Sunset escrita por Gragra


Capítulo 3
2. Mancha de Sangue.


Notas iniciais do capítulo

SORRY, SORRY, SORRY!!!Sei que demorei a postar, mas estava muuuuito ocupada e tbm sem inspiração!Me perdoem! Eu imploro!!!Bem, eu espero que gostem do 2º cap. Boa leitura e... Tem avisos nas notas final



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2. Mancha de Sangue.

Quando acordei Alec não estava mais no quarto. Pude imaginar meu pai botando-o para fora assim que acalmou mamãe. Suspirei resignada e coloquei minhas longas pernas para fora da cama.

Fiquei cambaleante por alguns momentos, mas logo voltei ao normal e fui em direção ao banheiro.

Suspirei de novo, desta vez de tristeza; eu sempre brigara com Raphael para ver quem ficaria com o banheiro primeiro. Eu agora não tinha mais porque brigar e sentia falta dessas brigas bobas.

Escovei os dentes e fui tomar um rápido banho, secando meu cabelo logo depois. Após voltar para o quarto fui escolher uma roupa no meu armário. Optei por um vestido xadrez e uma sapatilha azul escura.

Olhei-me no espelho e instantaneamente reparei na tristeza de meu olhar sem brilho nenhum. Eu odiava ter que ficar sem meu Raphael, meu gêmeo! Odiava os Volturi!

No meu acesso de raiva quebrei o espelho com minha mão. A dor lancinante me atingiu e eu segurei-a. Minha mão estava cortada por causa do vidro e sangrava. Sangrava muito! Era realmente uma droga que eu não tivesse a cura instantânea. Bem, ter eu tinha, mas demorava um pouco.

A dor continuava queimando minha mão sangrenta. Cerrei os lábios para não gritar. Respirei fundo e tentei me acalmar. Eu tinha que pegar um pano para cobrir e limpar aquele sangue, mas eu sabia que, em breve, a cura iria me atingir.

Fechei os olhos por um momento e quando os reabri, minha mão estava perfeita - fora o sangue que ainda a molhava.

Bem, minha cura podia demorar algum tempo, mas era melhor do que as dos lobos. Como eu tinha também os genes de vampiros, minha pele ficava perfeita, sem nenhuma cicatriz.

Minha mão estava curada, mas todo o sangue que eu derramara estava no espelho e no chão, formando uma pequena poça.

— Droga! - eu disse frustrada.

— Ah, você já acordou, Sophi... - ia dizendo minha mãe ao entrar no quarto, mas parou quando viu todo o sangue.

— Ai, meu Deus do céu! Você está bem, Sophie? - perguntou ela e correu até mim.

— Sim... eu só bati no espelho... sem querer. - menti. Mamãe que continuava olhando para minha mão ainda ensanguentada me olhou.

— Sem querer? - assenti, mesmo sabendo que ela sabia que era mentira.

Após um tempo certificando-se que eu estava bem, ela suspirou e disse:

— Vou pegar um pano para limpar todo esse sangue. - disse ela e desapareceu pela porta de meu quarto.

Ouvi lá embaixo que ela procurava um pano para limpar e também ouvi um choro baixinho.

Meus olhos também se encheram de lágrimas, mas eu não as deixei escapar.

Depois de uns minutos, mamãe subiu as escadas e entrou em meu quarto com um pano e alguns produtos para limpeza em suas mãos. Os olhos vermelhos indicavam que ela estava chorando.

— Deixe que eu limpo. - eu me ofereci. Nessie só balançou a cabeça negativamente.

— Mamãe...

— Vá sair de casa um pouco, Sophie. Alec a está esperando na casa principal. Vá. - era uma ordem.

Fiquei mais um instante, mas depois sai. Não parei de correr enquanto descia as escadas e nem enquanto eu não chegasse à mansão Cullen.

Quando lá cheguei, Alec arregalou os olhos vendo minha mão - que eu ainda não limpara - ensanguentada. Não deixei que ele falasse nada. Enterrei minha cabeça em sua omoplata e chorei. Alec tentava me acalmar, mas eu não queria ser acalmada, queria abafar a dor que eu sentia dentro de mim.

Não sei como Alec pôde ser um Volturi. Eles eram cruéis, me faziam sofrer.

— Sophie... - sua voz foi abafada pelos meus soluços - Se acalme! - ele disse me balançando com força. - Se acalme!

Olhei nos seus olhos vermelhos. Eles demonstravam o amor e a preocupação que sentia por mim, mas olhar para aqueles olhos me lembrava de que ele já foi um deles.

Passado é passado, Sophie” eu disse a mim mesma. “Você não pode mudá-lo. Infelizmente, não pode.”

— Sophie, o que aconteceu com a sua mão? - perguntou Carlisle.

Eu nem tinha notado a sua presença. Não só a dele, a de todos os Cullens.

— Querida, você está bem? Machucou-se? - perguntou Esme.

— Sophie, minha querida, não fique assim. - disse tia Rose.

Olhei para todos os rostos sem conseguir responder nada.

— Sophie... Nessie está bem? - perguntou Bella.

Apenas balancei a cabeça negativamente. Ela olhou para Edward e ele assentiu.

— Vamos lá. - disse ela.

Ao passar me deu um abraço e um beijo, meu avô repetiu o gesto.

— Sophie... O que aconteceu com sua mão? - perguntou Alec.

— Eu... Quebrei o espelho.

Exasperado, Alec balançou a cabeça.

— O sangue já estancou... Não tem mais nada na minha mão, eu só preciso lavá-la.

— Venha, monstrinha segunda. - disse Emmet. Ele me ajudou a levantar e eu senti-me calma. Olhei para Jasper, silencioso em um canto, e agradeci.

