Alexia PDV:

Já era madrugada quando ele recebeu uma ligação do Scooter:

-Alô?... Oi Scooter... Não... Mais já?... Por favor deixa eu ir amanhã... Scooter por favor... Eu sei mais... É... Ok... Tchal.

-O que foi? – perguntei, mas no fundo eu sabia exatamente o que era eu só rezava pra que não fosse.

-Scooter, ele disse que... Acontece que chegou a hora meu amor.

-Nós sabíamos que iria chegar.

-É, vamos?

-Claro. –tentei parecer confiante mais não consegui, ele olhava nos meus olhos e com certeza percebia que por dentro eu estava triste e com medo.

No caminho para o aeroporto fomos abraçados mais em silencio. Á medida que nos aproximávamos do avião, sentia meu coração doer, mais era uma dor estranha, uma que eu nunca havia sentido antes. Chegou a hora da despedida.

-Prometo que vou te ligar todos os dias – ele sussurrou no meu ouvido, a esse ponto eu já chorava. – por favor, não chora, eu não vou conseguir, se você chorar.

-Desculpe.

-Vamos Justin, você tem que embarcar. –esse era o empresário dele.

-Já vai! –ele gritou de volta, estava chorando também.

-Amor eu vou sentir muita saudade.

-Eu também, muita...

-Te amo muito Justin.

-Também te amo! –ele sorriu ainda chorando e me beijou, foi como se a nossa vida depende-se disso, ele me agarrou pela cintura e eu passava as mãos pelos cabelos dele.

-Tá agora já chega, nem mais um minuto.

-Promete uma coisa?

-Prometo Jus.

-Nunca se esqueça de mim. –ele disse se afastando, estava andando de costas ainda olhando em meus olhos.

-Impossível...

Sorriu e entrou no avião, eu e ele chorávamos e eu fiquei ali parada, ele decolou mais eu continuei me ajoelhei no chão e chorei como nunca.

Justin PDV:

Entrei no avião com a visão embaçada pelo choro.

-Isso passa fica tranquilo. –Scooter disse com uma mão em meu ombro, andamos ate a poltrona de primeira classe e nos sentamos.

-Não Scooter, isso não vai passar, eu amo ela de verdade.

-Tudo bem...

-Eu vou dormir, não quero passar o voo inteiro chorando.

Virei pro lado e depois de alguns minutos pensando nela consegui dormir.

Alexia PDV:

-Querida você esta bem? –olhei e um homem estava me encarando, ele parecia preocupado.

-Eu to bem, obrigada. –levantei do chão.

-Com licença. –disse o homem se afastando.

Tudo o que eu precisava agora era tomar um banho quente e dormir. Peguei meu celular e decidi ligar pra Allison, mais ela tinha um a entrevista hoje e não ia poder vir, olhei na minha agenda e liguei pro Matt.

-Alo? –perguntou com a voz sonolenta.

-Desculpa, eu te acordei?

-Acordou, mas tudo bem.

-Sabe quem é?

-Claro Alexia, o que foi? Você esta bem?

-Não. Olha eu estou aqui no aeroporto, você pode vir me buscar?

-Sim, me dá 20 minutos?

-Dou...

-Ok daqui a pouco eu te pego.

-Tá! –desliguei o telefone e me sentei em um banquinho, eu estava tão cansada que acabei dormindo.

Meu celular tocou fazendo me acordar rapidamente.

-Alo?

-Alexia sou eu.

-Matt?

-É, eu estou aqui no aeroporto, cadê você?

-Eu já estou saindo, me espera um minutinho.

-Ok tchau.

Levantei e caminhei ate a porta do aeroporto, pelo vidro de um carro eu pude ver o rosto dele, caminhei ate ele e entrei.

-Oi Alexia, tudo bem? –dei um beijo no rosto dele e coloquei o cinto de segurança.

-Mais ou menos... Pode me levar para o hotel, por favor?

-Claro mais você não prefere tomar um café antes?

-Acho que pode ser...

