra e acho que vai ser muito importante para ele crescer num espaço menos restrito que um apartamento.

(Ikki) Ok. Vamos desfazer o negócio então.

(Shunrei)Por que você não compra o apartamento?

(Ikki) Hum... vou pensar.

(Shiryu) A Pand ia gostar...

(Ikki) É. Ia. Sabe o que ela falou? Que eu estou virando gente, pode?

(Shiryu, rindo) E não está?

(Ikki) Ah, vai se catar você também, Shiryu.

(Shiryu, rindo) Senhor Fênix que está virando gente, será que pode nos acompanhar numa jornada em busca da casa perfeita?

(Ikki) Já está se aproveitando do meu surto de boa vontade?

(Shiryu) Um pouco.

(Shunrei) Vamos? Por favor! Você é divertido!

(Ikki) Divertido... humph... está bem, eu vou. Mas só porque a Shunrei pediu e eu não vou negar o pedido de uma grávida.

Os três saem para visitar casas que estavam à venda, conforme Shiryu tinha visto no jornal horas antes. Ao final do dia, Shunrei e Shiryu fecham negócio e compram uma casa ampla, com jardim e quintal.

Já de volta à mansão Kido, o casal conversa.

(Shiryu) A casa está comprada. Agora precisamos ver os móveis.

(Shunrei) Não quero nada muito extravagante.

(Shiryu) Certo. Amanhã vemos isso e sexta voltamos para Rozan para só então nos mudarmos de vez.

(Shunrei) Certo.

(Shiryu) Vamos precisar de alguém para ajudá-la com a casa. Ainda mais depois que o bebê nascer.

(Shunrei) E eu já sei quem vai ser essa pessoa...

(Shiryu, intrigado) Já?

(Shunrei) Aham... Sei muito bem.

(Shiryu) Então tá. Confio em você.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Sexta-feira. Cair da tarde.

Shiryu e Shunrei já compraram os móveis e arrumaram a casa nova. Agora estão de partida para Rozan, junto com Saori e Tatsumi. Passarão o fim de semana lá e na segunda-feira virão para Tóquio de uma vez por todas.

(Saori) Estou muito feliz que já esteja tudo pronto. Vai ser ótimo ter ajuda com a Fundação.

(Shiryu) E vai ser uma honra ajudá-la.

(Saori) Quando voltarmos, conversaremos com os advogados e administradores.

(Shiryu) Certo.

(Saori) Então vamos? Claro. O helicóptero já está pronto, Tatsumi já levou as malas.

(Shiryu, segurando a mão de Shunrei) Vamos.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Rozan.

Mais tarde.

O helicóptero da Fundação deixa Shiryu, Shunrei, Saori e Tatsumi no topo dos CInco Picos Antigos.

(Shunrei, saindo do helicóptero, sendo amparada por Shiryu) Isso é bem cômodo.

(Shiryu) Andar de helicóptero?

(Shunrei) Ter um helicóptero. Viajar sem precisar ficar horas no aeroporto esperando o vôo.

(Saori) Ah, sim. Bastante cômodo. Se quiséssemos andar de avião, também poderíamos. Temos alguns. Mas para vir aos Cinco Picos o helicóptero é o veículo mais adequado, pois nos deixa aqui em cima, sem necessidade de subir tantas escadas. Ainda mais você estando grávida. Melhor evitar tanto esforço, não?

(Shurnei) Eu estou bem e já estou acostumada com as escadarias, mas que isso é cômodo, ah é.

Shiryu e Tatsumi começam a retirar as malas do veículo. Saori dá as instruções ao piloto, explicando que ele deve voltar para buscá-los na segunda-feira de manhã. Os dois homens levam as malas para dentro da casa. Saori e Shunrei os seguem.

(Shunrei) Mu está morando logo mais abaixo.

(Saori) Ah, sim. Eu sabia que vocês eram quase vizinhos.

(Shunrei) Pois é. Mais tarde iremos visitá-lo. Ele só chega ao entardecer. Passa o dia em Atenas.

(Saori) Pobre Mu, não deve ser nada agradável ficar nesse vai e vem diário.

(Shunrei) Eu concordo. Se bem que eu acho que ele, Eiri e Kiki vão acabar se mudando para lá de vez.

(Saori) Provavelmente esse será o meu destino também.

(Shunrei) Sei. Shiryu comentou que você estava pensando em ir morar em Atenas.

(Saori) Seria o correto. Eu ficaria perto do Santuário, dos dourados e do meu noivo...

(Shunrei) Hum... mas algo a prende ao Japão, não é?

(Saori) Várias coisas... e pessoas... Mas no final das contas acabarei indo embora... (com o olhar sonhador) Bem que podíamos ir todos juntos.

(Shunrei) Todos?

