Three Cheers For Sweet Revenge. escrita por biamcr_


Capítulo 1
Helena


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esse é o primeiro capítulo, como vocês podem ver. Não sei se alguém vai chegar a ler isso, mas tudo bem, posto mesmo assim. A história vai ser inspirada nas músicas do Revenge, cada capítulo será uma música. Faz um bom tempo que eu não escrevo fanfics (mas é a minha primeira vez no Nyah!), então perdoem se eu não pegar o jeito logo de primeira. Não sei se vou postar todos os dias, mas provavelmente que sim, até porque eu estou super entusiasmada.
A fic é Frerard sim, ok? Mas o Frank só aparece mais pra frente.



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Sete da manhã, eu ainda estava acordado. Não conseguia dormir, eu estava pensando nela. Helena. Eu não tomava banho, não comida e nem sequer dormia há dias, não sei como ainda estou vivo. Se bem que morrer não seria tão ruim, ao menos eu estaria com ela.

Helena sempre foi meu amor, namorávamos desde o jardim de infância. Passamos mais de metade de nossas vidas juntos. Desde a nossa infância inocente, até nossa adolescência rebelde. E eu esperava que isso não acabasse nunca, eu nunca me cansava de estar com ela, mas não foi bem assim. Há exatamente uma semana atrás, fui acordado à noite com um telefonema de um hospital falando sobre uma garota que havia sido internada, e no seu celular havia meu número. Corri para lá, achando que tudo ficaria bem, que ela continuaria comigo. Mas estava errado, Helena se foi. Ela partiu, me deixou.

Desde lá estou pensando seriamente em suicídio, o problema é que não tenho forças nem para isso. Eu tenho andado muito fraco atualmente, mas por um bom motivo. Aliás, acho que não me apresentei. Sou Gerard Way, tenho 17 anos e estou no último ano do colegial. Não sou igual aos outros adolescentes extrovertidos que vivem rindo e se divertindo com seus amigos. A minha vida resumia-se à escola, música e Helena. Agora, resume-se à dor e solidão. E agora que falei em escola, há dias não apareço lá também. É uma sorte eu não viver mais com meus pais, se não seria obrigado a fazer todas as coisas que fazia antes, como se nada tivesse acontecido. Mas eles estariam certos, eu tenho que continuar minha vida. Sentirei falta dela, nunca a esquecerei e ninguém nunca tomara seu lugar, mas eu tenho que continuar. É isso que ela iria querer.

Levantei-me e fui em direção ao banheiro. Olhei no espelho, eu estava horrível! Parecia um fantasma de tão branco, afinal, não saía mais no sol. Minha barba já estava comprida também, e eu fedia, bastante. Tomei um banho, fiz a barba e vesti uma calça jeans, um tênis e um moletom. Fazia frio em Jersey. Peguei meus cigarros e, enquanto procurava pelas chaves do meu carro, ouvi um barulho. Uma batida na porta. Fui até lá, abri e, para minha surpresa, vi meus pais.

– Mãe, o que você faz aqui? Achei que estivessem em Nova York.

– E estávamos – Disse ela – Mas decidimos dar uma passadinha aqui para ver como você está depois do que aconteceu com a pobre Helena. Então, vai deixar-nos entrar?

– Ah, claro, entrem. – Eu não percebi que tinha ficado em frente à porta o tempo todo, bloqueando a passagem.

– Você parece realmente mal, meu filho. – Disse meu pai, olhando como se me julgasse, da cabeça aos pés – Está tão branco, e magro também... Pelo jeito, isso realmente te afetou.

É claro que me afetou, pai. Minha namorada morreu, queria o que?

– Ah, é que... – Comecei a falar.

– Sua pele e seu peso não importam, Gerard – Obrigado por deixar mais na cara que não se importam, mamãe – Viemos aqui porque a diretora da sua escola ligou, ela disse que Gerard Way não comparece às aulas há uma semana. Tem algum motivo?

