O dia amanheceu e os primeiros raios acordaram Saphira. O dragão abriu seus olhos azuis, mirando o horizonte que se estendia em meio às enormes montanhas. Eles já haviam percorrido uma longa distancia desde que adentraram as beors. No dia anterior as montanhas ficaram cada vez maiores. Passaram perto de Farthen dur ao entardecer. Saphira voou muito, quase ate o meio da Madrugada quando pararam para descansar. No momento em que tocaram o chão Eragon teve tempo apenas para retirar a sela de Saphira antes que ela desmaiasse de exaustão.

Saphira tentou ficar em pé porem suas asas doíam tanto que ela preferiu continuar deitada. O sono logo a pegou novamente, sua grande cabeça foi deitada na relva verde e ela adormeceu.

Alguns minutos depois Eragon acordou. O cavaleiro sentou-se sobre seus cobertores, olhando mais atentamente os detalhes daquele lugar. Sua audição foi apurada ate que ele pudesse ouvir os sons da água batendo contra as pedras em um riacho que ficava um pouco abaixo da colina aonde eles estavam. Eragon levantou-se, sentindo seu corpo leve devido ao descanso.

Junto à fogueira que ele e BlodhGarm fizeram na véspera, Eragon pegou o candiu e a pequena chaleira. Usando sua velocidade élfica, o cavaleiro disparou em meio a floresta, chegando em  poucos segundos .

O lugar mais parecia uma das Fairth feitas por Oromis.

Os olhos de Eragon lacrimejaram ao se lembrar de Oromis. De seu jeito misterioso, de suas charadas, de suas conversas, dos treinamentos. Vendo que estava sozinho Eragon soltou os objetos no chão e começou a executar o Ringar no nível Maximo. Enquanto fazia os complicados movimentos, as lagrimas que guardadas-foram por tanto tempo, liberaram-se de seu peito, molhando sua face, deixando um rastro salgado pela face alva do cavaleiro.

Alguns minutos depois, Eragon simplesmente desmoronou no chão. Vendo que basicamente por sua culpa as vidas de tantas pessoas mudaram.

“ O que eu fiz?” Indagava ele repetidamente. “ Meu vilarejo inteiro está em meio a uma guerra por minha causa. Por minha causa os Raz’ac foram a carvahal. O que eu fiz?”

“Você fez o certo pequenino.” A voz doce de Saphira encheu a mente de Eragon confortando-o e amparando-o. “E deiva orgulhar-se de seu vilarejo, pois pelo que conheço foi o único que desafiou Galbatorix ao ponto de Lutar contra seus Raz’ac. E Saírem vivos. E o pior: Se unirem aos inimigos do Rei.”

– Tem razão. – Disse Eragon em voz alta. Tentando convencer a si mesmo daquilo.

O cavaleiro retirou sua roupa ainda com Saphira em sua mente. O músculos relaxados de Eragon ficaram a mostra, quando ele adentrou a água fria do rio. Aos poucos submergindo ate ficar completamente embaixo d’água, sentindo a corrente fraca.

 ...

Instantes depois Eragon chegou ao acampamento encontrando BlodhGarm já desperto. O elfo conversava calidamente com um pássaro belo que repousava em um galho. A penagem verde do animal era reluzente. E sua calda, fez Eragon assustar-se quando a abriu, as penas tinham o formato de muitos olhos, ali a encará-lo. O bico do animal foi aberto e dele saiu um grito estridente. Do qual acordou Saphira que rugiu. Fazendo animal correr dali.

“ Animal Idiota.”Ela voltou a dormir, Devia estar realmente cansada. Para que isso drenasse suas forças daquela forma.

– Ela não conseguirá voar muito bem hoje. – Disse Eragon avaliando o estado de Saphira. Suas grandes asas tremiam a cada movimento que ela fazia.

–Temos que achar uma forma de continuar viajando sem que isso nos esgote também, pois caso algo aconteça precisaremos de nossas forças. Caso surja algum perigo e precisemos batalhar. – Concluiu BlodhGarm com sua habitual voz rouca e calma, enquanto colocava a chaleira sob duas varas trançadas. – Brinsingr. – Uma fagulha acendeu os galhos que estavam em embaixo da chaleira. E a água começou a ferver.

O silêncio caiu sob a clareira. Eragon estava ocupado com seus pensamentos tentando abrir sua mente tentando sentir algum campo de magia. Sem sucesso.