(Saori) É só um devaneio meu... só uma idéia... esqueça.

(Shunrei) Não custa conversar sobre essas idéias, não é?

(Saori) Bom, é...

(Shunrei) Como seria isso?

(Saori) Você e Shiryu estiveram no condomínio dos dourados, não foi?

(Shunrei) Sim, quando voltamos da lua-de-mel ficamos na casa do Mestre Dohko.

(Saori) Então, eu estava pensando em morar lá. Construir uma grande casa dentro do condomínio e abrir mais uma rua. Já temos a rua principal que é a dos dourados, agora estamos abrindo uma rua para os cavaleiros de prata. Por enquanto estamos fazendo apenas duas casas, porque só temos Shina, Orfeu e Marin, mas essa última está morando com Aiolia e pelo visto, vai ficar com ele para sempre. Então podíamos aproveitar e fazer nossas casas nessa mesma rua e moraríamos todos lá. Eu, você e Shiryu, Shun e June, Ikki e Pandora e... Seiya e Shina...

(Shunrei) A idéia não é ruim. Mas é um plano que envolve outras pessoas. Não sei se seria fácil todos concordarem com isso. Principalmente Shun e Ikki. Shun está estudando... seria muito brusco mudar-se agora. E Ikki você sabe como é.

(Saori) Tem razão. Foi só uma idéia. Mas quem sabe no futuro, não é?

(Shunrei, sorrindo) Quem sabe...

(Saori) Acho que no fundo sou eu que quero ir pra lá, mas não quero ficar longe deles. Passamos muitas coisas juntos. Agora é difícil me separar deles.

(Shunrei) Entendo... Bom, vamos ver o que os rapazes estão fazendo lá no quintal?

(Saori, animada) Ah, vamos!

Atrás da casa, Shiryu mexia na pequena horta, enquanto Tatsumi o observava.

(Shiryu, acenando para Shunrei) Vem cá, meu amor!

(Shunrei, sorrindo ternamente, acenando de volta e se aproximando) Muitas ervas daninhas?

(Shiryu) Um pouco. Quinze dias sem cuidados... as plantinhas estão bem maltratadas.

(Shunrei, aproximando-se dele) Mas já tem algum legume?

(Shiryu, abraçando-a) Só alguns chuchus pequenos.

(Shunrei)Vou olhar os tomates! (acenando) Vem, Saori!

(Saori, meio confusa) Para a horta?

(Shunrei) É! Vamos colher tomates!

(Shiryu, rindo) Depois vocês podiam colher algumas frutas.

(Shunrei) Ah, sim! Ótima idéia, amor.

(Tatsumi) Senhorita, não é adequado.

(Saori) Eu quero tentar, Tatsumi!

(Tatsumi) Mas senhorita...

(Shiryu) Deixa. Ela vai gostar de ser normal por uns minutos.

Animada, Saori segue Shunrei. As duas vão andando pela horta, enquanto Shunrei explica a Saori qual tomate colher e qual deixar no pé. Depois elas vão até o pomar colher amoras.

Meia hora depois...

(Shunrei) Então, não é divertido?

(Saori) Muito!

(Shunrei) Amanhã podíamos plantar uma árvore!

(Saori) Quê?

(Shunrei) Uma árvore. Eu e você.

(Saori) Nunca pensei em plantar uma árvore. Aliás, nunca pensei em estar de pés descalços, colhendo frutas.

(Shunrei) Ah, nesse final de semana você vai fazer muitas coisas que nunca fez.

(Saori) Vai ser inesquecível.

(Shunrei) Ah, vai. Vamos voltar pra casa. Preciso começar a preparar o jantar.

(Saori, pegando uma das cestas com frutas) Certo. O que vai preparar?

(Shunrei) Ainda não sei, vou ver o que temos na geladeira e na dispensa e então decidirei.

(Saori) Assim? De cara? Não fica olhando um caderno ou livro de receitas?

(Shunrei) Para a comida do dia-a-dia, não. Só quando quero fazer alguma coisa especial é que olho meus caderninhos. Trouxe várias receitas novas da Grécia.

(Saori) Da lua-de-mel, né?

(Shunrei) Aham. A camareira do iate cozinhava muito bem. Aliás, preciso escrever para ela! Ficamos amigas. Hum... tem carne cortadinha congelada, Shiryu trouxe acelga e cenouras. Vou fazer uma sopinha com lascas de carne e verduras. Shi ama essa sopa.

(Saori) Parece ótimo.

Shiryu entra em casa e abraça Shunrei, que já lavava os legumes.

(Shiryu) Sopa?

(Shunrei) Sim. Da que você mais gosta.

(Shiryu) Ótimo. (acariciando a barriga dela) E o nosso pequeno?

