Pesadelo do Real escrita por Metal_Will


Capítulo 57
Capítulo 57 - Passagem


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Primeiro queria pedir desculpas. Eu postei sem querer o capítulo 56 duas vezes e acabei apagando o último. Só que com isso as reviews do cap. também apagaram. Mesmo assim, eu li todas e agradeço de coração por estarem acompanhando e comentando. Para me redimir, posto agora o capítulo 57 da saga. Espero aproveitar o feriado prolongado para postar mais. De acordo com o meu cronograma, espero encerrar a história ainda em novembro. Fiquem espertos com as emoções finais de Pesadelo! ;)



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"Detalhes fazem toda a diferença"

Capítulo 57 - Passagem

- Você...é você.. - diz Monalisa, não podendo segurar as lágrimas de alegria de seus olhos - Ariadne! Você ainda está aqui!

 Ela mesma. A guia conseguiu alcançar Monalisa que corria sem rumo pela estrada de tijolos amarelos. Finalmente as duas se reencontraram. Ariadne não tem tempo de falar qualquer coisa e é logo abraçada pela loirinha.

- Ei, calma, calma...eu ainda preciso te dar uma bronca - retruca a guia.

- Quantas você quiser - fala Monalisa, soltando-se dela e deixando as emoções falarem em um raro momento de sua vida - Nessas horas até eu que detesto abraço estou com vontade de te abraçar!

- Ai, tá bom... - Ariadne abre os braços e Monalisa se joga mais uma vez neles. Realmente, ela devia estar muito feliz e aliviada de reencontrar sua guia após tantos apuros. Afinal, estamos falando da Monalisa, que raramente demonstra qualquer afeto físico.

- Onde você estava? - pergunta Monalisa.

- Eu é que queria fazer essa pergunta, mas infelizmente sei tudo que se passou com você. Tsc. Você foi parar em lugares onde eu simplesmente não tinha permissão de chegar...como conseguiu ser tão descuidada?

- Aconteceu tanta coisa..eu...eu me perdi de você, depois fui enganada, depois...

- Tudo bem, eu sei, eu sei - diz Ariadne tentando acalmar a afobação de Mona - Mantenha a calma. Tá tudo bem agora.

- Ainda bem que você me achou...mesmo conseguindo escapar de tudo aquilo...não tenho a menor ideia do que fazer agora.

- Não se preocupe. Agora que eu cheguei podemos continuar calmamente. Mas você vai ter que redobrar o seu cuidado. Quantas vezes eu vou ter que dizer? Você está em uma realidade sem nenhum tipo de ordem. Foi um milagre você ter escapado de todas aquelas situações, mas se vacilar de novo...bem, sabe o que acontece se errar de novo...

- Não posso errar. Não cheguei tão longe para colocar tudo a perder. Eu...eu peço desculpas.

- Que seja - suspira Ariadne que anda alguns passos a frente e dá uma boa olhada no horizonte - Pelo menos estamos perto da Torre de Esmeralda.

- Perto? Mas essa estrada não é infinita?

- É verdade. Se simplesmente andar ou correr por ela, nunca chegará lá. Se tentar sair da estrada, cairá em alguma armadilha desnecessária.

- Então como podemos chegar?

- Heh. As coisas aqui são mais sutis do que você imagina.

 Ariadne começa a andar na frente. Monalisa a segue, mas não tinha nenhuma ideia de como poderia mudar aquela situação. Andar, andar e andar sem nunca chegar onde se quer. Como escapar da estrada infinita? Por incrível que pareça, mesmo andando e correndo tanto, ela não estava suada e seu vestido de Alice estava intacto e limpinho, como se não tivesse passado por nada. Monalisa observa o vestido vermelho de Ariadne e repara o quanto ela ficava bem com ele. Na verdade, ela nunca havia parado para prestar atenção no quanto sua guia era bonita. O jeito dela não era muito feminino. Parecia ser do tipo de menina esportista, que preferia jogar bola do que brincar de bonecas quando criança, mas às vezes seu rosto esboçava uma expressão tão meiguinha e delicada que poderia se rachar com a brisa mais leve. Mona pensa que nunca poderia agradecer por tudo que ela estava fazendo e que talvez essa fosse uma das únicas oportunidades que teria para dizer isso.

- Ariadne.

- Eu..

- Obrigada.

- Por quê?

- Por tudo que fez e está fazendo...talvez eu não tenha outra oportunidade para te agradecer.

 Ariadne dá um sorriso tímido e balbucia alguma coisa.

- É...não vamos ficar juntar muito tempo - diz ela baixinho.

- O que disse?

- Bem, não tem por que me agradecer...estou seguindo a minha função. Só isso. Além disso...

- O que foi? Pode dizer...

- Se a verdade não for bem o que você queria...você vai me odiar por fazê-la sair daqui e não me agradecer.

