Attempts. escrita por Duda Guedes


Capítulo 11
Capítulo 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138162/chapter/11

Mas de certo modo eu não podia... não podia demonstrar isso. Que chance eu teria? Como o olhar dele ia ser direcionado a mim, algum dia? Como ele conseguiria...? E como eu...? Argh!

Eu estava descendo pra tomar meu café da manhã – como sempre. E o bom do hotel, é que como tem alguns brasileiros eles oferecem comida típica do Brasil. Eles devem saber que ia ser meio estranho nós nos alimentarmos de outras "coisas". Mas, é claro que não é a mesma coisa. 
Enquanto eu me servia, percebi o sol lá fora. Algo incrivelmente bonito, que parecia contaminar todo o dia e as coisas. Parecia – se é que não era – que com ele as árvores brilhavam em verde, o céu brilhava em azul, meus olhos brilhavam com toda a beleza disso e meu sorriso brilhava também, satisfeito com tudo.

Então, eu tive uma idéia enquanto comia. 
- Erick! – gritei – Venha aqui. 
Um tempo depois, ele chegou. E por incrível que pareça, era outro brasileiro por aqui. Ele trabalhava no hotel. 
- Diga – ele sempre estava com um sorriso no rosto.
- Então... Estou sem ninguém pra sair comigo – vi os olhos dele se iluminarem.

- Diga – ele sempre estava com um sorriso no rosto.
- Então... Estou sem ninguém pra sair comigo – vi os olhos dele se iluminarem.
- Ahn... E? – ele esperava ansioso pra que eu falasse logo.
- Você... Ahn... pode sair comigo? – levei a unha na boca, meio tímida como sempre.
- Eu... Lóg... Claro, claro! – ele gaguejou. Eu ri, ainda tensa.
- Ok. Obrigada. Ah... Amanhã pode ser? É que hoje não...
- Claro que pode! – ele me interrompeu.
- Ok – sorri.
Ele se afastou e eu voltei ao meu café da manhã. Pelo canto do olho, juro, vi ele querendo dar pulinhos. Ele andou rápido e dava pra perceber seu entusiasmo.
Talvez fosse uma boa ter Erick para me fazer esquecer alguém que não podia ser lembrado, nem conquistado por mim. 
No fundo eu sabia, Erick era um bom garoto. 
E eu não precisaria aprender outro idioma, outras gírias, outros lugares e outras pessoas, pra ser amiga – ou mais que isso – dele.

JUSTIN NARRANDO

Eu não posso ter ela.
Acredite, isso também era pra ser uma pergunta, além de uma afirmação, ou algo relacionado ao desespero como um " " .
Ela era muito. Demais pra mim. Demais pra eu conseguir manter em minhas mãos.
Ela era inteligente. Sim, e muito.
Era bonita, linda. Mas isso não significava um passaporte, uma passagem, pra você conseguir tê-la. Até porque, ela não era qualquer uma. Não era uma prostituta, uma vadia ou blábláblá. 
Era carente. Sim, dava perceber pelo olhar dela. Ela só tinha a Ryan aqui. Num país estranho, com pessoas estranhas, com culturas diferentes – e estranhas. Ela se sentia só, sem a família e os amigos. E eu podia ver isso.
Era engraçada. Ela tinha cara de ser. Ou pelo menos, como Ryan disse que ela falava que apenas tentava ser. Ser divertida. 
Ela está disposta a te ajudar, a te ouvir. Desde que algum dia, durante 10 minutos você possa escutá-la. 
Ela era perfeita. Ou quase . Novamente, o suficiente. O suficiente pra mim. 
A maioria do que eu sei dela, é culpa de Ryan. Tirando o que eu já podia perceber. O que eu entendi dela. Mas eu não duvidava de nada que falavam sobre Kate. Porque ela podia ser um anjo, e me fazer sorrir. Mas também podia ser um dark-angel e ser muito, muito má.

