Always escrita por LUKAKKU


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oioi, é minha primeira fanfic. Ficou ruim, eu admito... estava pensando em umas coisas meio emo quando escrevi D:
enfim, espero que gostem :D

E a ideia me veio a cabeça depois de ouvir o dia inteiro Always - Saliva. q



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“Kyoya, meu amor, acorde”

Eu acordei e você estava lá. Não parecia real.  Você parece uma linda ilusão, e eu tenho medo de que você desapareça, que eu acorde desse sonho.

“Vamos, o café da manhã está pronto”

Toda manhã é essa a rotina, cada santo dia. Você me acorda gentilmente, comemos e ficamos admirando a visão pela varanda.

“Há algo de errado, Kyoya?”

Do outro lado da mesa você me encara com um rosto preocupado. Eu não respondo, então você atravessa a mesa e me abraça.

“Você parece estar muito cansado, dormiu direito essa noite?”

“Eu estou bem.” Eu digo isso, sabendo que não estou. Pensamentos ruins rondam a minha cabeça, como o de um dia você cansar de mim e me deixar... eu tento afastá-los, mas eles voltam.

Eu não deixo o mundo saber que eu sou seu, nem que você é meu. E eu sei que isso te incomoda, esse é meu modo de pensar. Eu sei que você queria me abraçar, me beijar e me chamar de amor na frente de qualquer pessoa que fosse, e enquanto eu penso isso, ando para frente, enquanto você cai para trás.

Lembro-me muito bem daquele dia. Da sua promessa. Era uma reunião com a família Vongola, todos aqueles herbívoros de terno juntos conversando faz um chiado horrível na minha cabeça. Terminada as ultimas palavras de Sawada Tsunayoshi, todos foram o cumprimentar. Se o Sawada ousar pensar em mim como um subordinado dele, eu o morderei até a morte. Atrás de nós, Gokudera Hayato e Yamamoto Takeshi, eles voltaram andando atrás de nós, para o caso de acontecer alguma coisa. Inutilmente, pois não precisamos de herbívoros para nos defender.

“Eles estão apenas fazendo seu trabalho, Kyoya”

“Não lembro de nos seguir fazer parte da definição de trabalho.” Você riu.

“Tsuna pediu que eles ficassem por perto, para o caso de alguma coisa dar errado. Gokudera só é muito leal ao seu ‘Juudaime’. Diga que se eu não te pedisse alguma coisa você não faria com um sorriso no rosto... tá, esqueça, você nem faria, mas...”

“Você fala demais, Cavallone. Desde quando você se tornou um tagarela?”

Você se inclinou para mim, bem perto da minha boca e parou. “Bem, desde que eu te conheci, eu soube que eu tinha que preencher de palavras mesmo que idiotas o silêncio entre nós que precede a cama.”

Dessa vez eu não consegui permanecer sério, mas ri discretamente. O resto do dia não havia nada de importante para fazer, então você passaria o dia comigo.


Ouça, você me diz, porque isto é um pedaço de música que você ama e que quer compartilhar esse amor comigo. Quanto tempo se passou desde de que a gente pertencia ao outro? Quanto tempo faz que um beijo seu no final do dia faz tudo valer a pena? Quanto tempo faz que eu te amo? Dez. Dez anos. Há dez anos eu sou egoísta e imponho minhas vontades a você, há dez anos, qualquer um que te olhou ou ousou te tocar foi mordido até a morte nos meus pensamentos. Há dez anos que você é minha razão.

E até hoje eu não entendo o amor. Desde que eu me entendo por gente, fui ensinado a me defender. Defender meu coração, minha alma, meu corpo... de tudo e de todos. Minha mãe me dizia que um coração partido era nada. Míseros cacos de vidro abandonados ao relento, nada. Mas ela nunca me disse que, quando a gente ama a gente cuida. E ainda melhor quando a pessoa te ama também, ela cuida de você. Te protege, não te deixa como  qualquer coisa. Nunca, pelo menos quando ama de verdade, assim como eu te amo e você me amou.

Eu acho que perdi muito da minha independencia por causa da nossa relação. O ideal para mim seria continuar sendo o Hibari Kyoya indomável e orgulhoso que eu sempre fui. Mas os ideais são sempre rejeitados e esmagados por esse mundo cruel, não são?

Quanto mais rápido damos o passo nessa caótica competição, mais rápido esses ideais são jogados pela janela.

