Respirei fundo,estava na hora de encara-lo,não podia deixar de viver por causa disso,mais algo dentro de mim,dizia que não teria mais vida nenhuma depois de tudo aquilo.

Assim que pisei na sala de aula,pude vê-lo,ele sorria e ria como sempre,assim que me viu,riu alto.E cochichou com os seus amigos,e riam também.Quis morrer,quis matar aqueles nojentos.Mais fiquei quieta.Apenas segui para o meu lugar,de cabeça baixa e quieta.

Sentei- me em meu lugar,peguei meu caderno,e começei a risca-lo,imaginando que aquele momento não estivesse acontecendo mais era hipocrita da minha parte,pensar assim.

Ouso passos,a porta é aberta.E me deparo,com um All-Star de couro,calça despojada,blusa xadrez,cabelos arrepiados,olhos mel,labios carnudos e uma pele branca.

Aluno novo? Pensei.

Mais o que me surpreendeu,foi ve-lô ir para a mesa do professor,ele era o substitudo do professor Dean.Mais era tão jovem...e bonito.

Continue riscando meu caderno.

- Bom,dia...turma.- disse ele retirando alguns livros.

- Bom dia...- disse as garotas suspirando.Galinhas.

- Hoje vamos continuar a trabalhar com aquelas poesias da aula,passada.- Ele parou de falar,e sentia me analisando- Aula nova?- Perguntou lá em frente da sala.

- Não,professor!- disse uma voz do fundo.- Ela só estava tirando umas ferias,pela vergonha.Né Josh?- Eles riram.

Então o professor entendo a direta,disse.

- Bom,então bem vindo novamente.Meu nome é Caio e sou o novo professor de literatura.

Apenas sorri,mais sem levantar muito o olhar.

                                                    *****

Era torturante,ve aquelas pessoas,ter que conviver com aquele nojentos filhinhos de papais.Queria tanto que nada disse tivesse aconticido,queria apenas ser a lesada da turma,não a lesada nã mais virgem da turma.

Chorei...

Passei a aula de educação fisica,e a de matematica,no telhado.Lá eu finalmente se sentia liberta de tudo aquilo,de lá de cima podia imaginar,como a vida é bela.Era triste,ter que ser infeliz perto das pessoas,era mais facil ser infeliz sem ninguem.

O vento que batia levemente em meu rosto,me fazia relaxar,mesmo em panico e sem ter com quem compartilhar essa tortura.Me sentia bem,estando ali,sozinha.Sem ter que aguentar os gritinhos irritantes da minha mãe,e sem aguentar zombarias dos meus colegas de turma.

Ja passava das seis,quando fui para casa,mais no momento que cheguei,acabei me arrependendo.Ver minha mãe se lamentando,me deixava mais para baixo.Era deprimente vê como minha mãe,sem rumo.

Me tranquei em meu quarto.Quis sumir.Mais para onde? Não tinha parentes a não ser mamãe.

                                         *******

- Ola,podia falar com a senhora Elizabeth Wiz?- Disse um homem alto e calvo.

- Ela não se encontra...- disse assim que abri minha porta.

- O que a senhorita é dela?

- Filha...mais por que?

- Você,podia entregar essa carta para ela?

- Sim...

- Assine aqui.

Assinei.

Ele se foi.

Olhei o envelope,e pude vê. Ação de despejo.

Quis chorar,mais guardei as lagrimas para mim.Tudo estava perdido.Seriamos despejadas de nossa propria casa.

Subi para meu quarto,me tranquei.

Horas depois minha mãe bateu na porta.

- Querida!

- Por que você não disse,nada?- Falei do outro lado da porta.

- Querida...eu sinto muito.Pensei que conseguiria pagar as parcelas atrasadas,mais não consegui...

- Mãe...o que vai ser de nós?

- Eu não sei querida...eu vou aceitar o emprego da sua tia.

Meu mundo veio a abaixo.Mamãe iria ir para espanha,trabalhar como faixineira?

- E,eu?- Ela não respondeu.

Senti uma solidão nunca existente,ela estava me abandonando,eu só tinha 16 anos,para onde iria? Não tinha parentes...ela não podia me largar.

Depois de um momento em silencio.Ela disse.

- Vou dar um jeito...- Depois daquele histante nada foi dito.