As Crônicas de Mhaglacia escrita por AntonioConceição
De longe podia-se ouvir o trotar dos cavalos vindos da floresta e umas passadas grandes e ferozes.
Os corcéis iam velozes pois o tempo era escasso e ao lado deles ia um grande lobo. Em cima dos cavalos ia Luana e Dário com as suas capas a sobrevoar.
Depois de Luana ativar o elemento Terra ficou mais um dia e meio nas profundezas da floresta, para recarregar energias e poder por em dia as notícias.
Ainda ninguém sabia do paradeiro das bruxas mas todos tinham a certeza que elas estavam a chegar.
Faltavam alguns quilómetros para deixar a floresta e estava a anoitecer então decidiram acampar.
Descarregaram os cavalos, prenderam-nos a uma árvore para pastarem e acenderam uma fogueira.
–Estamos com sorte. – Disse Dário – Ouve… estamos ao pé de uma nascente, isso significa que não falta muito para encontrarmos o oceano. Estamos a ficar sem lanha, eu vou buscar mais. Não saias daqui, está bem?
–Sim.
A princesa ficou a tomar conta da comida enquanto Dário apanhava lanha para os manter quentes.
Já tinha passado mais de uma hora e Dário ainda não tinha voltado.
O sol já se tinha posto e dado lugar á lua.
Luana levantou-se e deu uma volta ao acampamento e nada, nem sinal do cavaleiro. Foi se afastando do acampamento embrenhando-se na escuridão.
À medida que ia andando foi ouvindo o som da água a bater nas pedras da nascente.
Quando deu por si, Luana estava mesmo á frente da nascente e algo estranho se passava.
Ela sentia uma sensação estranha.
As suas narinas estavam apuradas e não era nenhum animal que ali estava. Era algo sombrio, mas era humano.
A guardiã viu movimentos do outro lado da nascente e apurou a sua visão.
Era uma rapariga de cabelo comprido e loiro, encaracolado.
–Não pode ser… - Luana não conseguia acreditar quem estava diante dos seus olhos. Aproximou-se da nascente, e a rapariga do outro lado fez o mesmo.
–Catarina! – Era a sua irmã que estava do outro lado.
Catarina não reagiu ao grito de Luana, o que foi estralho para a guardiã.
De repente Luana sentiu um vento gelado e a sensação estranha amplificou-se, ela olhou em redou mas não viu nada de diferente.
Voltou a sua atenção para a irmã e percebeu de onde vinha a sensação estranha. Atrás de Catarina foram se formando umas sombras.
–Cuidado! – Apregoou Luana – Catarina! Atrás de ti! Foge!
Catarina permaneceu na mesma posição o que foi estranho para a guardiã.
Um sorriso maléfico foi se preenchendo no rosto de Catariana o que fez Luana petrificar-se.
O que estaria a acontecer com Catariana? Ela nem sequer reagiu aos gritos de aflição da irmã.
Agora as sombras eram visíveis, e Luana percebeu que eram três sombras.
Eram as bruxas ancestrais.
O medo apoderou-se de Luana.
Ela virou-se para trás tentando fugir mas escorregou no musgo que havia numa rocha e foi atirada ao chão. A queda ia ser grande, ainda por cima as rochas eram só fendas entre elas e o impacto ia ser grande e causar muitos danos na princesa.
Luana percebeu que a sua cara ia estampar na rocha então instintivamente fez o braço direito de apoio e foi quando o pior aconteceu.
A dor era imensa e os gritos inevitáveis. A palma da mão bateu na rocha fazendo eco, o braço teve que suportar um grande peso e não aguentou. O osso que liga o cotovelo deslocou-se e podia-se ver o osso a tentar perfurar a pele. Luana debateu-se com o peito contra as rochas.
–Luana! – Era Dário quem gritava.
Ele chegou-se perto de Luana e pode ver Catarina do outro lado e atrás dela estavam as três sombras horríveis tinham a forma de mulheres mas a suas bocas eram grandes e pareciam que tinham dentes afiados, os olhos eram bicudos e transbordavam maldade. Nelas nada era bonito.
