As Crônicas de Mhaglacia escrita por AntonioConceição


Capítulo 22
Confronto Final


Notas iniciais do capítulo

O Epico Final!



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As lágrimas percorreram cada canto da face de Luana e os seus olhos pareciam um imenso oceano. A dor de saber que os seus pais tinham sido mortos por três maléficas almas era incondicionalmente arrebatador para não falar que lhe passou pela cabeça que a culpa era toda sua.

–Catarina… - Chamou calmamente a guardiã. – Elas… mataram os pais… - Revelou Luana entre dores constantes.

–Mas achas que eu não sei? – Riu-se Catarina aproximando-se. – Elas nunca me esconderam nada ao contrário das pessoas em quem confias-te que passaram os dias a mentir-te! – E terminou esbofeteando a sua irmã fazendo um pequeno corte na bochecha por causa do anel que usava.

–Tu não és assim… - Luana tentava a todo o custo chamar a irmã á razão e faze-la perceber o perigo que estava a enfrentar.

–Eu sempre fui assim! – Gritou Catarina nas masmorras escuras. – Tu não entendes que nem toda a gente pode ser como tu? Andavas sempre em cima do pai que ele mal tinha tempo para mim…

–Mentira! – Interrompeu a guardiã. – Tens razão… Tu sempre foste assim: manipuladora, mentirosa, gananciosa, egocêntrica. Sempre quiseste todos ao teu lado! Mas quando algo não corria como planeavas destruías tudo de bom à tua volta… - Catarina mais uma vez esbofeteou a irmã porem acrescentou umas pontapeadas na barriga o que fez a guardiã ajoelhar-se fazendo os braços esticarem e as correntes magoarem nos pulsos.

–É assim que ficaras de agora adiante! – E virou-se em busca das bruxas ancestrais. – E agora?

–Temos que esperar pelas nossas grandes convidadas! – Gargalharam as bruxas agitadas nas escuras paredes.

–Mas para quê? A guardiã está aqui! Vamos mata-la! – Contestou a princesa.

–Cala-te! – Ordenou uma das bruxas. – Ela fica para o fim! Primeiro temos que acabar com as rainhas da natureza!

–Matando a guardiã provavelmente elas também morreram… - Deduziu Catarina.

–Não! – Gritaram as bruxas. – Temos que as matar diretamente se não ficaremos presas a estas sombras para sempre!

–Como queiram. – Findou Catarina voltando a sua atenção para a irmã.

–Parece que não temos salvamento…

–Eu não preciso de salvamento. – Luana ergue-se de pé estremecendo em cima dos seus pés feridos porem continuou na busca do equilíbrio que rapidamente o conseguiu. Abriu a boca e soprou contra a irmã fazendo-a ser atirada por uma forte ventania contra a longínqua parede.

A guardiã fez uma força interior criando uma onda de energia que saiu do seu corpo cheia de vida fazendo as correntes estalarem e rebentarem deixando pedaços por todo o lado então agora que a princesa estava solta iniciou uma busca pela saída iniciando uma corrida por um corredor que à pouco avistara do seu lado direito. Quando o alcançou correu ainda mais virando uma vez à esquerda e duas à direita até que por fim encontrou umas grandes escadas redondas que seria a saída porem quando subiu alguns degraus sentiu algo aprisionar a sua perna, olhando para trás viu a sua irmã enxaguada de sangue porem cheia de força.

–Não vais fugir!

–Veremos… - Luana estremeceu o pé fazendo a irmã larga-lo e continuou a sua fugida escadas a cima porem Catarina perseguiu-a e quando estavam sensivelmente a meio conseguiu apanhar a guardiã pelos cabelos atirando-a para trás fazendo-a aterrar de costas nas duras escadas de cimento e juntou algumas biqueiradas contudo a guardiã conseguiu se levantar e fez trepadeiras entrarem pelas entralhas das paredes que prenderam a irmã pelos braços, pernas e pescoço fazendo-a ficar imóvel deixando a guardiã passar.

