Não sei se realmente havia motivo para a minha desconfiança de Jacob.

Eu não queria que tudo acabasse se mal havia começado. 

Só que o problema é que no fundo do meu peito, havia uma certa desconfiança. Era como se algo me dissesse para não acreditar numa palavra sequer que Jacob dizia. 

No colégio, as coisas continuavam como sempre. Eu e Jacob éramos o motivo de todo o burburinho, só que eu não estava nem aí para o que diziam. Tudo estava tão normal que era como se nada, nada mesmo, nem mesmo a briga com Rosalie, tivesse acontecido. 

-Bella! Ei, Bella! - Jacob me chamou, estalando os dedos na minha frente.

-O quê?

-O que está acontecendo contigo? Você está tão alienada hoje. 

-Desculpe. - murmurei, baixinho. - É que minha cabeça está doendo e...

-Olha, se for pra começar de novo com aquele assunto, pode esquecer. 

-Ué, eu não falei nada, Jacob. Só falei que estou com dor de cabeça. Nada demais. Ou será que isso é consciência pesada? - fiz uma cara misteriosa. 

-Consciência pesada?! Que consciência pesada o quê, Bella. Não tenho nada disso. - ele alterou seu tom de voz. Ele gritava tão alto que a minha dor de cabeça só piorava.

-Tem certeza?

-Está duvidando?

Sempre fui muito a fim de fazer esse joguinho da consciência, enchendo as pessoas de perguntas até elas finalmente me contarem a verdade. Só que com Jake haviam dois grandes problemas, ou melhor, três: primeiro que com Jacob as coisas rolavam de uma forma completamente diferente; depois, eu tinha que me fazer acreditar no que ele falava e terceiro, sabia que esse joguinho não ia dar certo com ele. Se ele realmente estava me escondendo algo, não parecia muito disposto a contar esse segredo.

-Sei lá. A única coisa que sei é que preciso ir agora mesmo para casa. Me elva? - eu perguntei.

-Sim, vamos. 

Jacob e eu encostamos as mãos. Um choque percorreu meu corpo, como sempre acontecia ao tocá-lo, mesmo de leve. 

Acho que esse foi o pior momento junto a Jacob. Durante toda a viagem de volta pra casa, a gente não se falou , não trocou uma palavra sequer e todo aquele silêncio já estava me matando por dentro.Eu queria ouvir a sua voz, ver o seu sorriso, mas tudo indicava que eu não conseguiria isso tão cedo.

-Pronto, está entregue. - ele finalmente quebrou o silêncio. Só que se fosse para ele ter me dito isso, acho que teria sido melhor ficarmos calados.

-Só isso? - perguntei, fazendo cara de incrédula.

-Só isso o quê?

-Ah, esquece. Deixa pra lá.

Não dava mais para ficar por perto se ele continuasse a se comportar assim. Sinceramente, isso já estava  um saco! Por que ele não me contava a verdade? Por que me fazer sofrer tanto assim?

-Bella! Espera! - ele veio correndo atrás de mim. Quando eu me virei, ele já estava atrás de mim, me prendendo em seus braços e me envolvendo em um beijo. Eu tentei acompanhar o ritmo frenético da sua língua em minha boca. O beijo foi se tornando cada vez mais urgente, até necessário, posso dizer.

  A sua mão saiu das minhas costas e foi descendo. Dessa vez, um súbito calor corria pelo meu corpo. Não eram mais arrepios, e sim um calor intenso, muito mais forte do que qualquer sentimento. 

 As suas mãos percorriam cada centímetro do meu corpo, até mesmo as partes que não deivam ser tocadas. Ou melhor, que nunca foram tocadas por outro homem.

 -Jacob, o que você... tá... querendo... fazer? - eu perguntava, enquanto ele beijava meu pescoço. Eu me arrepiava toda. Não tinha como negar aquela tentação toda. Eu sabia, no fundo, o que ele queria.

-Você! Eu te quero toda pra mim.

E ele continuou a me beijar.

Eu já estava chegando ao meu ponto máximo quando ele me pegou pela cintura, agarrando-me num aperto forte e me jogou para cima do carro. Minhas costas bateram no capô do carro, mas estava tão concentrada naquela formosura a minha frente que nem liguei muito para a dor.

-Jacob, você sabe que eu não resisto. - sussurrei baixinho em seu ouvido, só para provocá-lo.

-Você também sabe que eu não resisto. - ele repetiu e deu um sorrisinho lerdo pra mim.

Poxa! Caramba! Jacob sabia como me levar aos céus, só que eram tantas as perguntas sem respostas que eu tinha agora em mente. Será que ele era mesmo o homem da minha vida? Será mesmo que ele me escondia alguma coisa do seu passado com Esme? Era hora de me entregar e entrar de cabeça nesse nosso relacionamento.

-O que foi, Bella? Parece tão longe. - Jacob se desgrudou de mim.

-Nada, só estava pensando longe mesmo. Mas deixa pra lá.

-Tem certeza? - ele parecia se preocupar comigo. Dava para ver isso no seu olhar.

-Sim. Agora, onde é que nós paramos? - perguntei, fazendo cara de lerda.

Eu não queria magoar Jake mais uma vez, muito menos acabar com o nosso clima. Não estava mais a fim também de deixar tudo para depois. Eu tinha que agir, tomar logo essa decisão.

-Aqui! - ele mal terminou de falar e já foi beijando meu corpo todo.

Uma multidão de arrepios ia me perseguindo, meu corpo vibrando ao encontro do corpo de Jacob.

Não sei se meu pai já estava em casa. E se estivesse também, qual seria o problema de eu dar uma rapidinha com o Jacob? Charlie vivia trazendo aquelas suas putinhas todos os dias para casa e eu nem reclamava de nada. Ou melhor, eu guardava todo o meu rancor dentro de mim e estava prestes a explodir e falar um monte de coisas que não devia para meu pai. Sorte a dele que ainda me restou um pouco de paciência.

Peguei Jacob pela gola da camiseta e o arrastei para dentro de casa.

Não vou negar, meu corpo queimava em febre. Não aquela febre de doente, e sim uma febre de necessidade, necessidade de ter Jacob só para mim e de ser só sua.

-Hum, Bella... - Jacob me chamou, enquanto mordia meus lábios.

-O que? - perguntei, um tanto atônita, mais envolvida nos seus beijos do que no que ele dizia.

-Tem certeza de que é isso que você quer? Não quero te obrigar a nada.

-Sim. Tenho toda certeza do mundo, Jake. É a você que eu irei pertencer essa noite.

Quando terminei de falar isso, ele me levou nos braços até meu quarto. A casa estava silenciosa. Sinal de que nada iria nos atrapalhar. Ainda bem!