Innocence escrita por Lucy


Capítulo 5
Capítulo 5 - Diferente


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o quinto capítulo.
Não deixem de comentar. É realmente importante para mim, a opinião, o comentário, seja ruim ou bom de vocês, ajuda na inspiração, por isso comentem Õ

E nesse capítulo, problemas sérios de todos os modos. Espero que estejam gostando.
Beijos e Boa leitura.



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Abril de 2001 - Dois anos depois...

Enfim doze anos. Não era muita coisa, e minha vida continuava a mesma coisa de sempre. Papai continuava a beber, já era considerado um viciado, e seu emprego estava por um triz. Sem contar às drogas que ele usava, antes eu vivia trancada no quarto, agora... Vou para a escola, depois para casa, e passo o resto da tarde, até mais ou menos metade da noite, em um centro de meditação que abriram a pouco mais de cinco meses. Achei maravilhoso. Edward sempre me acompanhava, mas depois de me prometer ajuda com o papai, ele estava mais ausente. Aparecia rapidamente e voltava, e a noite ficava mais um tempo extra. Eu sempre perguntava se alguma cosia estava adiantando, mas ele sempre mudava de assunto e transferia a conversa para outro nível, isso era extremamente chato. Eu estava mudada. Com a idade claro que mudamos, tanto fisicamente, de uma forma assustadora, quando mentalmente, psicologicamente.  Eu estava assustada, sem a companhia de mamãe, que a cada dia que passava deixava um buraco ainda maior em mim, pela sua ausência. Era perturbador, não ter ela para me ajudar nessas mudanças, eu precisava dela para me auxiliar, mas estou sozinha agora. Praticamente.

-Tá aí Bella? – Perguntou Edward estralando os dedos em minha frente – Tão pensativa – Disse ele sorrindo e deitando em minha frente na cama, onde eu estava sentada, apoiada nos travesseiros.

-Só estava pensando nas mudanças, foram tantas. Ainda bem que você está aqui. – Eu disse sorrindo e me jogando nele, que me abraçou – Vai ter que ir hoje de novo? Mais cedo? É sábado, não pode ficar mais um pouco? – Perguntei me desfazendo de seu abraço e sentando novamente para poder encará-lo melhor.

-Infelizmente não posso Bella, mas virei amanhã cedo, para irmos ao parque. Não vai ter meditação ao ar livre amanhã não é? – Perguntou ele já se levantando.

-É sim. Vê se não se atrasa. – Eu disse, olhando-o desaparecer lentamente. Primeiro aquela aura brilhante em sua volta, depois só um feixe de sua luz.

-Eu já me atrasei alguma vez? – Perguntou ele sorrindo e desaparecendo, me deixando sozinha novamente. Papai tinha saído, sabe Deus para onde. Estava cada dia mais preocupada com Charlie, estava muito ausente, e poucas vezes sóbrio. Ainda não tinha se recuperado pela morte da mamãe. Também, era para tanto. Conheciam-se desde pequenos, eram vizinhos. Praticamente cresceram juntos, descobrindo tudo juntos, até que veio essa tragédia, que não gosto quando vem à tona em minha mente. Desci as escadas, e pretendia ficar esperando papai na sala, assistindo a alguma coisa na televisão. Assim que deitei no sofá a porta se fechou.

-Isabella? – Perguntei papai com a voz meio confusa – O que está fazendo? – perguntou ele entrando na sala, e me encarando. Sua cara não estava muito boa. Tinha um aspecto violento, e encarei-o direito, observando cada traço. Percebi que tinha sangue em sua roupa, em pouca quantidade, mas mesmo assim havia. Ele seguiu meu olhar, e quando levantei, me encarou.

-Pai, onde você estava? Por que sua camisa está com sangue? – Perguntei me aproximando dele, e tocando em seu rosto – Seus olhos estão muito vermelhos. – Eu disse tocando levemente sua face. Ele pegou brutalmente meu pulso, me machucando – Pai me solta! Está me machucando – Eu disse encarando-o, mas ele pareceu ignorar, e apertou seu aperto em meu pulso, e fortemente me jogou no sofá. No momento fiquei assustada. Ele não estava em si.

-A culpada é você. Você matou sua mãe! – Disse ele em encarando com fúria nos olhos. Aproximou-se de mim, e bateu com força em minha face. A dor se apoderou na parte direita de meu rosto, com uma ardência forte. Uma lágrima escapou de meus olhos. Sua mão já estava no alto, pronto para me bater novamente.

-Edward – Choraminguei, mas não foi válido. Charlie voltou a me bater. Não só no rosto, mas em meus braços que já estavam com marcas avermelhadas e nas pernas, não adiantava lutar, eu iria perder. Fiquei parada imóvel depois que ele acabou. Ficou olhando minha figura derrotada, ali, inerte, machucada.

