Attempts. escrita por Duda Guedes


Capítulo 32
Capítulo 32




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Um tempo depois, eu também fui.
– Então...
– Eu gostei da música – comentei.
Ele sorriu.
– Eu quero dizer que... Me desculpe. Eu me arrependo por tudo que eu te fiz, eu sou uma... Idiota – falei.
Justin mordeu o lábio inferior.
– Eu também... Sabe, acho que precisamos conhecer um ao outro, pra encontrar o que sentimos... Bem aqui – ele bateu a mão espalmada, de leve, no peito.
– Eu concordo – foi o que saiu de minha boca. Não encontrava as palavras certas.
Um silêncio assustador percorreu entre nossos ouvidos durante alguns minutos.
– Eu me sinto tão... sozinho. – eu senti uma pontada no coração e pensei que ia cair, pois fiquei um pouco tonta. Eu também... , queria dizer a ele. Mas me equilibrei e tentei não demonstrar que ele não era o único. – Você não quer... Voltar? – Justin disse.

– Pra onde? – perguntei, sem pensar.
Ele se aproximou e segurou minha nuca.
– Pra aqui – segurou firme minha cintura com uma mão e com outra meu rosto, e me beijou delicadamente.
Eu o empurrei, devagar – mesmo que, no fundo, não quisesse fazer isso.
– Sem despedidas dolorosas. Você não devia ter feito isso – protestei.
– Não vai responder minha pergunta? – ele arqueou uma sobrancelha.
Pensei um pouco.
O que ele havia me perguntado? . Justin conseguia interferir até no meu raciocínio lógico. Ah! Claro. Se eu não queria voltar... – lembrei.
– Me desculpe... – respondi.
Não queria ver, mas vi. Lágrimas começaram a descer de seus olhos, e o meu rosto também estava ficando molhado.
– Mas só... – ele disse, com um pouco de dificuldade. – Siga em frente.
Engoli em seco. Ele balançou a cabeça, como se perguntasse se eu tinha entendido. Afirmei com o mesmo jeito.
Eu dei dois passos pra trás e me virei – um adeus havia sido dito.

Eu corri, tentando fugir de tudo, mas eu não conseguia escapar nem mesmo do arrependimento.
Eu tentei respirar inúmeras vezes, mas o choro voltava assim que eu fechava os olhos.
•••
– Ryan... Foi horrível, horrível – repeti, em quanto afagava minha cabeça em seu ombro.
Eu tinha chegado até eles, e agarrei Ryan de imediato.
– O que foi? O que foi? – perguntou.
– Você promete... Que nunca vai me deixar? Promete?
– Prometo. Prometo. Mas me diz o que aconteceu.
– Vamos Kate, a gente vai com você até o quarto... – Victoria disse.
– Não... Não quero ir pra casa agora.
– Tudo bem... Então, vamos caminhar um pouco, está bem? – Ryan sugeriu.
Eu me desgrudei dele, e abracei Vic.
– Pode ir. Vou ficar bem.
– Quer mesmo conversar com ele? – Percebi o olhar matador de Vic penetrar o peito de Ryan.
Segurei o riso em meio ao choro.
– Obrigada, mesmo – dei um beijo na bochecha dela. – Ah, chama o Erick pra ir com você.
Ela sorriu pra mim e foi.
(...)

Ryan e eu andamos abraçados até um parque. Não havia ninguém, se não nós e as estrelas.
– Agora... Me diga, o que aconteceu?
– Eu acho... Acho que eu gosto dele... Mesmo. – abaixei a cabeça.
– E isso é uma coisa ruim? – ele arqueou uma sobrancelha.
– É! – confirmei, com o meu melhor tom de "isso-é-óbvio". – Eu nem... Nem sei quem ele é. Quer dizer... Eu nem sei quem elerealmente é, sabe?
– Porque você não dá uma chance? Pra ele, pra você...?
– Ele disse... Um tempo atrás... Que eu não sou o suficiente pra ele – murmurei, com uma dor estranha na garganta, lembrando.
– Mas... Ele disse mesmo? Com todas as letras?
– Não... Ele deu a entender isso. Não interessa, não há razão pra eu estar chorando agora – eu disse, limpando as lágrimas.
– Olha, se você quiser...
– Por favor, Ryan. É tão difícil me entender? – perguntei.
Ele suspirou.
– Desculpe.
Eu me afaguei em seu abraço.
[...]

Ficamos um tempo conversando.
Eu levantei do colo de Ryan e ele no mesmo instante parou de fazer seu cafuné.
Eu o olhei. Olhei como nunca tinha olhado antes. E eu percebi – eu senti –, que ele fez o mesmo comigo.
– Você gosta de mim? – perguntei, sem pensar.
Ele não respondeu e pousou a mão – levemente – em minhas bochechas – acariciando-as.


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