Por Hillit        Depois que Tom me deixou em casa, minha noite já tinha planejamento: eu iria ficar deitada na cama vendo filmes, comendo pipoca e alguns doces que tinha comprado numa lojinha no saguão e pensar em tudo que Tom havia me dito. Coloquei um pijama quente, liguei o DVD e assim que me deitei o telefone tocou.       Era Layla. Nos falamos pouco, mas nesse pouco, acabei falando mais do que devia. Para que eu fui dizer que ''Bill estava estranho''? Eu sabia que logo as coisas iam começar a se complicar, pois ela disse que voltaria no dia seguinte e eu não sabia mais o que esperar daqui para frente, mas não queria pensar nisso, não agora.      Deitei na cama e dei play no DVD. No início eu estava prestando atenção no filme, mas depois me perdi com as palavras de Tom escoando na minha mente. Eu não sei se deveria me sentir feliz por saber que talvez ele senta algo por mim ou se devo me sentir preocupada e com medo do que pode acontecer. Sei que Layla gosta dele. Nesse momento tudo o que eu desejava era poder entrar na mente de Bill e saber o que ele estava pensando sobre isso, quais eram os verdadeiros sentimentos dele e o que ele faria, mas antes de qualquer coisa eu precisava conversar com ele antes de Layla chegar para me certificar do que Tom tinha dito e resolvi ligar para Bill, mas na manhã seguinte, pois já estava tarde. Então, desliguei o DVD e peguei no sono.       Quando acordei, a primeira coisa que fiz foi ligar para Bill:       -Alô, Bill?       -Hillit? - ele disse com surpresa na voz - pensei que nunca mais iria querer saber de mim! Me desculpe eu...       -Tudo bem, não se procupe com isso... - disse o enterrompendo - preciso que venha aqui ainda hoje. Preciso conversar com você.       -Claro, claro! Tenho que pintar umas telas, mas pela tarde estarei aí.       -Ok,te vejo mais tarde.       -Com certeza, tchau.       Depois do almoço, comecei a andar pelo hotel procurando a piscina ou algum espaço de lazer. Entrei em um corredor que dava à uma sala meio escondida atrás das escadas. Pisei na sala e eu não poderia ter visto coisa melhor: UM PIANO, bem alí na minha frente! Não pensei duas vezes e me sentei no banco e comecei a toca-lo. Não fazia idéia se podia usa-lo mas não resisti... Perdi a noção do tempo e apenas fiquei concentrada nas teclas do piano.      De repente, ouço passos entrando na sala. Paro de tocar, me viro e a primeira coisa que eu vejo é o cara que conseguia fazer meu sangue correr mais rápido, apenas com sua presença, mais conhecido como Bill.      -Por que parou de tocar? É a coisa mais linda que já ouvi! - ele disse se aproximando do piano      -Como me encontrou aqui?      - Eu passei pela recepão para avizar que eu estava subindo ao seu quarto e um carregador de malas disse que viu uma moça bonita de cabelos pretos indo até a sala do piano e imaginei que seria você. - ele diz sorrindo e me fazendo ficar vermelha e abaixar a cabeça envergonhada - posso me sentar ao seu lado? - ele pergunta receoso.      -Claro! - me afastei um pouco dando lugar a ele no banco estreito.      Repousei os dedos sobre as teclas e comecei a tocar novamente. Senti que os olhos dele estavam presos em mim. De repente, ele começa a cantar. Começa a inventar a letra de uma música como se estivesse escrito a anos. A letra se encaixava perfeitamente na minha melodia, mas não foi isso que me impressionou... A voz dele era exatamente como eu imaginei que teria um anjo: uma voz doce, envolvente. Uma voz que acalma, que me fez pensar que estava sonhando.      Ele continuou cantando ''Zoom into me, zoom into me, I know you're scared''. Eu prestava atenção no que ele cantava e sentia as palavras entrando em mim e indo direto ao meu coração.      Até que ele colocou o braço em volta da minha cintura, encostou os lábios no meu ouvido e susurrou ''When you can't breath,I'll be there zoom into me''.      Senti um arrepio e fechei os olhos parando de tocar. Então, senti os lábios dele percorrendo meu Rosto até chegar a boca. Estava esperando sentir aqueles lábios nos meus outra vez, mas algo nos enterrompeu...