Um ruído baixo se fez ouvir na clareira, seguido de um rosnado baixo. Em seguida três
Shrrg surgiram. Os três lobos eram gigantescos. Os animais estavam uma formação. Um Shrrg branco maior que os outros dois, ficava no meio dos outros, o da esquerda um pouco menor que o branco, era castanho acinzentado. E o da direita menor que os dois, era um tom chocolate. De suas mandíbulas saiam rosnados fortes e poderosos, para eles Saphira era uma pedra. Pois a forma como estava deitada suas asas a cobriam por completo.

Saphira ouviu um som com de rosnados a Tirando de Seu sono. Ele nunca foi preguiçosa mais estava necessitando de um descanso. Lembrando-se do som na mente de Eragon, Saphira imediatamente reconheceu sendo como o rosnado de um Shrrg. Quando ia se virar para abocanhar o primeiro foi impedida pela voz de Eragon.

“ Não Saphira acho que posso usá-los.” Disse Eragon. “ Continue deitada.”

“Olha lá em…” Retrucou ela. Continuando escondida embaixo da sua asa. Pronta para a qualquer instante pular e fulminar qualquer animal que se metesse com Eragon.

Eragon abriu sua mente e contou a BlodhGarm o que queria. Um sorriso sapeca desdenhou-se nos olhos de BlodhGarm, que aceitou prontamente a idéia.

– Shrrg, eka weohnata néiat haina ono. Gánga du iet. – ( Shrrg, eu não vou feri-lo. venha ate mim.) Instantaneamente os rosnados pararam. Os Shrrg abaixaram as orelhas continuando em sua formação. Eles andaram calmamente ate ficarem de frente para Eragon. A mão do cavaleiro ergueu-se e tocou a testa do lobo branco entrando na mente dos três lobos.e acalmando-os. Enquanto BlodhGarm fazia o mesmo com o Shrrg cinzento.

“ Deixe-nos montá-los?” Indagou Eragon na mente dos lobos. OS olhos dos animais que mais pareciam fendas, se abriram revelando seus olhos azuis.

Instantaneamente, o Shrrg branco e o Shirrg Cinza, viraram de lado ficando em uma postura que Os dois guerreiros pudessem montá-los.

Eragon rapidamente, junto com BlodhGarm, arrumaram os coisas nos Alforjes. Eragon contou tudo a Saphira.

“ Descanse durante o dia e nos encontre durante a noite.” Disse Eragon amorosamente ao ver o estado e sua companheira.

“Aahh… Eu não sei Eragon…” Disse Saphira relutando em aceitar.

“Saphira você descansa. E assim que estiver se sentindo melhor nos alcançe.” Disse ele tentando ser o mais cuidadoso possível com seus argumentos. Pois um deslize e Saphira não os deixariam sair dali.

“Então vá.” Disse ela escondendo sua cabeça novamente sob as asas.

Depois que tudo estava pronto, Eragon embainhou suas espadas. Juntamente com BlodhGamr. O arco dado pela rainha Islanzadi. E Aren brilhando em seu dedo.

Os lobos continuavam em sua pose. Rapidamente Eragon e BlodhGarm foram e montaram os Shrrg. Eragon no lobo branco e Blodhgarm no cinza. Assim que montaram O Shrrg branco levantou sua grande cabeça para cima soltando um uivo alto. Em menos de trinta segundos oito Shirgs invadiram, a clareira.  

Todos eram menores que o Shrrg branco, o que fazia Eragon e BlodhGarm imaginarem que esse era o líder da alcatéia. Os Shrrg fizeram um semicírculo em torno dos outros dois.

– Gánga. – Disse Eragon. Imediatamente os Shrrg dispararam no meio da floresta sendo observados por Saphira.

“ Cuidado Saphira.” Disse Eragon.

“ E você mais ainda pequenino.” Rebateu ela voltando a esconder sua cabeça.

Eragon e BlodhGarm se impressionaram coma  velocidade dos Shrrg, E a precisão de seus movimentos. Seus enormes corpos tinham um equilíbrio invejável. Por pura curiosidade BlodhGarm olhou para o lado vendo que nenhum deles Batia em uma Arvore sequer. EM sincronia eles corriam, cada vez mais rapido.

A corrida incessante continuava atraves das montanhas, que estavam ficando cada vez menores, e Eragon provou ser verdade o que lera sobre a resistência dos Shrrg, pois já eram meio dia e eles ainda corriam sem o menor sinal de cansaço ou de que parariam.

Eragon continuava com sua mente aberta, tentando sentir qualquer tipo de energia. De repente uma onda de poder invadiu a mente do cavaleiro, que se assustou com aquilo. Era poder demais! Energia demais!

– Você sentiu isso? – Indagou ele para BldhGarm que montava o Shrrg ao seu lado.

