Attempts. escrita por Duda Guedes


Capítulo 23
Capítulo 23




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INÍCIO DA LIGAÇÃO .
– Alô? – ela disse do outro lado da linha.
– Oi...
Ela deu um grito.
– Ah, garota! Como você tá? – Victoria era (e ainda é) a pessoa mais animada que existe em toda a face da Terra. 
– Mais ou menos... E você?
– Estou quase desembarcando – ela disse, animada. 
– O QUÊ? – quase me engasguei com a própria saliva. – Você tá louca? Tá dentro do avião falando no celular e tá quase pousando? Pirou?
– É isso mesmo. Você me conhece...
– É, eu sei. Você tem tudo planejado.
– Pois é... – demos risadas abafadas.
– Qual é o aeroporto?
Ela passou o endereço.
– Ok. Vou me arrumar. Desliga o celular, tá bom?
– Sim senhora – rimos de novo. E eu desliguei.
FIM DA LIGAÇÃO .

Eu corri.
Coloquei uma calça jeans e uma blusa qualquer. Um sneaker all-star caiu bem. Estava um pouco frio, então levei uma jaqueta leve também. Prendi o cabelo num rabo-de-cavalo desajeitado. 
Peguei meu celular e as chaves, e saí.
(...)

Eu dei o melhor abraço que pude nela. A abracei com toda vontade e saudade que tinha. 
- Cheguei pra te encher o saco, Kate! – ela disse no meu cabelo, rindo.
Nos separamos e eu dei um tapa de leve na minha testa, fingindo decepção.
– Putz... Não tinha pensado nisso – e rimos de novo.
Peguei uma mala dela e fomos pro hotel.
(...)
– Vou tomar banho. Tô grudenta. Eca – ela disse, apertando de leve os braços.
– Vou depois de você – disse, me curvando e cheirando meu ombro.
Ela tirou uma toalha branca de uma das malas.
– Ali – apontei pro banheiro, enquanto deitava na cama.
(...)

Victoria disse que havia pesquisado uma loja de roupas daqui e que babou quando viu as roupas, então foi até lá – e até me chamou pra ir, mas recusei. 
Ela sempre foi uma garota simples, nunca teve TUDO que queria – e até já entrou em depressão por isso. – Mas, agora... Ela tem 18 anos, é maior de idade, tem um blog – que é seu "pão de cada dia"– e virou a patricinha que sempre quis ser. Ok, ela virou uma patricinha moderna: odeia rosa, gasta o que tem MESMO, adora um barraco, é super carinhosa com todo mundo, odeia se exibir pra quem não "tem" (a não ser as eternas rivais dela) e adora ajudar (em todos os sentidos).
(...)
Ela voltou e fez questão de me mostrar tudo que havia comprado. Desde sapatos até presilhas de cabelo. 
Eu estava tentando ser paciente, até que Vic disse com um tom divertido:
– Ah, e adivinha? Eu trouxe uma coisa pra você – ela sorriu.

– Não acredito – fiz uma careta e bufei. – Mas... Ahn... Valeu.
– Você vai vestir pra eu ver.
– Tá brincando né? – sorri, querendo que ela estivesse brincando mesmo.
Ela só sacudiu a cabeça, com um sorriso de animação.
– Ah, que ótimo – reclamei.
– Toma – ela me entregou uma sacola, um tanto pesada.
Fui até o banheiro. Coloquei o sapato de salto – não muito alto. E o vestido, ele era lindo e ficava a um palmo acima do joelho.
Eu saí do banheiro um pouco desajeitada. Eu nunca fui esse tipo de garota que fica duas horas se olhando no espelho e tem o ego maior que a alma. Eu não me achava bonita. Eu não tinha paciência. Etc, etc, etc... E fim.
A boca de Victoria se formou num biquinho com um pequeno " o" .
– Isso é horrível.
– Você tá... Demais – ela me olhava incrédula.
– Me sinto uma patricinha.
– Você parece uma garota bonita.
– Não gosto de ficar com minhas pernas aparecendo. Ainda mais com um vestido desse.
– O vestido é lindo, ok?
– Sinto que vou cair com esses sapatos.
– Você pode superar isso.
Revirei os olhos.
– E esse vestido é colado demais também. E tomara-que-caia, Vic? Fala sério.
– Ele tem tipo um colete, não lembro o nome, pra colocar por cima. E ainda acho que é um vestido bonito. Você tá linda, Kate – ela fez movimentos com as mãos. – E eu tenho outro vestido pra você. Mas só vai chegar dois dias antes do baile, pro baile oficial. Esse aí é pra balada, sabe? E vai, você vai descolar olhares de muita gente na festa.
–– Meu Deus! Mal chegou e já está pensando em garotos? E que festa, garota? – perguntei, em certo tom irônico.
– O baile que vai ter na sua escola.
– Estágio. Intercâmbio. Tanto faz.
– Que seja. E eu penso em garotos, all the time, mesmo, ok? – bufei baixinho com a última frase. Sussurrei outro "meu Deus" de indignação.

– Como você sabe do baile? – perguntei.
– Gosto de me manter informada, e, bom, como eu sei não importa. Ou você acha mesmo que eu vim pra cá por quê?
– Pra me ver, é claro. Pra conhecer isso aqui.
– É... Também, vai. Mas, principalmente por causa dos garotos, do baile, das festas, dos amigos gatos do Justin Bieber que estão por aqui...
– VICTORIA! – peguei uma almofada e taquei nela.
Começamos a rir.
– O que foi?
– O que foi?! – repeti em tom irônico, ainda rindo.
– Tudo bem, eu vim porque estou com saudade de você. Mas, também por que...
– Tá ok. Eu  entendi!
Demos outra gargalhada.
– Vou tirar isso – falei, olhando pro vestido em mim.
Ela não falou nada, apenas bufou – e ignorei.
Eu me troquei de novo.
(...)


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