The End And Beginning escrita por pandora martin


Capítulo 5
Capítulo 5




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     Já devia fazer mais de uma hora que estava deitada ali e nada. Aquilo era muito entediante. Queria saber o motivo de estar ali, e como conseguira o corte na testa. Fez força para se lembrar de mais alguma coisa, qualquer coisa que pudesse lhe ajudar a entender o que estava acontecendo.

     Uma imagem lhe veio à cabeça. Estava no carro com a garota que supunha ser sua irmã, que estava vendo uma revista.

_ Quem é essa? A Barbie versão punk?

_ Esse é o Bill Kaulitz.

_ Quem?!

_ O Bill, vocal do Tokio Hotel.

_ Se ta brincando que ele é homem?

_ Como se o Jonne fosse um exemplo de masculinidade...

     Gritos a tiraram das recentes lembranças. Pareciam vir do quarto ao lado. Será que estava realmente num hospital? Ou será que aquilo era um hospício?!? Pela primeira vez desde que acordara ficou preocupada. Os gritos cessaram. Tentou não pensar nisso e voltar para suas lembranças.

_ E esse, quem é?

_ Esse é o Tom.

_ Até que ele é gatinho.

_ Ele é gêmeo do Bill.

_ Calma ai, o vilero é irmão da Barbie punk?!

_ Cala a boca! O Bill não parece com a Barbie!

_ Caraca, olha só: a Barbie punk é irmã dum vilero que toca numa banda emo chamada Quioto Hotel! Tô começando a gosta deles?!

_ Oh Mãe, olha a Aliisa me provocando!

    Não conseguiu se lembrar de mais nada depois disso. Novamente o tal de Jonne e a Tokio Hotel estavam no meio. Que diabos eram aquilo?

     Tentou trocar de posição, sem muito sucesso, já que tinha agulhas nos dois braços. Desistiu e virou a cabeça para o lado, tentando descansar ao menos o pescoço. Viu algo parecido com um interruptor pendurado ao lado da cama. Sem pensar muito pra que servia, começou a apertá-lo. “Deve estar estragado” Pensou, depois de ter o apertado umas 10 vezes e nada ter acontecido.

     Deixou o “brinquedinho” de lado e se deitou novamente quando um médico junto com duas enfermeiras entrou correndo no quarto:

_ Está tudo bem?! - ele perguntou meio ofegante.

_ Hã? - Aliisa não entendeu nada. Primeiro, eles entram no quarto que nem uns loucos e agora falam em outra língua.

_ Você apertou a campainha de emergência? - uma das enfermeiras perguntou, agora numa língua em que ela entendia, se aproximando da cama. - Nós recebemos várias chamadas desse quarto. Aliisa não respondeu, e então se lembrou:

_ Há... Isso aqui?! - Disse, apontando para o interruptor. - Então é pra isso que serve?

_ Sim, querida. Ela serva pra chamar os médicos quando se precisa de alguma coisa. Como recebemos várias chamadas, pensamos que estivesse passando mal.

_ Há, ta. Entendi. - Só não havia entendido porque a enfermeira a tratava como se fosse uma criança. - Mas então... Onde é que eu to? - perguntou olhando pra enfermeira.

_ No hospital. Querida, você não se lembra de nada?

---***---

     Bill estava numa clareira no meio da floresta à noite. A única iluminação do local provinha da lua cheia, que brilhava no céu. Estava com medo, queria sair dali, mas não tinha coragem para enfrentar a floresta e o que pudesse conter nela.    

    Ouviu um barulho em suas costas e virou assustado. Logo, sua expressão de pavor se transformou em uma de felicidade: era Tom. Bill foi correndo em sua direção.

            _ Tom, que bom que voc... - mas não pode terminar a frase, pois caiu após levar um empurrão do irmão.

            _ Saia de perto de mim! - Tom gritou para o pequeno ainda no chão.

            _ Tom... mas o que... o que aconteceu? - Bill perguntou confuso, já com lágrimas nos olhos.

            _ O que aconteceu? O que aconteceu?!? VOCÊ ME MATOU! Foi isso que aconteceu!!

            _ Não! Eu não... não fiz isso!

            _ Há, não? FOI POR TUA CAUSA QUE EU BATI O CARRO! EU TAVA PENSANDO EM VOCÊ!

            _ Não... Não é verdade... - Bill chorava cada vez mais com as acusações. Será que aquilo era verdade? Aquilo que Tommy estava dizendo?

            _ O Srto. Não me toque, tenho problemas! Não é verdade, irmãozinho? Sempre chorando, sempre com problemas, sempre alguma coisa! E quem tinha que cuidar do pirralho? Lógico, eu! O irmão mais velho! Eu só sou 10 minutos mais velho! Ninguém nunca pensou nisso?!? - Tom disse encarando Bill, lágrimas em seus olhos também.

            _ Mas... Você parecia tão feliz. Não reclamava de nada...

            _ É lógico, eu tinha que cuidar dos SEUS problemas. Mas isso acabou, Bill, acabou. Sabe por quê? Porque eu estou morto e você sozinho. Como será que meu irmãozinho vai fazer agora? Se nem se matar ele consegue. - Tom disse tudo com um sorriso irônico nos lábio, apesar das lágrimas nos olhos. Deu as costas ao irmão e voltou para o meio da floresta. Bill continuou no chão, chorando e não acreditando no que ouvira. Estava sozinho, pela primeira vez em anos.

     Bill acordou suando frio e chorando compulsivamente, um ato que seria muito comum nas próximas noites.

---***---

_ Tipo... Lembra do que? Alguém pode me explicar o que ta acontecendo aqui? - Aliisa perguntou, começando a ficar nervosa.

_ Calma, querida. Você sabe seu nome? - a enfermeira perguntou calmamente.

_ Sei, é Aliisa.

_ Ótimo. E seu sobrenome? - a enfermeira continuou depois de anotar algo em uma ficha.

_ Eu... Eu não me lembro, meu nome veio junto com uma lembrança. - Aliisa respondeu confusa.

_ Tudo bem. Você pode me contar essa lembrança?

_ Desde que eu acordei, a única coisa que eu me lembro é de estar viajando de carro com minha mãe e irmã...

_ E você lembra o nome delas? - a enfermeira perguntou a cortando.

_ Johanna, e não sei o nome da minha mãe.

_ Ok, continue.

_ Nós estávamos vindo pra Alemanha, porque minha irmã queria ver uma banda...

_ E que banda é essa? Você lembra?

_ Isso é importante? - Aliisa perguntou erguendo uma sobrancelha, não entendendo no que aquilo ajudaria.

_ Pode ser.

_ Tokio Hotel. Ou algo assim.

_ Se lembra de mais alguma coisa? Algum detalhe, algum nome...

_ Bem... Eu me lembro de uma casa coberta de neve, que essa casa fica longe da Alemanha, e dum tal de Jonne... Parece que ele é meu amigo.

_ Como você sabe que a sua casa fica longe da Alemanha?

_ Porque numa das lembranças eu discutia com minha mãe... Que a viagem demoraria  5 dias de carro.

_ E sobre o Jonne?

_ Bem, eu disse o nome dele, mas não faço idéia de quem seja.

_ Tudo bem, querida. Esta bom. - a enfermeira se preparava para sair do quarto quando Aliisa a chamou:

_ Hey, moça... Onde estão minha mãe e irmã?

     A enfermeira se virou e mostrou um sorriso triste, dizendo:

           

_ Primeiro eu mando trazerem alguma coisa pra você comer, depois conversamos mais, ok? - e saiu do quarto.


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