– É claro que tem um motivo – Respondi indignado – Minha namorada morreu! Helena morreu! O que vocês queriam? Que eu levasse uma vida completamente normal?

– É claro! Você tem que seguir os estudos, não deve parar de viver por causa dela. Ela era só mais uma... – Nessa hora, senti meu coração batendo mais forte.

– Só mais uma? Só mais uma??? Só mais uma é a tua buce... – Fui interrompido.

– Olha a boca, Arthur! Já chega! Não vamos deixar que você jogue tudo pelo que batalhamos fora só por uma garota. – Foi a hora de o meu pai expressar sua sempre bem-vinda opinião. Pena que eu não perguntei nada – Você vai sair daqui, OK? Vai sair de Jersey, esse lugar está te fazendo mal.

– Pra onde vocês querem que eu vá? Pra NY, morar com vocês e o Mikey? – Mikey era meu irmão mais novo, eu não o via há anos. Sinto falta dele, mas também sinto pena por ele ter que morar com nossos pais.

– Não, vai continuar morando sozinho. Não queremos você envergonhando a família Way em nossa cidade. Eu e seu pai ainda temos um apartamento antigo em New Orleans, se eu não me engano.

– Sem chance! Eu amo Jersey e vou viver aqui. Vocês não têm como me obrigar.

– Lógico que temos, somos seus pais e você é menor de idade. Agora vá buscar suas coisas, Arthur. Mas só as roupas e outras coisas de uso pessoal. Iremos mandar o caminhão da mudança pegar seus móveis e mandaremos para sua nova casa. Enquanto isso, você fica no hotel em que estamos. Poderá rever meu irmão, finalmente. Ele sente a sua falta.

– Eu também sinto falta dele, pai. Mas eu não vou pra lugar nenhum. Que inferno!

– Já mandei você pegar suas coisas, Arthur. Não tente discutir comigo.

Fui para o meu quarto, o único da casa, peguei uma mochila, abri o guarda roupas, peguei as minhas coisas e comecei a socá-las dentro da mochila. As únicas coisas que tive cuidado foi o meu caderno de desenhos, meus CDs, meus livros e minhas fotos com Helena. Ao pegar uma das fotos, sentei-me na cama a observá-la. Uma lágrima caiu do meu rosto, seguida por outra, e outra...

– Pegou suas coisas, Arthur? Estamos esperando! – Maldito. Não posso nem chorar em paz?! Mas não respondi nada, apenas peguei minha mochila e saí do quarto.

– Ah, já estava na hora. Ei, ei, o que está fazendo? – Disse minha mãe ao ver-me pegando as chaves do meu carro – Você vai com a gente.

– Mas e o meu carro? Achei que eu iria de carro pra Orleans.

– Você está louco? São mais de vinte horas de viagem! Você vai de avião, um dos motoristas de seu pai levará o carro para lá e depois o coitado que dê um jeito de voltar. Dê-me as chaves. – Entreguei as chaves à ela – As do apartamento também, já que não entrará mais aqui.

Entreguei todas as chaves à ela e saí de lá, quase explodindo de raiva. Sentei-me em frente ao prédio e peguei meus cigarros. Enquanto fumava, meus pais aparecerem mandando-me para dentro do carro. Entrei, ainda fumando, coloquei meus fones de ouvido e fiquei lá, olhando para minha antiga casa desaparecer da minha visão. Era difícil sair de lá, já que tinha passado tão bons momentos naquele lugar.

Quando percebi, já estávamos em frente ao hotel. O hotel mais caro da cidade. Meus pais eram muito chegado à exageros como esses. Por que não poderiam ficar em um hotel menor?

– Você não vai descer? Anda logo, Arthur. – Disse meu pai. Não respondi, apenas peguei minha mochila e saí. – Vem comigo, vou te levar até o quarto, e então já aviso à Mikey que vamos sair. Importa-se de esperar, Donna? – Minha mãe fez que não com a cabeça, um sorriso simpático nos lábios. Quem não a conhece pode até pensar que é flor que se cheire. – Ótimo. Venha, Arthur.