–Desculpa… - Pediu Luana passando pela irmã aprisionada pela sua armadilha e continuou escada acima até que chegou a uma porta pequena que tentou abrir fracassando então pousou a sua mão na fechadora e fez o fogo que saia da sua mão percorrer a fechadura partindo-a.

Abriu a porta e descobriu que estava na sala do trono, aquela provavelmente seria uma passagem secreta para as masmorras pois estava escondida por detrás de uns grandes mantos que estavam pendurados atrás do trono.

A princesa afastou um manto e passou pelo trono dirigindo-se ao centro do salão.

–Dário! – Chamou olhando ao redor e uns minutos depois ele apareceu no cimo das escadas.

–Lu! – Sussurrou quando chegou ao pé dela e rapidamente a abraçou seguido de um beijo. – Onde estiveste?

–Elas levaram-me lá para baixo… Onde estão as rainhas? Temos que as levar! – Declarou a guardiã alarmada.

–Porquê? – Questionou o cavaleiro confuso.

–As bruxas querem mata-las para assim poderem desfazer o feitiço das sombras! – Revelou.

–Lu, tens que emitir o teu som de alarme para chamá-las!

–Como é que faço isso? – Perguntou.

–Tens que te concentrar nos quatro elementos e de alguma maneira liga-los… - Luana fechou os olhos e concentrou-se nos quatro elementos e achou um pequeno lugar na sua mente onde a sua essência fluía que eram quatro pequenas luzes com as cores dos elementos e assim ela lentamente foi mudando as luzinhas de lugar como quem monta um puzzle por fim conseguindo montar o pequeno puzzle de quatro peças Luana abriu os olhos que agora estavam brancos e emitiram uma pequena luz branca que seria o sinal para as rainhas.

Rapidamente Luana voltou ao normal mostrando os seus lindos olhos azuis perola. Não demorou muito até que quatro bolas brilhantes se aproximaram da guardiã e numa pequena explosão apareceram as quatro rainhas.

–Onde estavas? – Perguntou Alice.

–Estive nas masmorras com as bruxas… Têm que ir embora! – Pediu preocupada.

–Porquê? O que se passa? – Perguntou Rosaline desconfiada.

–O plano delas é aniquilar-vos! Não sou eu quem elas querem, por enquanto! – Revelou a guardiã inquieta.

–Para assim poderem acabar com o feitiço! Faz sentido… - Concluiu Stella olhando para as três irmãs. – Se elas nos derrotarem conseguem acabar com o feitiço das sombras! Ela tem razão…

–Vamos embora! – Declarou Leah porem quando Luana e Dário se viraram para a portada de saída algo os surpreendeu.

–Acho que finalmente encontramo-nos! – Gargalhou Catarina com as três bruxas no corpo. Ela estava á frente da grande porta do salão e com um pequeno movimento fê-la fechar com uma imensidão de força que fez o palácio tremer.

Luana e Dário puseram-se á frente das quatro rainhas enfrentando Catarina e as bruxas.

–A batalha começou! – Anunciou Dário olhando de relance para Luana.

As bruxas saíram do corpo de Catarina e percorreram as quatro paredes do palácio obrigando Dário e Luana a formarem um círculo em volta das rainhas porem elas não iam atacar mas sim dar poderes a Catarina porque esta ajoelhou-se e estendeu as mãos no chão em sinal de respeito e as bruxas lançaram um enorme raio que atingiu Catarina durante um tempo até que terminou e esta sentiu a magia negra percorrer as suas veias de sangue real.

