Never Gonna Be Alone escrita por WaalPomps


Capítulo 1
Never Gonna Be Alone


Notas iniciais do capítulo

OUÇA A MUSICA JUNTO!
http://www.youtube.com/watch?v=1GWQ-oDMG6g



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/135898/chapter/1

Você já pensou no vazio que a morte traz? Não digo pra quem morre, afinal, nunca morri e não sei como é! Digo pra quem fica. Parece que parte de você falta. Agora mesmo, atravessando o corredor de mãos dadas com a minha mãe, sinto parcialmente isso.
Não me entenda mal, mamãe é minha heroína. Sei como foi difícil me criar, e como está sendo difícil me levar ao altar agora, no lugar de papai. Mas ela é Quinn Puckerman e ela sempre consegue, mas eu sei que ela queria que ele estivesse aqui... Queria que ela pudesse saber que ele está.
Meu pai morreu quando eu tinha 5 anos de idade. Ele havia acabado de completar 21 anos e estava parar se formar em engenharia. Ele estava em uma obra, a 1ª dele próprio em seu estágio. Estavam ele e o seu supervisor no telhado, testando os cabos de segurança que prenderiam os pedreiros quando fossem trabalhar lá. Um passo em falso, uma telha solta e meu pai despencou de 10m de altura. Chamaram a ambulância, papai estava consciente, tentou se levantar. Seu ultimo esforço, seu ultimo suspiro e ele morreu.
Eu estava em casa com mamãe, tia Rachel e tia Santana. Vovó e tia Caroline haviam acabado de chegar para esperar papai, quando o telefone tocou. Era o tio Finn avisando que papai havia caído e que ele estava indo para lá. Assim que desligou, mamãe, vovó e minhas tias se puseram a rezar. Mas nem bem haviam começado, ouvimos o portão. Eu corri até a porta e a abri a tempo de ver tio Finn e tio Sam entrando. Tio Finn passou por mim e se abaixou em frente minha avó, que estava sentada no sofá.
_ Finn, o que... – começou ela. Ele baixou os olhos e ela caiu em prantos – Meu filho está... – ela caiu nos braços dele, ambos chorando, enquanto tio Sam amparava minhas tias. Eu não entendia nada. O que havia acontecido com o papai? Me virei para mamãe, parada como uma estatua, a boca entreaberta, os olhos vidrados. Corri em direção a ela, que abriu os braços. Caímos juntas no sofá, eu em seu colo, ela com a cabeça enterrada em meu pescoço.
_ Cadê o papai? – perguntei assustada.
_ Beth... Seu pai morreu! – disse mamãe, chorando ainda mais. Tudo sumiu, senti uma dor forte. Morreu? Papai morreu?
_ MENTIRA! – eu gritei me levantando – É MENTIRA! VOCÊS ESTÃO MENTINDO PARA MIM!
Eu sai correndo porta a fora. No portão, tio Artie, tia Britt, tia Tina e tio Mike entravam. Me joguei no colo do tio Artie, soluçando. Ele me abraçou assustado.
_ Calma, ta tudo bem. – disse ele acariciando minhas costas – O papai vai ficar bem. – hã? Que? Ele me pôs no chão e entrou com meus tios. Houve silêncio, até que eu ouvi um soco na parede, um palavrão e meus rios se unirem a choradeira. Comecei a chorar também, até que senti uma mão em meu ombro. Pensei ser tio Kurt, mas quando virei, me deparei com meu pai, sorrindo para mim. Me joguei em sua direção e ele me abraçou. O soltei e entrei correndo em casa. Mamãe estava abraçada ao tio Finn. Eu a agarrei pela mão e comecei a puxar, gritando.
_ O PAPAI TÁ AI! O PAPAI CHEGOU!
Todos me seguiram até lá fora, onde não havia ninguém. Eu andei, procurei, chamei, mas nada. Mamãe me olhava chorando e abriu os braços. Eu me joguei neles e ela me aninhou em seu colo.
_ Eu sei que é difícil meu amor, mas o papai morreu. – disse ela baixinho e eu chorei mais ainda – Eu gostaria de ficar sozinha com ela, se vocês não se importarem. – disse ela um pouco mais alto e todos foram embora, tratar de burocracias e sei lá o que mais. Ela entrou comigo em seus braços e foi comigo até a cama dela e de papai. Deitamos ali, abraçadas, soluçando. Ela acariciava meus cabelos, sussurrando que tudo ia ficar bem. Não tardou e ela dormiu, mas eu não conseguia. Me levantei da cama e entrei no meu quarto. Quase cai pra traz ao ver meu pai sentado na minha cama.
_ Não grite! – disse ele quando abri a boca. Tampei-a com a mão e ele sorriu, abrindo os braços – Vem aqui. – eu corri ao seu encontro e me sentei em seu colo.
_ Porque ninguém mais te vê?
_ Porque eu estou morto meu anjo. – disse ele e eu recomecei a chorar – Calma, calma. Eu sempre vou estar aqui com você. – ele levantou meu rosto carinhosamente e beijou minha testa – Você nunca vai estar sozinha.