Dário virou as palmas das mãos para baixo e começou a eleva-las, rapidamente virou-as de frente para Catarina, puxou-as atrás e mandou-as para a frente fazendo com que a irmã da guardiã batesse nas sombras e desaparece-se com elas.
Agora a sua atenção virou-se para Luana.
Ela estava estendida no chão mas ainda estava consciente.
–Estás bem? – Perguntou ele virando-a para cima.
–O meu… o meu… bra… braço! – Dário olhou para ele e pode ver que havia uma anomalia ao pé do cotovelo.
–Vamos… - O cavaleiro começou por pegar na cintura da princesa e depois agarrou nas pernas e levou-a dali para o acampamento.
Em poucos minutos estavam no acampamento.
Dário pousou Luana ao pé da árvore onde estavam os seus pertencentes.
–Porque é que não fazes o que eu te peço? – Perguntou ele mexendo-lhe no cabelo.
–Tu.. tu... foste em… embora… teres... demo… demorado… - Luana tentava falar, mas estava a ser difícil as dores estavam a tomar conta do seu corpo e a qualquer momento parecia que ia desmaiar.
–Fui buscar lanha, mas depois vi isto! – Ao dizer isto tira uma coisa brilhante da sua sacola. – Estava pouco afastado do acampamento, quando ela caiu do céu. Eu vi mais ou menos onde esta tinha aterrado e fui atrás dela. É uma estrela perdida.
–Dário… o meu… braço… esquece… a estre… la e … ajuda-me! – E Luana acabou por fechar os olhos.
–A estrela vai-te curar! – Sussurrou isto ao seu ouvido.
Rasgou a manga do vestido, virou o braço e viu o osso deslocado a querer perfurar a pele. Pegou na estrela e massajou-a ficando as suas mãos ficaram brilhantes.
–Aguenta! – Ao dizer isto Dário começou a massajar o braço da princesa. Foi intensificando as massagens até que de repente pegou no osso e empurrou-o para dentro com muita força e por incrível que pareça Luana nem sequer se mexeu.
O cavaleiro voltou a pegar na estrela, agarrou uma ponta e espremeu-a saindo de lá um líquido amarelo que ele deixou cair no cotovelo dela, esse líquido entralhou-se na pele e esta começou a brilhar sendo que segundos depois parou e Luana abriu os olhos.
–Já não sinto dor… Parece que não aconteceu nada! – Falou a princesa elevando o tronco e sentando-se no chão.
–Foi a estrela que te ajudou. As estrelas são curativa e também têm elixir da vida podendo uma estrela inteira ressuscitar uma pessoa. O seu pó retira as dores, foi assim que te coloquei o osso no sítio retirando as dores podia mexer que não sentias nada, depois deitei um pouco de elixir no braço e ele curou.
–Hum… Viste-a? A minha irmã?
–Sim. Sinto muito, ela não foi raptada. Ela juntou-se às bruxas! Lamento! – Dário abraçou-a.
–Porque é que ela fez isto? Nós estávamos bem! Mas porque é que eu ainda me admiro! Porquê? Mas porque é que ela se aproximou de mim?
–Eu acho que ela foi possuída pelas bruxas por isso é que ela mudou de atitude. Basicamente não era ela que estava a agir. Deve ter sido quando ela foi escalar com o Rodrigo. Agora parece que a tua irmã sabe de tudo e mesmo assim ficou com elas…
–Então tudo o que fiz foi desnecessário?
–Como assim? – Interrogou Dário confuso.
–Entrei na busca dos elementos porque pensava que a minha irmã tinha sido raptada afinal não passa de uma mentira. Se ela quer ficar com elas o que posso eu fazer?
–Tens que lutar! Não podes desistir agora! Já conseguiste despertar dois elementos…
–Mas quem me dava forças era a esperança de um dia poder abraçar outra vez a minha irmã! – Interrompeu Luana e começou a chorar – Quero ir para casa!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!