Meu Querido Cunhado escrita por Janine Moraes


Capítulo 13
Capítulo 13 - Namorada


Notas iniciais do capítulo

N/A: O capítulo pode parecer um pouco confuso, mas no próximo as coisas serão explicadas de forma mais clara.



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Acordei confusa, me lembrando da noite de dois dias atrás, acabei me encolhendo na cama. Sem querer levantar. Fazia dois dias que eu e Igor estávamos estranhos um com o outro. Ele andava ficando carrancudo e notei que ele andava recebendo várias mensagens no celular, talvez da família, não sei. O fato é que nada era o mesmo, ele andava silencioso e muitas vezes eu o pegava me olhando de um jeito estranho... Como se eu fosse desaparecer a qualquer instante. E isso me preocupava e muito!

Me encolhi mais ainda na cama e involuntariamente comecei a pensar, comecei a pensar em Igor, em nós. Pensar na nossa ‘situação’. Estávamos juntos, desde as férias, a pouco mais que um mês. Um mês e meio em um relacionamento que não era considerado um namoro propriamente dito. Não que eu tivesse ficado com outro garoto enquanto estava com ele, e tenho certeza que ele também não ficou com mais ninguém, basicamente a gente não se desgrudava. E bem... Eu gostava dele, mais do que isso, eu estava apaixonada por ele, eu não tinha dúvidas quanto a isso. Mas mesmo assim, eu tinha meio que... medo. Tinha medo de que morando em lugares distantes, talvez não conseguindo me ajeitar com isso, tudo terminasse e eu acabasse ainda mais magoada. Além do mais, garotos me confundiam e eu não queria ser deixada para trás. E ainda assim, mesmo insegura, eu queria ficar com ele, queria poder chamá-lo de meu, definitivamente. Queria poder sentir que tentaríamos depois das férias. Que não seria só um casinho de verão qualquer. Não queria magoá-lo, pensar nele triste ontem a noite só reforçou o quanto eu me preocupava com ele. Me peguei pegando os prós e contras de toda essa situação, então decidi parar de tentar decidir o que era certo ou errado. Eles não faziam diferença. Só havia Igor a decidir. Ele podia ser idiota e bem misterioso, mas sempre fora carinhoso comigo.

Claro que ele tinha seus momentos, em que ele se afastava do nada e ficava pensativo, mas sempre atribui isso a algum problema na família dele. Que era um verdadeiro tabu entre nós, parecia que ambos tínhamos problemas relacionados a nossos pais e familiares. Nós nunca falávamos de nossa família. O máximo que eu sabia da família dele era que ele era filho único, com um pai bem rígido e mão submissa, e o máximo que ele sabia da minha é que meus pais eram divorciados e eu tinha duas irmãs. Nunca conversamos sobre família, nunca tivemos a oportunidade de abordar o assunto. Nunca veio ao caso e nunca procuramos trazer isso a tona. Éramos travados com isso, e dava pra notar que desconfiados. Mas pensando agora... Eu queria saber sobre a família dele, queria que ele se sentisse a vontade para confiar em mim, para saber que eu o apoiaria. Queria saber sobre tudo dele, suas manias, de seus amigos. Não havia como duvidar que eu era uma idiota apaixonada, e pior.... Logo eu, sempre tão desconfiada e insegura, não me importava em ser idiota, não por ele.

Sorri; me animando subitamente e me levantando. Eu iria conversar com ele, agora. Dizer que eu não me importava em ser sua namorada, não era um castigo, mas uma coisa muito bonita, que eu fui idiota em negar os seus quase pedidos todas às vezes que ele tentou. Corri para o banho, agitada. Tomei um banho rápido e vesti uma saia até os joelhos e uma blusa mais levinha. Arrumei meus cabelos de forma que ficassem presos numa trança lateral, querendo me sentir bonita. Desci as escadas, ansiosa, já sabendo onde ele estaria. Na praia, sempre nos encontrávamos na praia, quando ele não vinha bater a minha porta.

Atravessei a rua, caminhando pela areia. Agitada demais para andar calmamente, avistei Igor conversando com Pablo, ele parecia meio pálido ao meu ver, a expressão vincada em preocupação. Minhas sobrancelhas se juntaram, apreensiva, mas mesmo assim não perdi a animação. Sentia algo dentro de mim coçar, comichar, como se quisesse se libertar. Pablo me viu primeiro, parando de falar e esperando eu chegar mais perto. Parei ao lado de Igor, que evitava me olhar, os olhos fixos no mar e mordendo os lábios.

– Oi. – comecei, a voz trêmula. Igor me olhou de lado, mas os olhos logo desviando para os pés.

– Oi. – Os dois responderam ao mesmo tempo. Balancei os braços, ainda aflita.

