Can You Keep a Secret? escrita por Andy


Capítulo 1
Único; Küss mich.


Notas iniciais do capítulo

Aproveite;



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Era uma tarde comum de primavera e os meninos aproveitavam o tempo em que não estavam na escola para brincarem na antiga casinha na árvore. O sol brilhava no céu como se pintasse um sorriso em uma cara triste. E era exatamente o mesmo que o Kaulitz dez minutos mais velho tentava fazer com seu pequeno e emburrado irmão gêmeo.

— Se te deixa mais feliz... Nem achei tão bom assim! — O menino de dreads tentava consertar a qualquer custo a burrada que havia feito. Sabia que não deveria ter contado ao irmão que havia quebrado sua promessa e beijado uma menina de sua classe. O moreno sentou emburrado ao lado do irmão na pequena portinha da casa da árvore e ficou a observar o céu.

— Não estou falando com você Tom! — Exclamou visivelmente irritado. Típico de uma criança. Porém em certo modo ele se via coberto de razão por ignorar toda e qualquer tentativa de abordagem do outro. Eles tinham apenas treze anos. Mas se havia uma coisa que levavam mesmo a sério eram promessas. — Você disse que ia me esperar. Eu odeio quando você faz as coisas antes de mim!

Tom suspirou e deixou-se apoiar no chão de madeira improvisado do local. Mesmo com a idade Bill continuava a ser tão infantil. Fora apenas um beijo, o que havia de mal naquilo afinal de contas? Ele não sabia a resposta. Mas sabia que aquilo havia magoado seu pequenino irmão. E por mais que Tom odiasse admitir quando estava errado ele sabia que não deveria ter quebrado a promessa que fizera ao irmão tempos atrás. Ele esperaria até que Bill estivesse pronto para ficar com alguém, para que quando o fizesse eles dessem aquele passo juntos. Claro que o moreno sempre detestou o fato de Tom sempre conseguir tudo antes dele. Era sempre Tom quem abria os presentes primeiro no dia de Natal. Era sempre Tom quem ganhava o primeiro abraço e, mesmo sendo besteira ter notado, era sempre Tom quem ganhava os melhores sorrisos.

Uma brisa leve soprou contra o rosto de Bill e ele afundou-o em seus braços cruzados sobre os joelhos. O clima era agradável e se não fosse pela estranha sensação de mágoa que sentia aquela seria uma tarde perfeita. Como todas as tarde que passara na companhia do irmão. Ele não tinha muitos amigos e confiava apenas em Tom. Era normal se sentir abandonado.

— Como é? — O moreno abriu os lábios e perguntou, sem tirar os olhos da paisagem. Tom ergueu o corpo e fitou o rosto do mais novo com as sobrancelhas franzidas.

— Como é o que?

— Beijar. — Respondeu simplesmente. Aquela fora a primeira vez em minutos que o moreno direcionava um olhar ao mais velho, e Tom não pode deixar de sorrir ao sentir o toque de inocência daquelas palavras. Seu irmãozinho era mesmo a pessoa mais adorável do mundo. Com certeza era.

O loiro levantou de onde estava e sentou ao lado do irmão, fazendo-o ficar bem em sua frente. Hum, como iria explicar aquilo? Bill sorriu por um breve momento.

— Acho que... Estranho.

— Estranho? — Bill ergueu uma sobrancelha de leve. Uma das muitas manias que havia desenvolvido e fazia com frequencia. Tom se limitou a observar.

— Sim. E molhado. — Uma careta se formou no rosto do irmão e Bill não tardou em gargalhar. Era tão bom passar aquele tempo um com o outro — Um pouco nojento!

Fora a vez de Tom rir, acompanhando o irmão que mais parecia debochar de suas expressões faciais. Ele teve que admitir aquilo não fora exatamente o que ele esperava de seu primeiro beijo, fora apenas uma experiência, e muito esquisita por sinal. O loiro encarou os olhos do irmão por um instante as risadas logo foram se dissipando ao vento. O silêncio era bom. Era agradável.

— Me ensina? — Tom quase perguntou “o que”, quando viu as bochechas de Bill ganharem uma cor em um tom rosado e seus olhos pairarem sobre o chão. Sentiu uma imensa vontade de apertar suas maçãs do rosto. Ele não existia! Como era adorável — Em... Me ensina como é?

