Laços Perdidos no Tempo escrita por Danda


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Italico - Dialogo em ingles

Boa leitura!



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A viagem foi longa e cansativa, mas não pregou o olho um segundo. Apenas vendo aqueles filminhos chatos que passavam, para se entreter. Mu, ao seu lado, respirava de modo normal, descansado. Deveria estar dormindo.

Aldebaran se perguntava, como poderia ser, com aquelas cadeiras tão incómodas. Talvez fosse por causa de seu tamanho. A última vez que fez uma viagem tão longa, não tinha aquele tamanho, todo.

Ouviu a voz metalizada da aeromoça no alto-falante, anunciando que faltava muito pouco para o pouso.

Finalmente haviam chegado.

Era hora.

Mu, parecia descontraído. De facto estava de ferias. Aldebaran riu. Queria um pouco daquela calma.

A pedido do amigo, esperaram que quase todos os outros passageiros saíssem, para aí, então, levantassem, pegassem nas suas bagagens de mão e se retirassem.

Cada pessoa que passava pela sua cadeira, parecia que levava séculos para chegar na porta e isso começava a deixar o moreno inquieto na cadeira.

- Acalme-se Aldebaran – Mu disse com um sorriso. Não olhava para o amigo e sim para os últimos passageiros que passavam na porta – Vamos!! – Completou se levantando.

Mal disse a ultima palavra, e, Aldebaran já estava de pé.

- Está ansioso? – O Cavaleiro de Áries perguntou, em quando estendia a mala para o amigo.

- Cansado – tentou disfarçar.

Mu decidiu que não iria perguntar mais nada. Era claro o nervosismo do companheiro. E isso, era notado na maneira como saiu rápido do avião.

Será que aquilo era pressa para terminar com tudo aquilo?

Não. Aquilo era medo misturado, de facto, com cansaço. Mas podia dizer, que adrenalina de enfrentar aquela que lhe fez sofrer tanto, corria em suas veias em alta velocidade.

O que ela diria?

- Vamos para o hotel e, jantamos por lá – Ouviu Mu dizer ao ajuda-lo a pegar a ultima mala na esteira.

O resto foi rápido.

Athena, havia programado tudo. Mal saíram e um carro já estava a espera deles. Levou-os até um hotel, no qual, Aldebaran não prestou atenção no tempo de viagem, deixando-os na porta. Não se deu o trabalho de ver o nome do hotel. Antigamente, aquela zona da cidade era um descampado sem nada.

Mu se dirigiu ao recepcionista e com poucas palavras tratou tudo que tinha para tratar, voltando com duas chaves na mão.

- Athena tratou mesmo de tudo – Mu disse satisfeito já apertando o botão do elevador.

Aldebaran decidiu não dizer nada.

Eram acompanhados por um rapaz de 20 anos, que era incumbido de levar as malas dos hóspedes.

Durante o caminho, toda a vontade de confronto que tinha esmoreceu, restando somente um cansaço e, uma vontade de voltar para trás.

Já dentro do elevador, Mu olhou o amigo. Estava de facto abatido. Sentia que o Aldebaran estava pensando em desistir.

- É melhor tomarmos um bom banho – Mu começou chamando os homens que lhe acompanhavam – Depois jantamos.

Mais uma vez, o grande moreno nada disse. Mu, ainda sorria.

O rapaz que os acompanhava não dizia nada, pois não compreendia. Ainda por cima, pensava que eles eram russos. Não sabendo falar inglês, limitou-se a mostrar onde cada um iria dormir e deixar as malas nos respectivos quartos.

Agradeceu com um gesto a gorda gorjeta que recebeu dos dois homens e se retirou.

Aldebaran estava na porta de seu quarto, pronto pata entrar quando ouviu a voz de Mu lhe chamar. Voltou-se de imediato para o amigo.

- Você não está pensando em desistir. Está? – O rapaz mostrava-se preocupado.

- Seria tolice não é!? – Disse voltando o olhar para o chão do corredor – Mas estive quase.

- Isso é tolice – Mu disse simplesmente, fazendo Aldebaran lhe olhar – Já chegou até aqui. Descanse hoje e amanhã procure-a.

- Minha cabeça está a roda – Disse sorrindo – Nem sei por onde começar.

