Bullet For Prisoner escrita por Sanyan


Capítulo 1
Bullet for Prisoner


Notas iniciais do capítulo

Música Bullet for Prisoner - Megurine Luka (eu traduzi a partir da letra em inglês. A tradução completa postei no site letras.terra, podem conferir se quiserem)


Tirei minha inspiração desse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=7vL4DrqHHak, vale a pena assistir



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/138047/chapter/1

Isso é um adeus

Estou agora assistindo um sonho silencioso

Se apenas em diferentes circunstâncias

Eu desejava estar

Com você

Natálya estava mais hesitante mais que o normal. A arma parecia pesada em sua mão direita; sua vista estava embaçada. Não desviava o olhar daquele que estava a sua frente.

Seguindo sempre na mesma velocidade

Eu vejo a luz do dia surgir

Ela havia realmente encontrado uma luz no fim do túnel, uma luz para iluminar sua deplorável vida. Mas precisava sumir com essa luz, era esse seu trabalho.

A hesitação que eu tenho em meu dedo no gatilho

Está impedindo-me

Criminoso. Prazer, candidato

– Terei que te matar, sinto muito – sussurrou a garota, apontando a arma para o peito do rapaz.

– Me avisaram que poderia vir, Natálya Arlovskaya. Se for mesmo fazer, faça-o rapidamente – para a surpresa de Natálya, ele apenas permaneceu em seu lugar e estendeu os braços. Seus olhos estavam fechados.

– Vai se entregar tão facilmente? Tolo, não valoriza sua vida?

O jovem abriu os olhos e mirou o céu, ainda de braços abertos e em seu lugar.

– Não há mais motivos para valorizá-la, tudo que me pertencia foi tomado – e então voltou os olhos para a garota. – Por que hesita? Não irá cumprir seu trabalho?

A pergunta surpreendeu Natálya. Nem ela sabia direito por que hesitava. Talvez... os olhos azuis do jovem mirando-a... sua voz...

Não olhe para mim com esse tipo de categoria

Na sua frente, sou apenas mais uma mulher


Sem responder, a bielorrussa depositou a arma na bainha e deu as costas para o rapaz.

– Não te matarei hoje, considere-se sortudo – comentou, antes de sumir de vista.

~x~

Passaram-se sete dias desde o primeiro encontro; sete dias sem o ver; sete dias apenas pensando nele. Esse tipo de pensamento não podia estar na mente de Natálya Arlovskaya, isso nunca havia acontecido! Ela não sabia nada sobre ele, nem mesmo seu nome, mas mesmo assim não podia evitar de pensar e sonhar com aquele rapaz...

– Afinal... O que está acontecendo comigo? – perguntou-se, pouco confiante de obter uma resposta.

Estas mãos contaminadas

Não podem tocar você

Aqueles olhos fixos

Levam meu dedo a vacilar

Se ao menos eu nunca te conheci

Eu não deveria ter esse sonho

Ela agora se sentia diferente. Não tinha vontade de exercer seu trabalho que tanto adorava. Algo estava diferente dentro dela, por culpa dele.

Meu coração ainda seria seco

E eu ainda seria cruel

~x~

Na manhã do oitavo dia, encontrou-se com seu chefe. Estava disposta a contar-lhe tudo.

– Natálya, não me parece muito bem – comentou seu chefe, servindo a si e a garota com café. – O que queria contar-me?

– Eu gostaria de explicar porque não matei aquele rapaz daquela vez... - hesitou, um pouco insegura. – Eu... não tenho muita certeza, nunca fui rodeada de muitas pessoas e nunca desenvolvi muitos sentimentos, mas acho que senti algo por ele.

Seu chefe mirou-a por alguns segundos. Logo em seguida, levou a xícara de café aos lábios, bebeu, e voltou a falar.

– Se nunca sentiu o amor antes, não tem como ter certeza.

– O senhor já sentiu alguma vez?

Seu chefe olhou para o teto e fechou os olhos por alguns segundos, parecia lembrar-se de algo passado.

– Sim, minha pequena. Mas o amor não vale a pena. Abandonei minha esposa e filhos para voltar a servir o trabalho.

– Então... não há espaço para o amor no coração de uma assassina, não é?

– Creio que esse seja o pensamento certo.

Natálya nada mais disse, apenas olhou fixamente para o chão. Já tinha tomado sua decisão.

~x~

– Natálya Arlovskaya... nos encontramos novamente.

A bielorrussa apertou os lábios e concordou com a cabeça.

– O que te traz a procurar-me? – perguntou novamente.

– Eu vou... cumprir o que não cumpri – respondeu friamente, apontando a arma para o rapaz.

– Então decidiu-se... Boa escolha, acabe rapidamente com minha vida – e, novamente, esticou os braços e fechou os olhos.

– Mas, antes, responda-me algumas coisas.

O jovem abaixou os braços e esperou.

– Primeiramente... como se chama?

– Alfred, Alfred F Jones.

– E... o que necessariamente te foi tomado?

– Pessoas que amava, familiares e amigos. Para resumir: tudo, tudo me foi tirado. Minha casa, as pessoas por perto, meus itens. Agora irá me matar?

Natálya hesitou. Ele era parecido com ela, estranhamente parecido. A única diferença era que a garota matava para viver e viva para matar, essa era sua obrigação.

Aquilo já era doloroso o suficiente, adiar mais tornaria o fardo insuportável. Então estava na hora.

