Attempts. escrita por Duda Guedes


Capítulo 10
Capítulo 10 - My heart wish be burning with you




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Eu adormeci, logo depois de me trocar e colocar uma roupa incrivelmente leve e delicada. Adormeci ao som de Love the way you lie e prestando atenção em cada palavra cantada. Adormeci, queimando por dentro e com uma lágrima no olho, e muitas outras já secas no rosto.

Não sonhei com nada. E não precisava.
Troquei de roupa, depois de um banho lento, e desci pro café da manhã.
Quando terminei, voltei pro quarto e fiz o melhor que pude pra me preparar pra encontrar com Ryan. Até tentei sorrir diante do espelho. Mas minha garganta estava estranhamente seca e ardia, e isso de algum modo afetou minhas bochechas e até mesmo a vontade de me alegrar.
[...]

Num corredor, donde eu fazia o estágio, Ryan me avistou ao longe, percebi. Nossos olhares se encontraram e de algum modo eu queria correr e abraça-lo. Mas algo em minhas coxas tremia e o resto da perna não conseguia ser comandado por mim.
Pouco tempo depois, ele respirou fundo e veio até mim. Não dissemos nada, e nos abraçamos. E eu senti algo reacender, como uma chama. A minha..Quero dizer, a nossa amizade voltar ''ao normal''.
E isso foi bom. O sorriso que não havia saído antes, agora ardia em minha boca. Mas eu gostava daquela sensação. A sensação de ter meu amigo de volta.
[...]

DUAS SEMANAS DEPOIS 
JUSTIN NARRANDO


Eu não podia esquecê-la. Não ainda. Não agora..
Ela simplesmente não saía da minha cabeça. Nessas duas semanas, eu a tinha visto apenas uma vez. A terceira, ou quarta, talvez. Mas depois daquela noite... 
Alguma coisa dentro de mim queimou. Meu orgulho? Meu ego? Minha falta de amor? Minha ignorância? Cada coisa a qual eu estava sentindo, errado?
Não sei. Mas, tenho a certeza que, algo queimou em mim. E depois evaporou em fumaça, ao vento.
E outra coisa se acendia, devagarzinho, tímida e carinhosamente.
Algo suficiente - como Kate - pra conseguir deixar meu ar limpo, e ao mesmo tempo me deixar louco como se eu estava em falta dele.
Não queria acreditar. Não podia. Não devia.
Eu só tinha sentindo os lábios de Kate uma vez, naquele dia. Por uma aposta. Por meu orgulho em achar que todas as garotas são iguais, e que elas podem ser usadas. Mas agora, depois de Kate e das perguntas que fiz a mim mesmo - ainda naquele banheiro -, eu sei que pensei errado. Pensei muito errado. 
E eu só a tinha visto, uma vez antes... um encontro rápido e não muito próximo. No dia, Ryan a encontrou numa cafeteria e foi falar com ela, enquanto eu dissera que esperaria, do outro lado da rua. 
E a terceira vez, foi dentre essas 2 semanas. Quando me encontrei com Ryan, porque ele iria à minha casa. Novamente, ao longe a avistei: tímida, quietinha e enrolada em muitos casacos de frio, já que a temperatura estava baixa.
Portanto, a única vez que a vi realmente foi naquela boate. De preferência, no banheiro como eu me lembrava bem. Gostava de lembrar algo ardente que vinha da língua dela, descendo em minha garganta. E, de algum modo, eu gostava da sensação.
Gostava de lembrar que pude sentir que estava queimando. Queimando com ela. 
quero estar queimando com ela. Quero estar queimando, de novo.

KATE NARRANDO


Eu não queria acreditar em tudo que estava passando em minha cabeça. Em meu coração... 
Ah, droga.
Eu não podia aceitar isso. Eu tinha beijado... não, ele me beijou. Uma vez. Nos encontramos poucas vezes. Mas depois... depois daquele beijo...
Por mais que eu quisesse evitar, algo me dizia que era verdade. Algo me fazia lembrar dele, ao acordar e ao fechar os olhos pra dormir. Em meus sonhos, ele também aparecia.
As vezes, apenas sorrindo pra mim - ao longe. As vezes segurando em minha cintura e também sorrindo, como se estivesse agradecido por alguma coisa que eu concedera a ele.
Mas..que coisa? Algo dentro de mim? A minha felicidade? A minha amizade? De algum modo eu sabia que não era nenhuma dessas opções. 
Ele estava agradecido - em meus sonhos apenas -, porque eu simplesmente concedi meu coração. Meu amor. Minha felicidade. 
E, ainda em meus sonhos, eu sorria com ele. Aceitando. Certa de que estar apaixonada por Justin Bieber, não era lá tão ruim assim. 
E talvez não fosse.
Mas..o que ele poderia querer comigo? O que, além de uma maldita e escrota aposta?
Eu estava apaixonada por ele. Mas isso não era uma coisa que eu podia escrever em meu diário, ou até mesmo sonhar em uma "retribuição".
Ele não podia me amar. Mas eu o amava. E agora, assumo isso. Em segredo. Com uma lágrima de culpa e um sorriso em chamas, grato por poder amá-lo. E por mais que eu quisesse, não podia escapar. Não agora. Não ainda.
Eu quero queimar com ele. Assim, como naquele banheiro. Onde minha nuca se arrepiou, e eu perdi a noção do tempo, das sensações - de tudo.
Meu coração deseja queimar com ele.
Agora.


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