Coisas Estranhas Acontecem escrita por Gabriela


Capítulo 3
Capítulo 3




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O show seguiu perfeito, lindo, maravilhoso, animado. Como sempre.

Não tinha nenhuma alma viva que não sorrisse naquela arena. Não tinha ninguém triste e mais não havia ninguém ali que não pensasse coisas como: Deus, meu sonho se realizou!

Gabriela sorriu ao olhar para os lados e constatar o sorriso no rosto de todas aquelas pessoas. Garotas descabeladas e suadas, mas muito felizes, pulando, cansadas, mas sem tirar o sorriso do rosto. Todos os espectadores estariam roucos por no mínimo três dias após este show, tamanha balburdia causada. E Gabriela não era exceção (assustara-se a lembrar de que teria de fazer uma entrevista dali alguns minutos). Mas os outros dias não importavam; não naquele momento. A única coisa que valia a pena era gritar todas as músicas e tirar fotos dos meninos.

E isso, tirar fotos eu digo, Tiago fazia muito bem, convenhamos. Tinha tirado altas fotos; Dougie pulando, mostrando metade da cueca de ursinho que já fora vista na bunda do Judd, Jones babando pelos mamilos de todas as garotas que conseguia enxergar... Várias fotos neste estilo, ótimas para uma possível capa.

Porém, o momento que Gabriela jamais se esqueceria deste show, sem dúvidas, foram os minutos antes da música final. Tom pegara o microfone e pediu para que erguesse os cartazes, faixas e afins.

Os fãs foram à loucura, gritando e erguendo ao máximo suas faixas. Bem, a loucura se deu mais pelo fato de Harry ter se erguido da bateria, começando a ler as frases.

– Tigrão? – Ele perguntou para se certificar e a arena se encheu com os berros alucinados quando ele mostrou o seu talento para o funk em uma pequena rebolada.

Depois de risos e algumas palavras ditas em português, como “Obrigada e vuzês são dimais”. Harry pegou o microfone e anunciou a última música, de um jeito maluco que não sairia da cabeça da morena tão cedo (ou então, até tirar aquilo tudo a limpo).

– Five Colors In Her Hair, sem quebrar a nossa rotina, é a última música e hoje a dedicamos a uma pessoa especial. A nossa amiga Carla, que já teve cinco cores no cabelo, nos ama e acha que os melhores shows são os que acontecem no Brasil.

– Cah é pra você! – Dougie, Danny e Tom falaram juntos em seus respectivos microfones. O povo foi à loucura novamente quando as luzes se apagaram e as lanternas roxas focaram nas guitarras.

Gabriela encarava o baterista com uma expressão confusa e questionadora. Será que era possível?

– Carla? Cinco cores no cabelo...? Não, não pode ser! Ela teria me contado! – Exclamou baixinho para si mesma.

– O que aconteceu, Gabs? Não vai desmaiar agora menina, você tem uma entrevista para fazer. – Tiago falou ao olhar para a colega e vê-la pálida. Balançou-a pelos braços, tirando-a do transe.

– Cara, minha amiga os conhece e nunca me disse? – Gabriela perguntou pegando nos ombros do amigo, o encarando desacreditada. Virou os olhos, assustados, e voltou-os para o palco.

– A tal Carla? – Tiago sacudiu a menina de novo. – Como pode ser a sua amiga?

– Porque ela me disse, tempos atrás, que os melhores shows deles são os realizados aqui! – Gabriela apontou para o chão, indicando o Brasil.

Tiago viu que a amiga não corria risco de morte e voltou a tirar fotos. Agora o moreno virara os flashes para as fãs. As que estavam perto das equipes de jornalismo sorriram e acenaram e, as que estavam com as faixas ergueram-nas e mandaram beijinhos para a câmera.

Gabriela olhava para Harry, sem (por incrível que pareça) reparar nele de verdade. Estava pensando na amiga, que agora estava super de boa, em Londres, na sua cidade dos sonhos, nem se importando com o show e Gabriela ali, sem acreditar que a amiga era, também, amiga dos seus meninos e nunca lhe falara nada.

Tudo bem que não se falavam há algum tempo. Uns dois meses, mais ou menos isso. Carla e Gabriela se deram muito bem (surtos no MSN são comuns para estas duas jovens mulheres), se conheceram pela internet. Coisa básica. E não se falavam muito porque Gabriela tinha um trabalho e não passava muito tempo jogando papo fora na rede.

Mas poxa, dois meses não era tanto tempo assim, e Carla sabia que Gabriela é viciada à centésima potência nos garotos do McFLY.

Gabriela estava tentando decidir qual era seu sentimento, neste exato momento, pela amiga. Raiva, vontade de matar, rir da sua não-sorte, chorar. Que nem ao menos percebera o segurança de dois metros e meio que a chamava. Só se deu conta quando Tiago a puxou pelo braço. Amigos delicados para quê, não é mesmo?

– Que aconteceu? Eu estava vendo um show! – A jovem reclamou, tentando andar e olhar para trás ao mesmo tempo.

– Não, você estava brisando! – Corrigiu o moreno, e apontou para os lados, indicando todos que também andavam em uma estranha fila. – Estamos indo para a sala de entrevista.

Gabriela se deu conta que estava no corredor mais desejado pelas meninas da arena, estava andando (ou sendo puxada por Tiago, como preferir) para a sala que sempre sonhara entrar.

As outras equipes e as poucas fãs (que tinham conseguido ganhar alguma promoção para conhecer os garotos) iam ao seu lado, rindo da sua cara ou a olhando estranho. Imaginou que sua cara não era das melhores, Carla iria pagar caro por isso.

Bem, mas antes tinha que se certificar que era sobre a sua Carla que eles falaram, e isso seria feito dali alguns minutos.

Eles entraram na bendita sala e o segurança avisou que logo os meninos chegariam. Gabriela apenas ficara ali, olhando abobada para os lados.


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Notas finais do capítulo

Sendo boazinha e postando mais um.



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