Tom pensou durante alguns instantes. Aquilo não era uma péssima coisa, era apenas uma curiosidade como qualquer outra, mas mesmo assim não parava de se perguntar se seria ou não correto render-se ao pedido manhoso do mais novo, o mesmo que agora o encarava com olhos fundos e brilhantes, Tom suspirou.

— Eu não sei se é uma boa ideia, Bill. — Admitiu sincero, observando a expressão de euforia daquela pequenina criatura ao seu lado se transformar em uma expressão de decepção. O mais novo odiava aquela situação, sempre que Tom se negava a fazer algo, tal como quando mentia ou, como costumeiramente, se antecipava em suas ações. E aquele beicinho que Tom tão bem conhecia se apossou cruelmente dos lábios delicados do outro.

— Tudo bem! — Exclamou visivelmente irritado — Eu não queria mesmo. Aposto que aquela menina beija muito melhor que eu.

Bill levantou em um impulso, no intiuido de descer dali e ir para dentro de casa, não queria mais ficar na companhia do irmão. Era apenas uma curiosidade e em seus pensamentos aquilo era perfeitamente normal. Era como ter curiosidade em experimentar um novo sabor de sorvete. Porém parecia que o mais velho não pensava daquela mesma forma. Bill suspirou e olhou para além daquela portinha improvisada pela qual passaria para descer, e assim que deu o primeiro passo sentiu seu pulso der segurado com delicadeza pelo outro, que nem olhara em seus olhos, estava visivelmente confuso.

— Senta aqui do meu lado — pediu meigo. Bill assim o fez e ambos permaneceram em absoluto silêncio. Era estranho estar daquela forma, logo eles que sempre foram tão comunicativos um com o outro. Ou como viviam a dizer, eles simplesmente não calavam a boca. Mas agora estava diferente. Ali, um ao lado do outro, estavam aparentemente mais quietos do que o normal.

Tom expirou o ar de dentro de seus pulmões calmamente, e seus olhos se prenderam no rosto encabulado e aborrecido de Bill. Mesmo quando ficava bravo ele não deixava de ser doce. Nesse instante o Kaulitz mais velho fez algo que claramente foi contestado por sua mente: suas mãos seguraram delicadamente o pequeno rosto de Bill, fazendo com que o moreno passasse a fitar seus olhos e não mais a paisagem em sua frente, e juntou rapidamente seus lábios em um selo simples e que não durou mais do que um segundo. E eles se afastaram notávelmente sem graça.

— Eu deveria sentir alguma coisa? — Perguntou inocentemente o mais novo. Seus olhos se encontraram com os do irmão, como se pedisse para que ele lhe explicasse novamente. Nem mesmo sentira o gosto de seus lábios. E se perguntara se beijar era daquele jeito mesmo; vazio.

— Não sei. — Afirmou Tom. Seu rosto um pouco corado diante das insistências do mais novo. Nem mesmo ele sentira algo.

— Então me beija direito Tom! — Choramingou — Como eu vou saber como é se você não faz isso direito?

Bill era mesmo inacreditável! Como era inocente. Apenas ele não percebia o quanto aquilo um dia poderia vir a afetar sua relação com o irmão. Porém não havia nada de mais em um beijo, certo? Era apenas uma curiosidade. Uma demonstração de afeto. Não havia como aquilo estragar em alguma parte a amizade que tinha com o gêmeo. Tom olhou diretamente nos olhos do mais novo, se sentindo um tanto quando envergonhado pelo que estava prestes a fazer. Por mais que fosse imaturo, para sua idade, ele era bem esperto e sabia de muito mais coisas do que o mais novo. Ele conhecia bem o significado de um beijo. Mas não tinha importância. Aquilo significava apenas uma descoberta. Nada mais.

Lentamente, Tom se aproximou do outro, indicando que deveriam fechar os olhos. Bill assim o fez. Tom encostou os dedos suavemente nos lábios o mais novo, de modo que contornasse aquela delicada e macia extensão, fazendo com que uma pequena fenda fosse aberta entre um lábio e outro, onde, com sutileza, Tom encaixou seus próprios lábios.