E o segui enquanto ele adentrava o grandioso e luxuoso hotel. Depois de andares e mais andares do elevador, finalmente chegamos ao andar certo. Novamente, o segui até o quarto.

– Não quero você fumando lá dentro, entendeu? Isso não é exemplo que se dê ao seu irmão mais novo. Não quero que ele se perca como você. – Apenas revirei os olhos e entrei no quarto. Era maior que o meu apartamento! Tinha duas camas, uma de casal e uma de solteiro, uma porta (que provavelmente dava pra um banheiro enorme) e a decoração era lindíssima. Mas não tive muito tempo para prestar atenção nesses detalhes, meus pensamentos foram interrompidos por uma voz familiar.

– Gerard! O que você faz aqui? Que saudades! – Disse meu irmão, surgindo do nada, com um grande sorriso no rosto. Ele quase nunca sorrira ao me ver.

– Mikey! Nossa, quanto tempo! – Disse abraçando-o.

– Michael, eu e sua mãe vamos sair. Tomem cuidado. Arthur, cuide do seu irmão, entendeu? Não quero nada fora do lugar, nenhuma garrafa de bebida nem cheiro de cigarro quando eu voltar, seu irmão tem apenas 15 anos.

– Eu já entendi, OK? – ele não respondeu, apenas deu as costas e saiu.

– E aí, como vai a vida? E as namoradinhas? Você está mais alto que eu! – Eu tinha muitos comentários e muitas perguntas à fazer ao meu irmão, é claro.

– Ah, bem. Tudo dentro do possível, fora ter que viver com esses dois. – Disse pegando um cigarro – Tem fogo?

– Você fuma? Eles sabem? Os dois devem mesmo me odiar, porque me expulsaram de casa quando descobriram que eu fumo – Até que me expulsaram, mas depois me ofereceram um apartamento, pensei enquanto entregava um isqueiro ao meu irmão.

– Não sabem e espero que nunca saibam. – Rimos. – Então, você vai morar com a gente? – Seus olhos brilharam.

– Não, eu adoraria que você não precisasse viver só com eles, mas não. Eu vou pra New Orleans, lembra daquele apartamento que nós moramos quando éramos crianças? Então, eles querem que eu vá pra lá.

A conversa continuou, e eu nem lembrei de Helena, estava muito feliz por rever meu irmão. Ficamos o dia todo conversando, ouvindo música, fumando e fazendo coisas parecidas. Nossos pais só voltaram depois do jantar, quando já estávamos nos preparando para dormir.

– Arthur, você está aí? Venha cá. – Ouvi minha mãe chamando quando saí do banheiro – Suas coisas já foram mandadas à sua nova casa, o avião saiu hoje à tarde e seu carro já está a caminho também. Amanhã você pega o avião, chegará lá depois de amanhã. Mas, o mais importante, quando estiver lá, não quero saber de telefonemas de escolas, o qual você já está matriculado, não quero saber de telefonemas de policiais dizendo que meu filho foi preso com drogas nem nada parecido, entendeu? Você levará uma vida normal. Apenas isso.

– OK, que seja. Agora posso ir pra cama? Não dormi à noite passada. – Então percebi um pequeno problema no meu comentário – Onde está minha cama? Ou reservaram um quarto pra mim?

– Você ficará no sofá. – Respondeu meu pai – É só por uma noite, não vai te fazer mal, e você é jovem.

– Na verdade, você quer ficar na minha cama, Gee? Eu posso ficar no sofá. Entendo que você dormiu mal e tal... – Meu irmão era um anjo.

– Não, Mikey, você ficará na cama e Arthur no sofá. Entenderam? – Eu poderia bater no meu pai agora mesmo, mas me controlei.

E assim foi feito. Mais uma noite mal dormida.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso. Espero que alguém tenha lido e, se alguém leu, que leia os próximos. Beijos.