-Bem, Apolo caiu em amores por você, se me permite dizer assim. Aquele filho de Hades também. Hades estava brigando com Apolo para que se filho fique com você. Porque você não vira logo uma caçadora?! Ah é! Aqui está, um cartão de crédito. Você tem que viver sozinha agora- dizendo isso ele sumiu num PUF!

-O QUEEEEEEEEEEEEEE?

-Sim, você está, órfã agora. Tem que ter um local para morar e ir à escola.

Lágrimas corriam pelo meu rosto, eu não tinha me acostumado à morte de minha mãe. Corri até meu chalé, mas acabei ficando tonta e caindo na neve. Macia como um colchão, porém fria como o gelo. Não conseguia me levantar, não conseguia me mover.

Vi pessoas a minha volta, porém nenhuma me ajudava. Até que alguém segurou minha mão. E me carregou no colo. Fechei os olhos e desmaiei.

Caramba, eu só desmaio não?

Eu abri os olhos, eu estava no chalé de Nico. Ele segurava minha mão, quando viu que eu estava acordada, sorriu. Ele me deu uma colherada de ambrosia, pudim salgado. Depois me deu um copo de néctar, bebi. Senti o gosto de Kinder Bueno, não só porque era bom, mas foi esse doce que eu ofereci para Annie quando a conheci, o doce que dividi um dia com Nico, o doce que taquei na cabeça de Apolo.

-Você ainda não se recuperou totalmente.

-Parece que não.

-Você...

-Sim- dito isso ele me beijou.

-Eu te amo- sussurrei no ouvido dele.

Ele se separou de mim. Ele não gostava de mim?

-Achei que gostasse de Apolo.

-Achei que sim, estava um pouco confusa, confesso. Você é... Hum, diferente. Mas, eu achei que você estivesse saindo com a Isabella.

-Eu? E ela? Admito que ela é bonita, mas não é bonita por dentro. Mas, na missão, quando disse que iria me declarar, iria me declarar a você.

-Hum, eu acho que me apaixonei por você desde a primeira vez que o vi.

-Eu... –ele estava meio envergonhado- Achei que você gostava do Apolo...

-Hã, eu... Hum...

Ele chegou perto e me beijou de novo. Ele pegou minha mão, tirou uma caixinha preta, abriu, lá dentro tinha dois pingentes, um N e um J.

-Você quer...

Nessa hora, eu ouvi meu nome, essa pessoa entrou batendo a porta.

-Julia Mariana Simpson!

Eu virei meu rosto e vi algo que nunca gostaria de ter visto. O Sr. D de cueca samba canção roxa, uma camisa de leopardo, bobes no cabelo, segurando uma caixa escrito coisas de Juliana Maria Tornwall.

-Vamos Jade. Você não tem família humana. Zeus te colocou num internato. Você vai depois do Natal.

-Mas, mas...

Um furação loiro e rosa, ou melhor, dois furacões loiros e rosas apareceram na minha frente e me arrastaram pelos braços. Só ouvi ao fundo o Sr. D dando um sermão no Nico.

-Vamos Juliet! O baile é hoje!

-Eu não quero ir! Eu posso ficar no meu chalé e mofar?

-Claro que não! Afrodite vai te transformar!

-O que?

-Você tem uma hora. Hum! Não se atrase- elas deram as costas para mim e foram invadindo outros chalés.

Eu não entendi direito, tomei banho. Quando saí, uma fumaça rosa tomou conta do chalé. Eu senti meu cabelo sendo puxado por algo. Purpurina, brilho... Tudo acabou de repente.

Eu me olhei no espelho. Aquela era eu? Era uma menina, com treze anos, o cabelo comprido, com mechas azuis elétricas, um vestido azul, estilo grego. Meu cabelo estava preso num coque, simples, eu estava com um brinco de prata. Parecia uma outra pessoa, não eu.

Saí do chalé. Todas as meninas estavam com vestidos gregos. Nico me esperava na porta, ele estava com um smoking preto, com uma rosa preta na lapela. Ele sorriu e pegou minha mão. Colocou um colar, vi o pingente, tinha um N.

Ele me levou para o refeitório. O baile era lá. Havia uma mesa de comidas e bebidas. Um ponche, os Stoll tentando “batizá-lo”, Quíron de olho neles... Os filhos de Apolo eram os DJ’s.

Vi Becky e... Apolo? Ela estava dançando com ele. Sim, os opostos se atraem. Eu sorri para ela e ela riu. Quem imaginaria? A neve e o Sol.

Os filhos de Apolo colocaram uma música lenta. Eu me aproximei de Nico e começamos a dançar. Apoiei minha cabeça no ombro dele, estava feliz. Eu achei que era interessante desde a primeira vez que o vi. Sinceramente, eu quis matar a Isabella quando a vi com ele, mas... Me contive, infelizmente.

Ele se separou de mim, me olhou nos olhos. Abriu a boca para dizer algo e me beijou. Eu não podia estar mais feliz. Minha vida, apesar de turbulenta, era até boa. Ele me deu um abraço.

Depois do baile, ficamos juntos, como nunca, observando as estrelas. Rimos, conversamos, foi o melhor dia da minha vida. Mas o que será que o futura guarda para mim? Sendo uma semideusa eu não tenho ideia alguma.

Amanhã irei para um colégio interno, se der sorte eu só encontrarei cinquenta monstros, em um semestre...

Mas vamos nos concentrar no aqui e no agora.