Eterno Amor Platônico escrita por AArK


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu sou fascinada por histórias de amores platônicos, então, pensei em escrever uma one-shot de um amor platônico doentio e obsessivo... E bom, aí está... Foi só por diversão!



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Exatamente sete horas da manhã. Abro minha janela, pego meu binóculos e lá está ela. Ainda não acordou, está  atrasada. Deitada, tão linda, em sua cama. Se ela soubesse disso, teria fechado a janela. A luz do Sol entra pela  abertura e ilumina seu belo rosto e seus lindos cabelos cor de amêndoa. Ela tem um leve e doce sorriso nos  lábios, ou estou apenas fantasiando as coisas. O que não seria raro... Ela deve ter tido um belo sonho. Sonhara com  um príncipe encantado que iria lhe amar e proteger pro resto da vida. Provavelmente. Suspiro com inveja deste  príncipe.

Sete e dezesseis da manhã. Ela finalmente levanta, e olhando para seu despertador, nota que está atrasada. Deve  ter esquecido de ligá-lo. Começa retirar as roupas de dormir... Ah, seu corpo... Seu corpo é a peça mais bela do  universo, esculpido pelas mãos de um Deus... Não, ela é a Deusa. Curvas lindas e perfeitas. Seus seios rosados,  com os biquinhos duros por causa do frio. Está verão, mas o vento fresco que está batendo não faz jus ao calor que  o Sol tenta emanar. E isso só ajuda a melhorar minha visão. Lá, de perto, ao seu lado, todos os poros de seu corpo  devem estar arrepiados... Deve ser uma coisa ainda mais linda de se observar. Mas por hora, satisfaço-me.  Cintura, quadris e uma calcinha branca de algodão simples. Ela começa a retirar as roupas de seu armário.

Estabanada as joga por cima da cama, de qualquer jeito. A camisola de dormir, estampada com flores foi parar no  chão. E rapidamente, ela entra em seu banheiro. De banho tomado e já cheirosa, suponho, sai já arrumada com o  uniforme do colégio. Saia xadrez, blusa branca, colete avermelhado e um laço negro. Calça suas meias 3/4 e seus  sapatos, que daqui não dá pra ver quais são, pois, ela está sentada de costas pra cama.

É hora de parar...

Guardo meu binóculos e desço as escadas pra rua.

Paro na frente da casa, e abro um sorriso, e fico lá esperando. E logo, ela passa. Seus longos cabelos esvoaçantes,  em algum segundo receberam um adorno de enfeite. E quando ela passa, sinto seu perfume. E então, ouço sua  voz falando pra mim, ao acenar, com um sorriso doce no rosto:

- Bom dia, Hitomi-Chan! - Diz ela pra mim, e então, ela passa deixando aquele aroma no ar...

Não perco tempo, coloco minha pasta nas costas e vou andando vagarosamente, deixando um espaço residir entre  nós. E vou andando sem ligar e sem cansar. Só observando-a. Seus cabelos a passearem com o vento, suas pernas  bem esculpidas, caminhando.

O sinal toca. Estamos na escola. Entramos na sala de aula.

Fico a observar-lhe a todo momento. Ela conversa com suas amigas, ela sorri, ela faz gestos com a mão e então,  começa a brincar com as outras. A professora lhes chama a atenção, elas pedem desculpas. A professora lhe faz  uma pergunta, e ela responde, e acerta... Tão inteligente. A aula prossegue, e a minha observação compulsiva  também.

Horário de intervalo. Vejo todos os alunos descerem as escadas, inclusive ela. E então, tiro o meu binóculos da  maleta. E fico lá em cima, na varanda das salas, a observar, sem problemas. Todos os dias. Reparo nela chegando  no pátio, encontrando com amigas, despedindo-se delas e enfim... Indo se encontrar com ele.

Ele?

Ela dá a volta em todo o pátio, olhando para todos os cantos, escondendo seus segredos. E enfim, chega naquela  área. A Área que só dá pra enxergar, se for aqui por cima, ou entrando por onde ela entrou. É um canto de  nosso colégio meio vazio, e as pessoas daqui o usam, deliberadamente, para fins "confidenciais". E ela é um dos  usuários.

Há uma árvore, mas ainda sim, dá pra enxergar através dela. E eu a vejo lá... Vejo-a se encontrando com Ele. Seu  nome, nunca me interessou saber. Não gosto dele. E não há como gostar.

Mas ele a abraça com uma vontade incrível (ou será que é a minha vontade transpassada nele?), e então, a toma os  lábios sem pudor. E escondida de todos, ela o beija. Eles trocam salivas. Ele enfim, toma do mel da boca que me é  negado, durante longos... longos... e incessantes minutos. Ele também a apalpa, eu vejo. Suas mãos passeiam por  suas nádegas, primeiro por cima de sua saia, depois por debaixo. Ela se comprime em seu corpo. Sinto minha  espinha arrepiar...

De ódio e de vontade.

Eles ficam lá mais um tempo, até que ela, com medo de estar sendo vista, se despede dele, e eles se separam.

Ela volta pra suas amigas. Come alguma coisa. Conversam mais um pouco, e enfim, retornam a sala. E mais uma  vez, eu continuo a lhe olhar. A professora me faz uma questão, eu respondo, acerto (apesar de tudo) e eu vejo um  sorriso aparecer em seu rosto quando isso acontece. Sinto-me um pouco infeliz, apesar de tanta beleza.

A aula continua e minhas observações também. E assim que se encerram, a vejo arrumar as coisas pra sair.  Certifico-me de que terminei de arrumar as minhas primeiro. Pra isso, arrumo-as uns 10 minutos antes do  sinal tocar novamente. E logo assim que a vejo estar pronta pra partir, levanto-me e saio, exatamente atrás dela,  dando um espaço entre nós.

Vamos andando, voltando pra mesma rua, pra mesma quadra. Eu a vejo entrar primeiro em sua casa, e então,  entro rápido na minha. Não dá tempo de me arrumar, de tirar o uniforme e nem fazer nada. Subo as escadas e  volto pro meu quarto. Pego os binóculos e fico lá...

Ela geralmente almoça por volta de 1:20 - 1:30, mas tem vezes que ela se adianta, porque come mais rápido,  acredito. Então, acabo por esperá-la, mesmo que fora demorar. Pra isso, às vezes, certifico-me de que há algum  lanche disponível pra mim, em meu quarto, pra que eu não perca nenhum segundo importante.

E passo o dia todo assim, a observá-la. A vejo trocando de roupa, dançando, comendo chips, estudando, ouvindo  música em seu ipod, lendo livros e até mesmo... Se masturbando. Mas, por algum motivo ruim, ela só o faz  coberta com seu lençol.

E por fim, durante a noite, mais uma vez, ela se despe e vai tomar um banho, e já sai de seu banheiro, vestida em  sua camisola estampada.

E é assim que eu passo os dias, observando sua vida, e sentindo suas dores, alegrias, temores e tudo o mais que lhe  assolar.

Eu a amo. Mas ela nem sabe.

Eu a amo. Mas não quero que ela saiba.

Meu eterno amor-platônico.


FIM.


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Notas finais do capítulo

PS: Doentio, não? PS 2: "Hitomi" significa "Pupila (Olho)", algo que muito combina com a personagem!