Despedida as pessoas que realmente me amaram, eu sinto muito.

A dor, eu imagino a quantidade de significados que existem para essa palavra, dor física, dor psicológica, dor emocional, são tantos significados, pra min dor sempre foi algo cotidiano, acho que morte também se por acaso me achassem morta por ai, eu mesma não ficaria surpresa, não importa quanto tempo passe a dor continua a mesma, mais e mais forte, e meu coração fica menor e menor, cada lagrima é tão pesada, elas carregam a morte e o sofrimento, quando eu era menor eu tinha medo da morte, então quando era adolescente eu continuei com medo da morte, mas quando cresci eu me tornei a figura da morte, me liguei à morte e fiquei conectada a ela, eu desejava que ela me levasse ou que levasse as pessoas que eu odiava todos os dias eu rezava pra que ela os levasse doentio? Talvez, se eu iria para o inferno? Talvez também, mas sinceramente eu não me importava mais, mesmo que eu tivesse que sentir as gotas de fogo todo dia em meus braços no inferno, ainda sim seria a mesma coisa que estar aqui, lá ou aqui as gotas de fogo ainda estariam em minha pele, pra sempre. 

E não importa quanto eu chore ninguém vê ninguém se importa nunca se importaram me escondo através de sorrisos sem vida, minto para pessoas que eu amo, talvez se elas soubessem que eu sinto a morte nas minhas veias eu seria julgada, presa em algum lugar onde diriam que iam me tratar, mas só me matariam mais, por isso me escondo em felicidades mentirosas e em palavras insistentes, e penso que talvez assim as pessoas me achem boa e agradável, no final quem se importa? Ninguém, afinal uma pessoa que deseja a morte não merece a vida.

"Não, não chore!" eu digo a min mesma” não faça isso, por favor," olho meu reflexo no espelho e repito essas palavras, uma, duas, três, quatro vezes... Não importa não funciona, mesmo quando eu forço meus olhos e tento me convencer, não adianta o ódio e tudo que tem neles, minha humanidade não existe mais, minha felicidade infantil não existe mais, tudo que eu tenho em min é o ódio, ele que me faz acordar todos os dias, ele que me faz respirar, é a única coisa que me impulsiona, a única coisa que vale a pena viver nesse estagio, os cortes também me fazem sentir viva, as queimaduras me fazem sentir viva, me forçar a ser o que eu não sou ironicamente me faz me sentir viva, a infelicidade me deixa viva, em espera de algo melhor, e então eu me pergunto "será? eu tenho uma chance? será...".

E sabe de mais uma coisa, eu mataria ele todos eles, sem me importar com as consequências cortaria as peles deles e veria o sangue fluir eu me sentiria viva de novo, eu saberia que cada lagrima minha seria substituída por uma gota de sangue, e isso faria com que me sentisse cheia de novo, sem culpa, sem consciência, vingança não, nem acerto de contas eu chamaria isso de restituição do que me foi tirado, cada sorriso, cada namorado, cada doce, cada felicidade tudo que eu sempre sonhei em ter agora em minhas mãos sendo restituído, de uma vez por todas, malditos que eu odeio vocês vão se arrepender de cada tapa, cada lagrima cada queimadura, cada grito e das marcas na minha alma, mesmo que o inferno venha, não estou mentindo o inferno já esta aqui, e agora com a restituição eu finalmente poderei ir ao céu, como um anjo com as assas quebradas eu serei protegida e sentirei a paz para o resto de minha vida.

O fim esta próximo, a paz esta próxima...

De: Mary