The Sound Of 2 Hearts escrita por Mariia_T


Capítulo 34
32.


Notas iniciais do capítulo

Boom, eu vou contar uma história muito triste. Minhas aulas começaram semana passada e eu ainda fiquei nem internet ~bloquearam~. É, não foi legal. Mas enfim, eu pude aproveitar e escrever muito, haha.



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- Miranda

     Estávamos no quarto dele vendo TV, e eu não sentia vergonha – geralmente eu sentiria – mas é que cada segundo perto dele parecia tão valioso, não importava o lugar. E sei que tenho muita sorte, só não queria que para isso houvesse segredos. Não que eu me sentisse mal por Justin nunca ter contado abertamente ao mundo que eu era sua namorada, mas... Era complicado.

     Talvez Selena estivesse certa. E Victoria só não teve o que queria pela primeira vez e ficou desapontada. Assim como as fãs do Justin que podem não se conformar de eu ter o que elas também querem. A vida é feita de sacrifícios. E se olhássemos para trás nunca seguiríamos em frente.

     - No que está pensado? - Justin perguntou me arrancando de meus devaneios.

     - Estava pensando que deveria perdoar a Victoria. – Disse, e o meu sacrifício já começa aqui.

     - Shawty, eu disse que ia pensar, não se preocupe. – Disse, olhando para a TV. Ok, como se isso fosse possível.

     - Justin não importam as pessoas. A minha vida toda... Eu aprendi que elas podem querer o que eu tenho, elas podem tentar me por pra baixo. Mas, acredite, com você é como estar nos céus, bem lá em cima. E eu passaria tudo de novo só para estar exatamente aqui, ao seu lado. – Falei com a maior sinceridade que existia em mim. E abri um sorriso. Ele me fitou por um segundo.

     - Nossa você é incrível e cada vez só me surpreendo mais com você – Disse ele com uma cara bem suspeita.

     - Obrigada, mas você não fica atrás não, tá? – E nós dois começamos a rir. Até ouvirmos alguém na porta e paramos de rir na hora. Era Pattie, ela entrou no quarto e nos viu olhando, desconfiada, depois sorriu.

     - Oi Miranda! A Selena já foi embora? – Ela perguntou e o Justin assentiu. – Bom... Já está tarde então... Se quiser dormir aqui em casa hoje... – ela ofereceu. – Boa noite para vocês! – Saiu sorrindo. E foi ai que tive a certeza que gostava muito da minha sogra.

     - Ela tem razão, está tarde. Só que... Eu não trouxe roupa e esse vestido incomoda. – Reclamei.

     - Você não precisa dormir com ele. – Justin piscou para mim. Dei um tapa em seu braço. – Ai! Não vai querer que eu te empreste algo para dormir? – Perguntou, esfregando o braço. Eu ri.

     - Desculpe. – Mordi o lábio. – Pode me arrumar algo?    

     - Você que manda. – Ele disse e piscou de novo. Ele ainda me mata desse jeito. Pegou um blusão numa gaveta e me deu. Fui me trocar, tirar a maquiagem e voltei. Sentei na cama e vi que ele tinha tirado a blusa.

     - Porque você está me olhando? – Perguntou ele, desconfiado.

     - Alguém já disse que você é sexy? – Disse e comecei a rir, sem graça pelo que havia dito. Bom, verdade seja dita.

     - Acho que já – Ele disse já rindo. Arqueei uma sobrancelha, fazendo-o rir mais ainda. Ele me abraçou. – Alguém já disse que você é linda?

     - Hm... Deixe-me contar... – Falei e ele deitou, me puxando junto.

     - Só eu posso te chamar de linda. – Ele disse.

     - Só você? E a minha mãe?

     - Nem ela. – Ele abriu um sorriso travesso.

     - Engraçadinho. – Falei e me aninhei mais no abraço dele, bocejando.

     - Boa noite. – Recebi um beijinho no alto da cabeça.

     Eu queria ficar daquele jeito para sempre...

~x~

     - Miranda? Ei, pequena. – Ouvi uma voz masculina me chamando, mas eu ainda estava muito mergulhada no sono para distinguir quem era. Não era o Justin, disso eu tinha certeza, porque teria reconhecido a voz de imediato.

     - Eu a levo para o carro. – Ouvi outra voz. Esse era o Justin. O outro garoto respondeu algo, mas eu me concentrei em voltar a dormir, por isso nem ouvi. – Na terceira gaveta à esquerda, pegue uma calça de moletom, por favor?

