Alguns anos se passaram desde que descobri que a Mel era super inteligente, a exatamente duas semanas foi o aniversário de 3 anos dela. O Alex esta com 6 anos e ainda naquele internato, não entendo o por que ele cisma em estudar naquele colégio, poderia estudar em uma escola normal, mas não, tinha que escolher um internato, morro de saudades dele.

Hoje eu acordei cedo e fiquei sentada na minha cama, afinal é domingo. Hoje também é a estréia de um filme na qual protagonizei, hoje sai Elektra: O retorno, eu também participei dos Velozes e Furiosos 5, aquele filme onde colocaram um deserto no meio do Rio de Janeiro(vai entender a cabeça do diretor), isso tudo idéia da minha filhinha e de meu maninho.

Nos Velozes e Furiosos, eu fiz o papel de uma corredora de rua. Já na Elektra, eu tive um papel um pouquinho melhor, eu faço sou a Elektra.

Levantei da cama sem vontade nenhuma, tomei um banho e fui acordar a Mel. Entrei devagar em seu quarto, ele era lindo, desenhado por mim é claro, pintado com cores azuis e cinzas, o papel de parede é foto dela e do Alex fazendo careta dentro da piscina. Sorri ao lembrar-me da cena em que foi tirada. Foi num típico dia de verão, o sol intenso nos obrigou a ir para piscina, como se aqueles dois não gostassem de água, do jeito que são me obrigariam até se estivesse nevando.

Me inclinei sobre a cama de minha pequena e lhe acaricie os cabelos enquanto distribuía beijos pelo rosto dela.

_ Anjinho, acorda – Falei enquanto ela abria os olhos

_ Bom dia mamãe – Falou ela com a voz rouca de sono enquanto se espreguiçava

Depois de muito enrolar, descemos para a cozinha e tomamos café. Como sempre fazíamos fomos assistir um desenho na televisão.

Assistimos Tom e Jerry, Bob esponja e mais um monte de desenhos, pra falar a verdade eu também gostava dos desenhos, depois de anos com crianças em casa você aprende a gostar de assistir televisão enquanto come pipoca ou brigadeiro.

_ O que acha de nós brincarmos – Perguntei assim que acabaram os desenhos legais

_ Do que? – Perguntou ela e eu não respondi apenas comecei a contar

_ Um, dois, três, quatro – Assim que ela me ouviu contando sai em disparada para fora de casa

Contei até cem e fui atrás dela

_ Cadê você em? – Perguntei

Eu consegui ouvir risinhos vindos da floresta, era óbvio que ela se esconderia lá dentro, afinal conhecemos muito bem a área, então nem me incomodo que ela entre lá. Mel conhece os limites, não pode se afastar demais.

Eu adentrei na floresta e comecei a procurá-la, passei pelas primeira arvores e nada dela, acho que esta melhorando neste jogo, voltei a procura-la um pouco mais a fundo na floresta e nada, foi quando eu ouvi um grito, o que me fez entrar em choque, era o grito da minha filha

_ Mel – Eu gritei e senti a presença dela, então corri em sua direção, não sei a velocidade em que estava e muito menos a distância, mas eu conseguia ouvir tudo com perfeição.

_ Calma garotinha, você vai ficar bem, eu não vou te machucar – Falou uma voz feminina conhecida, mas eu não reconheci a dona, minha mente estava preocupada com minha filha, não com a estranha que estava com ela, mas se alguma coisa acontecer a Mel pode ter certeza que essa mulher vai pro mundo inferior.

_ O que você faz aqui na floresta? – Perguntou novamente a voz

_ Estou brincando com minha a mãe, e se você me machucar ela vai torturar e depois matar você – Respondeu a Mel e a estranha riu

_ Não acho que seja possível, mas não vou lhe machucar, só quero que sua mãe chegue logo para que eu possa seguir viagem e encontrar minha amiga – Respondeu a voz para a Mel

Agora eu estava muito perto

_ Tire as mãos da – Eu interrompi minha frase no meio quando vi que a voz era da Thalia. A figura de cabelos negros e olhos azuis estava parada a minha frente como se fosse um fantasma do passado. Sua aparência era de uma mulher de uns 26 anos, não a de uma menina de 16 como eu esperava ver, mas como ela não é uma caçadora, uma caçadora não pode envelhecer então por que ela parece ser mais velha que eu?

