– Quer que eu diga que eu beijei ele porque... Porque estou apaixonada? Porque é bonito, legal e divertido ser amante? Quer que eu diga que estou pouco me lixando pra o que você pensa, e que ele também quis? – meu olhar se transformou no mesmo ódio que jazia dos olhos dela. 
– Apenas me diga. 
Respirei fundo de novo.
– Me desculpe... – um instante se passou. Eu procurava as palavras certas. – Ele... É meu melhor amigo. 
– Isso é um motivo? – ela me cortou.
– Ainda não terminei. – respirei fundo mais uma vez. – Justin havia falado comigo. Como um "adeus". Eu... Eu não sei! Só... aconteceu! 
– Você tem Bieber. Você tem Erick. Quer fazer um quarteto, ou o quê? 
– Olha... Eu não tenho Justin. O que aconteceu com Ryan... Foi minha... Carência, sei lá.
– Então me conta quando você descobrir o que é – ela voltou a falar em português, ao extremo de seu nervoso. – Aproveita e me conta também, porque eu não posso ter um garoto. Todos os anos da minha vida – Victoria estava chorando, agora de verdade. –, eu esperei por ele. Toda a minha adolescência. Você me conhece mais do que ninguém, Kate. Como pôde? Você, mais do que ninguém, sabe o que eu passei. 
– Eu sei... Mas, Vic... – eu já estava de pé, e tentei puxar seus braços, pra abraçá-la. 
– Não me toque! Vai se ferrar, Kate! – ela pegou as poucas malas que estavam no chão, e saiu pela porta. 
Eu me deitei. E dormi com lágrima nos olhos. 
Droga! Você faz tudo, tudo errado Kate! .

•••
No meio da noite, eu acordei. Não lembro se tive pesadelo, ou estava só com insônia.
Liguei pra Erick. Eu precisava de alguém.

ÍNICIO DA LIGAÇÃO .
– Erick? – minha voz era de sono, mas não me importei.
– O que foi? – a voz dele, do mesmo jeito que a minha.
– Você pode vir aqui?
– Pra quê?
– Por favor... – implorei. – Estou triste. .
– Tudo bem. Estou indo, ok? 
Sorri, molenga.
– Obrigada.
FIM DA LIGAÇÃO

Ele entrou debaixo do ededrom, e me abraçou.
– Você está bem? – sussurrou em meu ouvido.
– Sei lá. Me sinto.. sozinha.
– Você não é a única que se sente assim. Mas... Tirando isso, você está bem? 
Percebi que já era a segunda – ou até terceira! – vez que me diziam que eu não era a única a me sentir sozinha. Entorpeci, mas tentei não ligar.
– Agora estou – me afundei mais em seus braços.
Percebi Erick sorrir.
– Vou te proteger do bicho papão, tá bom?
Dei uma gargalhada abafada e baixa.
– Boa noite.
Ele beijou meu pescoço.
– Boa noite.
E dormi, nos braços protetores de Erick – a quem tanto me amava e a quem eu tanto devia. 
*
Eu acordei cedo; Erick ainda dormia. Preparei torradas pro café da manhã, e arrumei a mesa.
Sentei no computador e percebi que ele estivera ligado a noite toda.
Mexi no mouse. O blog de Victoria estava aberto.
Eu tive uma idéia. Uma idéia estúpida, mas era minha chance. Minha chance de "voltar" com Vic.
Comecei a digitar. 
[...]

[...]
Só um botão, só um clique. .
Respirei fundo, e postei.
Desliguei o computador.
Respirei fundo de novo. E de novo. E de novo.
Acordei Eric com carinho, e comemos nossas torradas.
O dia foi tão tedioso e monótono como as férias de verão de antigamente.
Eu suspirei, enquanto afagava minha cabeça no peito de Erick – que estava de "folga" e passara o dia todo comigo.

•••

Victoria adentrou o quarto como se qualquer coisa que ela tocasse pudesse quebrar.
– O que você fez? – ela gritou, nem se preocupando com a presença de Erick.
Ele percebeu e "disfarçadamente" foi até o banheiro.
– Eu só...
Ela respirou fundo.