-Ok. –ele arrancou o carro.

Liguei o radio e fui ouvindo musica ate a cafeteria. Era um lugar bonito, não tinha quase ninguém.

Entramos e sentamos em uma mesa próxima à janela.

-Posso anotar o pedido? –perguntou um homem se aproximando da mesa.

-Pode sim, eu vou querer um cappuccino e panquecas, e você?

-Eu quero só um café bem forte.

-Alexia você não vai comer nada?

-Não, eu não estou com fome.

-Então é isso. –ele disse olhando para o garçom

-Já trago, com licença. –falou e saiu em direção à cozinha.

-O que foi Alexia?

-Eu não quero falar sobre isso Matt.

-Por quê?

-É uma coisa muito pessoal e eu... Eu só queria me acalmar um pouco.

-Tudo bem, quer falar sobre o que então?

-Eu preferia ficar em silencio...

-Tá. –ele falou sorrindo.

-Aqui esta. –o garçom apareceu e colocou o nosso pedido em cima da mesa.

-Obrigada. –ele agradeceu mais eu permaneci quieta. O homem saiu e nós dois ficamos em silencio por mais um tempo.

-Terminei o café, pode me levar agora?

-Claro, eu só vou pagar a conta rapidinho.

-Não. –disse me levantando – eu pago.

-Magina.

-Eu quero pagar – sorri levemente e depois caminhei ate o caixa da cafeteria.

-Olá, posso ajudar? –perguntou o rapaz no caixa, ele devia ter uma idade próxima à minha.

-Pode sim, quero pagar a conta daquela mesa ali. –disse apontando para onde nos estávamos sentados.

-Aham, foi um cappuccino, panquecas e um café, U$20,00.

-Aqui. –entreguei a nota nas mãos dele.

-Muito obrigado, volte sempre.

-Obrigada você. –sorri fraco e voltei à mesa.

-Alexia, o que foi? –ele já estava em pé ao meu lado.

-Matt por favor, não quero falar sobre isso. –suspirei –pode me levar ao hotel agora?

-Sim.

O caminho ate o hotel foi entediante, cada vez que eu me lembrava do motivo pelo qual eu estava tão triste e deprimida, lagrimas caiam sobre meu rosto. Foi longo mais finalmente chegamos.

-Desculpe qualquer coisa... Só estava tentando fazer você se sentir melhor.

-Tudo bem Matt, obrigada.

-Eu queria fazer uma coisa mais tenho medo de você ficar brava.

-Bom se você não for me assaltar aqui, ou talvez me espancar ate a morte, por mim tudo bem. –disse rindo.

-Ok. –ele falou baixinho em um sussurro, se aproximou de mim e me beijou.

Fiquei completamente sem reação, estava tão assustada que não me mexi, continuei parada de olhos abertos e sem entender nada.

Ouvi um ´´click`` e rapidamente me separei dele.

-Você ouviu isso? –perguntei assim que nos separamos.

-Nossa, nós acabamos de nos beijar, pensei que ouviria outra coisa de você.

-Eu só quero te pedir uma coisa.

-Fala.

-Nunca mais faça isso de novo.

-Mais eu pensei que...

-Não quero saber o que você pensou, só quero que você prometa que nunca mais vai fazer isso ok?

-Tá, me desculpa.

-Eu juro que minha vontade é encher a sua cara de tapas, mais eu não posso fazer isso porque acho que não estou em condições.

-Mais...

-Nunca mais quero te ver na minha frente, some da minha vida. –virei as costas e entrei no saguão do hotel.

Quando cheguei no quarto meu rosto estava inchado de tanto chorar, não havia ninguém e a Allison ainda devia estar na entrevista, ela comentou mesmo que iria ser durante a madrugada.

Tirei minha roupa e deitei na cama só de lingerie. Custei muito a adormecer, chorei por horas pensando nele, lembrei do beijo que o Matt me deu de surpresa e a raiva subiu a minha cabeça. Um tempo depois finalmente dormi.