- De novo essa conversa? A escolha é minha! Eu estou disposta a assumir as consequências dela, mas eu simplesmente não posso aceitar tudo. Não posso vir tão longe e jogar tudo fora...

- E chegamos mesmo muito longe.

- Hmm?

- Ouça, Mona, apesar da sua falta de sorte e de todos os riscos que você correu, cortamos um bom caminho. Se estivéssemos juntas, demoraria bem mais para chegar na estrada.

- Então a estrada é mesmo o caminho certo?

- Só precisamos ativar o evento correto.

- E que evento é esse? Já estou cansada de andar e andar sem chegar a lugar nenhum. Podemos chegar lá ainda hoje.

- Só precisa andar mais um pouquinho - responde Ariadne - Ah! Aqui

- Aqui? O que tem demais? Só paramos em um lugar da estrada.

- Mas não um lugar comum.

- O que tem de tão extraordinário aqui?

- Olhe para baixo.

 Monalisa volta seus olhos para os pés e vê apenas o chão de tijolos amarelos. O que havia demais?

- Continuo sem entender.

- O chão - aponta Ariadne - Tem um formato diferente.

 A garota olha com mais atenção e, de fato, percebe um tipo de tijolo maior no meio de todos os tijolinhos amarelos que constituiam o resto da estrada.

- Hmm...parece que é um tijolo diferente.

- Esse tijolo aparece a cada mil passos que você dá. É um objeto recorrente na estrada infinita.

- E é o único tijolo diferente?

- Sim. Tente bater nele duas vezes.

- Bater nele?

- Não pense se isso faz sentido ou não! Apenas faça!

 Monalisa obedece, dando dois soquinhos no bloco e, para sua surpresa ele se abre, revelando uma passagem secreta.

- I-Incrível - espanta-se a mocinha - Eu nunca ia pensar nisso!

- É por isso que estou aqui - sorri Ariadne - Detalhes fazem toda a diferença.

- Estou vendo - diz Monalisa, cada vez mais admirada - Essa é a passagem que vai nos levar à Torre?

- Ela mesma, siga-me - Ariadne simplesmente cai no buraco. Monalisa não conseguia ver o fundo, mas achou melhor não pensar e cair por ali sem questionar. Seria um buraco sem fundo como a toca do Coelho Branco? Não. Ela não demora muito para chegar ao fundo. Mas isso não significa que o cenário em que chegou não era menos curioso. Pelo contrário, era uma região escura, noturna, com apenas uma Lua cheia iluminando. Monalisa preferiu não refletir sobre o porque estava em um cenário com mudanças tão repentinas, mesmo porque já devia ter se acostumado com isso. Ariadne estava logo à frente, andando devagar. Como estava escuro, Mona segura na mão da guia e faz de tudo para não se perder dela.

- Dessa vez não vou desgrudar de você - fala Mona, com convicção.

- Seria legal filmar o que você acabou de falar e mostrar para o pessoal da escola.

- Hahaha - ri a loirinha - Tirando o fato de que tudo era uma mentira, até que eu gostava da escola.

- Seria legal se conseguissemos nos formar juntas - comenta Ariadne - É uma pena que tudo tenha chegado a esse ponto.

- Mas agora falta pouco...fico imaginando como será o outro lado.

 Ariadne apenas fica em silêncio.

- Não precisa falar nada. Sei que não pode falar sobre isso, mas...sei lá. Como será minha outra vida? Será que terei consciência de que estive aqui? Será que minha família é muito diferente e...

- O que foi? Ficou quieta de repente...

- Família...como será a minha família do outro lado? Sei que a minha família do Labirinto não era perfeita, mas também não era a pior de todos.

- Ora, é claro que não - diz uma voz conhecida, que faz Monalisa arrepiar todos os pelos do seu corpo.

- Oh...é ela - comenta Ariadne, segurando firme na mão de Mona. A loirinha, por sua vez, suava frio, sabendo perfeitamente quem iria aparecer naquela hora.

- Monalisa, minha querida - diz Eleonora, a representante da mãe de Monalisa no Labirinto, usando um longo vestido preto decotado e uma maquiagem escura que deixava um clima ainda mais obscuro - Por que demorou tanto? Estava te esperando...vamos voltar pra casa.

 Eleonora exibia um sorriso terno, esbanjando uma simpatia que só podia exibir em sua forma do Labirinto. Apesar disso, Monalisa sabia que isso não seria um bom sinal.

- É...a minha mãe..espera...o que estou dizendo? Você nunca foi minha mãe de verdade! - enfrenta a garota.

- Do que está falando? Ninguém te ama mais do que eu.

- Monalisa - diz Ariadne - Não é surpresa nenhuma ela estar aqui. Acontece que nas atuais circunstâncias esse é o único caminho que leva para a Torre e não temos escolha a não ser passar por ela.

  Passar por ela? Por que Monalisa tinha a impressão de que isso não seria fácil, mesmo tendo Ariadne do seu lado. Uma batalha final contra o último vírus estava prestes a começar.


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