Sweet Sweet Paschal Luv escrita por Laa_Goncalves


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Decidi fazer uma one especial de páscoa, apesar de ser cedo para isso e.e



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Rachel entrou pela porta dos fundos da Chocolates O’Donnel. Aquela era sua loja favorita porque, além de pagar seu salário, tinha ótimos chocolates, era uma loja de família e seus patrões, Sr e Sra. O’Donnel, eram os velhinhos mais bondosos e fofos que poderiam existir.

         Rachel era uma balconista da loja. Tinha esse emprego a pouco mais de um ano, e graças a ele conheceu seu atual namorado, Charlie, que frequentava a loja.

         — Rachel, querida! — a senhora O’Donnel a abraçou assim que ela entrou na loja. Nada estava no lugar: haviam caixas e mais caixas de chocolate empilhadas, as portas estavam cobertas por espessas cortinas escuras, os balcões estavam cheios de E.V.As, cartolinas, pompons de papel de seda, glitter, e outras coisas.

         — Já começaram a decoração de Páscoa? — Rachel perguntou, se dirigindo para a sala dos funcionários para pegar seu avental e deixar sua bolsa.

         — Sim querida. As vendas vão subir bastante, então porque não deixar a loja linda? — a senhora O’Donnel falou da loja e, mesmo não a vendo, Rachel sabia que os olhos dela estavam brilhando e ela tinha um sorriso nos lábios. Sra. O’Donnel era do tipo de pessoa que amava o que faz.

         Passaram a tarde decorando a loja, fazendo coelinhos de cartolina, e pintando ovos de galinhas, como mandava a antiga tradição. Fizeram até pequenos coelinhos de chocolate para dar de brinde, que agora estavam em um vaso ao lado do caixa. Tudo pronto para a Páscoa, que era a época onde haviam mais vendas, seguida por dia dos Namorados e Dia das Mães.

         Rachel poderia ir embora, mas preferiu ficar e observar enquanto os donos da loja fabricavam os chocolates. A receita era secreta, de família, mas o casal confiava tanto na menina que a deixavam ficar e observar. Ela se encantava facilmente com tudo, parecia uma criança. O casal via nela a filha que nunca tiveram. Rachel era perfeita para o papel: tinha uma alma bondosa, era simpática e extrovertida, além de ter um ótimo talento para vendas. Além do mais, era parecida com a Senhora O’Donnel quando mais nova: cabelos castanhos na altura dos ombros, pele branca como a neve, olhos de um tom de azul escuro desconcertante. Era imensamente linda, simples e bondosa. Senhor O’Donnel costumava brincar que, se não fosse tão velho, casaria com ela.

         Quando já era tarde da noite, Rachel saiu da loja, e pegou um ônibus em direção ao seu apartamento, que dividia com uma amiga. Cansada pelo longo dia de trabalho, se jogou na cama e adormeceu quase instantaneamente.

##

         Mal havia amanhecido, a cidade inteira ainda estava dormindo e Rachel já chegava à loja. Tinha a cópia da chave, então abriu a porta, e terminou de arrumar os chocolates feitos ontem nas prateleiras. Logo Sr. e Sra. O’Donnel chegaram, estranhando a menina já estar lá.

          — Acordou de bom humor hoje? — senhor O’Donnel perguntou, já pegando seu avental e indo para a cozinha industrial atrás da loja. Rachel deu de ombros e continuou empilhando barras de chocolate com castanhas.

         — Estou tendo um bom pressentimento hoje — ela disse com um sorriso.

         Trabalharam o resto da manhã, e como chegou mais cedo, Rachel foi dispensada mais cedo. A garota aproveitou para fazer uma surpresa ao seu namorado: pegou uma caixa de bombons na loja e foi até o apartamento dele, encontrando, estranhamente a porta aberta.

         Presumindo que seu namorado estaria dormindo, Rachel caminhou silenciosamente até o quarto dele, abrindo a porta de uma vez.

         — Amor, olha o que… — a frase morreu no meio. Ali, enroscados, na cama onde Charlie fizera amor com Rachel tantas vezes estavam Charlie e Penny, melhor amiga de Rachel desde que as duas tinham apenas oito anos.

         Rachel queria gritar. Queria bater nela, queria bater nele, queria bater em si mesma, queria sumir, queria se vingar… Era como se seu mundo estivesse acabando. Como se o amor onde ela se apoiava estivesse desabando. Mesmo com as piores idéias em sua mente — que iam desde castrá-lo a matá-la — ela fechou a porta e foi embora.

         Vagou sem rumo pelas ruas. Não conseguia tirar a cena da cabeça. Por quantos meses ela fora enganada? Quantas horas ela passou contando para a vadia os seus planos para o futuro?

         A situação de Rachel não era bem a que ela esperava pelo feriado: sentada sem um banco de uma praça deserta, chorando e pensando no que faria para acabar com sua vida.

         Ela fechou os olhos, se lembrando de cada segundo, cada palavra, cada toque… Não foi saudável. As lágrimas voltaram, mais fortes do que nunca e Rachel se sentiu mergulhando na inconsciência.

##

         Rachel não sabia bem como foi parar em seu apartamento. Tudo o que se lembrava era adormecer, e depois mais nada.