No dia do enterro, eu não conseguia ficar triste. Ele estava ali comigo. Por ser pequena, ninguém ligou muito por eu não estar deprimida. Quando foi baixar o caixão, mamãe me pegou pela mão e se aproximou. Eu tinha duas flores da pano na mão, uma rosa e uma azul.
_ Jogue a rosa. – sussurrou ele e eu o fiz. Mamãe me pegou no colo e começou a se afastar chorando. Papai estava abraçado conosco, as mãos gentilmente sobre o ombro dela.
_ O papai está conosco mamãe... – eu disse, recostando a cabeça em seu ombro e pegando a mão dele – E sempre vai estar. Nós não estamos sozinhas.
E ele esteve. Na primeira vez que o tio Finn e o tio Sam me colocaram em uma bicicleta, ele estava lá, correndo ao meu lado. Na minha primeira peça de balé, ele estava ao lado de mamãe gritando. Quando mamãe começou a namorar aquele cara, o Liam, papai estava ali pra me repreender por implicar com o relacionamento deles.
_ Sua mãe merece ser feliz. – foi só o que ele disse e depois disso, passei a ver Liam com outros olhos. Mas eu queria que todos pudessem senti-lo junto de si, como eu sentia. Até que um dia sem querer consegui. Estava com tia Caroline na sala, ela fazia barquinhos de papel pra mim.
_ Seu pai me ensinou a fazer isso, quando eu tinha 4 anos. – disse ela, sorrindo triste e me entregando um baquinho.
_ Tia Carol, faz mais três?
_ Pra que meu anjinho? – perguntou ela, a sobrancelha se arqueando.
_ Um pra mamãe, um pro Liam e um pro papai! – eu respondi simplesmente. Ela parou atônita, mas sorriu. De repente, papai apareceu, se ajoelhando atrás dela e sussurrando em seu ouvido as instruções para fazer o baquinho. Mais tarde, quando eu brincava na sala, ouvi tia Carol, mamãe e vovó na cozinha.
_ ... Parecia que ele estava lá. Eu o ouvia sussurrar as instruções, exatamente como quando eu era pequena. – dizia minha tia, chorando – Não sei como, mas quando eu estou com a Beth, eu sinto como se o Noah ainda estivesse aqui.
_ Já pensei nisso. – disse minha mãe, fungando – Puck é parte de Beth, então parte dele sempre estará viva nela. Enquanto ela estiver conosco, ao nosso lado, ele estará. Quando estou junto dela, me sinto como se estivesse junto dele.
_ Por isso eu a levei ao cemitério comigo ontem... – disse vovó – Ontem ele completaria 25 anos e eu fui levar um presente. Quis que ela estivesse junto, porque sabia que se ela estivesse, ele estaria.
Eu sorri vendo que elas afinal entenderam. Mas o tempo começou a passar, e eu comecei a ver menos meu pai, embora sempre soubesse que ele estava lá, cuidando de nós. Cuidando de mamãe quando o carro dela capotou, e ela saiu ilesa. Cuidando de mim quando estourei aquela lâmpada enorme e não me machuquei. Simplesmente cuidando, mesmo sem que nós o víssemos. Ele estava lá, sempre esteve. Eu o via em certas ocasiões. Meu primeiro baile, minha formatura, meu noivado. Me entristecia não poder abraçá-lo, tocá-lo, as vezes nem ao menos vê-lo. Mas eu sabia que ele estava lá, sempre esteve.
E eu sei que ele está aqui hoje. Posso sentir. Posso sentir o calor de seu beijo em meu rosto, enquanto mamãe entrega minha mão para Luka e vai para junto de tio Kurt no altar, por eu não ter padrasto. Posso ver sua silhueta difusa ao lado dela, sorrindo, durante toda a cerimônia. Posso sentir sua emoção quando do meio de meu buque, tiro aquela pequena flor de pano e coloco presa a lapela de meu noivo, que sorri, por saber o que aquilo significa. E quase posso ver suas lagrimas escorrendo quando vou sair da igreja e me viro para ele e mamãe, sussurrando:
_ Obrigado por nunca ter me deixado sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Parabéns a uma das melhores pessoas que eu já conheci. Hoje você completaria 36 anos tio, e Deus sabe como eu gostaria de poder te ver hoje e te abraçar. Mas como não posso, escrevo esta fic, pequena, mas de coração. Esteja onde estiver, eu sei que você está olhando pela gente e cuidando de nós, e eu gostaria que você soubesse que a falta que você me faz é muito grande.Desculpa ter discutido com você na última vez que a gente se viu, desculpe qualquer coisa. Eu te amo demais, demais, demais.Muito obrigado por tudo tio, essa fic é dedicada para você.Da sua sobrinha que te ama e sente sua falta,Walkiria Pompeoescrito em 10/03/2011Obrigado por lerem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Gonna Be Alone" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.