Luana lançou alguns ventos e perfurou algumas trepadeiras nas bruxas mas sem resultados porque elas eram sombras e nada as afetava por outro lado Dário tomava conta de Catarina que tentara se aproximar das rainhas mas este lançou-a para trás fazendo-a bater na parede dura do salão e cair redonda ao pé de uma coluna o que para Dário tinha sido um bom truque pois mais uns movimentos de mão e fez o pilar de pedras desmontar-se e criou uma pequena caixa em cima de Catarina o que a fez ficar presa.

–Luana molha o chão! – Pediu Rosaline e assim Luana apontou a palma das mãos para o chão e chamou a água que rapidamente foi saindo das brechas do chão criando um manto de água com cerca de dois centímetros. – Elas ficam confusas com o seu reflexo e não sabem quem são! – Esclareceu.

Porem a água foi se infiltrando na pequena caixa onde Catarina estava presa e fê-la acordar com isso ela colocou as mãos na caixa e fê-la explodir deixando um pouco de destroços mas o pior estava para acontecer.

A porta começou a estremecer fortemente e deitada a baixo deixou entrar grandes criaturas maléficas que começaram a atacar todo o palácio porem em pânico Luana correu pelas escadas acima com Catarina atrás de si enquanto as rainhas e Dário tomavam conta do enorme exército que apavorava o castelo.

Luana percorreu pelos corredores fugindo de Catarina mas ao mesmo tempo tentando a afastar de toda a confusão que acontecia no grande salão porem as bruxas voltaram a alcançar Catarina e entraram no corpo dela o que deu tempo à guardiã para escapar.

Continuou a sua caminhada até á torre leste do palácio que por coincidência era a mais alta, percorreu por uma ponte que dava acesso a uma enorme varanda no topo da fortaleza. De repente interveio Catariana que atirou com uma onda de energia negra em que Luana aparou-a com a sua onda de energia branca que uns segundos depois explodiu fazendo a pequena ponte ruir e cair no jardim do palácio. Agora Luana estava encurralada na varanda da torre e Catarina do outro lado pronta para atacar.

Catarina apontou as mãos para onde existia a ponte e criou um caminho negro que lhe deu oportunidade de chegar á guardiã e a cada passo que dava uma fumaraça preta saia dos seus pés até que ela chegou à sua irmã.

–Eu matei os teus pais! – Pavoneou as bruxas ancestrais no corpo da princesa rebelde onde a voz não era a sua mas sim três almas distorcidas.

–Vamos acabar com isto de uma vez por todas! – Gritou Luana furiosa depois de ver as bruxas pavonearem-se por terem matado os seus pais.

Catarina agarrou no pescoço da irmã e tentou sufocá-la porem esta escorregou e caiu da torre levando a irmã possuída pelas bruxas nos seus braços e pensando que ia cair diretamente no chão enganou-se pois começaram a sobrevoar o palácio deixando para trás grande fumaraça branca e preta.

Bateram varias vezes em algumas torres e tentavam sufocar-se uma à outra varias vezes enquanto voavam pelos redores do castelo.

Alguns minutos de sofrimento a sobrevoar o palácio e tentando-se matar uma à outra as princesas acabaram por cair destrocadas no jardim do palácio na parte da frente.

Estavam as duas deitadas no chão a sucumbir a dor e por fim quando ganharam forças levantaram-se ao mesmo tempo e lançaram também no mesmo segundo a energia mortífera que chocaram.

Catarina possuída pelas bruxas lançava uma energia negra de cor preta contra a guardiã que lançava uma energia pura de cor branca e as duas chocavam no centro criando uma grande faísca. Quem enfraquecesse morria naquele preciso momento. Ambas as princesas mostravam pelas suas feições que faziam muita força para conseguir manter a energia. O nariz de Luana começou a sangrar e ela sentiu que iria perder a batalha e sair destruída daquela guerra.

