Gatah em Chamas escrita por tucci


Capítulo 8
Namorada?


Notas iniciais do capítulo

Curtinho mas valeu!



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- N-namorada? - gaguejei surpresa fitando aqueles olhos verdes penetrantes. 
Minha mente dava voltas. Merda, eu não sabia o que falar. Simplesmente eu
não conseguia pronunciar mais do que isso. Eu travara completamente. Isso
é bem a cara da imbecil da Agatah. Inferno.
Ele continuava me fitando, com os seus olhos verdes ansiosos para saber qual
seria a minha reação. Eu tentei falar novamente. Nada. Isso foi bem constrangedor.
- A-aham - consegui enfim pronunciar. Idiota, idiota, idiota! O Tom me pede em
namoro e eu primeiro não respondo, e a única coisa que eu consegui gaguejar
foi "aham"?!
Apesar do meu rápido blá-blá-blá mental, o Tom abriu um sorriso enorme e me
beijou delicadamente. Eu fiquei completamente parada, ainda surpresa demais
para demonstrar qualquer reação.
Do nada, ele abriu uma caixinha para mim. Não me lembro muito bem de onde
ele tirara aquilo, mas pra mim fora do nada mesmo. Minha mente estava uma
confusão enorme até eu conseguir reconhecer o que havia dentro daquela
caixinha delicadamente colocada na mão de Tom, estendida ansiosa para
mim. Eu arfei de surpresa e esbugalhei os olhos, encarado pasmada os do
Tom, que apenas sorriu gentilmente.
- Isso… isso… - falei olhando do conteúdo da caixinha para os olhos do Tom.
- Sim, é um anel - Tom confirmou as minhas suspeitas.
- De… Esmeraldas? - Eu franzia o cenho olhando assustada para a joia.
Ele acenou com a cabeça positivamente. - Seu?
- Não mais. É seu agora, a não ser que você recuse, é claro. Mas não
será fácil recusá-lo, aviso desde já.
- Não, eu não posso aceitar isso. De jeito nenhum.
Ele sorriu para mim, como se já esperasse por aquela reação desde o começo.
- Vamos, é um presente. Não é muito educado se recusar.
- Não estou nem aí para o que é educado ou não. Fique com o seu anel de
esmeraldas e economize o seu dinheiro.
Ele riu e olhou para mim com divertimento.
- Aceite, por mim. Você não precisa usá-lo, se não quiser. Apenas aceite e
torne isso oficial, real.
Eu encarei ele por alguns momentos. A questão era: aceitar aquele anel
me comprometeria totalmente à ele? Eu realmente queria compromissos
naquela fase da minha vida?
- Tom, nós não poderíamos ir um pouco mais devagar? Eu queria pensar
mais sobre o assunto…
Pude ver seu sorriso se apagar momentaneamente. Depois ele falou em
um tom gentil, mas pude ver um vestígio de decepção em seus olhos.
- É claro. O tempo que você quiser.
- Obrigada.
Eu observei ele guardando a caixinha em seu bolso e depois dando um
suspiro cansado.
- A propósito - falei -, como você sabia que iria me pedir em namoro hoje
e trouxe o anel?
Ele deu seu perfeito sorriso torto antes de me responder.
- Quando eu soube que iríamos sair juntos, eu pensei bastante no assunto.
E decidi que eu realmente queria você. Mas oficialmente. Então, eu trouxe o
anel, caso tivéssemos uma oportunidade…
Eu sorri para ele. É claro que ele pensara no assunto. Quando estávamos no
shopping, ele aparentemente mudara a sua postura em relação a mim. Ele
deixara o seu interesse mais claro, por meio de vários sinais, e alguns bem safados…
- Mas parece que a sua tia não iria gostar muito da ideia de sermos… namorados.
- Aquela palavra ainda soava estranha aos meus ouvidos, principalmente se
referindo ao Tom. Mas eu não compreendia; eu sempre quis ele, não? Então
por que o desconforto?
- A minha tia… - Ele riu consigo mesmo e perdeu o foco do olhar, como se
lembrasse de algo distante. Após alguns segundos ele voltou a me encarar,
e passou o seu braço sobre os meus ombros, me apoiando em seu peito
macio e aconchegante. Nossa… ele tinha um perfume delicioso… e como
o seu peito era forte e musculoso!
Apoiada ali, com ele me envolvendo, eu senti uma repentina sensação