(Shunrei) Está ótimo aqui dentro. Hoje ele se comportou muito bem. Só senti um leve enjôo quando acordei.

(Shiryu) Um anjinho. Não vejo a hora de tê-lo nos braços.

(Shunrei) Nem adianta ficar ansioso. Ainda falta muito tempo.

(Shiryui) Eu espero o tempo que for. O importante é que ele nasça bem.

(Shunrei) Isso mesmo.

(Shiryu, sentando-se à mesa) E então, Saori, divertiu-se no pomar?

(Saori) Bastante. Acho que nunca tinha me divertido tanto na vida.

(Shiryu) Que bom.

(Shunrei) Com aquela área enorme atrás da sua casa, você podia plantar algumas fruteiras e tirar meia horinha do seu dia para cuidar delas.

(Saori) É uma boa idéia. Quem sabe um dia não vamos ter mangas no meu quintal?

(Shiryu) Estou pagando pra ver.

(Saori) Está duvidando de mim? Não duvide de mim!

(Shiryu, rindo e levantando-se da mesa) Eu? Imagine! Vou tomar meu banho!

(Saori) Vai!

(Shunrei, rindo) Ele não ficou lindo de óculos?

(Saori) E como. Deu um ar sério e misterioso a ele. Ficou bem bonito.

(Shunrei) Sim! Eu disse a ele que ele ficou com cara de pai.

(Saori) Haha! E não é o que ele vai ser daqui a pouco?

(Shunrei) Aham!

(Saori) Posso ajudar no jantar?

(Shunrei) Quer mesmo?

(Saori) Sim.

(Shunrei) Então pode descascar e picar os legumes. (dando uma vasilha com legumes diversos e uma faca) Só tome cuidado com os dedos.

(Saori) Tá, vou tentar.

Saori começa a descascar e picar os legumes. Minutos depois, ela dá um grito.

(Saori, gritando) Shunrei!

(Shunrei) O que foi?

(Saori) Uma coisa... uma coisa passou correndo pela cozinha!

(Shunrei, rindo) Uma coisa? Foi um esquilo. Ele geralmente passa mais tarde, mas deve estar com saudade de mim.

(Saori) Hã?

(Shunrei) Tem uma família de esquilos morando numa árvore lá fora. Eles sempre vêm aqui em casa procurar alguma coisa pra comer. Eu costumo deixar castanhas ou nozes na janela.

(Saori) Nossa... Uma verdadeira interação com a natureza... Mas eu me assustei tanto que cortei o dedo...

(Shunrei) Hum... deixa eu ver. Não foi nada. Vou colocar um curativo. Isso é muito normal em donas de casa. Vivemos cortando os dedos.

(Saori, rindo) Eu sou um desastre nessa função. Não consegui nem cortar uma cenoura direito.

(Shunrei, pegando uma caixinha de primeiros-socorros) Depois você aprende.

(Saori) Espero que sim... se bem que quando eu casar com o Julian vou continuar tendo dezenas de empregados, nem vou precisar entrar na cozinha.

(Shunrei, fazendo um curativo no dedo de Saori) Pensa mesmo em casar com ele?

(Saori) É. Um dia. Mas Shunrei, será que você vai se adaptar à vida na cidade grande?

(Shunrei) Claro! Onde o Shi estiver comigo, eu estarei bem.

(Saori) Olha, eu confesso que tenho uma certa inveja desse amor incondicional de vocês, essa vontade inabalável de ficarem juntos, essa ternura que os envolve... (suspirando) Espero um dia viver algo assim... Julian e eu não vivemos nada parecido com isso...

(Shunrei, sentando-se à mesa, muito séria) Você não precisa continuar num relacionamento que não lhe faz bem.

(Saori) Pode acreditar, Shunrei, esse noivado com o Julian é a melhor coisa que eu já fiz na vida. Bom, mas quando é que esse bebê chega ao mundo?

(Shunrei) Ah, meu grãozinho de arroz chega no começo de julho.

(Saori) Hum... nativo de Câncer.

(Shunrei) É. Shiryu disse que os cancerianos são pessoas boas, tirando o Máscara da Morte, claro.

(Saori, rindo) Ele não é de todo mau.

(Shunrei) Eu não tenho razão nenhuma para achar isso. Não o odeio, mas também não o quero perto de mim e de Shiryu.

(Saori) Você tem seus motivos. Bom, de volta às cenouras, senão o jantar não sai. Sua assistente aqui é muito inexperiente.

(Shunrei, rindo) Um pouco.

(Saori) E agora com o dedo enrolado, vou demorar ainda mais com as cenouras.

(Shunrei)Tudo bem. Não precisa ter pressa. Em Rozan, vivemos tranquilamente.

(Saori) Acho que vou desistir de mudar para a Grécia... quero vir morar aqui!

Continua...