Me deitaram sobre o chão. E tava bem quentinho... Ai, já tava queimando em três segundos que eu fiquei ali! Ia ser difícil ficar ali fazendo aquela brincadeirinha por muito tempo... Que pena!

A luz do Sol que deixava minhas pálpebras avermelhadas foi tampada, e eu deduzi que alguém tava em cima de mim.

Colocaram a mão no meu peito e meio que pressionaram, ou tentaram... Esse povo burro! E se eu estivesse mesmo engasgada? Eu acabaria morrendo ali, por que do jeito que eles tavam moles...

Fizeram essa mesma merda mais quatro vezes, alguém contando... 1,2,3,4,5... Daí ouvi num grito: - Vai! Faz, ela vai morrer. - uma voz feminina? Era Carol, com certeza. E parecia preocupada. Me senti mal por deixá-la assim e... Que nada, eu segurei o riso, na verdade.

–Não... Quando ela acordar me mata! - não sei quem disse isso. Eu ainda não decorei a voz de nenhum dos garotos.

–Te matar por ter salvado a vida dela? Acho que não. - Carol de novo.

Eu iria matá-lo por quê?

O que ela tava mandando ele fazer que eu iria achar ruim?

Foi então que senti um corpo se aproximar e uma respiração se juntar à minha... e minah cabeça estalou.

RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA? Tá doido?! Prefiro MORRER!!

O infeliz que eu ainda não tinha descoberto quem era veio se aproximando mais, e mais, até que...

Eu CUSPI a água que tava segurando na boca bem na cara dele....

Há, eu sou do mal. Na hora que eu cuspi, abri os olhos e vi, era Justin, o mal educado. Ele deu um pulo, de susto e nojo. A sua cara tava toda babada..

–Nunca mais, senhor, ouse chegar essa boca arrogante perto dos meus tão delicados lábios! - eu disse me levantando e rindo.

Ele limpou a cara e me encarou.

–Você não estava afogando, ou engasgando não? - Justin disse se aproximando.

–Não vou responder. Contente-se apenas com: eu sou uma ótima atriz. - sorri.

Justin se aproximou mais e... Se jogou na piscina. Detalhe? Segurando meu braço! Ou seja, fomos os dois cair na água.

O problema era que ele já sabia que tinha prender a respiração, mas eu? Eu não! Fui pega de surpresa...

E quando eu bati na água... Eu mato aquele macaco primata!

Caí de barriga, sentiu a minha dor? Não, claro que não! Você só sentiria se caísse de barriga numa piscina. A dor de um tapa multiplicada por dez. Foi essa a dor que eu senti. Bem na barriga!

E a água entrando pelo meu nariz... Subiu direto para minha cabeça, fazendo-a arder de forma que eu tive que sacudí-la, instintivamente, para ver se parava de doer.

E, agora sim eu engasguei, por que pulei de boca aberta, é.

Ai, Justin, eu mato você, seu burro!

E quando eu estava sacudindo a cabeça e engolindo água, o Justin me puxou pra cima e me sacudiu.

–Idiota! Não teve graça! - eu falei pra ele assim que me recuperei, quando ele ria de mim.

–Teve sim! Claro que teve, tanta graça quanto a sua brincadeira anterior.

–A, é? Olha só o que tem graça! - eu falei, enquanto enlaçãva minha pernas nas suas, prendendo-as e fazendo ele perder o equilíbrio e cair na água de cabeça pra baixo. Bem feito. Eu soltei uma risadinha e depois saí correndo da piscina, antes que ele me agarrasse pelo cabelo e me afogasse.

Fiquei me secando, e ouvindo a Carol me xingar.

–Você quase me mata de susto! - disse, e veio me dar um abraço. - Coitado do Justin! Ele só não queria que você morresse.

–Mas depois me jogou na piscina. Quer saber? Foda-se! Não gosto de quem grita comigo, e ele gritou, então não to nem aí pra ele. E ainda por cima, apertando meu peito? É assédio! - falei, me deitando numa espreguiçadeira e colocando um óculos.

–Tá, isso é problema seu com ele. - ela falou, e pude vê-la dando de ombros. - Hey, esse é o Chaz. - apontou para uma cópia do Justin parada na minha frente, que sorriu.

–Oi. - sorri. Ele acenou com a cabeça. Mal educado. Parente do Justin, aposto!

–Sua louca! Me afoga e me deixa lá pra morrer. - ai que droga! Ele viveu! Afogá-lo não deu certo, ok. Da próxima eu tento enforcá-lo, é.