Andando pela rua, somos cercados por um grupo da Yakuza. Foi quase involuntário ir para o seu lado e tentar te proteger. Assim como você fez comigo. Foi como uma dança sincronizada, o mesmo com Gokudera e Takeshi. Porém, nós somos melhores do que esses herbívoros. Pelo menos eu. Sangue, eu sei que eu vi sangue.

Depois que terminamos com eles, você estava machucado. Na escuridão, não se via muito bem a cena saída de filme de terror que estava ali. Takeshi Yamamoto e Gokudera Hayato estavam a uma certa distancia, conversando em voz baixa. Talvez você pudesse ouví-los de onde você estava, caído no chão. Talvez você pudesse ouvir o que eles diziam, já que os olhos de Gokudera Hayato estavam nitidamente olhando para mim.

Mas você não me agarrou quando eu cheguei perto de você, como você sempre faz. Você não falou nada, você nem ao menos se mexeu. Eu fiquei muito preocupado, tive medo de ter chegado o dia em que você me deixaria sozinho.

Você se levantou, finalmente. Me mostrou seu sorriso bobo, e mesmo coberto de sangue disse para mim que estava tudo bem, que tudo passou e que deviamos voltar para o templo. Kusakabe apareceu com o carro, entrei e me encostei na janela, senti que você estava do meu lado simplesmente pelo calor do seu corpo. Mas também senti que Gokudera Hayato ainda me encarava.

Já no templo, você me levou em silêncio para tirar todas aquelas manchas de sangue. Só o seu toque já me fazia sentir mais limpo... e por fim, fomos dormir. É incrível como eu sempre me sentia seguro quando dormia ao seu lado, me sentia protegido, amado. Tudo estava bem, como deveria ser.

Assim que adormeci, caí em um sonho terrível. Nele acontecia exatamente tudo o que aconteceu aquele dia, mas você morreu no final. Por um erro de cálculo, por uma simples falha no seu sistema, sua existencia se foi. No silêncio da dor da sua perda, decido que se não pude salvá-lo, iria vingá-lo.

Isso é tudo que eu posso fazer. É tudo que eu sei fazer.

Será que eu era o culpado por isso? Não, a culpa não foi minha. Por culpa do seu erro você se foi. Por que eu teria que pagar por esse erro? Me martirizar quando a culpa foi de um herbívoro qualquer? Por que eu estou sofrendo assim com isso? Sim, eu estou sofrendo. Tudo porque você roubou algo meu, de porcelana. Algo que quebra fácil. E no momento dessa perda, ele foi quebrado. Só que isso é  só um sonho, certo? Quando eu acordar, você vai estar ao meu lado, me protegendo como você sempre me protegeu, não vai?

“Kyoya, acorde. Estava tendo algum pesadelo? O que foi?”

Você é real, eu sei disso. Eu sinto você aqui, sempre.

“No meu sonho... você tinha morrido.” Eu disse a verdade porque não havia razões para mentir para você, pois você reconhece quando uso falsas palavras.

“Kyoya, eu nunca te deixarei” disse contra o meu pescoço “Não para que outro chegue e tome você de mim, você é meu e eu sou seu. Para sempre.”

Agora eu podia dormir em paz, ouvindo isso de você. Você nunca me deixaria só, e eu sabia disso. Meu coração de porcelana ainda estava intacto, e sempre estaria.

No dia seguinte, finalmente Gokudera veio falar comigo. Takeshi e o bebê estavam com ele.

“Fale logo, herbívoro”

Eles permaneceram quietos. Suas expressões eram tristes e suas cabeças estavam baixas. Até que finalmente Gokudera ergueu a cabeça.

“Você precisa de ajuda” disse ele, com lágrimas nos olhos.

Permaneci calado.

“Você precisa de ajuda. Você não está sabendo lidar com isso, Hibari. Eu sei que você não gosta de ser ajudado, mas você... ” Yamamoto tocou um de seus ombros, como um sinal para silenciar o homem. Esses herbívoros são estranhos, certamente se dariam muito bem. Até que o bebê finalmente resolveu falar.

“Hibari, você sabe que Dino está morto, certo?”

“Como assim? Ele está bem aqui, ao meu lado!”

~~~

“Kyoya, meu amor, acorde”

Eu acordei e você já não estava mais lá.


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