-Ken?

-Sim Victoria.

-O que esta fazendo? – perguntou sorrindo quando ele a soltou.

-Te beijando, não posso? E alem do mais meus parentes não sabem do que aconteceu é conveniente que eles pensem que estamos apaixonados entende?- falou baixinho em seu ouvido.

-Entendo – disse desapontada. Deixando-se ser conduzida por Ken para o centro da festa.

A sala estava repleta de pessoas desconhecidas para Victoria. Todos a cumprimentavam e a felicitava pelo seu noivado somente uma pessoa não se aproximava dela: Yuki. Que desde o episodio no café tinha decidido não falar com Victoria quando Ken estivesse por perto e não colocá-la em seus planos de perturbar o irmão.

Ken exibia Victoria como um prêmio conseguido depois de muito esforço para os convidados.  Não se afastava dela nem por um minuto.

Victoria ficou impressionada com a atuação de Ken, nunca imaginaria que ele fosse tão bom ator.

-Parabéns Ken – Victoria disse próximo a seu ouvido – nunca imaginei que atuasse tão bem.

-Atuar? – perguntou confuso.

-É o que você esta fazendo agora comigo.

-Victoria – sorriu – você ainda precisa aprender muito sobre mim, não estou atuando - aproximou os lábios do dela – eu não tenho motivos para atuar para eles.

-Mas você falou sobre eles pensarem que estamos apaixonados. – disse olhando em seus olhos.

-Verdade, mas estou realmente contente com a sua presença hoje – falou pousando seus lábios sobre os dela. – eles são muito rígidos não iriam gostar de vê duas pessoas se beijando apaixonadamente no meio da sala. – comentou percebendo o olhar de desejo dela – podemos deixar isso para depois.

-Ken, você esta bêbado?

-Não. –respondeu sério.

-Então porque me beijou?

-Eu já disse, não posso beijar minha própria noiva? – perguntou e sem esperar pela resposta dela a enlaçou pela cintura e a beijou sem se importar com os olhares curiosos.

Tsukasa parou de conversar com um conhecido e foi falar com seu filho. O que encontrou foi algo inesperado. Seu filho estava beijando Victoria com ardor. Aproximou-se e tocou em seu ombro. Sem obter resposta chamou por ele.

-Oi papai – Ken respondeu tentando se recompor.

-Aqui não é lugar para isso e como vai Victoria?

-Muito bem senhor. – cumprimentou sem graça.

-Isso é ótimo, o jantar será servido daqui a trinta minutos porque não leva a sua noiva para conhecer a casa? Tenho certeza que ela ira gostar.

-Você gostaria Victoria de conhecer? – Ken perguntou sem soltar a sua cintura.

-Eu adoraria.

-Resolvido Ken. Só não faça alguma besteira pelo jardim – o repreendeu sorrindo.

Victoria não conseguia acreditar no que estava acontecendo era como se ele gostasse dela verdadeiramente. Ken mostrou o jardim para Victoria e parou em frente ao jardim de inverno e a convidou a entrar. O jardim era repleto de flores de todas as cores possíveis tudo cuidado pessoalmente pela mãe dele, Kaede Doumyouji.

-Isso é lindo – Victoria elogiou se aproximando de uma tulipa inalando seu aroma.

-Eu sinto muito Victoria – começou a falar sem jeito – estou sendo um bruto ultimamente com você, prometo que a partir de hoje irei me redimir. Entretanto peço para que não me pergunte sobre Anna novamente.

Victoria continuava de costas para ele sem saber o que responder.

-Eu não entendo porque você aceitou isso se ama outra pessoa, mas se não quer falar sobre isso eu respeito.

-Eu aceitei porque não tive escolha. – disse firmemente.

-Eu entendo, eu também não tive – virando-se para ele – é melhor voltarmos não acha?

-Você esta certa.

No jantar Victoria aparentava certa nostalgia deixando Tsukasa preocupado com ela. Ele já começava a gostar da pequena Vicky, o jeito dela era cativante. A colocou sentada ao lado de Ken e de um primo. No decorrer do jantar o primo de Tsukasa tentou puxar conversa com Victoria e logo encontrou o olhar dominador de Ken pairando sobre ele.

-Não conhecia esse lado de Ken – o primo de Tsukasa comentou baixinho com Victoria.

-Que lado?

-O lado possessivo e dominador – disse sorrindo.

Victoria apenas sorriu sem poder contar que ele estava apenas atuando. Mas no fundo queria acreditar que era tudo verdade e não parte de uma encenação. Na despedida não encontrou Yuki em nenhum lugar, saiu se despedindo dos pais de Ken e de alguns primos.

O silencio dentro do carro de Ken reinava absoluto ate Victoria ser advertida.

-Fique longe de Yuki.

-Eu não estou fazendo nada de errado.

-Eu nunca disse que estava apenas não saia mais com ele.

-Eu já falei que você não manda na minha vida. – disse sem alterar a voz.

-Posso não mandar na sua vida, mas sou o seu noivo e você me deve algum respeito não acha?

-Não, não acho. – virou-se para Ken – tem uma coisa que não entendo o motivo de querer meu afastamento de Yuki.

-Não precisa entender apenas obedecer.

-Eu tenho cara de cachorro por acaso?

-Cachorro? – perguntou tentando se concentrar na estrada.

-Sim, eles apenas obedecem não perguntam, não querem entender apenas obedece ao seu dono. Não tenho vocação para ser cachorro de ninguém.

-E mesmo se fosse já teria sido sacrificada tamanha rebeldia – disse baixinho.

-Como?

-Nada – disse entre os dentes. – estou dirigindo e não gosto de me desconcentrar então porque não deixamos essa conversa pra depois?

-Porque eu quero saber agora o motivo simples assim.

-Você é impossível criança – falou mostrando irritação.

-Ele fez algo no passado?

-Não – se dando por vencido começou a falar sobre Yuki – ele apenas não quis assumir os negócios da família e sumiu pelo mundo. Não quero que você se meta com ele por dois motivos. O primeiro é que ele é um conquistador nato sempre quis todas as mulheres com quem eu me relacionava. O segundo é que não quero fofocas com o nome da família.

-Ele deu em cima de Anna também? – após mencionar o nome de Anna percebeu o erro que tinha cometido.

-Achei que já tínhamos deixado isso claro – falou ríspido.

-Eu sinto muito, mas estávamos falando de Yuki e não de Anna. Então achei que não haveria problemas.

Ken olhou rapidamente para a moça sentada ao seu lado e não teve como não responder ao ver o olhar dela.

-Ele nunca deu em cima de Anna porque nunca a conheceu. Quando comecei a namorar com ela, ele já tinha viajado.

Então como ele sabe de tudo sobre eles? Pensou curiosa.

-Vocês se falavam sempre? Você e Yuki.

-Quase sempre por emails.

-Ah entendo.

-Por quê?

-Curiosidade. – tentou mudar de assunto – ouvi boatos de que você vai para a Rússia comandar uma fusão entre a sua empresa.

-Eu ia, mas meu pai achou melhor eu ir depois de casado para evitar futuros problemas em hotéis. – rindo com gosto – e assim evitar ter mais algum problema como outro casamento.

Victoria não sabia o que responder ou o que pensar sobre o que ele tinha falado. Era obvio que havia uma critica subliminar só não conseguia distinguir qual era.