– Sim eragon-vor. – Ele fechou os olhos expandindo seu campo mental, tentando sentir o lugar diretamente. Eragon o imitou. Alguns segundos depois eles abriram os olhos, quase que simultaneamente.

– Hlaupa. – Disse Eragon. Então os lobos disparam, com o branco tomando a dianteira, já que este era o que recebia os comandos mentais de Eragon.

OoO

Vinte soldados das três raças, Humanos, Anões e Urgals, rodeavam a tenda de Nasuada. Fazendo com que ninguém entrasse, ou saísse dela. Dentro do lugar, Nasuada escrevia rapidamente em um bloquinho anotações tudo o que passava em sua cabeça.

“ Eu estou realmente precisando relaxar.” Pensava ela. “ Mais como eu vou fazer isso? Com o exercito de Galbatorix em minhas portas….?”

– Nasuada? – Indagou Murtagh, entrando na Tenda juntamente com dois outros Elfos.

Ela simplesmente apontou para o ovo roxo encima da mesa.

– Quero proteção máxima para este ovo! – Nasuada disse. Sua voz subia rapidamente de tom, indicando a sua preocupação. Sua mão inda pairava no ar apontando para o ovo arroxeado.

Murtagh assentiu com  a cabeça e estalou os dedos.

OoO

O dia passou rápido para Roran, Nubio e Kiara. Estes faziam preparativos, e mais preparativos para o treinamentos dos guerreiros que se iniciaria naquele noite. 

Roran tinha a sua cabeça perdida em devaneios mais diversos. Como a sua vida mudara desde que sairá de Carvahall, sua passagem por Teirm, o navio Asa de dragão, que continuava no rio Jiet, sua ascensão como Martelo forte. O guerreiro permitiu-se sorrir, nunca imaginaria que ele, sendo, um simples lavrador, um dia seria um General do exercito dos Varden.

“Estamos chegando.” Uma voz conhecida invadiu a cabeça de Kiarah, que estava distraída escrevendo alguns ataques de precisão. De um sobressalto, ela se levantou chamando atenção dos outros dois.

– OS elfos estão chegando. – Disse ela simplesmente, se levantando. Fazendo com que seus longos cabelos louros se soltassem do coque que estava preso em seu cabelo, deslizando calidamente para suas costas.

– Onde os encontraremos? – Indagou Nubio com um sorriso em seu rosto.

– Não precisaremos. – Emendou ela, feliz assim como o amigo. – Apenas precisamos informar Nasuada.

Na noite passada Roran já havia ido ate a Tenda da líder dos Varden, e lhe avisado de tudo o que estava acontecendo. Ela Simplesmente acenou com a  cabeça, e disse que estava tudo bem, que a  ajuda dos ferreiros de  Islanzade era mais que bem vinda.

OoO

Assim que Murtagh estalou os dedos, os dois elfos que lhe acompanhavam foram para junto do ovo, começando a cantar na língua antiga, sua vozes perfeita invadindo o ar e o enchendo com seu poder. Uma luz azulada surgiu acima das cabeças dos elfos, dando o sinal para Murtagh que apontou a mão para a esfera e murmurou um feitiço inaudível, fazendo com que automaticamente a esfera se tornasse alva. Calmamente a luz foi descendo ate o ovo, envolvendo-o em sua energia, aconchegando-o em seu calor.

Quando o ritual terminou os elfos saíram de perto do Ovo com calma. E Murtagh olhou para Nasuada que lhe sorria com ternura.

– O encanto esta terminado, o ovo só sairá desta barraca quando eu permitir ou quando ele for chocado. Sendo assim, acho melhor já informar aos Varden, que logo se iniciara a apresentação do ovo. – Disse ele serio. Olhando para a mulher. O cavaleiro se perdia nos lábios carnudos de Nasuada. No tom de sua pele, no seu cheiro, que era muito bom para seu olfato apurado, em seus olhos amendoados, e no brilho especial que eles tinham.

– A apresentação do ovo se iniciara neste exato momento. – Nasuada disse, tirando Murtagh de seus devaneios.

– Muito bom muito bom. – Disse concordando com a mulher. – Agora posso me retirar? Pois tenho que treinar os magos.

Nasuada olhou para o rosto de Murtagh vendo um fio de preocupação se perder em seus orbes negros, a face alva do cavaleiro estava cansada, não fisicamente mais mentalmente.

– Sim pode ir. – Disse Nasuada se virando para o ovo.

– Lady Nasuada, – A voz di Kiara invadiu a tenda da líder dos Varden, que virou-se rapidamente. A Elfa loira olhava seriamente para Nasuada. Esta apenas acenou com a mão indicando para que ela proceguisse com o quer tenha vindo fazer – Os ferreiros de Islanzade estão chegando.