Espelhar-se em Outra Pessoa... escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 6
Parte 6 - FINAL


Notas iniciais do capítulo

ALELUIA!! Depois de mais de um ano, esta fic está atualizada!
Pois é, pessoal, quem sentiu saudades de "Espelhar-se em outra pessoa", pode comemorar! Enfim, consegui atualizar esta fic e este é o último capítulo!
Espero que, mesmo depois de tanto tempo, vocês se divirtam com mais um capítulo! Tenham uma boa leitura e divirtam-se!



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Gintoki seguiu Kagura e Shinpachi até os vestiários, onde se trocaram e colocaram os itens de segurança para mais um serviço de demolição. O garoto de óculos havia combinado com o albino os detalhes do plano para que a Yato voltasse ao seu normal.

Os dois esperaram ordens de Kagura – já que ela estava fazendo o papel de “chefe”. O que não demorou a ser ouvido:

- Shinpachi – ela disse. – Você me orienta pelo rádio.

- Ok! – ele disse batendo continência.

- E você – apontou para Gintoki. – vai ver se eu tô posicionando bem o guindaste.

- Sim! – o ex-samurai também bateu continência, mas de forma exagerada.

“Mas que droga!”, pensou. “Ficaria mais fácil eu estar no guindaste! Espero que o quatro-olhos saiba o que tá fazendo!”

Olhou para o “par de óculos ambulante” com ar ansioso. Será que a ideia dele daria certo?

Não sabia. Mas precisava confiar no garoto. Se aquele moleque nerd falhasse, iria arrebentar-lhe as lentes.

Ouviu a ignição do guindaste ser ligada, e Kagura começou a manobrá-lo, de forma a buscar uma posição inicial para a pesadíssima bola de metal, antes de atingir mais um prédio abandonado que daria lugar a outra construção.

- Kagura-chan – Shinpachi disse pelo rádio. – pode erguer a bola.

Ela assentiu e fez o que foi dito pelo garoto. Gintoki visualizava a posição e gesticulava, enquanto Shinpachi dizia:

- Mais pra cima... Mais pra cima... Pra trás!

Kagura obedecia aos comandos do Shimura, sem se preocupar com toda a gesticulação que o albino fazia.

- Mais pra trás... Mais um pouco pra trás! Vai pra direita!

Gintoki parecia dançar como um mímico de praça, sinalizando tudo para que Shinpachi passasse corretamente os comandos para a garota no guindaste. A certa altura, o albino não sabia como gesticular que chegara ao ponto certo e começou uma sequência maluca que mais parecia a mistura do “Gangnam Style” com a dança da fusão e a coreografia do Grande Saiyaman com o “Tchu Tcha Tcha”. Claro que o garoto de óculos tentou, tentou e tentou entender o que era aquela loucura toda, mas não conseguiu.

- MAS O QUE É ISSO, GIN-SAN?? – berrou.

- NÃO TÁ VENDO QUE EU TÔ TENTANDO TE AVISAR QUE A KAGURA TÁ NO LUGAR CERTO?

Ele percebeu o guindaste posicionado e pegou o rádio, enquanto pensava “você tava mais pra estar dançando ‘Macarena’”.

- Kagura-chan – disse.

- Pode falar.

- O guindaste tá na posição certa! Pode soltar com tudo!

- Ok!

No guindaste, Kagura puxou a alavanca que soltava o peso, que obedeceu devidamente à força da gravidade e despencou, atingindo a cabine da grande máquina e a destruindo. Gintoki e Shinpachi assistiam a tudo boquiabertos e com medo até do pior.

Kagura era forte e resistente, mas... Seria tanto assim?

Os dois esperaram algum tempo pra ver se Kagura saía de lá. Foram dois minutos que mais pareciam uma eternidade. Nesses 120 segundos, o pânico tomou conta da dupla, que gritou:

- AAAAAAAAAAHHHHHHHHH, KAGURA-CHAN!!

Os dois correram para o local do acidente e tiraram, com as mãos mesmo, os destroços de ferro retorcido, até encontrarem a garota desacordada. Chegou uma ambulância, que logo a tirou dali.

Gintoki e Shinpachi se entreolharam e voltaram seus olhares para Kagura, sendo levada para a ambulância.

Não teriam exagerado demais com a história de uma nova pancada na cabeça?

*

Na sala de espera do pronto-atendimento do Hospital Geral de Edo, Gintoki e Shinpachi estavam preocupados com o que ocorrera a Kagura. O Yorozuya andava de um lado a outro, enquanto o garoto roia a unha do dedo polegar.

- Gin-san – Shinpachi rompeu o silêncio. – Não acha que exageramos nessa coisa de dar uma pancada na cabeça da Kagura pra ela voltar ao normal?

- É o que eu penso, Shinpachi-kun. – o albino concordou. – Só espero que aquela cabeça dura dela tenha servido de alguma coisa.

Nisso, foi autorizada a entrada dos dois, que se dirigiram ao quarto onde estava a Yato, que estava com a cabeça enfaixada devido a um corte e esfregava os olhos por ter acabado de acordar.

Será que ela havia voltado ao normal?

A garota encarou um, encarou outro... Piscou os olhos azuis, que pareciam bem confusos. Gintoki e Shinpachi se entreolharam, compartilhando das mesmas expectativas e dos mesmos temores.