Inicialmente Bill se assustou. Era estranho ter a boca de Tom movendo-se em contato com a sua. Os lábios do mais velho eram tão macios e se encaixavam tão bem entre os seus. O mais novo finalmente percebera que não havia movido um único músculo até então, e, como se tentasse aprender, moveu os lábios de modo a imitar o que o outro fazia. Era uma sensação estranha a que sentia no momento. Não era como estar beijando seu irmão. Era uma coisa que não sabia como explicar exatamente. Mas não era ruim. Tom sentiu que o mais novo havia então se acostumado com aquele contato inicial, e mesmo temendo uma reação negativa da parte do outro, encostou a ponta de sua língua em seus lábios, pedindo sutilmente para que Bill a deixasse adentrar sua boca, e ele assentiu, sem saber o que o irmão faria a seguir.

Tom procurou pela língua de Bill lentamente, e recuou assim que finalmente encontrou com aquele músculo quente e molhado. O mais novo concordara com as palavras anteriores do gêmeo, aquilo era estranho, e molhado, mas não era nojento como o mesmo também havia dito, era quente e aconchegante. Bill se atreveu a mover sua língua contra a de Tom, fazendo com que ambas se enroscassem e se desenroscassem com frequencia, como se disputassem uma pequena briga para permanecerem uma na boca do outro. A boca de Tom tinha um gosto estranho. Definitivamente aquilo não era como provar um novo sabor de sorvete. Era mais como... Ele não sabia. Nunca havia tido experiência semelhante e então nada tinha para comparar.

Aquele simples ato, ao ganhar uma maior velocidade, gerando movimentos afobados e sem total noção de ritmo, parecia consumir aos poucos o oxigênio que transitava para seus pulmões. E não demorou muito até que se afastassem, observando um à face ruborizada do outro, permanecendo imensamente próximos. Tom ainda manitnha suas mãos no rosto do irmão, que agora parecia tão mais quentinho do que antes, tão mais adorável com aquela coloração rosada que pintava suas bochechas redondas.

— E então... Eu fui melhor? — Os olhos castanhos de Bill cintilaram e Tom apenas sorriu, em um modo silencioso de admitir que aquilo sequer podia ser comparado, beijar os lábios finos e bem desenhados de seu irmão com certeza significara mais do que beijar aquela menina de sua classe.

Bill se pendurou sobre o pescoço de Tom, rindo alegremente enquanto este lhe fazia um afago nos cabelos lisos. Seu irmão era tão bom para si. Fazia-lhe tão bem aqueles momentos. Os meninos desceram da casa da árvore e caminharam juntos em direção à grande casa.

— Ei Bill — Tom parou de caminhar assim que pararam em frente à porta de vidro que dava acesso à cozinha. O mais novo parou e encarou Tom interrogativo — Não conta para mamãe. Tudo bem?

— Aham! — O mais novo meneou positivamente a cabeça, sorrindo, puxando o outro pela mão logo em seguida — Mas vem, vamos logo, eu to morrendo de fome!

Os meninos adentraram a cozinha rapidamente, seguindo o cheiro do bolo de chocolate que sua mãe recém havia assado para o lanche. Sentaram-se divertidamente na bancada, enquanto Simone os servia em porções generosas. Bill sorriu e plantou um beijo na bochecha de Tom, sujando-o de calda e voltando a comer sua fatia de bolo. Tom sentiu algo estranho dentro de si. Algo como o que sentira minutos atrás ao ter os lábios de seu pequeno irmão colados aos seus. Era algo que ele dificilmente saberia explicar. Talvez quando fosse mais velho. Mas no momento esperava que as coisas continuassem daquele jeito. Que ele e seu irmão continuassem como eram, afinal, mesmo que brigassem, o que um beijo não podia curar, por mais inocente que fosse?

FIM!


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Notas finais do capítulo

FIM! Então, o que achou? Eu ia postar essa no dia do beijo, mas não tinha terminado, então postei aqui mesmo como um lance casual. Ficou bem fofinha na minha opinião. Mas não importa. Quero saber o que vocês acharam! Reviews?

Recomendo: http://www.fanfiction.com.br/historia/135097/Casual_Karamell_Kussen.


Ah, quem ainda não leu minha fanfic de Páscoa... http://www.fanfiction.com.br/historia/138375/Sweet_Easter