Attempts. escrita por Duda Guedes


Capítulo 20
Capítulo 20




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- Como você gosta de alguém que não conhece?
- Eu posso não saber sua musica, filme, ou comida favoritos... – eu suspirei. Houve alguns poucos minutos de silêncio. Eu continuei: – Eu sei como você adora olhar pro céu, e como você fica encantada com a lua, sei que você tampa a boca quando ri por que odeia o jeito escandaloso que você abre a boca e isso torna o seu sorriso a coisa mais meiga que eu já vi – eu sorri de lado, lembrando. – Eu sei como você finge não sentir ciúmes só pra ver minha atitude, sei como você diz tudo no olhar, e sei que odeia ser contrariada. Eu sei que você é romântica, mas odeia os romances idiotas da TV. Sei que ouve todas as palavras do mundo e não se emociona, mas basta ouvi-las em uma musica e começa a chorar – mordi o lábio inferior, relembrando e ainda sorrindo. – Enfim, eu não me preocupo em saber coisas banais sobre você, eu me preocupo em enxergar coisas nas quais ninguém pensa em ver. Eu te amo, pelas pequenas coisas que existem em você. Eu amo você não as coisas que você gosta, Kate. – Terminei de dizer e Kate não respondeu nada. Apenas me olhou. Um ponto pra mim, Kate ficou sem fala, impressionada.
- Acho..Acho melhor você ir agora – Ela disse, não me olhando diretamente nos olhos. – Vá pra casa... – sussurrou baixo, mas escutei. Ela suspirou, e foi em direção a porta. Sem dizer absolutamente nada, a segui. Ela ficou parada, segurando a porta para eu sair. Seus olhos ainda não se encontravam no meu, o que me deixava frustrado.
- Adeus. – Ela disse. E mais uma vez, pude perceber seu olhar fixo no meu pela ultima vez. Ele parecia procurar por algo dentro do meus olhos – respostas? Sim, com certeza. 
- Até qualquer dia. – Falei, ainda me sentindo a pior pessoa desse mundo por ter feito isso com ela.

Sai por aquela porta – arrependido, magoado, desencorajado de fazer alguma coisa e totalmente inútil -, enquanto Kate estava calada. Me virei para trás e dei um ultimo olhar para Kate, que ao perceber uma certa fraqueza, fechou a porta.
Kate Harper. Esse nome ecoava em minha mente [...]

Porque as coisas tinham que ser tão cruéis assim? Bom, para essa pergunta eu não encontrava respostas.
Alonguei meus passos e coloquei meu capuz. Não queria que ninguém me visse, muito menos naquele estado.
- Oh, JUSTIN BIEBER! – Um grupo de garotas me reconheceu e veio até mim. Enxuguei rapidamente meu rosto e tive que parar para atendê-las.
- Shhh. – Coloquei meu dedo indicador nos lábios, para que elas não gritassem. A ultima coisa que eu precisava agora era de tumulto. – Sim, mas não gritem... por favor. – Pedi.
- Tudo bem. – Uma respondeu, mais calma.
- Nós só queremos uma foto. – A outra respondeu.
- E uma foto. – A terceira pediu.
- Tudo bem, eu atendo vocês. – Cedi e fiz a “vontade” delas. – Agora eu preciso ir. – Disse, calmo. Por sorte elas não eram histéricas.
Não esperei elas responderem e continuei a fazer o que eu estava fazendo antes: indo até minha casa.
Assim que o rosto de Kate veio em minha mente, voltei a sentir as lágrimas escorrendo em meu rosto. Tentei evitar – mesmo não conseguindo -, pois aquela sensação era horrível.
Assim que cheguei em casa, todos que estavam lá – inclusive minha mãe -, ao ver o meu estados, vieram perguntar o que havia acontecido. Não respondi ninguém, apenas subi rapidamente até meu quarto.
Abri a porta e cai em minha cama. Peguei o travesseiro e o coloquei em cima do meu rosto, com uma tentativa frustrada de abafar o meu choro, que não cessava nunca.
Me perdoa... – Eu dizia pra mim mesmo. Sinceramente, nada mais teria sentido se Kate não estivesse comigo. Ela era a melhor parte de mim. E agora, sem ela, eu não sei o que ira acontecer.

Talvez eu nunca houvesse sido o bastante pra ela. Ou melhor, ela era demais pra mim. Eu sabia, eu não a merecia. Se ao menos Kate soubesse que ela era tudo pra mim, se ela acreditasse...
Eu respirava o seu ar, eu sonhava os seus sonhos. E nada, nem ninguém, me fazia sentir como eu sentia quando estava perto dela. Ela era diferente. Era diferente pra melhor.
Com seu sorriso estonteante e inconfundível, e com seu jeito que dizia tudo em apenas um olhar. Ela era imperfeitamente perfeita. Perfeita demais pra mim...
Ela me deixava alegre, mesmo quando eu não tinha motivos para sorrir. Ela me acendia, como ninguém conseguia fazer. Seu fogo era caloroso e me fazia delirar. Eu adorava queimar com ela...
O fogo que eu sentia estar aceso quando estava perto dela, não podia apagar. Não agora.
Eu ainda podia ver seu rosto [...]

KATE NARRANDO

Agora eu sei: O nós nunca existiu. Justin não merecia alguém como eu. Não merecia alguém que o ame, até mesmo dormindo.
Tão tola apenas por pensar que eu podia ter sido sua escolhida. Tão tola por apenas ter pensando em que ali, haveria amor [...]

*

Após ele ter ido embora, me joguei em minha cama para chorar mais do que eu já havia chorado. Mas confesso, chorar me fazia aliviar a sensação de uso, perda, magoa e inutilidade que Justin me faz sentir.
Sabe qual é a pior parte de tudo isso? : Mesmo querendo odiá-lo, eu ainda o amava. Era difícil admitir isso, mas eu não conseguia controlar meu coração.
Peguei uma foto de Justin, que eu havia imprimido e a rasguei. Em mil pedaços, sendo impossível reconstruí-la.
- Eu te odeio. – Falei, jogando o que restava da foto, no chão. – Odeio! – Repetia milhares de vezes. Em todas as línguas possíveis – e impossíveis –, e pisei com força nos papéis ao chão, como se isso fosse fazer a "coisa" ficar mais intimidadora. 
Talvez Justin estivesse falando a verdade. Talvez eu devesse acreditar nele, a não ser pelo meu orgulho insaciável e que me recusava a aceitar isso. Porque tudo de errado acontecia comigo? Por quê?
Depois daquilo, eu não queria mais nada. Eu não queria sentir mais nada. Ele havia causado muita dor em mim, mais do que eu conseguia agüentar.
Era tarde para se desculpar.


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