A Mascara escrita por cecilya


Capítulo 1
OneShot




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                Em dez dias será Halloween, em dez dias será o aniversario de morte de meus pais. Dois anos atrás eu matei meus pais, meu pai abusou sexualmente de mim e minha mãe o acobertou, decidi que nenhum dos dois merecia continuar vivendo, então depois de envenenar a comida deles eu coloquei fogo na casa e lá eu fiquei esperando pela morte até que ele apareceu. Ele usava uma roupa preta com um, sobretudo da mesma cor e uma mascara cobrindo seus olhos, ele me arrastou para fora da casa mesmo eu tendo batido nele e dito que queria ficar e morrer, ele me salvou, e tudo que eu lembro é de ele me carregar para fora da casa, ele deixou sua mascara comigo, mas não me lembro do rosto por baixo dela por isso a guardo até hoje.

Depois que fui salvo contei para policia oque aconteceu desde o abuso sexual até o incêndio eles não me prenderam, mas me levaram para um internato, pago pela pensão que meus pais deixaram, todas as crianças de lá são como eu tinham uma família com boas condições financeiras e depois não tinham ninguém para ter sua guarda, lá nos permanecíamos até que completássemos a maior idade e pudéssemos viver por nossa própria conta.

                Constantemente alguns alunos têm ataques de raiva dentro do colégio interno e os professores que se sentem ameaçados logo pedem transferência, hoje será a primeira aula do quinto professor de historia desde que eu cheguei aqui.

- Bom dia aluuu – Pam! Ele caiu. – nos...

                Toda a sala riu da queda do professor, menos eu que sentava na primeira fileira de carteiras e fui ajuda-lo a juntar os cadernos que se espalharam no chão.

- Me desculpe por isso... – Ele não tinha a voz muito grave, mas também não era fina, parecia a voz de um cantor, seus cabelos marrons haviam se bagunçado com a queda e cobriam seu rosto e seus óculos.

- Tudo bem, acontece.

                Quando ele olhou para mim pareceu surpreso, mas isso acontecia com todos os professores, nosso Colégio era apenas para garotos e eu nos meus dezesseis anos ainda não tinha ombros largos como os outros e meu cabelo liso abaixo do queixo precisava de um corte e minha baixa estatura não ajudava a aumentar minha masculinidade, levantei e voltei ao meu lugar sem me importar com oque o professor comentaria.

- Me chamo Peter, sou o novo professor de Historia de vocês, poderiam se apresentar a mim, por favor?

                Ele apontou para o primeiro aluno da fila próxima a porta e seguiu para o aluno atrás dele e assim sucessivamente quando chegou minha vez ele disse.

- Você é o Joshua, estou certo?

- Sim. – Respondi e dei de ombros, ele continuo até o ultimo aluno responder.

                A aula com ele não foi tediosa como a dos antigos professores, por ele ter apenas 21 anos e ser recém formado ele gostava de brincar com os alunos e isso fez dele o professor favorito da escola em apenas três dias.

                Uma semana para o Halloween é oque falta agora, a escola sempre organizava uma festa neste dia, mas eu nunca participava, para mim era um dia triste, um dia em que eu deveria ter colocado fim na minha própria vida, mas o entusiasmo do novo professor me contagiou e me fez querer comparecer a essa comemoração apesar de não ajudar nos preparativos como os outros alunos.

- Irei me vestir como o homem que me salvou. – Eu disse para mim mesmo em frente ao espelho quando decidi ir à festa a fantasia.

                A mascara eu sempre deixava guardada dentro de um dos livros que usaria no dia para sempre me lembrar a quem eu devo ser grato pela minha vida, guardei ela no livro de historia e sai para a aula, no caminho pelo corredor eu me apressei a esbarrei com o professor Peter e a mascara caiu de dentro do livro, ele se baixou para a pegar e disse.

- Porque está andando com isso?

- É uma lembrança. – Respondi secamente e entrei na sala.

                Os dias passaram e logo já era o dia do Halloween, vesti o sobretudo e coloquei a mascara, fui para a quadra as oito da noite quando a festa já havia começado, não dancei nem participei das brincadeiras, fiquei sentando bebendo refrigerante e comendo os salgadinhos durante a maior parte da noite.

- Vem comigo? – Era Lucio, ele foi a pessoa que chegou mais perto de ser meu amigo desde que cheguei aqui.

- Para onde? – Me vire para perguntar, mas ele já tinha dado as costas e começado a andar.

