Entrelaçadas pelo Amor escrita por Kaah_CSR


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. Me desculpem pela demora, eu não estava conseguindo entrar na minha conta. Aqui está outro capítulo, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/136685/chapter/16

Catherine abriu a porta de sua casa e a manteve aberta para Sara passar. A morena girou os olhos para a cortesia e entrou. Seu tornozelo estava enfaixado, mas mesmo assim ela estava andando; fora uma briga para conseguir convencer Catherine de que ela poderia andar sozinha sem ser carregada. O braço direito estava imobilizado em uma tipoia e por baixo de sua blusa suas costelas também estavam imobilizadas.

 - Acho melhor você se sentar – sugeriu a loira com uma voz doce. Tão logo Sara se sentou, Lindsay desceu correndo as escadas e se jogou nos braços da morena.

- Mãe! Até que enfim você chegou! A casa estava ficando meio... Entediante, se é que me entendeu. - Eu gosto do som dessa palavra – Sara sussurrou abraçando Lindsay o mais forte que podia naquele momento.

- Mãe? – Sara assentiu levemente e Lindsay sorriu. – Eu também. - Muito bem, Linds – Catherine deu um leve tapinha no ombro de sua filha.

– Você tem aula daqui a pouco, Warrick já vai passar aqui para te levar.

- Cath... Eu posso ficar alguns minutos sozinha... E coitado do Warrick!

- Sara – para a surpresa de ambas as investigadoras, Lindsay um tom de voz surpreendentemente parecido com o de Catherine, fazendo as três caírem na risada.

- Parece que nós temos uma futura supervisora apavoradora – Sara comentou.

- Eu não era assim – Catherine contestou.

- Não? Pergunte para qualquer um do laboratório. Seu tom de voz profissional, o jeito com que seus cabelos se movimentam quando você está preste a dar uma bronca, o som inconfundível de seus saltos quando você está à procura de uma... Vítima...

- Sara... – Catherine ergueu uma sobrancelha e deu uma breve olhada para o lado, relembrando a morena de que não eram apenas as duas naquele cômodo. Lindsay percebeu a comunicação entre elas e riu.

- Relaxa gente! Como se eu não soubesse o que rola... Tanto Catherine como Sara olharam chocadas para a adolescente, que sorriu mais ainda ao ver as expressões.

- Ah, por falar em espionagem, investigação e esse tipo de coisa – começou Sara. – Um passarinho me contou que você andou fazendo uma certa confusão no laboratório. Andou ajudando o Greg, dando seus palpites cá e lá nas investigações, espionado o Ecklie...

Lindsay mordeu o lábio inferior, de repente muito nervosa. Não havia expressão alguma no rosto de Sara, o que realmente dificultava a leitura e deixando a adolescente cada vez mais apreensiva. Lindsay não sabia se Sara estava feliz, triste ou extremamente decepcionada. Então, de um segundo ao outro, Sara sorriu.

- Sabe o que eu acho disso? Lindsay balançou negativamente sua cabeça, baixando os olhos e achando o tapete da sala extremamente interessante. Sara encontrou o olhar de Catherine e deu uma leve piscadela, em seguida ergueu o rosto de Lindsay. - Eu não poderia estar mais orgulhosa! A expressão de aflição no rosto de Lindsay mudou imediatamente para uma de imensa alegria quando ela ouviu as palavras de Sara. Esquecendo-se completamente do estado em que a morena estava, Lindsay se jogou novamente nos braços de Sara e a abraçou com a maior força que pode. Sara mordeu o lábio para não gemer de dor. Ela nunca iria deixar Linds perceber isso, ao contrário, retribuiu o abraço na mesma sintonia. Quando as duas se afastaram, Sara pode ver que havia lágrimas nos olhos de Lindsay.

- Alguém tinha que fazer seu trabalho por lá, não é mesmo? Mãe? – a jovem loira acrescentou e Sara sorriu, imensamente grata por ter uma família assim. Erguendo a cabeça, Sara viu Catherine sentada no braço do sofá, observando carinhosamente as duas. - Vem aqui – Sara estendeu sua mão esquerda e Catherine a tomou, sentando-se ao lado da morena e envolvendo seus braços em volta dela e de sua filha.

 - Acho que eu entrei no momento errado – disse Warrick, anunciando sua presença.

- Que nada, entra aí, War.

 - Obrigado. E então, como está a família feliz? - Mais feliz, impossível – respondeu Catherine.

- Fico feliz com isso – Warrick gesticulou para Lindsay. – E então pequena, o que acha de uma vaga no Departamento de Criminalística de Las Vegas?

- Nah, agora não. Por enquanto vou curtir minha família. Mas quem sabe no futuro...

Os três investigadores riram.

- Então Sara, já sabe quando vai poder voltar a trabalhar?