–Você também me jogou na piscina. - dei de ombros, sem se quer me dar ao trabalho de olhar pra cara infeliz de merda dele.

–Pelo menos eu te tirei da água.

–Sorte minha. - falei e me levantei e fui em direção da casa.

Eu já tava seca, então entrei e me joguei no sofá da sala. Fiquei vendo TV e o Justin veio logo depois, com a Carol e o Ryan e o Chaz parecendo uma sombra.

–Ryan! Você é lindo!! Quer casar comigo? - eu me joguei no colo dele. ele tava sentado no chão, com as pernas cruzadas, como indiozinho.

–Claro! Você tem uma... - já ia falar, mas olhou pros outros macacos, vulgo, Justin e Chaz, e se calou.

–O que? - eu perguntei.

–Nada. Depois eu te conto. - falou.

–Nada. - bufei. - Fala logo, se não eu não me caso mais! - eu disse cruzando os braços.

–Uma bunda grande! - soltei as palavras num jato e meio que se preparou caso eu o atacasse.

–Idiota. Não adianta babar nela, ela é só minha! E do meu futuro marido, é. - eu falei.

–Que serei eu, lembra? - ele falou. - Vou casar com você, ué.

Olhei pára Carol e ela riu.

–Tá bom, tá bom. Eu divido ela com você, ok? - eu disse, me rendendo, arrancando uma risada de Carol e uns uivos dos chimpanzés presentes na sala.

–Sorte minha! Ela é enorme... - falou e eu dei um tapa na sua cabeça. - Anne, você vai mesmo casar comigo?

–Não, seu bobo... Nada de casamentos, pelo menos não por enquanto. POr agora, eu só troco saliva e não aliança. - disse apertando o nariz dele.

–Saliva? Há! Que tal nós dois trocarmos nossa saliva? - ai, que idiota. Essa foi a pior cantada que eu já ouvi na vida. Quem falou? Chaz, é. Mas eu não iria chutá-lo, claro que não!

–Você? Humm... Talvez. - disse pensativa, encarando-o com um sorriso malicioso. Carol riu.

–Então dêem apenas um selinho, ué! - valeu Carol, cuido do seu assassinato depois.

O caso é que eu odeio chutar garotos bonitinhos. Então encarei Chaz com a sobrancelha erguida. Ele sorriu e se aproximou, então agente deu um selinho rápido, uns dois segundos, só.

Carol riu, era tudo que ela estava conseguindo fazer. Se eu a conheço bem, ela fica assim quando quer entrar no jogo.

–Agora Ryan vai lá na Carol e faz com ela o que você quiser! – eu falei. Ela me olhou com cara de quem planeja seu enterro, mas eu sabia que ela estava feliz, no fundo, no fundinho.

–Não, espera! – gritou o Justin. Ele não queria que eles ficassem? Por quê? Por que não me impediu de ficar com o Chaz, mas impede a Carol de ficar com o Ryan? – Dêem só um selinho, tá? Deixem as coisas boas e divertidas pra hoje à noite. Podemos jogar Eu Nunca e depois, Jogo da Garrafa. Vale tudo. Tudo mesmo. – sugeriu. Me senti aliviada. Por quê? Não sei...

–Eu nuca? Quê isso? – Carol perguntou. Ela é santa. Não sabe sobre esses jogos feios. Não que Eu Nunca seja feio, mas... Deixa!

–Um jogo muito legal! – respondi. – Vamos jogar sim. Quantas horas agora? – perguntei olhando para Carol.

–Cinco e quarenta. – disse.

–Fica com o Ryan aí logo e vamos tomar banho pra podermos jogar depois. – eu falei.

Eles se olharam, encostaram os lábios e se separaram rapidamente, assim com eu e Chaz. Mal acabaram eu fui puxando ela lá pro nosso quarto. Eu amo jogos do tipo, e queria poder começar o mais rápido possível.

–Toma banho, rápido. Seis e meia eu quero vocês batendo na porta do meu lindo quarto, tá? – falei velozmente, atropelando as palavras.

Justin acenou com a cabeça. Ele foi o único que conseguiu processar o que eu falei.

Pisquei pra ele e corri para meu quarto, deixando-o ali, cheio de esperanças.

Essa noite promete... E o Justin que me aguarde. É divertido provocá-lo. Parece que, enfim, achei um competidor à minha altura.

Ou não...