Kagura começou a cutucar o nariz e de lá tirou a caquinha que a incomodava. Em seguida, limpou o ouvido, retirando um pouco de cera com o dedo mindinho. Isso simplesmente ligou o sinal de alerta dos outros dois, que temiam o pior e já iam avançar pra cima dela, a fim de dar uma nova pancada na cabeça. Mas...

... Com seu guarda-chuva, Kagura deu uma pancada nas cabeças dos dois, que caíram de cara em cima da cama. Eles voltaram a encarar a garota com olhares de medo, mas ela não se importou muito e resolveu abrir uma caixinha de sukonbu, pegar uma tira e começar a mascar como de costume. Coisa que não fazia, desde a primeira pancada que tomara.

- Kagura-chan...? – Shinpachi perguntou. – É você?

- Claro que sou eu, quatro-olhos. – ela respondeu ainda mastigando aquela tira feita de algas. – Por que você e o Gin-chan estão me olhando esquisito?

- Não é nada, não, Kagura-chan...! – Gintoki disse após rir nervosamente e passar a mão no enorme galo na sua cabeça. – Só estávamos preocupados, só isso!

- E por que eu tô usando as roupas do Gin-chan?

Shinpachi e Gintoki se entreolharam e o albino respondeu com cara de cansado:

- Longa história... Mas veste a sua roupa e vamos embora! Já cansei de ver você se passando por mim hoje! E vê se toma cuidado pra não ficar levando pancadas na sua cabeça!

- Eu não me lembro de nada, mas com certeza deve ter sido divertido agir como você, Gin-chan, e...

- NÃO, NÃO FOI! – Gintoki a interrompeu. – TE GARANTO QUE NÃO FOI!

Shinpachi gesticulou um pedido de silêncio para o albino, que logo captou a mensagem e tapou a boca. Não queria apanhar de uma enfermeira com o porte físico do Nappa, tinha amor à própria vida. Queria sair dali caminhando, não voando janela afora.

Um tempo depois, o trio Yorozuya saiu dali completo, com Kagura já vestindo sua costumeira roupa chinesa vermelha e andando com seu guarda-chuva aberto pra se proteger do sol.

- Vamos andando logo, pessoal – Gintoki disse com as mãos por trás da cabeça e andando despreocupadamente à frente dos outros dois. – Eu preciso chegar logo em casa pra repor meus açúcares diários.

De repente, olhou para cima de um prédio e viu que um piano iria despencar naquele instante. Sua expressão relaxada deu lugar ao puro terror quando percebeu que Kagura estava no exato lugar onde o piano se espatifaria. Não pensou duas vezes e agarrou a mão de Shinpachi, que percebeu também o perigo e pegou bruscamente a mão da Yato, que foi puxada com força pelos dois que, em um salto, conseguiram tirá-la da rota de colisão do grande instrumento musical. Instrumento esse que realmente se despedaçou no chão.

O trio caiu a alguns metros de distância devido ao forte puxão de Gintoki, ao mesmo tempo em que o piano caía e se arrebentava no chão. O Yorozuya, mesmo estando embaixo de Shinpachi e Kagura, respirou aliviado:

- Essa foi por muito pouco...!

- Foi por pouco mesmo, Gin-san...! – o garoto de óculos concordou. – Eu não aguentaria dois “Gin-sans” se a Kagura tomasse outra pancada na cabeça.

- Deve ser muito legal ser o Gin-chan de novo, mas eu preferia lembr...

- NEM PENSE NISSO, KAGURA! – Gintoki tapou a boca da garota antes que ela terminasse de falar tamanha asneira.

- SE UM GIN-SAN JÁ É DIFÍCIL DE ATURAR, IMAGINA DOIS! – Shinpachi protestou.

- Tá bom, tá bom! – Kagura disse para tentar acalmar os ânimos dos dois amigos. – Não falo mais nisso!

Como esperado, os dois suspiraram aliviados. Levantaram-se e retomaram o caminho para a Yorozuya. Chegando lá, porém, deram de cara com alguém esparramado no sofá, usando as roupas de Gintoki e lendo uma Jump.

Inicialmente, Gintoki ficou em estado de choque, mas ao se refazer, rugiu:

- MAS-QUE-DIABOS-VOCÊ-TÁ-FAZENDO-AQUI-ZURA?!

Katsura, cutucando o nariz e com um enorme galo na cabeça, respondeu:

- Não é Zura, é Gintoki.

Nisso, o ex-samurai ficou tão furioso que parecia uma chaleira de água fervente em ebulição, saindo até fumaça pelas narinas. Pegou Katsura pela gola da camisa, virou-o na direção da janela e deu-lhe um potente chute no traseiro, fazendo-o despencar de cabeça.

Batendo as mãos uma na outra, como se tirasse alguma poeira delas, Gintoki deu as costas e disse:

- Já chega de imitões me dando nos nervos! Já cansei por hoje!

E, lá fora, um atordoado Katsura recobrou a consciência e, levando as mãos à cabeça agora com dois galos, se perguntou:

- Uuuuuhhh...! Onde estou...? Quem sou eu...? E por que estou com a roupa do Gintoki...?

Fim


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Notas finais do capítulo

E aqui termina esta história! Espero que tenham se divertido ao lê-la, como eu me diverti ao escrever - mesmo tendo a encalhado por tanto tempo.
Muito obrigada a quem acompanhou esta fanifc até aqui!
A gente se vê nas outras histórias!



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