As Crônicas de Mhaglacia escrita por AntonioConceição


Capítulo 15
Elemento Água




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Amanhecera e já estavam a caminho.

Estavam cada vez mais longe de Carvahall e mais perto de Melian que era a aldeia que o rei tinha dado a Catarina. Provavelmente devia estar rodeada de soldados.

Já iam no nono dia de viagem e para Luana estava-se a tornar cansativo. Ela só queria que tudo não passasse de um sonho mas cada passo que dava mais certeza tinha que o que se passara era realidade.

Por um lado ela estava feliz porque finalmente descobriu o que sentia pelo Dário mas por outro a sua irmã tinha-se juntado às bruxas ou sido possuída e ela também não sabia se Dário sentia o mesmo por ela.

Dário dissera-lhe que há tarde já deveriam estar perto do oceano.

Mhaglacia era toda rodeada pelo oceano Pacifico mas a rainha Rosaline está a sudoeste pois assim as quatro rainhas ficavam suficientemente separadas.

Viram uma placa que dizia Melian.

Agora estavam nas redondezas de Melian e todo o cuidado era pouco.

-Temos que ir para oeste! – Disse Dário fazendo o seu cavalo trotar.

Luana e o lobo seguiram-no a toda a velocidade.

Pouco tempo depois já se podia sentir o vento fresco que vinha do mar, ouvir as ondas baterem nas rochas e sentir o cheiro da areia molhada.

Agora já se avistara a praia.

Deixaram os cavalos presos a umas rochas no início da praia e Dário embrenhou-se no rochedo á procura de algo enquanto a princesa e o lobo observavam a praia.

A areia era quase branca e fina. Haviam muitas rochas de lado onde de vez em quando Luana conseguira avistar o cavaleiro no meio delas. Ao fundo estava o mar. A água era límpida, de um azul muito clarinho.

Alguns minutos depois apareceu Dário com umas ervas verdes na mão.

-Come isto. – Pediu Dário entregando uma alga verde.

-Bah! Que nojo! Achas que vou comer isso… deves estar a alucinar!

-Isto irá fazer-te respirar debaixo de água. São algas rafinas. Estas algas possibilitam os humanos respirarem debaixo de água. Só consegui encontrar estas quatro. São muito difíceis de se encontrar. Duas a cada um dá mais ou menos para meio-dia. Por isso, come e vamos!

-Já sei que terei que esperar aqui! – Disse o lobo juntando-se aos cavalos.

-Desculpa… - Pediu Luana triste por não poder levar Drago consigo.

-Não faz mal… Regressa é com uma nova força! Boa sorte!

-Assim espero conseguir!

A guardiã e Dário caminharam até junto do mar.

Comeram as algas e entraram logo de seguida na água.

Luana recuou um pouco.

-O que se passa? – Perguntou Dário olhando para atrás.

-A água está fria… - Respondeu Luana esfregando os braços.

-Anda cá… - Dário aproximou-se de Luana – Quando entrares totalmente isso vai mudar. As algas vão ajudar o teu corpo a manter a temperatura. Até lá… - Dizendo isto Dário abraçou Luana e fê-la andar.

Entraram lentamente até que ficaram submersos.

-É lindo! – Falou Luana. – Podemos falar?

-Sim! – Dário largou Luana. – Vamos!

Os dois começaram a nadar suavemente.

Agora estavam no oceano.

Era um mundo fantástico. Havia algas de todas as cores. Os corais eram grandes e brilhavam. Havia tantas espécies de peixes que Luana perdeu a conta de quantas eram. Também lá estavam grandes rochas que tornavam-se as casas dos animais marinhos.

Dário colocou-se perto da princesa e com a mão direita agarrou-a na cintura. Colocou a mão esquerda para a frente e abriu-a.

Pareciam que voavam dentro de água. Estavam a uma velocidade impressionante, onde quer que passassem tudo se mexia. Dário parecia o super-homem.

Ao fundo Luana podia avistar um castelo de rocha branca.

Dário fechou a mão e juntou-a ao seu corpo fazendo com que parassem.

-Chegamos! – Dário agarrou em Luana e puxou-a para baixo onde aterraram ao pé do grande portão.

O portão era enorme. Era feito de ferro e á sua volta estavam as muralhas altas de cor branca.

A portada abriu-se convidando-os a entrar.

De seguida havia um caminho rodeado de plantas marinhas.

Caminharam até que avistaram a frente do grande castelo. Tinha uma portada enorme e era feito de rocha branca, tão polida que pareciam espelhos.

-Rosaline! – Chamou Luana. E a porta abriu desvendado os segredos que escondia.

Era uma sala enorme. Havia grandes pilares em duas linhas retas que os levavam ao trono. O chão era de vidro e por baixo via-se as profundezas do oceano.

Luana viu uma criatura muito estranha por debaixo do vidro. Era uma mulher mas da cinta para baixo tinha escamas.

-Que animal é aquele?

-Não é um animal… É uma criatura mágica. Uma sereia! – Respondeu Dário – Elas são amigas. Não fazem mal a ninguém se não as ameaçarem.