     - Ahn... Vocês...? – Ele perguntou, sugestivamente.

     - O quê? Ah, não... Nós não...

     - Ah, certo. – Nenhum dos dois parecia à vontade com aquele assunto. – Vou esperar no carro. – Avisou ele e saiu do quarto.

     - Amor. Acorde. – Pediu Justin, delicadamente.

     - Não. – Murmurei, provocando nele uma risada boba.

     - Mas você tem que vestir essa calça e voltar para casa. – Falou, suavemente, bem perto do meu rosto e me deu um selinho, depois mais alguns, até me fazer sorrir. – Não vai levantar? Hm, vou ter que te vestir então... – Ele puxou a coberta e pousou a mão na minha panturrilha.

     - Não senhor! – Levantei num pulo, fazendo-o rir e se assustar ao mesmo tempo. Tomei a calça das mãos dele e a vesti. – Quem estava aí?

     - Você estava acordada? – Ele corou suavemente. Tive vontade de rir. – Bom, era o seu primo... O Tyler. Ele vai te levar para casa. Faz parte da cobertura que ele te deu noite passada com seus pais. – Ele deu um sorriso.

     - Você e o Tyler no mesmo ambiente sem você querendo matar ele? – Perguntei, incrédula.

     - Rá, como você é engraçada. – Comentou ele, ironicamente. – Já pode ir.

     - Está me enxotando? – Arqueei uma sobrancelha e abri um sorrisinho convencido.

     - Estou. Se for ficar aí de gracinha com a minha cara, pode ir. – Disse, fazendo um bico.

     - Mas é besta mesmo. – Falei, rindo e me jogando em cima dele.

     - Parece que alguém acordou de bom humor hoje. – Falou, dando um beijo em meu cabelo.

     - Culpa sua. – Respondi, roçando de leve nossos lábios. – Você tem esse efeito sobre mim.

     - Tenho é? – Mais um de seus sorrisinhos presunçosos estampou seu rosto.

     - Eu tenho que ir. – Fugi.

     - Ah, não. Volte aqui! – Ele segurou meu braço. – Primeiro: eu sei que causo esse efeito nas meninas. – Ele se adiantou em continuar assim que abri a boca para responder. – Segundo: vou te pegar para irmos à festa às sete da noite. E terceiro: você é ainda mais linda pela manhã.

     - Primeiro: você é um idiota convencido. Segundo: ok. Terceiro: obrigada, mas eu preciso mesmo de um banho. – Dei um beijo na bochecha dele, peguei minhas coisas e saí do quarto. Antes de sair da casa, troquei algumas poucas palavras com Pattie e logo estava dentro do carro, voltando para casa.

     - Qual é o plano? – Perguntei.

     - Você dormiu na casa da minha namorada. – Respondeu, sem tirar os olhos da estrada, mas tinha um sorrisinho travesso nos lábios.

     - Você não tem namorada...

     - Opa! Acho que me esqueci desse pequeno fato. – Disse, rindo da própria piada. Ele estava estranho, parecia concentrado em outra coisa.

     - Ok. Mas como eu vou sair da casa da sua namorada, vestindo roupas de garoto? – Perguntei, puxando o capuz do moletom e fazendo pose de rapper, arrancando uma risada dele. Assim era melhor.

     - Não vai. – Ele parou num posto de gasolina. Olhou para mim com uma cara debochada. – Pensei em tudo, eu sou demais. Ontem eu fui avisar seus pais e aproveitei para pedir algumas roupas para você dormir por lá. – Ele pegou uma bolsa no banco de trás. – Vai se trocar. Vou comprar um café.

     - Mexeu nas minhas coisas? – Perguntei, já sentindo meu rosto queimar.

     - Por favor, Miranda! – Revirou os olhos.

     Saímos do carro e eu segui para o banheiro.

     - Tome o seu. – Ele me passou um dos dois copos quando eu voltei para o carro. – Espero que goste.

     Cappuccino. Não era dos meus preferidos, mas estava gostoso. Abri um sorriso.

     - Obrigada, Ty.

     - Por nada, pequena. – Respondeu, deixando o copo no porta-copos e dando partida no carro. – Sabe no que estive pensando? No modo como voltamos a ser tão amigos quanto éramos antes.

