Todos os adultos perguntam: “O que vai fazer no futuro?” e eu respondo que não sei, por isso enchem meu saco, falando que com dezessete anos completos já preciso decidir qual profissão seguir. Penso que a melhor coisa a fazer mesmo seja continuar os negócios da rede de empresas Hyuuga, onde meu pai e tio são presidentes, atualmente. Mas trabalhar nisso seria bem chato.

            - Neji! Saia logo! – gritou Hanabi, minha prima mais nova.

            - Hanabi-chan acalme-se... – ouvi Hinata, irmã mais velha de Hanabi.

            - Gomen a demora... – sai e desculpei-me.

            - Não faz mal, Neji-niisan. – Hinata sorriu gentiu. – Pode esperar para ir?

            - Hai... – respondi meio sem vontade.

            - Arigatou! – agradeceu feliz.

            Agora vocês devem pensar que ela me adora para querer ir comigo à escola. Mas não é esse o caso. Ela só quer ir porque sabe que hoje eu vou com Sasuke, Shikamaru, Gaara, Kiba e NARUTO (loiro cujo ela ama mais que a vida). Se eu não soubesse da timidez excessiva de Hinata, diria que é aproveitadora.

            - Vamos, já estou pronta! – sorriu. – Ittekimasu!

            - Ittekimasu... – eu disse.

            - Iterasshai! – ouvi o grito de Hanabi em resposta.

            Saímos e fomos até a linha de trem, nosso ponto de encontro. Enquanto estávamos lá parados, reparei melhor em Hinata. Estava com a saia mais curta, os cabelos presos em duas marias-chiquinhas frouxas, com um perfume doce e gostoso, e tão radiante quanto o sol daquela manhã.

            - Neji! – Kiba gritou, aproximando-se.

            - Ohayou... – pausei. – E o loiro?

            - Está atrasado... – Sasuke respondeu sem ânimo.

            - Diria que sente falta dele se não estivesse com a rosada. – cutucou Shikamaru.

            - Ora... – esbravejou o Uchiha.

            - Já vamos... Neji-niisan? – pude notar o desânimo de Hinata.

            - Nós já vamos... – sorri de canto. – Mas você vai ficar esperando o Naruto aqui!

            - M-Mas! – corou.

            - Boa sorte! – sai correndo, puxando os outros.

            Parei de correr assim que saímos do campo de visão de Hinata. Senti-me um herói por conseguir ajudar minha prima. Nós, um bando de sedentários, já estávamos cansados por causa daquela pequena corrida, então fomos caminhando mais lentamente, e isso nos fez dar de cara com uma ofegante e enraivecida Tenten.

            - Tenten-chan... – murmurou Kiba.

            - Então está com seus amigos mesmo... – suspirou.

            - Nani?

            - Pensei que saiu correndo mais cedo para procurar uma loira de olhos claros.

            - Ino? Shion?

            - Então admite que já saiu com as duas... Tsc. – pausou. – Está tudo acabado!

            Kiba e Tenten tinham um namoro cheio de brigas e traições da parte do Inuzuka (um completo idiota, porque Tenten tinha um corpo maravilhoso e também era demasiadamente inteligente). No meio da confusão, Gaara disse que iria à frente para cuidas de alguns problemas – chamados Ino e Matsuri.

            - Neji, quero conversar um pouco com você, pode vir comigo? – Tenten perguntou como se nada tivesse acontecido.

            - Posso. – dei de ombros e despedi-me dos rapazes.

            - Diga-me com que outras ele me traiu. – pediu.

            - Yamanaka Ino, Haruno Sakura, Shion, Sabaku no Temari, Abe Harumi, Nakamura Yuki e odeio admitir que até com Hyuuga Hinata.

            - Hm... Sete! – exclamou.

            - Se não existiram mais... – murmurei.

            - Eu ouvi!

            - Gomen.

            - Não sei o que fiz para ser traída.

            - Não sei o que viu nele.

            - Eu estava fumada. – zombou de si mesma.

            - Talvez. – soltei um riso discreto.

            - É, você é legal...

            - Ahn?

            - Pensei que era metido. – sorriu.

            - Entendo...

            - Ja ne! – ela saiu correndo para sua classe.

            O sinal estava prestes a bater, então corri para minha sala. Lá, cumprimentei todos os alunos presentes com um discreto “Ohayou”, sentei no meu lugar e esperei o sensei chegar, o que não demorou tanto a acontecer.

            - Ohayou. – ele disse.

            - Ohayou. – responderam os alunos.

            A aula estava prestes a começar quando Shikamaru abriu a porta de supetão.

            - Gomen Asuma-sensei! Demorei a acordar! – mentiu

            - Tudo bem, que não se repita.

            - Hai. – sentou-se ao meu lado, em sua carteira.

           - Sempre acorda atrasado, preguiçoso. – Temari, sentada na carteira da frente da do Nara, provocou.

            - Humpf! – discretamente passou um embrulho de bombons para a loira. – Happy White Day.

            - Arigatou... Pensei que entregaria à Ino.

            - Teu irmão cuida dela.

            - Parem de conversar e prestem atenção, Sabaku e Nara! – ordenou Asuma.

            Era dia 14 de março, White Day, e eu nem tinha notado. Bom, eu não entregaria chocolates em resposta a nenhuma garota mesmo... Então nem fazia diferença. E também... Se eu fosse entregar chocolate para todas as meninas que me presentearam no Valentine’s Day, meu dinheiro acabaria.

            Assim que a aula acabou, sai da sala sem esperar ninguém, mas fui surpreendido no corredor mesmo por Tenten, que se não me esperava, me encontrou por acaso e resolveu me encher o saco.

            - Neji!

            - O que foi?

            - Que frieza... E eu pensando que você era um bom rapaz. – suspirou e foi indo mais a frente.

            - Eu sou um bom rapaz. – apressei meu passo e a alcancei.

            - Seja mais gentil. – sorriu.

            - Ser gentil não combina comigo.

            - Com certeza. – riu. – Vamos, Hinata está nos esperando.

            - Hinata?

            - É, somos amigas. – pausou. – E vou ir à casa de vocês para um trabalho com ela.

            - Ah.  

            Até encontrar minha prima, ela falou bastante, nos conhecemos melhor e passamos a ser mais “próximos” se posso dizer assim. Tenten, além de ser linda e inteligente, também conseguia dizer indiretamente o que sentia em frases curtas e até engraçadas...