                Fui consumido pela curiosidade e resolvi segui-lo, ele entrou no corredor onde ficavam as salas de coordenação da escola e entrou na sala do professor de historia.

- Porque veio a sala do professor Peter?

- Para ficarmos a sós Josh. – Ele disse dando a volta por trás de mim e fechou a porta. – Ninguém virá nos incomodar aqui.

- Do que você está falando?

- Não se faça de bobo, se você me seguiu até aqui é porque também quer. – Ele andou em minha direção e me encostou na mesa do professor.

- Me deixe sair! – Tentei afasta-lo de mim, mas ele era maior e mais forte.

- Hum, então quer brincar? Vamos fazer do sei jeito então. – Ele pressionou o corpo contra o meu.

Não isso não pode estar acontecendo de novo.

- Eu não estou brincando apenas me deixe ir certo?

- Qual é vai me dizer que não quer? Você é quase uma menina deve gostar de homem com toda certeza. – Ele me empurrou com força contra a mesa e me obrigou a deitar nela, segurou meus ombros para me manter naquela posição.

- Me larga! – Eu gritei.

- Ninguém vai te ouvir daqui Josh, não está ouvindo? A musica da festa está tão alta que vem até aqui, ninguém vai te ouvir.

                Gritei o mais alto que pude enquanto lutava contra Lucio que tentava tirar minhas roupas, resisti o máximo que pude ainda tinha esperanças de que alguém viria me ajudar, quando Lucio conseguiu abrir minha blusa e tirar minhas calças eu desisti e ele disse.

- Vou deixar essa mascara, ela cai bem e te deixa mais sensual. – Ele mordeu os lábios me olhando. – Se você tivesse seios seria quase como uma garota. – Ele disse passando a mão sobre meus mamilos.

                Ouvi passos no corredor, pensei que fosse só minha mente me pregando peças, mas Lucio cobriu minha boca com as mãos, alguém estava aqui, alguém podia me ajudar! me debati e tentei gritar, mas de nada adiantou a musica da festa ainda era mais alta, os passos estavam se aproximando e eu me debati mais tentando fazer com que a mesa fizesse algum ruído e funcionou, os passos pararam em frente à sala.

- Tem alguém ai? – Era a voz do professor Peter.

                Debati-me tentando fazer algum barulho, mas não obtive resposta, pensei que ele tivesse ido embora quando Lucio voltou a me agarrar, quando ele finalmente soltou meus lábios eu gritei o mais alto que pude e segundos depois a porta abriu.

                Professor Peter entrou na sala e acendeu a luz, tive tempo apenas de ver Lucio partindo para cima dele e logo depois eles saíram da sala aos socos. Continuei olhando assustado para a porta torcendo para que o professor tivesse vencido e vi Peter voltar à sala cuspindo sangue e com um machucado perto do olho.

- Você está bem? – Ele entrou e fechou a porta.

- Sim estou e você? – Respondi tentando vestir as roupas.

- Estou, mas acho que você tem algo que me pertence. – Olhei para ele assustado, ele tentaria fazer o mesmo que Lucio?

- O... Oque? – Perguntei com medo.

                Ele se aproximou e retirou a mascara do meu rosto.

- Você realmente não se lembra de mim não é? Também fiquei muito surprese de te ver. – Ele colocou a mascara. – Dois anos depois Joshua

- Foi... Você! – Eu não conseguia acreditar, mas eu não havia contado para ninguém sobre o homem mascarado, ninguém poderia saber.

- Preferia que você tivesse descoberto sozinho. – Ele pareceu decepcionado. – Mas fazer oque não é?

                Eu levantei ainda com a roupa mal vestida e o abracei agradecido.

- Obrigado, de novo.

- Você tem que aprender a ser menos descuidado. – Ele bagunçou meu cabelo.

- Ou você poderia ser meu segurança, com o meu corpo pequeno me defender não é a coisa mais fácil.

- Talvez quando você for maior de idade possa me recompensar.

                Ele me ajudou a abotoar a blusa e em seguida pegou minha mão me levando para fora da sala.

- Peter...

- Sim? – Quando ele se virou eu beijei de leve seus lábios.

- É a... Primeira parte da recompensa.

                Percebi ele corar mesmo tentando esconder, nós rimos e voltamos para a festa. Finalmente o pesadelo de dois anos atrás havia sido apagado da minha mente. E não existiriam mais pesadelos com meu herói particular.


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Notas finais do capítulo

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