     - É verdade. – Concordei com um sorriso no rosto. Tyler sempre fora um grande amigo meu, sempre fomos muito unidos. Mas aí ele começou a se envolver com aqueles animais do time principal de futebol do colégio e nos afastamos um do outro. Pelo menos agora estávamos voltando ao que éramos.

     - Obrigada mesmo, Ty. Estamos quites. – Dei um soco de leve em seu braço.

     - Só quer isso pelo que fez por mim ontem? – Ele arqueou uma sobrancelha. Como se me ajudar a lidar com o meu pai fosse uma coisa mínima. Se bem que para ele era, já que meu pai quase amava o Tyler.

     - Só isso sim. Muito obrigada mesmo. – Sorri.

     Ficamos em silêncio o resto do percurso, foi só quando eu ia sair que ele me chamou.

     - Você e o Bieber... Vocês...? – Ele fez a mesma pergunta para mim.

     - Ty, por favor. Até parece que não me conhece. – Abri um sorriso. – Não, nós não fizemos nada. Apenas dormimos.

     - Tudo bem. – Ele sorriu, parecendo aliviado. – Até mais, pequena.

     Saí do carro, sentindo minhas bochechas queimarem. Cambaleei até a porta e entrei em casa. Respirei fundo, pronta para enfrentar a fúria do meu pai. Mas decidi apelar para a minha defesa.

     - Sam? – Chamei, jogando minhas coisas no sofá e indo para a cozinha.

 - Justin

     - Que bom que vai vir comigo. – Falei, quando ela entrou no carro, linda como sempre.

     - Que isso. São seus amigos, mais que meu dever. – Ela sorriu.

     Dei partida no carro e dirigi até a boate onde seria a festa.

     - Não entendi exatamente o propósito disso aqui. – Falei, quando encontrei Jasmine no meio daquela aglomeração de jovens bêbados.

     - Queria reunir os amigos, não posso? – Ela sorriu um daqueles sorrisos lindos dela. – Que bom que veio, Jus. – Agradeceu, me dando um abraço apertado.

     - Não perderia por nada. Essa é a Miranda, minha...

     - Ah! Miranda! Todos falam tanto de você! – Jasmine gritava.

     - Falam é? – Miranda sorriu, meio sem graça.

     - Muito! Enfim estou tendo o prazer de te conhecer. Nos vimos na festa da Katy, mas não chegamos a nos falar.

     - Pois é... Eu estava com muita sede e não pude esperar para beber alguma coisa. – Mais um sorriso sem jeito.

     - Ah, falando em bebida... Vamos beber algo. – Ela puxou Miranda pela mão e a levou para o bar. – Um drink, por favor. Vai querer um também?

     - Obrigada, mas não vou querer nada.

     - Relaxa, quase não tem álcool. Meus pais que organizaram a festa. – Ela piscou. – Não? Tudo bem então. – Ela pegou a bebida dela e grudou no braço de Miranda, como se fossem melhores amigas. – Como vocês estão? Apaixonados?

     - Eu sei que eu estou. – Falei e olhei para Miranda, me divertindo com a súbita cor vermelha em suas bochechas. – E você, gatinha?

     - Eu sei que eu vou te matar, Bieber. – Grunhiu ela, ficando mais vermelha, arrancando de mim uma risada.

     - Ah, ei, tenho que te apresentar para as meninas. – Jasmine deu alguns pulinhos. Apenas sorri, vendo as duas se afastarem. Hm, devo me lembrar de não deixar Miranda usar vestidos tão curtos. O comprimento que ela chama de “na metade da coxa” eu chamo de cinto. Não, não. Aquilo estava muito curto.

     Peguei uma coca e decidi ir sentar com os garotos que eu conhecia naquela festa, que eram basicamente o Chris e... O Chris, já que os traidores Chaz e Ryan não foram. Dei meia volta e quase derramei meu refrigerante em mim mesmo. Victoria estava sorrindo para mim, como se nada houvesse acontecido.

     - O que está fazendo aqui? – Perguntei.

     - Até aonde eu sei, Jasmine só reservou metade da boate.

     - Ah, claro. E você veio se divertir, justamente hoje, na mesma noite em que a Jasmine ia dar uma festa e eu estaria aqui. Que coincidência. – Ironizei.

     - O mundo não gira em torno de você, Justin. Deveria se acostumar com isso. – Ela sorriu, enquanto dava a volta em mim. De repente me senti um rato sendo encurralado pela cobra.

     - O que você quer, Victoria?