 - Espero que o mais rápido possível – suspirou ela.

 - Na verdade – Catherine corrigiu, lançando um olhar para a morena. – Ela vai ficar em casa pelo tempo que for necessário até se curar.

- Cath...

- Sara.

 As duas mulheres se encararam sérias por alguns segundos até que ambas caíram na risada novamente.

- Ai, ai. Eu vou ter que aguentar essas duas o resto da minha vida... – Lindsay curvou os lábios em um biquinho e suspirou dramaticamente.

- Sei – disse Warrick. – Enfim, gente, eu tenho uma boa notícia e um pedido.

- Diga. - Lembra quando vocês estavam no hospital e nós estávamos comentando sobre Grissom substituir Ecklie na direção do laboratório?

- Sim, eu sugeri que ele aceitasse.

 Warrick sorriu.

- Naquele dia, Brass blefou dizendo que havia falado com o prefeito, mas ontem, se eu não me engano, Brass realmente chegou a falar com ele, e adivinhem o que aconteceu.

- Não vai me dizer que...

- É – Warrick assentiu.

– O prefeito aprovou a ideia no mesmo instante, dizendo que havia sido um erro promover Conrad Ecklie para esse cargo. E por causa do que os outros investigadores e conhecidos dele falaram, ele quer fazer de tudo para que Grissom aceite a proposta.

- Isso é ótimo! – exclamou Catherine. – Finalmente alguém que vai colocar aquele laboratório para frente.

 - É, mas vocês sabem como Gil é cabeça dura.

- Entendo muito de cabeça dura.

- Isso foi uma indireta, Cath? – Sara perguntou, sorrindo maliciosamente.

- Imagina – Catherine também sorriu e voltou sua atenção para o alto moreno que estava aguardando no meio da sala.

– E isso tem a ver com o pedido?

- Tem. Eu estou planejando algo para que Grissom aceite.

- E o que é? – perguntou Lindsay, interessando-se imediatamente. Warrick girou os olhos para a pequena e depois olhou na direção de Catherine.

- Bom, na verdade não é uma boa ideia, foi Greg quem a sugeriu. Era mais ou menos esperar que Grissom entrasse em sua sala, trancar ele lá dentro e só o soltar quando ele disser "sim".

- Essa ideia é horrível – comentou Sara.

- Foi o Greg – Warrick deu de ombros. – Mas o resto do time está tentando pensar em outro...

- Eu já pensei! – Lindsay quase pulou de alegria. – Vamos Warrick, eu te conto no caminho.

- Acho que fomos excluídas – Catherine sussurrou no ouvido de Sara.

- Até mais tarde, gente – disse Warrick já saindo. – Tudo de bom para vocês e boas melhoras Sara.

- Tchau – disseram as duas ao mesmo tempo. Assim que o moreno saiu, Catherine e Sara voltaram a se olhar e ficaram alguns minutos em silêncio, apenas observando uma à outra. Não eram necessárias palavras. Nos olhos de Sara havia além de admiração e gratidão, um profundo amor, o qual nem mesmo ela poderia esconder. Nos olhos azuis de Catherine havia um leve sinal de preocupação e também um amor infinito. Suspirando, a loira ergueu a mão e envolveu o rosto de Sara.

 - Está se sentindo melhor? Sara retribuiu o sorriso da melhor forma que pode e deixou sua cabeça descansar na mão suave e segura de Catherine.

- Perfeita.

- Não está sentindo dor? O médico disse que...

- Shh – Sara pôs um dedo nos lábios de Catherine, impedindo-a de continuar sua frase. Tomando proveito da situação, Sara continuou o caminho, percorrendo o rosto de Catherine com seu dedo e depois o envolvendo com ambas as mãos.

 – Não estou com dor. Sinto sua falta, Cath.

 - Eu sei. Eu também sinto. Eu te amo.

- Eu também te amo – Sara disse com um sorriso. Catherine assentiu, colocando alguns fios de cabelo escuros atrás da orelha de Sara. Suspirando, ela tocou o rosto da morena e a puxou para um beijo, um beijo que fez Sara gemer. Mas Catherine não queria apressar as coisas, ela queria mostrar o quanto Sara significava para ela, ou pelo menos tentar com um longo e profundo beijo. Quando elas se separaram, ofegantes, o rosto de Catherine repousou no ombro de Sara por mais alguns segundos.

- Uau – comentou a morena em voz baixa e riu levemente. – Ai, Cath. O que eu fiz de tão bom para merecer alguém como você na minha vida?

- Você nasceu – respondeu a loira no mesmo tom baixo. Sara riu nervosamente.

- Nem todos agradeceriam por isso. Catherine se afastou o suficiente para olhar dentro dos olhos castanhos de Sara e tentou descobrir o motivo por detrás daquelas palavras. Só encontrou receio e descrença; embora a loira soubesse o real motivo, não pode deixar de perguntar.