Depois que eu lavei minha mão - e finalmente não tinha mais nenhum vestígio de sangue - voltei para a sala. Recostei-me no sofá em silêncio. Para minha surpresa Alec não veio até mim, ficou parado de pé em frente à parede de vidro.

Seu rosto era inexpressivo, tal como seus olhos taciturnos.

— Alec. - chamei, mas ele não se virou para mim.

O que ele tinha?

— Alec. - chamei de novo, mas ele nem se moveu.

Eu não tinha mais nenhuma lágrima a derramar, por isso fiquei em silêncio até que ele veio até mim e me abraçou, escondendo sua bela face em meus cabelos negros. Abracei-o e inspirei seu magnífico cheiro.

Ele se afastou após alguns minutos e foi para a porta da frente.

— Aonde vai? - perguntei a ele, mas Alec já estava longe.

Afundei mais no sofá e senti o abraço silencioso de Rosalie. Recostei em seus braços frios e fechei os olhos.


Alec.

Eu não conseguia ver Sophie triste, meu coração morto parecia se apertar. Sai da sala para não ver mais seu rosto banhado em lágrimas e também para não lembrá-la. Sei que quando ela me olhou nos olhos, se lembrou dos Volturi, se lembrou do monstro que eu era.

Fui para um dos penhascos quileutes, já que agora tínhamos a permissão de entrar em seu território. Sentei-me na beira e olhei para o céu.

Olhando para aquele céu sem nuvem alguma - um milagre por estarmos em Forks, à cidade mais chuvosa do mundo - eu me lembrei de minha vida humana. Lembrei-me de como Jane e eu fomos julgados a fogueira e de quem nos salvou. Por que eles não nos deixaram morrer? Por que tinham que nos transformar em monstros?

Mas eles não eram inteiramente culpados - não, eu também era.

Jane e eu fomos escolhidos por ele com apenas 15 anos por causa de nossos dons. Até pouco tempo nós éramos as preciosidades de Aro. Até que fugimos do palácio. Sim, eu culpava a mim. Culpava a meu dom. Mesmo ele podendo salvar muitas pessoas, tudo o que fiz foi usá-lo em prol da morte de todos aqueles vampiros e humanos - quando me sentia generoso -, por vezes inocentes. Realmente a culpa era minha, talvez eu realmente fosse um bruxo como humano e agora tivesse que pagar por ter nascido, me tornando um monstro.

Levantei-me da beira e tomei impulso, saltando logo em seguida. Eu sabia que não podia morrer, mas ainda assim...

Quando pulei o ar fugiu de meus pulmões. A queda foi curta e logo em seguida eu cai na água gelada.


Sophie.


O pôr do sol caia quando Alec voltou para a casa principal todo molhado. Seus olhos carmesins eram tristes.

— Onde estava? - perguntei preocupada.

— Na reserva. - respondeu sem olhar para mim.

— Alec... - eu ia começar, mas o que dizer?

Meu vampiro suspirou e voltou seu olhar para o meu. Ele correu para me abraçar, me encharcando. Beijei a base de seu pescoço e suspirei.

— Desculpe. - murmurou enquanto beijava minha testa. - Eu não deveria ter saído daquele modo.

— Tudo bem. - eu disse baixinho - ele içou meu queixo e beijou meus lábios. Os seus eram famintos.

Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, mas sei que foi muito. Muito até que alguém nos interrompeu.

— Ei, parem com toda essa doçura, dá nojo. - disse Emmet.

Fuzilei-o com o olhar pela interrupção.

— Quê? - perguntou.

Revirei os olhos e me voltei para Alec.

— Vamos para casa? - perguntei. - Tenho que falar com mamãe.

— Vamos.

Sorri para ele, mas o sorriso não chegava aos meus olhos.

— Até logo. - me despedi de todos.

— Até daqui a pouco. - disse Alec.

Todos responderam, menos Jane...

— Ei, pera aí! Cadê a Jane? - perguntei.

— Está no hospital fazendo alguns exames, logo ela estará de volta. - disse Carlisle.

— Tem alguma coisa errada com o bebê? - perguntei temendo a resposta.

Carlisle riu, para minha descontração.

— Não, nada de errado. São exames de rotina e demoram um pouco, nada mais que isso, Sophi. Não se preocupe.

Assenti e Alec e eu saíamos pela porta.

***

Ao chegar a casa, Alec parou na soleira da porta.

— Não vai entrar? - perguntei.

— Não. - respondeu ele e eu fiquei decepcionada.

— Por quê?

— Porque você tem que falar com sua mãe a sós, Sophie. Eu volto mais tarde, assim que buscar Jane no hospital e... É claro me trocar. - ele sorriu.

— Tudo bem, então. - disse triste.

Alec me beijou e depois sumiu por entre as árvores que margeavam nossa casa.

Suspirei e toquei meus lábios, entrando em casa.

— Mamãe? - chamei.

Ninguém respondeu e eu fui lá em cima para ver se ela estava em casa. Nessie estava dormindo tranquilamente no seu quarto. Sorri e lhe dei um beijo na testa. Fui à ponta do pé para meu quarto não querendo acordá-la.

O chão estava limpo, mas o espelho ainda estava quebrado. Manchas do meu sangue estavam entre as lascas de vidro. No meu rosto, principalmente. No meu rosto que já fora marcado para o próximo a ser sangrado.

Sangrado pelos Volturis, que viriam me buscar também. Disso eu sabia.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Espero que sim! Acho que só posto outro na próxima semana... Talvez na quinta ou na sexta, ok? E... só quando eu tiver no mínimo 5 reviews, então deixe o seu a cada capítulo! Beijinhos