JUSTIN NARRANDO


- Ei, amor - a primeira disse, me deu uma mordida na orelha - vamos brincar?
Todas as outras riram.
- Ah, e quais são as..regras? - eu disse, ainda meio atordoado.
- Ah, é fácil.. - disse a segunda, e me olhou com uma cara de safada - é só..você obedecer a gente, ok?
- Mas...porque? - eu disse, ainda tenso. Estava com medo de que elas pudessem me matar. Ou sei lá...
- Porque nós vamos... - a terceira disse e me empurrou, não muito forte, contra a parede e todas se aproximaram. 
- ...Fazer dessa noite... - a quarta completou em parte, e me jogou no chão. Não sei porque, mas senti algo confortável em minhas costas. E aí, lembrei da parede falsa do banheiro feminino. Eu conhecia aquele lugar como a palma da minha mão. Os sobrinhos do dono do lugar, antigamente faziam um 'acampamento' aqui. Festinhas, etc. E aí, eu também entendi o que iria acontecer. 
-... A melhor noite da sua vida - a quinta, e última completou, todas com caras não muito boas. Quero dizer, com caras muito..ahn...já deu pra entender.
Ou a pior delas, você quer dizer. , respondi mentalmente.
As 5 pularam em cima de mim. E eu não me atrevi a recusar. Porque, sou um garoto (é meio óbvia essa parte de que eu aceitei por causa disso) e porque alguma delas (ou todas elas) podiam estar armadas com canivetes ou outros objetos cortantes e isso com certeza não seria legal pra mim.
Kate, você é um gênio. Um gênio. , disse mentalmente. E tive certeza, de que estava certo quanto a isso.

[...]

Elas se vestiram. Uma, encostou a cabeça na porta.
- Já estão vindo. Mas acho que deu pra aproveitar um pouco...
- Um pouco?! - eu disse, indignado. Eu não sentia minhas pernas!
- É.. um pouco..relaxa..Assim que aquela garota aparecer de novo, é só pedir pra ela que nós voltamos e vamos ter mais tempo, certo? - outra disse. Meu queixo caiu. Eu estava indignado. E também ela disse como se fosse uma prostituta. E eu sabia que elas não eram. Eram fãs, sem dúvida.
Bufei, ainda com o pensamento de Kate em minha cabeça. Agora eu tinha toda certeza que fora ela. 
Eu estava com raiva, porque ela teve esse plano maligno, e também porque eu ainda não ganhei a aposta. Eu só a beijei. Mas na verdade, pra eu ganhar a aposta, tem que ser ao contrário.
Cada garota me deu um selinho, depois que a porta se destrancou e elas ouviram passos se afastando. E foram embora. Eu contei até 3, e fui também.
Andei até onde a minha 'turma' estava.
- Ryan, me leva até lá - eu disse, quase gritando e nervoso.
- Onde é..lá? - ele falou sem entender, e todos me olhavam sem entender também. Provavelmente querendo rir da minha cara. Eu devia estar suado, lógicamente. 
- O hotel onde Kate está. Onde você está - eu disse, com o mesmo tom de voz impaciente. 
- Pra que?
- Preciso... preciso fazer uma coisa.
- Tudo bem cara... - ele entendeu, e percebi que estava segurando MUITO pra não rir de mim também.
- Valeu - eu disse, irônico mas de certo modo, realmente agradecido.

[...]

- Esse é o quarto dela? - perguntei, já mais calmo e falando baixinho pra ela não escutar.
Ele só balançou a cabeça, num ' arrã ' .
- Muito obrigado, cara - agradeci.
Ele sorriu. Fez um movimento com as mãos e virou o corredor.
Entrei, já que a porta estava aberta.
E ela estava saindo do banho. Apenas de toalha. 
Fingi nem perceber e ela gritou. 
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

- Você me fez fazer aquilo com aquelas garotas, deu um chute no meu "amigo" antes disso e antes de tudo, me beijou. Você acha que vai ficar tudo assim, mesmo? - eu disse, tentando não me concentrar e dar muito na cara de que estava olhando para as pernas dela.
- É lógico. Bom, você é o Justin Bieber. Uau, estou aos seus pés. Eu amo você. Vou te agarrar agora mesmo. Se toca, garoto. Eu não sou assim. Fico com quem eu quiser e quem tem qualidades. E você..você, bom... - ela deu uma risada. Bufei baixo, com raiva.
- Mas você gostou do meu beijo - eu disse, orgulhoso. Mas, na verdade, não sabia quais as palavras certas a dizer à ela. Parecia que a cada sílaba que eu pronunciava, ela podia usar isso contra mim. Ou até mesmo mudar de assunto, e me humilhar com suas verdades. Me deixava insano.
- Por favor, você está louco.

Ri.
- Sabia que..você está..você está muito sexy, só de toalha? - eu disse com tom galanteador, demonstrando logo o que estava sentindo.
Ela corou. Ri novamente.
- Aliás, saia daqui! Não te conheço! Não tenho nada com você! Vou chamar a polícia! Saia! - ela disse, desesperada, olhando pro chão e apontando pra porta.
- Porque eu sairia?