As Crônicas de Mhaglacia escrita por AntonioConceição


Capítulo 7
Inicio da Viagem




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Quando Luana acordou teve a esperança que tudo o que tinha acontecido nos últimos dias tivesse sido um único sonho mas quando Dário entrou no seu quarto isso mudou tudo.

-Bom dia!

-Onde está o Rodrigo? – Perguntou Luana levantando-se.

-Está lá em baixo a tomar o pequeno-almoço.

-Amanhã, logo que amanhecer… partimos! – Proferiu Dário.

-Já?

-Quanto mais tempo demorarmos… sabe se lá o que acontecera!

Dário ocupou-se o dia inteiro com os preparativos para a viagem enquanto Luana deixava tudo em ordem no castelo.

O sol pôs-se e Luana reuniu-se com Dário no seu quarto.

-Aqui está o mapa! – Dário desenrolou o mapa e estendeu-o na cama.

-Iremos começar por onde? – Perguntou Rodrigo entrando porta dentro.

-Tu não vais! – Rugiu Dário.

-Porque não? A Catarina está em perigo… é meu dever salvá-la! – Pronunciou Rodrigo aproximando-se de Dário.

-Tu nem sequer te sabes defender… quanto mais salvar alguém!

-Queres ver? – Perguntou Rodrigo posicionando-se para lutar.

-Isto vai ser lindo… - Dário não se mexeu um centímetro mas quando Rodrigo se aproximou fez um movimento leve com a mão direita e Rodrigo foi parar ao outro lado do quarto, batendo fortemente com as costas num quadro e escorregando até encontrar o chão.

-Parem! – Gritou Luana quando Rodrigo voltou a atacar.

-Esquece… Estás fora! – Dário olhou para Luana pedindo desculpa com os olhos – Vamos continuar…

-Por favor… Luana… Por favor… - Rodrigo levantou-se e caminhou com largas passadas pegando na mão direita de Luana – Deixa-me ir com vocês!

-É muito perigoso para ti…

-Mas eu preciso de ir… Não aguentarei ficar aqui sem saber nada!

-Rodrigo o lugar mais seguro para ti é aqui. Não… desculpa! – Rodrigo virou as costas e saiu porta fora.

-O castelo é aqui – Dário apontou para o centro do mapa – Cada guerreira tem o seu lar… Iremos começar pelas montanhas, a casa de Leah. Seguiremos pela floresta encontrando o lar de Stella. Vamos dar a volta a Mhaglacia, então o próximo lugar será…

-O oceano. – Interrompeu Luana.

-Exatamente. É lá que vive Rosaline. Acabaremos aqui, no deserto… A casa de Alice.

Antes de o sol nascer Luana já estava preparada.

Ficou sentada no estábulo á espera de Dário.

Passado alguns minutos, Luana sentiu umas passadas leves. E ali estava ele. Aproximou-se dela e atirou-lhe qualquer coisa para as mãos.

-Veste! – Quando Luana desembrulhou o pano reparou que era uma capa preta com um capuz. – Assim ninguém te reconhecerá. Também tenho uma!

Luana e Dário vestiram as capas e montaram os cavalos. Saíram pelo portão principal do castelo a cavalgar fortemente com as suas capas a esvoaçarem ao vento.

Os cavalos trotavam pelo caminho fora.

Quando o sol atingiu o topo do céu pararam para almoçarem.

-Quanto tempo vamos demorar? – Perguntou Luana enquanto comia.

-Por este andar chegaremos às montanhas amanhã á noite.

-O que é que andamos á procura?

-Também não sei. Quando lá chegarmos saberemos!

Quando acabaram de comer arrumaram as coisas e seguiram o caminho.

Luana observava tudo a sua volta, a natureza. Ela nunca estivera assim tão longe de casa. Aquelas terras eram totalmente novas para ela. Era a primeira vez que passava por elas…

Quando o sol se pôs encontraram um velho carvalho e decidiram acampar durante a noite.