Porem ambas enfraqueceram ao mesmo tempo e acabaram com a onda de energia por uma questão de segundos pois Luana recuperou rapidamente e lançou sem dó nem piedade a energia branca que quase atingiu a irmã mas esta conseguiu lançar a sua energia a tempo de continuar a batalha contudo a guardiã estava mais forte que nunca pois as quatro rainhas entraram no seu corpo e juntaram as grandes forças da natureza que juntas lançaram grande força contra Catarina e as bruxas.

A energia negra foi ficando cada vez mais pequena pois a branca estava a crescer cada vez mais aproximando-se do alvo.

As bruxas estavam a ficar sem forças e o corpo de Catarina não aguentava mais então a energia branca acabou por extinguiu a negra e entrar em contacto com a as bruxas no corpo da princesa porem Luana terminou a magia.

Já era tarde de mais porque Catarina contorcia-se de dores e as bruxas destruíam-se dentro do corpo dela e então algo inesperado aconteceu: Catarina começou a libertar pedaços pequenos do seu corpo como um vidro que se parte no ar e em poucos segundos não restava nada da princesa nem das bruxas apenas um monte de pedaços de vidro que sobrevoava o jardim.

Foi inevitável e as lágrimas apoderaram-se nos olhos da guardiã e esta caiu de joelhos perante o acontecido.

As rainhas da natureza abandonaram o seu corpo e abriram um frasco que fez com que os pedaços de vidro voassem até lá e quando não restou nem um pedaço esse frasco brilhou transformando-se numa medalha.

–Luana! – Gritou Dário da porta do castelo que vira todo o acontecimento e rapidamente iniciou uma corrida em busca da princesa afastando pedaços de pedra que estavam no caminho.

–Ela… foi-se… - Soluçou a guardiã imensa de tristeza.

–Lamento… - E Dário segurou a princesa e deixou esta abraçá-lo.

–O nosso destino está comprido. – Anunciaram as rainhas em uníssono fazendo a princesa afastar-se um pouco de Dário.

–Toma. – Alice estendeu a mão entregando-lhe o medalhão.

–Onde vão? – Perguntou confusa.

–O nosso destino foi comprido por isso podemos ficar em paz! – Anunciou Stella. – Nunca percas esse medalhão pois se for quebrado as bruxas voltaram novamente e já cá não estaremos…

–Em pouco tempo as nossas almas iram perfurar a imensidão da natureza e deixaremos de existir… - Explicou Rosaline.

–Agora tens total controlo dos elementos e só tu tens esse poder! – Proclamou Leah.

–Lembras-te na primeira noite em que te aparecemos? – Perguntou Alice.

–Sim. – Respondeu a princesa tentando repor a sua voz que estava muito fraca.

–Sabes porque é que o Dário foi designado para teu cavaleiro? – Perguntou a rainha do elemento fogo.

–Ele disse que incluíram o meu… mas não chegou a dizer o que era! – Respondeu a princesa lembrando-se da conversa que tivera com Dário no seu quarto e ao mesmo tempo olhou para ele.

–Segundo as rainhas, eu sou o teu grande amor… - Sussurrou Dário olhando a princesa envergonhado.

–E não mentiram! – Acabando Luana beijou furiosamente Dário deixando todos os pensamentos maus para tás. – Nesta grande confusão que se instalou na minha vida tu foste o melhor dos presentes que poderia receber. – Revelou depois de terminar o beijo.

Uma luz forte surgiu no céu.

–Chegou a nossa hora! – Anunciaram as rainhas. – Adeus! – Acabando transformaram-se num enorme pó colorido que foi subindo no céu acima até que os olhos de quem observava deixou de avistar e assim as quatro rainhas da natureza deixaram o mundo dos vivos em paz.

–Como em dez dias tudo muda! – Esclareceu Dário.

–Tu de estilista passas a cavaleiro… - Começou a princesa.

–E tu de princesa passas a guardiã.

–Porem o mais importante é que de coração solitário passei a coração amado! – Revelou corando.

–Amo-te! – Dário cercou os seus braços no tronco da princesa e beijou-a.

–Também te amo…





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