_ Thalia? – Perguntei fazendo a mesma olhar fixamente em mim

_ Mamãe – Gritou a Mel correndo para os meus braços

_ Espera aí, Annabeth? – Ela estava assustada depois de me analisar e ver quem eu era, ela já havia me reconhecido, porém, queria ter certeza deste fato.

_ Não acredito que você está aqui – Falei

_ Não acredito que você é mãe – Rebateu ela

_ Vem – Falei voltando em direção a minha casa e a Thalia me acompanhou sem pestanejar.

_ Mel, por que não vai jogar vídeo game? – Perguntei e ela apenas assentiu indo para o seu quarto.

Eu segurei a mão da Thalia e a levei para o meu escritório.

Meu escritório era o lugar onde eu passava a maior parte do tempo. Tinha uma mesa grande no centro onde estava todas as maquetes já desenvolvidas por mim. No canto estava uma escrivaninha onde permanecia meu notebook de Dédalo. Atrás da minha mesa(escrivaninha) existe uma janela toda de vidro que tem o tamanho da minha parede, dando plena visão da floresta que se estende ali.

Thalia observava cada detalhe da minha decoração, decidi contar o silencio que ali se instalava.

_ Achei que você fosse uma caçadora, mas você esta com aparência de uns 26 anos – Falei

_ É que a Ártemis se apaixonou e por conseqüência disso a caçada não existe mais – Falou ela e eu fiquei em silencio pensando em como contar sobre a Mel

_ Eu senti nela o poder do Poseidon, é o que eu estou pensando? – Perguntou ela

_ É exatamente o que esta pensando – Respondi esperando que ela entendesse para facilitar minha explicação.

_ Então o Poseidon traiu sua mãe com você – Falou ela com cara de nojo

_ Sim, espera aí, não. Claro que não – Falei fazendo cara de nojo, ela entendeu totalmente errado

_ Mas eu senti nela o poder do Poseidon – Falou ela

_ Ela não é filha do Poseidon – Falei exasperada

_ É filha de que então? – Perguntou ela

_ Do Perseu – Respondi fazendo careta, falar nele ainda me incomodava, apesar de Mel saber tudo sobre Percy, o assunto que envolve ele é sempre evitado.

_ Sabe de uma coisa – Falou ela me tirando da minha linha de pensamentos

_ O que? – Perguntei

_ Sua mãe vai te matar quando descobrir – Falou ela rindo

_ Eu sei, mas você tem que levar em consideração que ela está casada com Poseídon – Falei

_ Mas quando vocês dormiram juntos? – Perguntou ela tentando se controlar

_ No dia do casamento da minha mãe – Respondi e ela riu mais ainda

_ Agora sim você vai morrer, só falta você dizer que casou, igual ao Percy – Falou ela entre risos

_ Eu casei – Falei e ela parou de rir me olhando abismada.

_ Você também? – Perguntou ela levantando uma sobrancelha

_ Como assim, eu também? – Perguntei

_ O Percy jurou nunca trair a mulher dele, o problema é que ninguém conhece essa mulher e ele não cita nome, então todos acham que ele é homossexual – Falou ela

_ Fico feliz de saber isso – Falei sorrindo

_ Você fica feliz de saber que ele se casou ou que ele é homo? – Perguntou ela

_ Nenhum dos dois, fico feliz por saber que ele me ama – Respondi sorrindo, de alguma maneira aquilo fez-me sentir melhor e alegra. Eu sei logo depois de virar deus teve casos com várias humanas e consequentemente teve vários filhos, mas o fato de que ele não esteve com ninguém depois do casamento me deixou realmente feliz.

_ Espera aí, você é a mulher dele – Falou ela e eu assenti

_ Quando isso tudo aconteceu? – Perguntou ela assustada

_ No dia do casamento da minha mãe, foi nesse dia que eu casei, foi nesse dia que eu dormi com o Percy, e foi nesse dia que eu engravidei – Respondi

Acho que conversamos por horas até eu ouvir minha filha batendo na porta do escritório

_ Mamãe – Chamou ela da porta como se esperasse permissão pra entrar

_ Acho que vai ser difícil me acostumar com uma sobrinha – Falou Thalia

_ Como se você não tivesse um filho de 4 anos com o Nico – Falei rindo enquanto abria a porta