Dário foi a procura de lenha enquanto Luana preparava o acampamento. Ele já tinha saído há algum tempo e Luana começou a ficar preocupada.

A princesa já tinha tudo preparado quando sentiu o chão tremer. Longas passadas iam na sua direção. Um rugido abafado surgiu de trás de si.

Olhou de relance para traz e viu uma criatura gigante. Correu o mais depressa que pôde mas rapidamente a criatura derrubou-a. Ela caiu mas depressa ficou de frente para a criatura.

Era um enorme lobo.

Tinha mais ou menos o seu tamanho, um metro e sessenta e três, o pêlo era enorme e preto. O lobo aproximou o focinho e Luana conseguiu ver os seus olhos. Por mais estranho que parecesse eles não transmitiam raiva mas sim dor.

Ela levantou-se lentamente sem querer assustar o lobo, percebera que ele não lhe queria fazer mal. Queria simplesmente a sua ajuda.

Quando ela ficou de pé o lobo contorceu-se de dor e ao mesmo tempo foi lançado contra uma árvore.

-Luana! – Gritava Dário ao fundo na escuridão.

O lobo recompôs-se e lançou-se em busca de Dário mas ele elevou o lobo no ar e aterrou-o fortemente no chão.

-Pára! – Pediu Luana dirigindo-se a Dário – Ele não quer fazer mal! – Gritou dirigindo-se ao encontro do lobo.

Ele estava estendido no meio do chão a rugir de dor.

Luana aproximou a sua mão do pelo dele e fez-lhe uma festa. Este fechou os olhos. Ela olhou para o lobo por inteiro e reparou que tinha uma seta espetada na pata traseira.

-Traz-me o saco dos curativos! Ele está a sangrar! – Mandou Luana.

Dário atendeu ao seu pedido e foi rapidamente a sacola e retirou o saco dos curativos e entregou-o a Luana.

-Ele é enorme! – Verbalizou Luana acabando de atar uma ligadura ao lobo.

-É um lobo das montanhas… Deve ter sido alvo de uma emboscada e fugiu cá para baixo!

-Ele tem razão…

-Ele quem? – Perguntou Luana olhando para Dário.

-O quê? Eu não disse nada! – Disse ele honestamente.

-Não foi ele… fui eu… o lobo… – O lobo levantou-se e colocou o seu focinho perto do da Luana.

-Como consegues falar comigo? – Perguntou ela assustada.

-Tu és a guardiã. Consegues falar com todos os seres mágicos…

-Como está a tua pata?

-Está melhor… Obrigado! Tem cuidado com as bruxas foram elas que me fizeram a emboscada. Apanharam a minha matilha toda, exceto eu, consegui fugir… Tenho que ir.

-Mas vais para onde?

-Não sei…

-Fica connosco. – Pediu Luana – Estaremos ambos a salvo… estou na busca dos quatro elementos… ajuda-me a salvar a tua família!

-Estás maluca? Pedir para conviver com um lobo faminto? – Proferiu Dário preocupado.

-Ele é amigo… eu consigo falar com ele, sabias?

-Não… nunca me disseram que a guardiã podia falar com os seres mágicos.

-Seres mágicos? Há mais? – Perguntou curiosa.

-Sim… Fadas, anões, dragões, sereias… entre outros incluindo os lobos perigosos.

-Ele não é perigoso! – Exclamou Luana – Eu falei com ele… perdeu toda a sua matilha. Foi as bruxas que os raptaram como raptaram a minha irmã, ele está connosco!

-Sinto muito pela perda da sua irmã…

-Eu sei o que estás a sentir. – Luana chegou-se ao pé do lobo e acariciou-lhe o pêlo.

-Ele pode ficar… mas se fizer porcaria, eu mato-o!

-Como se conseguisses… – Luana riu-se.

-Está bem! – Luana aproximou-se de Dário e beijou-lhe na face da cara. – Obrigado.


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