Percorreram a sala até chegarem ao que seria o trono de Rosaline. Toda a sala era de tons azuis. Haviam quadros espalhados e grandes trofeus. Também se viam entre os pilares caixas que tinham animais lá dentro. Animais presos.

-Querida! – Num ato de luz azul apareceu Rosaline afrente de Luana e Dário. –Aproxima-te. – E Luana aproximou-se.

Rosaline deu uma volta a Luana e parou mesmo a sua frente.

-Porque é que estes animais estão presos? – Perguntou Luana.

-Andaram a destabilizar os jogos aquáticos mas não estarão ali muito tempo. São só algumas horas. Agora vamos ao que interessas! – Rosaline voou para cima e ergueu as mão.

Principiou a gritar e o chão começou a tremer. Foi estalando até por fim partir. Luana e Dário ficaram em cima da água.

-Lá em baixo encontraras alguma coisa fora do normal! – Gritou a rainha e logo a seguir baixou os braços e a princesa e o seu cavaleiro foram engolidos pelas águas e levados para as profundidades do oceano.

Foram atirados ao chão e caíram em cima de algas.

-Vamos começar! – Começou Dário.

Olharam ao redor mas nada parecia estranho. Estava tudo no seu devido lugar. Estavam as rochas que brilhavam, as algas em vários tons de verdes, os corais das cores mais vivas que se podia imaginar. De vez em quando passavam algumas sereias e peixes.

-Espera! – Começou Luana. – As rochas não brilham!

Luana aproximou-se da rocha e tocou-lhe. Num feito de luz branca a rocha transformou-se em algas. Estas algas ficaram amarelas e símbolos apareceram.

-"Uma coisa que tanto anda e nunca chega aonde quer. Bonita e não tem cor, é gostosa e não tem sabor.” É o que aqui diz.

-Mais uma adivinha… - Luana pensou.

Os dois olharam em redou e puseram-se a pensar. A palavra tinha que ter alguma coisa a ver com o oceano. Alguma coisa que estivesse nele.

-Bem… “Uma coisa que tanto anda e nunca chega aonde quer.” A água anda sempre de um lado para o outro e nunca sabemos onde ela quer chegar… - Começou Luana. – “Bonita e não tem cor, é gostosa e não tem sabor.” A verdade é que ela é bonita e não tem cor. Sabe muito bem mas não tem sabor.

-Sim! – Gritou Dário felicíssimo.

-Rosaline! É a Água! – Nesse instante Rosaline apareceu de entre as algas.

-Muito bem! A minha irmã deve te ter dito que o mais complexo era o Ar e Fogo por isso estar um para primeiro e o outro para último. Agora que entraste no reino da água e descobriste o segredo dela, despertaste-a em ti. Vamos! – A rainha agarrou na mão de Luana e Dário e levou-os para a superfície.

Quando chegaram á superfície, Rosaline fez com que a água parasse e se tornasse num chão e colocou os seus dois viajantes em cima dela ficando lá suspensos.

-Não se preocupem! A água está a ser controlada e não vos deixará cair! Agora, Luana faz o que eu te disser! – Rosaline elevou a mão esquerda e abriu os cinco dedos. Apontou a palma da mão para a água e esta começou a mexer. Foi formando um remoinho de água até chegar á palma da mão da rainha.

-Podes fazer isto e muito mais. Nós só te ensinamos o básico mas ao longo do tempo iras descobrir que podes mexer com tudo na natureza mas isso requer muita energia. Faz o que estou a fazer. – Pediu Rosaline.

Luana elevou a mão e apontou a palma para a água. Abriu os cinco dedos e imaginou a água subir num remoinho como acontecera com a rainha. Ela olhou e a água estava a subir mas quando se aproximou da palma da mão explodiu para cima criando um charco de água. Molhando-os todos.

Luana tentou e voltou a tentar até finalmente conseguir.

Rosaline ensinou outras maneiras de chamar a água, como por exemplo, debaixo da terra há muita e a princesa pode chamar a água dai.

Quanto mais longe estiverem os elementos mais difícil são chama-los é por isso que todo o que nos rodeia, são os elementos.

  Despediram-se de Rosaline e voltaram para junto dos cavalos.

-Consegui! –Gritou Luana abraçando Drago.

Ela virou-se e viu ao longe o mar. Elevou as mãos e fez com que a água elevasse e caísse num charco.

-Muito bem! – Pensou o lobo. – Como estão as coisas com o … - E apontou com o focinho para Dário.

-Estão na mesma…

-Já te disse para falar com ele. Estas quase a alcançar o elemento Fogo e depois disso ninguém sabe o que poderá acontecer.

-Eu sei… mas tenho medo do que pode acontecer… - Pensou Luana imaginando Dário dizendo que não sentia nada por ela.

-Medo sempre terás mas tens que ser mais forte que isso e lutares como tens lutado para conseguir os elementos e salvar a tua terra. Um dia podes quere-lo e não o teres.

O cavaleiro e Luana montaram os cavalos e saíram desparrados em direção a Melian com o lobo ao lado deles.

A busca estava a terminar.

Agora era conseguir o elemento Fogo. 


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