- Pelo começo – Mu respondeu simplesmente – Nos vemos ao jantar. – E dito isso entrou para seu quarto, fechando a porta.

Aldebaran permaneceu ali. Então ele estava, mesmo, ali de ferias. Suspirou.

Balançou o corpo de leve e decidiu entrar no quarto e tomar um banho.

Não demorou muito para que ouvisse batidas na porta. Era Mu, falando para ele se apressar, pois tinham lugar marcado em um restaurante e, não poderiam se atrasar.

- Temos mesmo que comer nesse restaurante? – Aldebaran indagou em quanto entrava no carro.

- Não, se você quiser ficar a noite toda com fome – Mu disse já dentro do veículo – Até porque a comida do avião era horrível.

Lá isso. O brasileiro tinha que concordar. Aquela comida plástica que serviram, não dava para tapar nem o buraco de um dente.

Suspirou convencido. A final, não sentia fome agora, mas poderia sentir durante a noite e, esses hotéis cinco estrelas, tem mania de horários. E não abrem excepção ao menos que lhe estendam uma boa gorjeta. Não estava disposto a isso.

Enquanto o carro passava pelas ruas iluminadas de cidade Copacabana, Aldebaran lembrava daquela noite em que seus primos o convenceram a ir para uma praia.

“Era para ser umas belas ferias” – pensou.

- Chegamos – Ouviram o motorista, enquanto este voltava-se para trás para ver seus passageiros.

Athena deveria estar gastando uma fortuna com aqueles dois, pois o restaurante era da melhor qualidade. Na entrada, apenas para enfeite, do lado das duas portas, havia pilares redondos. Dentro do recinto, bem iluminados, por listres que sustentavam velas brancas. Muitas mesas redondas, estavam espalhadas pelo enorme salão. Sobre estas, estavam toalhas vermelhas.

Devia ser caro, mas estava cheio.

O homem que se encontrava atrás de um pequeno balcão à entrada, reconheceu os recém-chegados pelo carro.

“Como é possível?” – Os dois Cavaleiros se perguntavam.

Sem dizerem nada, foram conduzidos para uma mesa no centro do salão.

- Aqui está o cardápio – Foi a única coisa que o homem disse, enquanto entregava um “livro” de capa castanho-escuro.

Viram o homem se afastar.

Estava Aldebaran de frente para a porta de entrada, enquanto Mu, de frente para o amigo, conseguia ver de onde a comida saia.

- Esse lugar, deve se comer mal e pagar bem – Aldebaran cochichou para Mu, que estava compenetrado no que estava no cardápio. Lia as ementas em inglês, que estava por baixo da escrita original do país. – Vou sentir fome na mesma.

- Athena escolheu tudo – Mu disse calmamente, fechando o cardápio, o colocando de lado – Ela só quis o melhor.

- Sei – O moreno fez sem paciência, percebendo que todos que passavam olhavam.

Tanto ele, coo Um estavam vestidos inapropriadamente para o lugar. Aldebaran vestia uma camisa branca e uma calça de jeans, acompanhado de um ténis branco.

Mu, vestia umas calças claras com uma camisa igualmente branca. Os sapatos mais sociais, combinavam com o restante. Tinha o cabelo preso, deixando apenas a franja cair graciosamente sob o rosto angelical.

Um garçon passou pela mesa e, Mu, para a surpresa do companheiro, segurou no braço do homem, com delicadeza, fazendo esse virar de imediato.

- Que horas são? – Perguntou baixo.

O homem sorriu:

- Cinco para as dez, senhor.

- Obrigada – Mu o soltou.

- Porque quer saber das horas? – Aldebaran estranhou.

- Foi uma noite longa. Quero dormir cedo, para sair amanhã de manhã – Foi a resposta calma do Cavaleiro de Áries – Já sabe o que vai pedir – perguntou apontando para o cardápio na mão de Aldebaran.

O homem alto estreitou os olhos.

- Não – respondeu seco.

Estava de facto de mal humor. Mu começou a ficar inquieto na cadeira, fazendo Aldebaran olhar por cima do cardápio.

- O que há? Formigas? – Sorriu.

- Nada. Tenho fome – respondeu mal.

Mais uma vez, surpreendeu Aldebaran. Mu estava impaciente e, isso não era nada normal. Mas a final, que raio, se passava com aquele homem?

Aldebaran finalmente fechou o cardápio, assustando Mu.