– Pablo... Eu posso falar com o Igor um pouquinho?

– Claro... – Pablo sorriu, trocando um olhar rápido com Igor.  Pablo era um cara bacana, divertido e bem alegre, sempre brincalhão. Ao passar, mexeu no meu cabelo de leve. Voltei minha atenção a Igor, molhando os lábios.

– Igor...

– Sim? – Ele olhou para mim e percebi grandes olheiras em seus olhos. Engoli em seco, passando as mãos pelos cabelos, brincando com a ponta da minha trança.

– Você ta bravo comigo? Seja o que foi que eu fiz; me desculpe. Eu ando sendo tão idiota e criança... – atropelei as palavras, me sentindo meio boba. – E eu preciso conversar com você.

– Espera! – me assustei, mas ele se aproximou, me segurando pela mão, a acariciando. Suas mãos meio frias, me deixando cada vez mais nervosa e confusa. – Eu preciso conversar algo com você também. Mas... Eu não estou bravo com você.

– Não? Pareceu que... Ontem a noite... – gaguejei, sem saber como me expressar. Ele sorriu de leve.

– Não é culpa sua que você não queira ser minha namorada, não tenho porque te culpar por isso. Eu fui criança.

– Agora espera você! Você estava certo e eu estava cega. Na verdade... Eu quero ser sua namorada, eu já me sinto assim. E eu sinto como se você fosse meu. E eu sou sua. Eu estava insegura por que... – sorri sem graça. – Eu não sei. Eu fui idiota, não posso achar que todo mundo vai me magoar e... eu confio em você. Mais do que isso, eu realmente amo você, Igor. – O encarei, hesitante. Sentindo as bochechas corarem, mas algo inquietou meu coração. Igor me olhava triste, um sorriso triste brincava nos seus lábios. Senti medo. – Igor... O que eu fiz?

– Nada, você não fez nada. Você só é... Você é perfeita Malu. Perfeita demais pra mim. – Ele se afastou um pouco, passando as mãos pelo cabelo, deixando-me meio vazia e fria ao se afastar um pouco de mim. – Eu fui tão... idiota! Eu não devia ter feito isso. Eu nem sabia que ia me envolver tanto quando fui conversar com você aquela dia na praia, eu só fiz! Não pensei nas consequências, não pensei em nada, nem sequer cogitei que agora estaria nessa situação. Eu só quis ficar com você... Eu só quero você. Mas você é demais pra mim. Eu só... Sou um idiota!

– Está... arrependido de ter ficado comigo? – gaguejei as palavras, sentindo que tinha feito tudo errado. Que não deveria ter dito aquilo. Que o estava assustado. Que em algum momento eu estragara tudo.

– Não! Claro que não. É só que... Eu tenho que contar uma coisa, que eu venho adiando há muito tempo. Mas eu ficava com... medo, porque.... Não era importante. Na verdade, não é importante. Só... Eu te amo, Malu. Eu realmente te amo, acredita em mim. – Ele me segurou pelos ombros e eu me livrei, dando dois passos pra trás.

– Você está me assustando! Igor... Me explica logo o que ta acontecendo? – Meu coração se acelerou e uma angústia começou a se apoderar de mim.

– Igor! – Alguém gritou ao longe. Vi uma garota animada caminhando a frente de Pablo, que parecia querer detê-la. Ela era muito bonita. Da idade de Igor, os cabelos eram negros, lisos e compridos. Tinha um sorriso no rosto delicado e, ao chegar perto, abraçou Igor com força. – Senti tanta a sua falta! Eu sinto muito, muito... Por tudo. Eu fui uma idiota, mas não quero ficar mais longe de você. Então vim te fazer uma surpresa e acabar logo com esse tempo tão idiota. Senti tanta a sua falta; amor...

Então para minha surpresa ela tentou beijá-lo. Igor a afastou e eu fiquei ali, boquiaberta. Estática. Sem saber o que fazer. Tentando encontrar minha respiração e meu batimento cardíaco. Dei dois passos para trás, esbarrando em Pablo atrás de mim, que aparecera do nada.

– Quem é essa, Igor? – A garota perguntou, finalmente me notando e parecendo surpresa. Ainda segurando as duas mãos de Igor, e me analisando, confusa. Igor ficou sem falar e eu tive medo da sua resposta. Me enchendo de coragem perguntei:

– Quem é você?

– Eu sou a Mônica, namorada do Igor.



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Notas finais do capítulo

Ta, esse capítulo terminou de forma estranha. Eu sei.Talvez hoje eu poste o outro, não sei.Desculpem a demora em responder os reviews. Ando meio ocupada com um monte de assuntos. Desculpem mesmo. Mas saibam que eu amei cada um deles. Vocês são demais! Obrigada.