         Ela se levantou em um pulo ao perceber que estava atrasada para seu turno na loja. Se levantou e vestiu a primeira roupa que viu, saindo imediatamente do apartamento. Não queria ver Penny nem pintada a ouro.

         Chegou à loja, correndo para a sala dos funcionários pegar seu avental. Sra O’Donnel passou por ela, e Rachel baixou os olhos para não ter que encontrar o olhar preocupado da senhora. A menina quase nunca se atrasava — só o havia feito uma ou duas vezes, quando seus pais morreram.

         — Tudo bem querida? — a velhinha perguntou.

         — Sim, sra. O’Donnel — Rachel respondeu, ainda de cabeça baixa.

         Trabalhou o resto da tarde, ficando um pouco mais à noite para compensar as horas perdidas pelo atraso.

         — Rachel — Sr. O’Donnel a chamou no final do expediente — Sobraram alguns ovos. Gostaria de levar algum para Charlie?

         — Ahn… Não, obrigado — Rachel hesitou um pouco antes de responder. A idéia de colocar explosivos em um dos ovos de chocolate era tentadora. — Nós terminamos — acrescentou apenas para evitar perguntas.

         O casal de velhinhos trocou um olhar cúmplice, característico de quem entendia tudo. Rachel podia ter jurado ver um brilho estranho nos olhos da Sra. O’Donnel.

##

         — Rachel, querida, o que acha da idéia? — Sra. O’Donnel perguntou depois de seu discurso de mais de duas horas. Rachel não ouvira nada, apenas partes isoladas que juntas não faziam sentido algum. Algum lugar de sua cabeça a alertava de que nada fazia sentido algum.

         — Ahn… Maravilhosa — ela disse, sem parar de anotar os nomes dos clientes que reservaram alguma coisa — Vai aumentar bastante as vendas.

         Sra. O’Donnel sorriu orgulhosa. Ela sabia que a menina não ouvira nada, e era melhor assim.

         — Posso colocar seu nome então? — a velhinha perguntou, se segurando para não rir.

         — Claro, claro. Vou adorar participar — a menina disse, ainda se concentrando em sua tarefa.

         Sra. O’Donnel voltou para seu posto no caixa. Recolheu o nome de alguns clientes para participar da promoção que mais cedo falara para Rachel. Tratava-se de um sorteio. Os dois ganhadores teriam um jantar romântico no Le Bistrot, um restaurante francês ali perto. O casal de velhinhos forjara tudo: não haveria sorteio. Os ganhadores já eram Rachel e Jack, um cliente fiel da loja, que já se mostrara encantado pela simpatia da jovem balconista.

##

         Rachel não podia acreditar. Estava saindo com um estranho. COM UM ESTRANHO! Mal havia se recuperado de um relacionamento, e já estava saindo com outro. “Calma!”, ela dizia à si mesma. “Só porque você vai sair com ele, não significa que você vai transar com ele”.

         O taxi parou à frente do restaurante. Rachel só não veio de metrô porque usar qualquer transporte público de salto alto não era seu esporte favorito.

         Ontem, ao saber no que exatamente tinha autorizado sra. O’Donnel a colocar seu nome, jurou à si mesma prestar atenção no que os outros falavam e não ter medo de falar “Desculpa, eu me perdi”. Se tivesse realmente prestado atenção, agora estaria de pijamas em seu sofá, assistindo alguma comédia romântica idiota e comendo chocolate.

         Ela não teve do que reclamar do encontro. Jack era doce, simpático, engraçado, extrovertido e romântico, além de absurdamente lindo. Ela se divertiu de verdade aquela noite.

##

         Rachel entrou no banco do carona do carro. Jack sorriu para ela, pegando sua mão. Heloyse e Mark entraram no banco de trás. Formavam uma linda família. Heloyse, a filha mais velha, nasceu exatamente três anos depois do encontro no Le Bistrot. Mark veio dois anos depois.

         Com a morte dos O’Donnel, Rachel e Jack assumiram a presidência e direção da loja, como estava no testamento do Sr. O’Donnel. Juntos, eles expandiram a loja, abriram filiais e transformaram a pequena loja de bairro em uma multinacional.

         Deixaram as crianças na escola e vagaram até a primeira loja — hoje um escritório, sede da empresa.

         — Você é o melhor ovo de páscoa que eu tenho — Jack disse para Rachel, a fazendo sorrir.

         — Seu bobo, eu sou seu único ovo de páscoa! — ela disse, lhe beijando o nariz.

         — Vamos planejar quem vai ser o casal felizardo esse ano? — Jack perguntou.

         — Depois — ela respondeu e o beijou.

         O que era uma brincadeira do Sr e Sra O’Donnel, hoje se transformou em uma tradição: todo ano, na páscoa, eram sorteados jantares românticos no Le Bistrot, para que outros casais possam ter a mesma sorte de Jack e Rachel.

FIM


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado porque dessa fic aí nem eu gostei.
Apesar de não ser minha filha favorita, foi minha primeira one! YEEAH! Enfim, deixem review, porque é mais barato do que me dar chocolate. Bjo ;*



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