- Já sei…

Não completou a frase, fitando a porta.

Mu suspirou. Sabia que não ia saber o que ele queria.

Entrando no recinto, sobre a mira, de um olhar espantado, de Aldebaran, entrava uma mulher, de maquiagem carregada, vestido escuro, extravagante, que acentuava as curvas de seu corpo e, uma sandália de salto. Estava acompanhada por um homem de terno escuro e gravata do mesmo tom. O cabelo, castanho-claro, tinha um bom corte e, estava penteado todo para trás. Os olhos castanhos sobressaíam na pele levemente bronzeada que, em conjunto com o cavanhaque, lhe dava um ar muito sério.

Ambos, com cara de poucos amigos e pose imponente. Aldebaran os reconheceu de pronto.

“Então, casou mesmo com ele” – pensou. Acompanhava cada movimento dos dois. Linda, apenas tomara forma de mulher, mas seu rosto, apesar da idade, mostrava um pouco de traços juvenis.

Mu, não olhava. Observava apenas Aldebaran, pois sabia exactamente o porque de estar ali com o amigo naquele exacto momento.

Saori Kido, tinha poder suficiente para descobrir a rotina de qualquer pessoa, principalmente aquelas que se davam muita importância. Um dia bastou.

Quando, ou, se, Aldebaran quisesse saber algo, lhe explicaria mais tarde.

- Isso também foi armado por você? – Touro perguntou sério, voltando-se para o amigo.

Mu não se importou. Precisava ser assim.

- Essa será a única ajuda que te darei, neste assunto, Aldebaran – Disse baixo, enquanto o garçon se aproximava. Aldebaran voltou o olhar para sua direita, onde o casal se sentava, algumas mesas de distância.

- Já vão pedir, senhores? – O homem de terninho ridículo, falou para os clientes.

- Sim…

Aldebaran não ouvia o pedido de Mu. Seus olhos se prenderam em Linda. Aquele nome sempre iria combinar com ela.

Se sentiu estranho. Imaginou, que, quando se encontrasse com ela, sentiria o coração acelerar e este, lhe pedisse para perdoa-la. Pensou, que se a visse casada, sentiria ciúmes. Mas não. Não sabia, ainda, definir o que sentia. Sabia apenas que não era ciúme, ou vontade de correr para os braços dela.

Notava que desde a chegada deles, não haviam aberto a boca, a não ser para fazer o pedido para o garçon. Maurício, parecia um homem sério. Seus traços eram de quem já havia passado por muito, até então. Sofrido, diria.

Não pareciam felizes.

Arregalou de leve os olhos. A final: onde estava a moça que vira na Grécia?

Seu coração acelerou. Respirou fundo.

- Senhor? – Era a terceira vez que o rapaz que servia a mesa lhe chamava, mas mesmo assim não dera importância.

Levantou e em passos lentos começou a caminhar na direção da mesa do casal.

Mu, viu tudo calado. Não imaginava que seria agora o encontro.

- Traga o que lhe pedi – Disse ao rapaz atónito, com um sorriso sem graça.

O rapaz, um pouco chateado com o comportamento do outro homem, acenou para Mu e se retirou.

Aldebaran via as mesas passarem de vagar. Para ele todas estavam vazias. Estava tudo vazio. Sua alma, talvez, estivesse vazia.

Mas sua determinação preenchia o que restava do nada daquela mulher.

Viu Linda erguer os olhos em sua direção e, pela sua expressão conseguiu descrever o sentimento dela: medo. Já estava quase na mesa, quando o homem que acompanhava Linda percebeu sua reação, virando de imediato para onde ela olhava.

Maurício deu um pequeno salto para trás. Mas Aldebaran não conseguia ver nenhuma reação, além do choque de quem é pego de surpresa. Nada mais.

Estranhou.

Apesar de que não conhecer aquele homem, a final, havia se visto apenas uma vez, não sentiu raiva.

A reação dele fora natural.

Parou diante da mesa, olhando o casal: Linda, sentada, não conseguia tirar os olhos de Aldebaran, enquanto que, Maurício, agora de pé, recomposto, limitava-se a olhar o moreno que parara na sua frente, mas fitava sua mulher.

- Aldebaran – O homem chamou sério, recebendo, finalmente a atenção do moreno.

Continua…


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