Um Deus da Guerra escrita por Yes


Capítulo 4
Capítulo 4: Roubando Ares




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Você vai concordar comigo que eu tinha que fazer alguma coisa, certo? Então, não me culpe.

Com o meu histórico e cara-de-pau, e os contatos de Cassie, foi consideravelmente fácil descobrir que a coisa que Ares mais prezava no mundo, além dele mesmo, era sua motocicleta animal.

Adivinha o que eu fiz? Quem votou “roubou a motocicleta” ganha cinco centavos. A distribuidora é a mãe de quem acertou, ela tem um pacto de sangue comigo.

Bem, é por isso que eu fugi, mesmo que por uma tarde, do internato, usando a motocicleta de Ares. E foi o máximo. A velocidade, o vento no cabelo, era tudo simplesmente incrível.

A cidade de Nova York passava a 200 km por hora a minha volta. Quase chorei na hora de voltar, mas eu não choro. As lágrimas tem medo de mim, muahaha.

Sei lá. Talvez eu seja a filha esquecida de Chuck Norris.

Foi na volta, quando eu ia estacionar a moto, que algo deu errado.

-O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, MORTAL? Eu não lhe dei o direito de olhar para minha motocicleta!

Ele estava furioso, cada membro do seu corpo tremendo de raiva, os olhos brilhando mesmo por baixo dos óculos.

-Aprenda duas coisas: Você não manda em mim, e eu faço o que eu bem entender com a minha vida.

Expliquei. Admito, eu estava com medo ao descer da moto. Mas então a expressão dele ficou ainda mais selvagem. Ele deu um sorriso-esgar medonho e agarrou meu pulso com força.

-Você vem comigo!

Nesse momento, achei que ele estivesse me seqüestrando.  Quer dizer, tudo é possível. Estamos num internato para menores infratores. Esse acéfalo podia mesmo tentar alguma coisa.

Mas enfim, isso não vem ao caso, por que ele não estava me seqüestrando. Reconheci o caminho para o meu quarto. Sendo que nós não fomos parar no meu quarto, e sim no quarto dele.

- O que você quer, Ares?!

Perguntei asperamente, quando ele me soltou no meio do quarto, esfregando o pulso com nojo. Esse cara me irritava profundamente.

-Eu? Eu quero você.

E eu não sei o que aconteceu, mas num minuto estava parada no meio do quarto dele com cara fechada, e no minuto seguinte eu tinha perdido meus sapatos e minha blusa e estava com um Ares de cueca na cama dele.

Eu gostaria de poder falar que o impedi. Que gritei. Que corri. Mas não posso. Seria mentira. Eu o beijei, o agarrei, arranhei suas costas.

E eu adormeci nos braços daquela criatura que eu simplesmente odiava.

Quando acordei, eu tinha certeza de duas coisas. 1. Cass devia estar louca atrás de mim. 2. E, fora real. Eu dormira com Ares, aquela porcaria demente que me dava vontade de socar. Que eu ficara que sabendo que existia no mesmo dia em que fui pra cama com ele.

Cara, eu não sou santa, mas admito. Isso foi estranho.

Por algum motivo, no entanto, acordei no meu quarto com Cass. Fui visitar Ares, mas quando abri o quarto ao lado, estava vazio.

Quando perguntei a todos, eles simplesmente diziam que o quarto nunca fora ocupado. E eu me perguntava como não se notava um cara como aquele.

Ele não é do tipo que se passa despercebido. É o carinha irritante que todo mundo odeia, respeita, tem inveja. Todo mundo nota.  Ninguém esquece ele como se fosse um Zé Tonhão qualquer. Apesar de que ele nunca vai saber que pensei isso.

Até que Cass falou que nunca houvera nenhum vizinho, e eu comecei a achar que estava louca.


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