_ Vamos para a estréia do seu filme – Falou Mel entrando no escritório

_ Eu esqueci – Falei e minha filha riu

_ Foi por isso que eu vim te lembrar uma hora antes – Falou Mel

_ Obrigado meu Anjinho – Falei beijando-a na testa

_ Thalia, se prepara porque você vai comigo – Falei saindo do escritório correndo para o meu quarto

Depois de achar uma roupa para vestir, eu finalmente desci para encontrar minha filha e minha melhor amiga

_ Vamos meninas – Falei

_ Vamos aonde? – Perguntou Thalia assim que entramos na minha Mercedes Guardian

_ Na estréia de um filme – Respondi

_ A Elektra? – Perguntou ela

_ Você gosta? – Perguntei dando partida no meu carro

_ Não muito, a Gabi até gosta, mas é o Cris que adora – Respondeu ela

_ Ele esta com aparência de adolescentes? – Perguntei

_ Não, parece ter uns 25 anos – Falou ela

_ Como é que eu não sabia disso, como não sabia que ele era um deus? – Perguntei

_ Você ficou muito tempo fora do Olimpo, muitas coisas aconteceram – Falou ela e eu ri

Eu voltei a minha atenção para a estrada, estava escuro, eu dirigi na direção ao local da estréia do filme, parei o carro e quando desci do mesmo, milhares de câmeras estavam sobre mim e minha família.

Entramos sem pestanejar, e lá dentro eu fui cumprimentando todos que eu conhecia, depois de muito andar consegui entrar no local onde o filme iria passar.

Depois de algum tempo o filme começou, o filme tinha morte então eu deixei a Mel no filme infantil que passava na sala do lado.

Pov Thalia

Depois de muito conversarmos, finalmente o filme começou.

A primeira cena foi estranha, tudo começou com a voz da Annabeth, dizia assim: “Alguns acreditam em vida passada, outros não”

Assim que ela parou de falar a primeira cena veio. Era uma rápida lembrança do ultimo filme, isso foi bem legal. As imagens deixavam bem claro que era uma lembrança bem nublada de um passado.

Foi quando a cena mudou novamente e desta vez apareceu a Annabeth levantando da cama e indo tomar café, logo depois ela entrou num carro e partiu para uma faculdade.

Tenho que admitir que este filme é bem parecido com a vida dela, ela mata para viver, e quando as coisas estão fora de controle é a ela que recorremos

O filme foi muito bom, a Elektra descobriu sobre seu passado e assumiu seu papel no mundo, ela salvou pessoas, mas também matou muitas.

Assim que o filme terminou todos estavam aplaudindo de pé.

_ Vamos – Falou a Annabeth ao meu lado

_ Claro – Respondi

Nós esperamos o filme da Mel acabar e voltamos para o carro.

Eu estava lembrando do meu filho, o Rick vivia com seus pais adotivos, assim como todas as crianças filhos de ambos os pais deuses, exceto por Annabeth que é fugitiva do Olimpo. O Olimpo tinha vários novos deuses menores, os principais eram: Eu, o Nico, a Gabi, o Felipe, os irmãos Stoll, o Cris, a Clarisse, e mais alguns outros, parecem muitos, mas não são. Nossos filhos também serão deuses menores, mas só depois de completarem 24 anos.

Chegamos na casa da Annabeth e a campainha tocou, a Annie pediu para mim atender então assim o fiz

_ Oi – Falei após abrir a porta

_ Eu vim pegar a Mel ela vai dormir na minha casa – Falou um homem

_ Oi pai, entre – Falou a Annabeth aparecendo atrás de mim

O pai da Annie se sentou no sofá e antes mesmo de ser chamada a Mel já estava na sala com sua mochila

_ Nossa, que rápida – Falou a Annie rindo

_ Vamos vovô – Falou a Mel puxando o Frederick

_ Ta, já estou indo – Respondeu o Frederick

_ Não se esqueça de pegar o material para sua escola, amanhã você tem aula – Falou Annie

_ Já peguei tudo mãe – Falou a Mel abraçando sua mãe e logo depois a mim

_ O que vamos fazer agora? – Perguntei

_ Quer sair? – Perguntou ela

_ Acho melhor não – Respondi me lembrando que todos os deuses estão aí fora atrás dela, mas o momento de reencontro esta tão legal que falarei isso pra ela depois.

_ Então vamos ficar – Falou ela se jogando no sofá e ligando a televisão

A noite foi bem legal, assistimos filme e conversamos até cair no sono.