-Agora sobe. Não quero ver sua cara na minha frente. Pelo menos por hoje – Disse ele, mas eu não tinha forças, para andar. Tudo doía. Ele ficou me encarando e por um momento pensei que fosse me bater novamente, mas ele me empurrou e se sentou, enquanto eu com muito esforço, com as pernas meio bambas, me levantei e me arrastei pelas escadas, rumando para meu quarto. Cheguei lá, tranquei a porta e me deitei com cuidado na cama, cobrindo minha cabeça com o travesseiro. Todo meu corpo doía. Lágrimas escorriam por meus olhos, tremores invadiam meu corpo, como uma forma de exorcizar a dor. Levantei-me e tirei minhas roupas, assim ficando só com as peças íntimas. Caminhei para meu espelho, com medo de como estava minha situação. Fechei os olhos diante de minha imagem ainda oculta pela minha visão, e os abri, quando estava em frente ao espelho. Assustei-me. Meus braços avermelhados estavam formando manchas roxas, que ficariam ali por um bom tempo. Em minha barriga manchas arroxeadas apareciam, e ao meu toque alarmaram uma dor indescritível. Em meu rosto, uma mancha também roxa se formava próxima ao meu olho esquerdo que estava começando a inchar. Minha pele muito clara mostrava as proporções dos hematomas. Em meus lábios, de um corte saía um pouco de sangue, que já estava seco, quando chegava ao meu queixo. A me ver assim, ao estado em que meu pai chegou, caí sobre o chão me transformando em uma bola, deixando as lágrimas me dominarem, o frio acobertar meu corpo, porque quando eu mais precisei, ele não estava lá para me proteger. Que tipo de anjo, proteção, amigo, deixa seu protegido sofrer? Até que ponto chegou?

Acordei com o corpo mais doído do que já estava. Da forma como dormi, no chão e toda encolhida, acordei. Levantei-me e estiquei vagarosamente meus músculos, muito doloridos, ainda sem me vesti, fui até a cômoda e de lá, peguei um comprimido para dor, e coloquei na boca, pegando um copo d’agua que estava em cima da cômoda também, engoli, e me virei para a cama, que estava meio arrumada. Joguei-me lá. Precisava ter uma conversa.

-Edward – Eu disse em um tom bem sonoro. Esperei um pouco e ele apareceu sentado ao meu lado.

-Olá – Disse ele e me encarou, quando viu que eu estava apenas de roupas íntimas se virou – Me desculpe, não sabia que você estava assim.

-Tudo bem. Queria mostrar a você uma coisa. – Eu disse e ele se virou. Seus olhos se arregalaram assim que ele viu a situação de meu rosto. Aproximou-se de mim e levantou cuidadosamente meu rosto, para poder examiná-lo, puxei de sua mão minha cabeça.

-O que foi isso? – Perguntou ele olhando para meu corpo totalmente manchado de hematomas arroxeados. – Você saiu ontem à noite?

-Não. – Eu disse me levantando e indo para sua frente.  – Isso aconteceu, por que eu te chamei e você simplesmente sumiu.

-Não estou entendendo. Não escutei você me chamando – Disse ele, com uma cara desolada, ainda estupefato pelo fato de eu estar machucada.

-Papai ontem chegou, e disse que eu era a culpada pela morte da mamãe, e provavelmente se vingou da culpada pela morte de sua esposa – Eu disse abrindo meus braços, como se fosse algo óbvio. – Eu te chamei, tendo alguma esperança de que você pudesse me tirar dali, me proteger. Mas parecia que eu estava falando com o nada, então eu desisti e só esperei acabar. Sinceramente, pensei que você fosse meu amigo, que estivesse aqui para me proteger. – Eu disse e lágrimas escorriam pelo meu rosto. Ele se levantou e ficou em minha frente. Pegou meu rosto em suas mãos e acariciou onde provavelmente estava avermelhado ou roxo.

-Me perdoe. Eu juro a você, que não ouvi seu pedido, não sei o que aconteceu, mas você acha que se eu tivesse escutado, teria ficado olhando você se machucar Bella? – Perguntou ele e neguei lentamente com a cabeça – Seu pai passou dos limites. Eu terei realmente que fazer alguma coisa dessa vez.

-Mas você não já estava fazendo algo? – Perguntei encarando seu rosto.

-Vou me apressar – Disse ele sério agora, quase com o rosto sombrio, mas eu não sentia medo. – Suponho que você ficará em casa hoje. – Disse ele e confirmei. – Vou resolver umas coisas, prometo que volto à noite, para ficar aqui com você. E tome cuidado, seu pai não está bem, como você sabe.

-Pode deixar. Mas, seu eu chamar você irá vir? – Perguntei sentando na cama.

-Farei o possível. Mas prometo que sim. – Disse ele e me deu um beijo na testa, assim sumindo em seguida.

Fiquei por um momento sentada na cama. Depois peguei minhas coisas, roupas e afins, e fui para o banheiro enrolada na toalha. Por um momento, fiquei com medo de sair do meu refúgio. Do meu quarto. Mas não poderia ficar ali para sempre, e assim que abro a porta para ir ao banheiro Charlie está saindo de seu quarto com uma aparência melhor, e ao olha para minha face, sua expressão é horrorizada.

-Bella – Disse ele se aproximando de mim, com a mão estirada, pronta para tocar meu rosto machucado, mas afasto sua mão.

-Não toque em mim – Eu disse séria e fui para o banheiro, pude sentir que seus olhos ainda me olhavam, mas ignorei, cheguei ao banheiro, tranquei a porta e entrei no Box, deixando a água morna relaxar meus músculos tensos e doloridos. Fiquei bons minutos ali em baixo. As dores tinham se atenuado, efeito do remédio, e eu já estava melhor, porém os hematomas, ainda demorariam a desaparecer. Acabei o banho e me troquei, saindo do banheiro, desci e fui à cozinha, onde a função era pegar algo para comer, afinal de contas estava há um tempo sem colocar nada para dentro. Chegando lá, enchi uma de minhas garrafas com água, peguei um copo de suco, fiz um rápido sanduíche, e peguei uma maçã. Com isso, subi as escadas e voltei a me trancar no quarto. Abri as janelas, deixando o ar frio entrar, e os raios fracos de sol, iluminarem o quarto. Sentei-me na cama e comi tudo em poucos minutos, voltando a me deitar logo em seguida. Voltando ao mundo da inconsciência, ao mundo dos sonhos, onde eu queria viver para sempre.


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