de segurança em seus braços. Ele fazia eu me sentir protegida de todos
os problemas da minha vida e de todas as pessoas. Eu relaxei e dei um
profundo suspiro, sorrindo.
“A minha tia é complicada… Na verdade ela e a sua filha, a Marcela, de
quem você tem um desnecessário ciúme. - Ele riu pelo nariz. - Minha tia
sempre me tratou super bem, me mimando até demais. Eu e a Marcela
éramos melhores amigos na infância… Acho que boa parte dessa amizade
foi fortalecida e influenciada pela Fernanda, a minha tia. Quando eu tinha
aproximadamente dez anos de idade, eu percebi que a Marcela começara
a me tratar de outra forma, ela queria algo a mais… Até a Fernanda confirmar
as minhas suspeitas. Eu lembro até hoje de suas palavras: "Sabe, Tom,
a Marcela estava falando da amizade de vocês dois… o que você acha
de aprimorar isso? É, vocês poderiam ser um casal! Muito bonito, a propósito.
Imagina, a sua mãe iria ficar tão orgulhosa!". Eu, é claro, falei que não sentia
o mesmo por ela… aí minha tia começou um papo dizendo que a sua filha
iria esperar, eu ia ver… Enfim, eu tinha só dez anos. Namoro era uma coisa
que eu nem cogitara ainda. E, com o passar do tempo, a Marcela não pôde
deixar mais claro o seu interesse amoroso por mim. E eu também: apenas
amizade. Mas a Fernanda continua insistindo até hoje! Você viu a reação
dela ao pensar que você era a minha namorada. As duas são paranoicas!
Inferno… A minha tia já até me ameaçou!"
Ele terminou a história rindo das duas hilárias criaturas obsessivas por ele.
É, Agatah, a sua concorrência não é fácil!
- Mas eu estou pouco me lixando para as duas - disse ele indiferente,
dando de ombros. - Pouco me importa o que elas dizem ou fazem.
Eu faço o que eu quiser. E a minha escolha foi namorar com você.
Mas agora, só falta a senhorita aceitar, não é? - Ele limpou a garganta
e depois deu uma risadinha.
Eu bufei revirando os olhos. Eu queria ser sua namorada. Na verdade,
era o que eu mais desejava no mundo. Estar com ele. Definitivamente.
O que eu estava querendo? Meu Deus! Quando eu dissesse "sim",
minha preocupação com concorrências como Marcela e Erika seriam
quase mínimas… Eu deveria aceitar? E a pergunta era: "por que não,
Agatah?". É, eu ia concordar de uma vez por todas.
- Pergunte de novo, Tom - falei de uma vez antes que eu mudasse de
ideia novamente.
Ele olhou surpreso para mim, aparentemente não esperando por aquilo
naquele momento. Mas ele sorriu, na verdade ele sorriu como eu nunca
vira na vida. Tom sacou rápida e agilmente o anel, como se receasse que
eu recusaria a qualquer instante.
Com o anel brilhando em suas mãos, ele olhou intensamente para mim e
perguntou (novamente):
- Agatah, você quer, agora, ser a minha namorada?
Eu sorri para ele.
- Sim. - Um turbilhão de pensamentos me ocorreu no instante que meus
lábios me permitiram pronunciar a tão esperada palavra. A palavra que me
comprometeria totalmente ao Tom, mas a mesma palavra que o tornaria
exclusivamente meu.
Seus olhos brilharam como o anel e não se despregaram dos meus no
momento em que ele pegou gentilmente a minha mão e colocou delicadamente
o anel no meu dedo. Eu não pude evitar um sorriso enorme antes de beijá-lo
intensamente, como nunca beijara qualquer garoto antes. Eu me entreguei
completamente à ele através daquele simples beijo, e tive certeza de que ele
pertencia a mim a partir daquele momento. Pode parecer meio meloso da minha
parte, mas foi especial. Único.
Agora, todos os meus receios (que pareciam muito distantes no momento) sobre
aceitá-lo eram estúpidos. Não soube o que eu pensara para não dizer "sim"!
- Demorou para aceitar mas valerá a pena. Eu prometo - disse ele quando acabamos
o beijo, que pareceu durar décadas.
Eu apenas sorri.
- Eu tenho certeza.

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Notas finais do capítulo

O próximo não vai demorar, prometo galerinha! :)