I Need You escrita por Simone


Capítulo 1
I need You


Notas iniciais do capítulo

Gael - México (não oficial) (eu acho) =S
Espero que gostem =3



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Continuava sentado com a cabeça apoiada na mesa. Quem iria se importar se ele não prestasse atenção na fala de Alfred? E, santo Deus, como Alfred falava! O americano parecia um padre rezando em latim para um bando de hereges que não estavam nem ai para a dita ‘salvação’. Mas ele continuava, cada vez mais convencido de que suas palavras serviriam para salvar o mundo de mais um inimigo terrível.

                Alfred era tão cansativo... E hipócrita! Tudo bem, o americano era seu irmão e Matthew às vezes se sentia culpado por pensar essas coisas, mas dessa vez, aquele amante de fast food havia passado dos limites.

                O americano estava em pé, gesticulando freneticamente enquanto tentava convencer os demais a apoiá-lo em uma pesquisa extremamente desnecessária sobre como montar plataformas militares na Lua.

                - Afinal, nunca se sabe quando um alienígena de outra galáxia poderá nos atacar e acabar com nosso planeta!

                - Claro, claro... Por que você não constrói um muro ao redor da Terra e distribui soldados a cada dois metros para atirar nos invasores? – Debochou Gael, enquanto ouvia as risadas dos demais presentes.

                - Você acha que os alieníginas são tão burros a ponto de serem barrados por um simples muro como aqueles seus imigrantes?

                - Hijo de la puta               !

                E mais uma vez a reunião fora interrompida naquele dia para que Alfred pudesse rir enquanto corria ao redor da mesa com o mexicano logo atrás prometendo levar sua cabeça numa bandeja para casa.

                Depois de ouvir Ludwig suspirar e anunciar meia hora de intervalo até as coisas se acalmarem, Matthew decidiu sair da sala de reuniões e dar uma caminhada para esquecer da cena ridícula de seu irmão gritando a quem quisesse ouvir o quanto iria aumentar a segurança de suas fronteiras se Gael continuasse a ameaçá-lo.

                O canadense, abraçado a Kumajirou, passou por algumas nações que conversavam perto da porta sem nem ao menos se dar ao trabalho de cumprimentá-las, até porque, de que adiantaria? O tempo passou e Canadá continuava a ser ignorado – quando não era confundido com Alfred. Se bem que agora isso não era tão importante para ele... Matthew aprendeu a conviver debaixo da sobra americana, escondindo atrás das decisões de seu irmão e acenando positivamente quando sentia o olhar do mesmo sobre si de forma a encorajá-lo. Era assim que o loiro vivia e via sua vida passar: através do reflexo azul dos olhos de Alfred.

                Matthew continuou a caminhar pelo corredor, que a medida que se distanciava da grande sala de reuniões, ficava cada vez mais deserto. Ele conhecia cada detalhe daquela casa, todas as janelas, o balançar das cortinas sob o vento do outono, o tom avermelhado do grande tapete que as vezes tinha a impressão de não ter fim e, principalmente, a decoração da porta que dava para o jardim principal. Não era a toa que ela possuia uma grande folha de Plátano entalhada em seu corpo, afinal, o encontro das nações fora programado para acontecer em suas terras.

                Ainda que em casa, o canadense conseguia ser totalmente ignorado.

                Canadá se dirigiu ao grande jardim e contemplou mais uma vez o efeito que o vento fazia sobre os plátanos milimetricamente plantados naquele lugar. Sentiu Kumajirou se remexer em seus braços num pedido mudo para descer e, largando o pequeno urso polar no chão, não pode deixar de sorrir ao assistí-lo tentar alcançar uma folha que recém havia se desprendido e pairava no ar como se fugisse das patinhas peludas que tentavam agarrá-la.

                Caminhando letamente até um balanço preso em uma das árvores, Matthew passou a embalar-se despreocupadamente, fechando os olhos para poder sentir a brisa que ficava cada vez mais forte contra seu rosto a medida que atingia um pouco mais de altura e assim ficou por um longo tempo até decidir abrir os olhos novamente.

                Primeiro, encontrou Kumajirou rolando por entre as folhas caidas no chão. Depois, a visão que teve quase o fez cair do balanço tamanho foi o susto que levou.

                Alfred estava olhando fixamente para o canadense, escorado na porta, acompanhando os movimentos pouco sincronizados que Matthew realizava para tentar parar de balançar. Achando graça do esforço de seu irmão, o americano começou a se dirigir ao encontrou de Matthew e, num movimento firme, segurou as correntes do balanço, interrompendo seu movimento.

                - Mattie, isso me fez lembrar da vez em que eu te salvei balanço lá de casa quando ainda éramos criança... – O brilho nostálgico nos olhos de América era tão intenso que Matthew teve que esboçar um pequeno sorriso como forma de agradecimento ao ato ‘heróico’ de seu irmão. O canadense se levantou do balanço e se surpreendeu quando Alfred, rindo alegremente, tomara seu lugar no brinquedo.

                - A-Alfred, a reunião... –  O canadense apontou para a porta do jardim, porém, logo seu braço fora puxado e Matthew caiu sentado no colo de Alfred, que aproveitou a deixa começou a se embalar junto com o irmão. Matthew agarrou-se ao corpo do americano com medo de cair, pedindo para que ele parasse com aquela brincadeira e o deixasse pegar Kumajirou e voltar para a sala de reuniões.

                - Hey, don’t worry, I'm here... – Sussurrou o americano, fazendo o menor estremecer em seu colo. - I'm always here...

                - Alfred...

                América diminuiu a velocidade do balanço para poder encarar Matthew e logo depois encostar seus lábios nos do canadense. Uma de suas mãos se dirigiram a nuca enquanto a outra circulava a cintura do menor, fazendo este estremecer mais uma vez enquanto tentava entender o que Alfred estava fazendo.

                Após o beijo, o americano encostou sua testa na de Matthew, enquanto aparentemente tentava processar o que acabara de fazer.

                Os dois realmente pareciam estar pensando a mesma coisa.

- O-o que foi isso, brother?

- Eu não sei... Mas esses últimos dias serviram para eu enxergar o quanto você é importante para mim, Mattie. E já faz um tempo que eu não consigo mais te enxergar apenas como um irmão.

América iniciou outro beijo, dessa vez correspondido prontamente pelo seu irmão, que passou os braços em volta do pescoço americano de maneira possessiva.

O canadense sentia que aquilo era muito errado.

Afinal, eles eram irmãos!

Mas sentia igualmente o abraço carinhoso de Alfred esquentar-lhe o corpo, protegendo-o do mesmo vento que minutos atrás fora responsável por derrubar várias folhas no jardim que observava solitariamente.

Agora, Matthew pode se sentir importante – e protegido – pela primeira vez em sua vida, tendo Alfred como seu ‘verdadeiro herói’.

The End


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Notas finais do capítulo

OMG, está escorrendo Maple dessa fic! Espero que tenham gostado e desculpem os erros, meu word passou a não corrigir mais a ortografia – esse computador realmente me odeia >.



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