- Por que diz isso?

Sara suspirou profundamente, arrependendo-se no mesmo instante de ter dito tal coisa. Catherine já estava fazendo tudo por ela, e a loira não precisava se preocupar tanto a cada instante com algo que não tinha a menor necessidade de ser relembrado.

- Não se preocupe, querida – Sara por fim respondeu, forçando um sorriso para acalmar a inquietação de Catherine.

- Tá, não vamos conversar se você não quiser – Catherine devolveu o sorriso e a beijou novamente. O beijo tornou-se longo, ainda mais quando Sara começou a retribuí-lo com toda a força que poderia encontrar naquele momento. Quando as coisas estavam começando a acontecer, o celular de Catherine tocou. Grunhindo, ela ignorou o chamado inoportuno e continuou beijando Sara. Porém, o celular não silenciava e a loira foi obrigada a atendê-lo. – Não acredito! Depois de tanto tempo...

- Não se preocupe comigo, Cath. Pode ser importante. Catherine girou os olhos.

- Willows – disse ela ao atender. Ela ouviu durante alguns segundos. – É mesmo? Ótimo! O quê? Não, eu não... Gil, você sabe que eu não posso. O q...? Hunf, vou ver o que posso fazer. – E desligou.

Sara ergueu uma sobrancelha enquanto Catherine suspirava pesadamente e jogava seu celular no outro sofá.

- O que houve?

- Nosso querido e compreensivo supervisor quer que eu vá dar meu depoimento para a prisão definitiva de Ecklie – Catherine resumiu.

 - Humm – murmurou Sara enquanto pensava naquilo. – Por mais que eu odeie ficar dez segundos longe de você, acho que deveria ir.

- Como é? Não, nem pensar. Eu não vou deixar você sozinha aqui. Sara girou os olhos.

- Eu vou ficar bem, Cath – insistiu a morena. – Aliás, eles precisam de testemunhas. Você sabe que mesmo com as evidências mais claras, as testemunhas são sempre muito bem-vindas e também...

- Shh – Catherine silenciou-a com um leve beijo. – Primeiro, vamos ver se alguém pode ficar com você. Sara franziu as sobrancelhas e cruzou os braços, ou melhor, apenas o braço esquerdo.

 - Eu não preciso de babá.

A loira olhou na direção de Sara por um momento em silêncio e então desatou a rir.

A morena, entretanto, não riu. Não por irritação, mas sim porque para ela, não havia som mais agradável do que o da risada de Catherine. Os dentes brancos em contraste com os lábios vermelhos e carnudos eram como uma terapia, tão quanto a um oásis no meio do deserto.

 Aquele instante durou bem menos que um minuto, mas foi suficiente para que trouxesse lágrimas ao olhos da jovem investigadora. Vendo isso, Catherine parou imediatamente de rir, seu semblante adquirindo uma expressão séria e preocupada.

- O que aconteceu? Está com dor? Vou pegar o seu remédio...

 - Não, não, não – Sara segurou a mão de Catherine com a sua própria. – É que... eu adoro ouvir você rir. Isso me faz... bem. Você fica linda quando sorri, sabia?

Catherine assentiu e em troca da pequena declaração, curvou seus lábios no sorriso torto que sua morena mais adorava.

 - Você é que é linda, Sara. Eu te amo tanto...

 Sara encolheu os lábios em seu famoso biquinho e balançou a cabeça.

- Não sei como você pode dizer isso.

- Hum?

- Cath, olhe para mim – pediu Sara.

- Estou olhando – disse Catherine, já entendendo a verdadeira razão por detrás daquele pedido. – E sabe o que eu vejo? – Ela esperou até que Sara olhasse em sua direção para continuar. – Eu vejo a pessoa mais linda, gentil, carinhosa e forte que alguém jamais poderia ver. Deus, Sara, olhe para você, você é perfeita.

- Eu não sou perfeita... – retrucou a morena. – Eu ainda não sei porque você está comigo. Tem certeza que não quer mudar de ideia?

 - Pare de pensar besteira. É claro que eu não quero mudar de ideia. Eu te amo, lembra? Eu amo você do jeito que você é. Nada vai mudar o que eu sinto por você. Nunca.

- Promete?

Catherine sorriu novamente.

- Prometo. – As duas continuaram a se olhar por mais alguns momentos, até que Catherine deu um selinho em Sara e levantou-se. – Muito bem, senhorita. Já que você não quer uma babá, vai ter que ficar descansando.

- Ah, não...

- Ah, sim. Venha, vamos levar você para a cama.

Sara riu levemente, mas deixou ser levada pela mulher da sua vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar, se gostaram ou não, é só falar. Valeu!