Attempts. escrita por Duda Guedes


Capítulo 21
Capítulo 21




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Eu só queria ser feliz com alguém que merecesse meu amor, mas... Porque é tão difícil?
Tudo o que eu via parecia ser ele, seus olhos cor-de-mel não saiam da minha mente. Ao respirar, eu conseguia sentir seu cheiro amadeirado. Eu ainda conseguia ver seu sorriso. Eu ainda conseguir sentir seus lábios roçando em minha boca. Seu cheiro ainda estava em mim...
Foi difícil – muito difícil – conseguir cessar a dor e as lágrimas, mas com muito esforço – e dificuldades também – consegui parar. Não tendo alternativa, ou escolha, me vi obrigada a parar de pensar nele. Pois bem, de agora em diante seria assim: Vou apagá-lo de minha mente, e expulsa-lo do meu coração – cujo lugar ele nunca deveria ter entrado.

Foi tão... rápido. Tão... inconseqüente. Tão... inocente. Tão... apaixonado.
Não valeu a pena, mas confesso: Foi ótimo ter queimado com ele. Todo esse tempo, todo esse amor... Eu não podia deixar de sorrir com as lembranças boas. 
Mas perdão, aquilo não tem. Não pode ter. Sei que é para o meu bem – e para o dele também. E que um dia vou agradecer a mim mesma por ter feito essa escolha.
Admito, ele conseguia me fazer sentir uma pessoa boa, com suas qualidades. Eu não me sentia a Kate “chata”, quando estava perto dele. Não me sentia estranha e muito menos a garota que não “gostava” de sorrir, quando estava perto dele. E sim, me sentia alguém melhor. Alguém muito melhor.
Eu me arrepiava só em lembrar de como ele mordia os lábios – suas manias me irritavam as vezes, mas eu iria sentir falta -, como ele dormia a noite, como ria escandalosamente quando achava graça em alguma coisa, como era dengoso, ou simplesmente como mexia o cabelo. Eram essas pequenas coisas que me faziam amá-lo. Mas eu teria que ter um ponto fixo, não podia me abalar: Ele errou. Eu não devia perdoar.
Eu sabia, eu iria conseguir. Meu orgulho iria me ajudar nisso. Certamente eu teria que ter uma qualidade em relação a isso: O meu orgulho.
Como eu pude me deixar abalar por ele? Logo eu, que sempre achei pessoas como “ele”, vulgares e incapazes de sentir o amor. Como pude acreditar em alguém com o nome de Justin Bieber?
Não, para isso, não havia solução.
Posso ser orgulhosa o bastante para poder perdoá-lo, mas meu orgulho não me fere em dizer que eu adorava queimar. Eu adorava queimar com ele. Seu fogo me fazia sentir frenesis, me deixava insana, insaciável e descontrolada.
Confesso – dificilmente confesso -, que a chama que nos acendia deveria apagar. Era doloroso, mas eu tinha que admitir: As cinzas que restaram já não me deixavam enxergar que as coisas nunca mais seriam as mesmas [...]

Eu adormeci. Estava molenga. Não diria que com sono, mas precisava de alguma forma de descanso. Então, eu dormi. Dormi como se não precisasse abrir mais os olhos. Dormi pensando na família e nos poucos amigos que deixei. Dormi com um único objetivo: ser alguém melhor. Ajudar. Ajudar até precisar de outra soneca de descanso, até eu sentir que tudo que fiz foi o suficiente pro mundo – ou pra alguma parte dele. Dar todo o amor que eu tenho pra quem não vai jogá-lo no lixo ou simplesmente esquecer dele, o deixar nas lembranças e nunca mais lembra-lo. Dormi com uma lágrima no rosto e com a lembrança de que meu coração estava se esvaziando – de pouco à pouco, como se a cada batida, a cada frenesi, a cada pensamento e emoção uma parte de mim fosse indo embora. Como se a minha vida estivesse indo embora. E a pior parte de tudo: ela estava. Devagar, sem nenhuma pressa, nenhuma correria, até acabar de vez, até o fim de meu pulsar, do meu choro, dos meus gritos silenciosos. Até o fim – o fim de tudo.

Havia um gramado escuro. 
O lugar estava deserto, abandonado.
Eu estava no galho de uma árvore, mas não parecia fazer nada. 
Até que ele apareceu – simplesmente –, e segurou minha mão. Havia alguma coisa que nos impedia de falar. Havia alguma coisa que estava impelindo seu peito do meu – sim, eu podia sentir esses pontos –, como se fossemos ímãs virados.
Ele – eu já não me permitia pronunciar o nome – retirou uma caneta e um pedaço de papel do bolso. Escreveu com dificuldade em cima de sua perna e também foi difícil me entregar – por causa dos tais "ímãs". 
No sonho, a minha visão não era tão boa – sim, eu tinha noção de que estava sonhando – mas consegui ler:


Eu vou tentar de novo.
Eu não estou fora da sua vida, Kate.
Eu vou estar lá sempre se você precisar de mim.
Eu vou salvar você. 


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