– Adeus – sussurrou a bielorrussa, pressionando o dedo no gatilho sem hesitar.

Um estampido e uma bala. A garota de olhos fechados, buscando não ver o que tinha acabado de fazer. O rapaz sendo atingido certeiramente no peito e, logo em seguida, caindo de joelhos no chão. A cena não era das mais agradáveis de presenciar, mas Natálya continuava no mesmo lugar.

Não sabia o que sentir. Ódio de si mesma, talvez, mas não tinha certeza.

Alfred ainda encontrava-se caído de joelhos. Os olhos mais arregalados que o normal por trás dos óculos e os lábios entreabertos, por onde escorria um fluido de cor avermelhada berrante. Sangue.

Rapidamente, a pequena garota correu até o americano e agachou-se a sua frente. Talvez a visão do rapaz naquele estado tenha chocado Natálya, ou apenas o fato de ver sangue saindo de sua boca a tenha chocado, ela mesma não sabia dizer.

– Desculpe, mesmo – Natálya abraçou-o fortemente e sussurrou em seu ouvido.

– Eu me apaixonei por minha carrasca  – sussurrou Alfred de volta, com uma pequena dificuldade, no ouvido da bielorrussa.

O rapaz que havia visto pouquíssimas vezes era apaixonado pela assassina compulsiva. Isso soou trágico na mente de Natálya, mas não queria passar tempo demais pensando.

Soltou o americano e observou seus olhos azuis por trás dos óculos, segundos antes de inclinar-se e beijar-lhe os gélidos lábios. Não importou-se em esconder as lágrimas, nem importou-se com o sangue, e muito menos com aqueles sentimentos confusos. Estava ali, junto dele, isso realmente importava.

Ao separarem-se, Alfred não aparentava mais sinal de vida. Natálya depositou-o no chão e levantou-se com dificuldade, as lágrimas ainda teimavam em cair de seus olhos.

Recomeçou a andar na direção do horizonte. O gosto daquele sangue a acompanhava, lembrando-a de seu crime.

~x~

Natálya abandonou o trabalho no dia seguinte. Não deu satisfações ao seu chefe, apenas saiu.

Naquele mesmo dia, encontrou uma velha casa abandonada e trancou-se no quarto para nunca mais sair.

Apenas uma empoeirada televisão ligada e um pouco de comida ao seu lado. A luz se encontrava apagada.

A garota permanecia com os olhos fixos na tela, uma notícia era transmitida.

A polícia encontrou hoje mais um jovem assassinado nas zonas periféricas. Provavelmente o assassino foi o mesmo dos outros casos, mas ainda não temos pistas de quem possa ser. Alfred F Jones, 19 anos, morto por uma bala no peito.

As notícias mostram meu pecado cada vez mais

Seu nome e sua fotografia são exibidos como a vítima

Ela já havia matado outros e sempre sentia-se bem matando, Mas dessa vez era diferente. Já havia presenciado milhares de notícias desse tipo, sempre sabendo que ela era a culpada. Mas dessa vez era diferente.

Mesmo eu tendo empilhado cem pecados, ainda não consigo obter

Meu coração

~x~

Conseguiu sobreviver por uma semana. Era torturante viver com a culpa em seus ombros, mas ela tentava de todas as maneiras.

Deus, estou agora assistindo um sonho distorcido

Mesmo eu levando tudo para longe de você

Você levou meu coração   

O demônio rindo já não é a minha cara

Os noticiários haviam parado, nada mais para lembrá-la de seu pecado. Mas ela ainda se lembrava. Não era fácil esquecer o que fez.

Sonhava todas as noites imaginando como seria se não o tivesse matado. Uma linda história de amor seria escrita, e ela iria ser feliz pela primeira vez na vida.

Você nunca vai saber

Sobre estes sentimentos que eu tenho

Por favor, me dê um repouso eterno

Dentro desse sonho

~x~

Um mês. Fazia exatamente um mês que o havia matado.

Ainda não saía do quarto, sobrevivia com pequenas porções de comidas e assistindo ao noticiário de tempos em tempos.

Não era mais a mesma garota. Seus cabelos loiros estavam bagunçados e com nós. Sua pele apresentava sujeiras e arranhões. As roupas estavam rasgadas e sujas. Estava irreconhecível.

– Eu não aguento mais – sussurrou Natálya, tirando sua arma do bolso e a apontando para a própria cabeça. – Não era esse o final que eu desejava, mas finais felizes não existem na realidade.

As lágrimas caíam de seus olhos azuis. Aquilo seria rápido.

Sem hesitar, puxou o gatilho. A bala acertou-lhe; sangue jorrou; e ela tombou.

Por favor, assista meu fim enquanto eu me afundo nos escombros

A verdadeira razão de ter tirado sua própria vida era desconhecida por muitos, apenas ela sabia. Nunca havia amado. Nunca amaria ninguém depois de Alfred.

Apenas uma vez

Deixe-me ver seu sorriso

Sayonara...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, eu particularmente não gostava muito desse casal até assistir o vídeo, depois eu simplesmente achei muito fofo (E a Bela-san ganhou respeito de minha parte -q), agora tem outra pessoa para eu dividir o Alfred ;-; (Iggy e Bela) Mas eu aceito, esse casal até me deu a ideia de uma boa fic, é. Espero que tenham gostado, eu gostei de escrever :3 (Eu acho escrever Deathfics legai, hum)Então... reviews? ;-;



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bullet For Prisoner" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.