Eu estava deitado na minha cama, olhando pro teto. Me sentei. Olhei o quarto todo. Minhas coisas: as melhores coisas que meus fãs fizeram ou compraram e mandaram pra mim, coisas divertidas que eu pude comprar, meu computador, alguns sapatos SUPRA largados no meio do quarto, etc etc... Tudo que um adolescente poderia querer. Roupas e sapatos de marca, fama, dinheiro, blábláblá. 
Mas só faltava... Só faltava uma coisa. Ela .
Suspirei. Deitei de novo. Sentei de novo, peguei uma almofada e joguei na porta.
- Eu vou... – estava tão necessitado dela, que pareci louco.
Parei em frente à porta aberta, respirei fundo. E percebi que não seria uma boa idéia tentar falar com ela, desse jeito.

Dei três passos pra trás e me virei.
Tomei um banho quente, e tentei esquecer de tudo. De tudo menos dela. Enquanto tomava banho, lembrava de tudo nela. E sorri, inevitavelmente.
Já calmo – mas ainda ansioso -, adormeci.
E, em mais uma noite – e isso já virara rotina – sonhei com Kate.

KATE NARRANDO

Tive um dia normal e igual aos outros.
Tomei um banho e, por mais que eu não quisesse, lembrei dele.
Dormi, com um pressentimento positivo dentro de mim. Sonhei com ele. Pela segunda vez, em alguns dias.


- Você vai hoje comigo né? – dizia pra Erick.
- Claro que vou – ele mantinha o sorriso de sempre. Que me fazia sorrir também.
Erick era um sujeito divertido, meio tímido, com a pele um pouco bronzeada e os cabelos desgrenhados e escuros. E, pode acreditar, ele deixava Taylor Lautner no chinelo. E eu – sim, pois é - me gabava disso. Até porque eu nunca gostei muito desse Taylor...

[...]

Novamente, sexta à noite. Algumas semanas atrás nós havíamos...
Não. Esqueça, Kate!

Me arrumei. Estava usando um vestido preto com detalhes, e uma maquiagem boa. Um gloss – não muito melequento e sem glitter – quase transparente. E o resto combinando com os sapatos e o vestido.
Me senti bonita, ao contrário de uns dias atrás quando saía e me achava a pior pessoa do mundo. Tudo bem, quase isso.
A campainha do quarto toca.
- Oi – ele sorriu. Erick, se você quer me cegar com esse sorriso ou me matar com ele pode falar logo? Obrigada.
- Olá - sorri também.
Ele estendeu a mão, eu a segurei. Inesperadamente, ele me girou.
- Você está linda, senhorita – ele disse, em inglês e sorriu.
Thanks – eu respondi, sorrindo e tímida. Ah, e corada também, pra variar.
Fomos à mesma boate que eu havia ido com Marcus. E como prometido, eu desisti de Marcus. Ele arranjou outra pra fazer aquele "papel". 
Erick não queria ir à pé, e insistiu tanto pra irmos em seu carro que acabei aceitando.
- Mas você não vai beber então, certo? Sou muito nova pra morrer – ele riu.
- Ok, ok.
- Obrigada – eu disse.
- De nada – ele sorriu. E eu realmente não podia resistir. Sorri também.

[...]

Estávamos dançando, rindo e nos divertindo. Fazia tempo que eu não me sentia assim. Com alguém. 
O DJ falou algumas coisas que eu não entendi e começou a tocar uma música lenta.
- Ué... – eu olhei pra Erick. Ele já se inclinava pra segurar minha cintura e dançarmos. Coloquei minha mão em seu peito. – Espera um pouco.
Fui até o local do Dj.
E disse pra ele mudar de música. Ele disse mais um monte de blábláblá.
- Então coloca Bubbly, da Colbie Caillat – eu pedi. Aquela outra música era do tempo da minha vó, não era só lenta era chata. Dava enjôo. 
Então, o Dj aceitou. 
Voltei pra onde estava com Erick. Ele sorriu.
Começamos a dançar lentamente. O sorriso dele era uma arma fatal.
Eu estava com minha cabeça deitada no ombro dele, meus braços em volta de seu pescoço. 
- Para com isso – eu sussurrei no ouvido dele e senti minhas bochechas arderem. Sorri e bufei baixinho. Ele riu.
- Que foi?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Attempts." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.