     - Selena me disse que foi te ver. Eu fiquei meio intrigada. Pelo jeito que vocês eram, acho que deve ter rolado algo...

     - Na verdade não. – Respondi, tentando parecer calmo. Por que ela estava me lembrando daquilo? Eu sabia muito bem como eu e Selena éramos um tanto próximos.

     - Não? – Perguntou, meio perplexa. – De qualquer modo... E o tempinho que ela sugeriu para nós dois? – Ela pegou a minha mão livre e a colocou em sua cintura, depois colocou os braços em volta do meu pescoço. De repente me dei conta de que estávamos balançando no ritmo lento da música que também de repente mudara.

     - Esse tempinho não vai existir...

     - Por que me evita tanto, Justin? Tem medo de mim? – Ela olhava nos meus olhos, meio que me hipnotizando. Pegou o copo da minha mão e o colocou na bandeja do garçom que estava passando ali. Mexeu de novo em minhas mãos, colocando-as sutilmente em seu quadril. – Eu te assusto? – Sussurrou em meu ouvido e deu um beijo no lóbulo da minha orelha esquerda, contive um arrepio.

     Minha respiração ficou irregular. Não, ela não me assustava. Mas com certeza sabia como prender a minha atenção. Não sei por que estava fazendo tantas comparações, mas estava me sentindo uma naja hipnotizada pelo encantador e sua flauta.

     - O que você quiser... – Sussurrou de novo. – Eu posso te dar.

     Recuou um pouco, de modo que pudesse olhar meu rosto. Tinha um sorrisinho malicioso no canto dos lábios vermelhos.

     - Com licença? – Uma voz alheia àquele momento me tirou daquela espécie de transe, me trazendo de volta à realidade. Recolhi meus braços rapidamente e me afastei dela. Olhei para Jasmine, meio sem graça e agradecido ao mesmo tempo. – Ele é meu convidado. Se não se importa...

     - Na verdade eu me importo sim. – Rebateu Victoria, com uma cara de desgosto.

     - Se toca, garota. Ele tem namorada.

     - Aquela sem sal? Ora, faça-me o favor de dar um tiro naquela garotinha irritante.

     - A única sem sal e irritante que eu vejo aqui é você, magrela. – Jasmine retrucou. Eu devia intervir, mas estava me divertindo com aquilo. Tanto que peguei o refrigerante de um garçom que passou por ali de novo e bebi um gole. – Vai embora, vai...

     Victoria arrancou o copo de minha mão e jogou todo o meu refrigerante na Jasmine.

     Ferrou.

     Pulei entre as duas antes que as unhas da Jasmine arruinassem o rosto da outra. Meu Deus, a Jasmine grunhiu. Victoria tinha um sorriso cínico no rosto, daqueles que você faz quando quer debochar ou irritar alguém. Acho que até eu daria um tapa nela só para não ter que olhar para aquele sorriso.

     - Tchau Victoria. – Falei e arrastei Jasmine para uma mesa vazia. – Ok, vamos lá. Relaxe.

     - Um, dois, três... – Ela contou até dez, controlando a respiração. – Eu. Não. Suporto. Ela.

     - Eu sei, Jas. – Respondi. Ela me encarou por um momento e depois pulou em cima de mim, me dando tapas. – Ei, vamos parar com isso, por favor?!

     - Seu inútil! Imprestável! Seu fraco! O que deu em você? Você ia beijar ela!

     - Ela me hipnotizou! – Contestei e ela me deu mais um tapa. O que essas meninas andam comendo ultimamente? Alguém já comentou com elas como seus tapas doem? – Ok, desculpe. Foi um erro.

     - Que bom que admite. – Ela fechou a cara. – Estou melhor. Vamos, temos que causar uma boa impressão para a Miranda.

     - Não sei para quê tudo isso. – Admiti, seguindo-a enquanto atravessávamos a pista de dança.

     - Quando você terminar com ela, ainda seremos boas amigas. – Ela sorriu.

     - Miranda não é só mais uma. – Rebati, sentindo-me ofendido.

     - Caitlin também não era...

     - Eu escrevi uma música para ela!

     - Vai transformar Miranda em uma música também ou ela é realmente a garota? – Jasmine virou-se para me encarar, com os olhos estreitados. Depois deu meia volta e continuou andando. Deixei-me ficar para trás.

     Ela me pegou de surpresa com a pergunta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu mesma adorei escrever HSUHSA :B Beijinhos, amo vocês